sábado, 2 de maio de 2009

A Vingança do Santo


Andaria pelos dezanove vinte anos de idade quando um dia como era costume foi com os seus amigos beber para uma cervejaria que ficava na avenida de Roma, quando esta, descendo do largo dos EUA, pegava com o de Santo António (esse franciscano tão amigo e solícito do bem de todos) que dividia a avenida da Igreja, no bairro de Alvalade. Era tido por muitos como um gajo porreiro que pagava as fartas rodadas de canecas e “girafas” com os respectivos acompanhamentos.

O lapim, canalha como era, roubava muitas notas graúdas dos haveres que seus pais tinham numa gaveta fechada à chave no quarto onde dormiam. A sua astúcia olharapa conseguiu forjar uma cópia da mesma, de modo a furtivamente gamar o dinheiro quando mais lhe convinha.

Como nas outras noitadas, procurou com contumácia e obstinação embebedar-se não só a si como a todos os que o acompanhavam. Chegada a hora do encerramento saíram porta fora com o pulha a pontificar em gesticulações e brados exibicionistas numa euforia toda alcoólica. Estando na praça de Santo António dizendo baboseiras e fazendo “partes gagas”, como sentisse precisão de despejar o que tinha bebido, lampejou sinistramente os olhos, esboçou um sorriso sarcástico e vai de trepar pela estátua do Santo até onde lhe foi possível. E dali, descompondo-se, verteu as águas com risos imbecis. Os seus amigos, atónitos, não conseguiram disfarçar uma súbita expressão de desconforto, de desilusão, de quem percebia o excesso indecente. Importa saber que o bandalho tinha tido em casa uma excelente educação católica quer da parte dos pais quer dos avós paternos e maternos. Acresce que o desbriado tinha frequentado, durante dez anos, o colégio S. João de Brito, dos Padres Jesuítas. Nenhum dos amigos tinha de perto ou de longe a mesma formação e educação nas coisas de Deus e da Sua Igreja. Alguns bordejavam mesmo no ateísmo e no agnosticismo.

Não sabia o salafrário que o Santo com quem se metia não se deixaria ficar. Ele que durante a sua vida apostólica bravejou sem medo contra prelados indignos, bramiu contra poderosos cruéis e infames, não poderia deixar de se vingar de tamanha afronta, ainda para mais pública. E assim o fez!

Sabereis que aquele pilantra uns anos depois, arrependido do seu passado doidivanas, entrou para a Ordem do mesmo Santo, a franciscana, cursou filosofia, fez o noviciado e os votos, estudou a teologia, professou solenemente, foi ordenado diácono e depois sacerdote. É hoje padre franciscano e é quem escreve este artigo.

Está bem de ver o patife miserável que sou. Que seria de mim sem a Igreja? Sem esta Igreja que está em Portugal eu não poderia nem quereria viver. A ela devo tudo quanto sou, enquanto resgatado e redimido. Sem ela afogar-me-ia no mais espesso lodo do vício e do pecado. Não posso, que disso ninguém duvide, ter a maior admiração e gratidão para com o Episcopado, os Sacerdotes, os Consagrados e os Leigos a quem tudo devo e sem os quais nada seria. Sei bem que sou o último e o mais indigno de todos e também, entre todos, o mais inútil. Mas também sei que são essa mesma gratidão e amor que me têm levado a tomar as posições públicas conhecidas. Para que não haja dúvidas.

Nuno Serras Pereira

30. 04. 2009

domingo, 26 de abril de 2009

São Nuno de Santa Maria


É amanhã canonizado em Roma pelo Papa Bento XVI o Beato Nuno, o Santo Condestável.

Todos nós, pelo menos os mais velhos, estudámos a sua vida e em especial a batalha de Aljubarrota. Soubemos assim que se opôs firmemente à vontade do rei e que num ímpeto se decidiu a guerrear o inimigo em solo pátrio com aqueles que o quisessem seguir. Não obstante a desproporção, cerca de trinta mil castelhanos contra seis mil portugueses, a batalha em Aljubarrota foi por nós vencida, não somente devido à genialidade e bravura de D. Nuno, mas principalmente em virtude da confiança que ele depositava nos auxílios e socorros Divinos.

Hoje, com excepção da “clínica” dos Arcos, (abortadouro castelhano que mata portugueses em plena capital nacional), não corremos, assim se afigura a muitos, o risco de vermos usurpada a independência. Mas nem tudo o que se representa no nosso pensamento se torna, por isso mesmo, verdadeiro. E a realidade é que estamos sendo, desde há muito, salteados por inimigos subtis, insidiosos, lisonjeiros, sedutores que nos têm sugado a alma, invadido o pensamento, manipulado as emoções, tresvariado a afectividade. Não serão os exércitos castelhanos mas são as ainda mais poderosas e imensas forças armadas, da mentira e propaganda pérfida, utilizadas por partidos políticos, órgãos e instituições de estado, grandes meios de comunicação social, sectores da cultura dominante. As nossas derrotas e catástrofes têm nome. Chamam-se divórcio, contracepção, “educação” sexual nas escolas, fecundação artificial, aborto, experimentação letal em pessoas humanas, na sua fase embrionária, “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, eutanásia.

