A traqueia foi implantada há cerca de um mês num doente de 36 anos, que sofria de cancro e estava a fazer actualmente o seu doutoramento na Islândia. Segundo o hospital, o paciente está a recuperar bem da cirurgia.
A utilização de um órgão criado com células do próprio doente elimina a possibilidade de rejeição, um dos problemas mais comuns nas operações de transplante. Segundo os especialistas, estas traqueias podem ser criadas em menos de uma semana, explica a BBC.
Paolo Macchiarini, cirurgião italiano, foi o responsável por esta operação e pensa agora utilizar a mesma técnica para tratar uma criança de nove meses da Coreia que nasceu com uma malformação da traqueia.
Para criar a traqueia artificial, os especialistas começaram por fazer um modelo em três dimensões da traqueia do doente e depois uma cópia em vidro desse modelo. Segundo explica a BBC, a estrutura em vidro foi depois embebida numa solução de células estaminais do doente, que começaram a multiplicar-se e a ganhar a forma pretendida.
Finalmente, depois de a forma final da traqueia ser atigida, os cirurgiões procederam à remoção da estrtura de vidro e ficaram com uma cópia da traqueia do doente que transplantaram. As células estaminais, células que têm a possibilidade de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo humano, foram retiradas da medula espinal do doente em causa.
Na operação, que demorou 12 horas, Paolo Macchiarini começou por remover o tumor (que tinha já o tamanho de uma bola de golfe e dificultava a respiração do doente) e substituiu a traqueia pelo órgão artificial criado em laboratório. Macchiarini considera esta operação revolucionária: "Trata-se de uma traqueia sintética. O mais importante é que se pode ter uma quase imediatamente, Não há atrasos, porque esta técnica não depende de dadores humanos".
domingo, 10 de julho de 2011
Traqueia criada fora do corpo a partir de células estaminais do próprio doente
In RTP Notícias
Alguns cirurgiões realizaram o primeiro transplante de um órgão artificial, uma traqueia criada fora do corpo a partir de células estaminais do próprio doente, anunciou o Hospital Universitário Karolisnka, em Estocolmo.