Perante estas forças ingentes podemos ter a atitude de muitos contemporâneos de D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável (não, Santo e Condestável, mas Santo enquanto Condestável e Condestável que era Santo). Uns compactuaram, como grande parte da nobreza, com as leis injustas de então, esquecendo o direito natural, procurando garantir a salvaguarda de alguns bens. Outros, como o rei D. João, eram de parecer que se recorresse à manha através de manobras de diversão, no campo adversário. Porém, para D. Nuno era evidente que tudo isso estava destinado ao fracasso e à derrota. Por isso, teve a bravura de avançar sozinho. E o seu exemplo arrastou a muitos, que em lugar de se submeterem a mandos que embora viessem do alto não vinham do Altíssimo, tiveram a audácia do impossível humano colocando-se nas mãos da Omnipotência Divina. E como os impossíveis dos homens são os possíveis de Deus, alcançaram o que importava.

Actualmente, tem-se a impressão de que a generalidade dos membros da Igreja em Portugal, mesmo da Hierarquia, somos caguinchas, cagarolas, parecendo agir mais de acordo com a nobreza e realeza de então do que com São Nuno. Por isso, a sua canonização é providencial. Nele encontramos um modelo a contemplar e a seguir e um amigo intercessor que implora a Deus para que nos conceda o discernimento verdadeiro, a virtude da fortaleza e o amor dos mais pobres de entre os pobres – as crianças nascituras.

Nuno Serras Pereira

25. O4. 2009

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Reinventar a Solidariedade


Quando pela primeira vez ouvi que a Conferência Episcopal Portuguesa tinha denominado o simpósio, que vai organizar sobre a crise, de “Reinventar a Solidariedade” assustei-me deveras. Vede lá se não sou uma pessoa timorata - intimidei-me com um nome! Não sei porquê mas quando na Igreja se usam palavras bombásticas, dotadas de grande sonoridade, fico inquieto, soa-me a oco, pior, a distorcido. Ninguém, é claro, tem culpa desta minha maluqueira.

Ao olhar para a agenda[1], porém, verifiquei que não há razão alguma para receios. Afinal não está lá nenhum orador que, 60 anos depois e sem ter tido participação alguma no sucedido, tenha negado a existência de judeus mortos em câmaras de gás e subestimado o seu número. Não! Podemos todos ficar descansados porque somente há alguns[2] que se cumpliciaram pela propaganda, pelo voto ou pela colaboração com entidades especialmente treinadas para esta obra, toda benemérita, missionária e verdadeiramente corajosa, de expurgar legalmente o planeta dessa horrendas metástases ameaçadoras que são as medonhas crianças nascituras. Este holocausto genocida, evidentemente, qualifica altamente os seus cúmplices para discorrerem caritativamente sobre os pobres e para mansa e benignamente reinventarem a solidariedade, de braço dado com o Presidente da Conferência Episcopal, acolitado por dois Confrades.

Vede lá se não é bizarria minha ter medrosamente cismado no nome. Irra!!!, que não tenho emenda!...

Nuno Serras Pereira

23. 04. 2009



[2] João Ferreira do Amaral, António Barreto, Marina Costa Lobo, Programa Escolhas (tem colaborado ou aceitado a colaboração da APF/IPPF) e Amnistia Internacional




terça-feira, 21 de abril de 2009

Pior do que Imaginei


A 26 de Janeiro do corrente ano alertei para a possibilidade da tentação de se esquecer, no simpósio que a Conferência Episcopal vai organizar sobre a crise, os mais pobres de todos, nos seguintes termos: «… o Papa Bento XVI classificou como os mais pobres de entre os pobres - as crianças ainda não nascidas. Em tempo de crise alguns membros da Igreja poderiam ser levados a interessar-se e a comprometer-se somente com aqueles com que todos se preocupam, ganhando com isso muitas simpatias e louvores, esquecendo aqueles que todos ignoram e marginalizam e que afinal são os que mais precisam. Esta é uma tentação que importa pôr de parte com toda a determinação, mesmo que isso implique impopularidade. Por isso será de toda a justiça que no simpósio que a Igreja vai realizar, a propósito da grave crise em que estamos, lhes seja dado aquele lugar preferencial e de destaque que a mesma Igreja sempre reivindicou para os mais desfavorecidos.»[1]

Olhando para o programa, já disponível na Internet[2], verifico, com mágoa, não só a ausência de qualquer referência ao tema de defesa da vida mas também a presença de dois palestradores associados, um por pertença outro porque propagandista, a duas organizações internacionais, promotoras do aborto, que têm merecido a crítica severa e contundente de muitos Episcopados das mais diversas nações. Sendo que uma delas não só mata centenas de milhares de crianças nascituras, mas programaticamente deprava as crianças e destrói a Família. E estes senhores parolearão precisamente na data em que se celebra o dia internacional da mesma!

É preciso ser muito cego para não ver que a mais grave injustiça social e a mais séria questão cultural é a do aborto. E que não há solidariedade que resista, se mantenha e cresça numa sociedade que aceita e promove a matança dos filhos pelas próprias mães.

Por outro lado, basta estar minimamente atento para conhecer os dados que demonstram à saciedade o impacto do aborto na desestruturação e ruptura das personalidades, das relações e das famílias e consequentemente a sua implicação na pobreza.

Acresce que esta teria sido uma excelente oportunidade para o Episcopado mostrar, não por palavras, mas sim por actos concretos, que de facto reconhece o valor, a competência e a qualidade dos leigos católicos, sistematicamente menorizados e desdenhados, que se têm empenhado com grande sacrifício e generosidade nos combates pela vida e pela Família.



[1] Nuno Serras Pereira, Algumas Dicas para Comemorar o 11 do 2, 26 de Janeiro de 2009

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Doce argumentos para decir no al matrimonio homosexual

ForumLibertas.com

Desde el respeto a la persona homosexual, recordamos 12 razones por las que no es justo equiparar las relaciones gay al matrimonio.


-Los homosexuales, actualmente, ya se pueden casar en cualquier país


-Los homosexuales pueden casarse igual que cualquier otro, con los mismos derechos y obligaciones que los heterosexuales. Es decir, sólo con otra persona y sólo del sexo opuesto y que tenga cierta edad y dé su consentimiento. Que un homosexual se queje de discriminación porque no le dejan casarse con alguien del mismo sexo es como si un polígamo se queja de discriminación porque no le dejan casarse con varias mujeres, o un pederasta con un niño, o un secuestrador con su secuestrada (en muchos países aún se practica el secuestro de mujeres para casarse). No hay discriminación con ninguno: la ley es igual para todos y la sociedad tiene un modelo de matrimonio que ha demostrado su eficacia durante siglos.


-Casar homosexuales es un experimento social inédito


-Casar personas del mismo sexo es un experimento social que nunca antes se ha intentado. Ninguna civilización ha practicado jamás el matrimonio homosexual. Incluso sociedades que permitían la homosexualidad y hasta la fomentaban en ciertas edades y clases sociales, como los griegos antiguos, entendían claramente el matrimonio como la unión estable entre un hombre y una mujer abiertos a tener hijos. Una cosa eran las prácticas sexuales de los ciudadanos y otra muy distinta la familia y la generación/educación de hijos. La homosexualidad ha adoptado muchas formas en distintas sociedades, pero nunca se le ha relacionado con el matrimonio. Experimentar con la sociedad es irresponsable y peligroso. Como dice la prudencia popular, los experimentos, mejor en casa y con gaseosa.


- Sólo un hombre con una mujer generan niños y los crían de forma idónea


-El matrimonio es un status especial que la sociedad reconoce a la unión comprometida entre un hombre y una mujer por una razón: porque su relación corporal es la única capaz de generar nuevos miembros de la especie humana y porque su relación interpersonal es la idónea para criarlos, protegerlos y educarlos. Este servicio es tan importante y benéfico para la sociedad que merece protección legal. Por el contrario, ningún acto corporal entre homosexuales puede generar nuevos seres humanos, y tampoco dos personas del mismo sexo son idóneos para la cría y educación de los niños, que carecerían de referente paterno/masculino (si son dos lesbianas) o materno/femenino (si son dos homosexuales). Son los homosexuales los que deben cargar con el peso de la prueba y demostrar que pueden cumplir las mismas funciones que el matrimonio.


-Para evitar abusos contra/entre homosexuales o desamparo legal no hace falta aprobar el matrimonio homosexual


Casi todos los beneficios de un matrimonio a nivel de herencias, transmisión de bienes, propiedades compartidas, etc... pueden regularlo dos (o más) personas con acuerdos legales ante notario, independientemente de que tengan relaciones sexuales. De hecho, las pocas parejas homosexuales realmente interesadas en estos temas ya han establecido acuerdos así ante notario. Es de destacar que en el contrato matrimonial hay limitaciones, por ejemplo, los cónyuges se comprometen a ser fieles el uno al otro y a la ayuda mutua; en cambio, dos (o más) homosexuales o un grupo de amigos que viven juntos pueden, ante notario, regular muchas de las ventajas del matrimonio sin comprometerse ni a fidelidad ni a ayuda mutua.


-Legalizar el matrimonio homosexual establece un agravio comparativo con las personas que viven juntas sin relaciones sexuales


-Dos ancianas que viven juntas, tres hermanos en una casa, cuatro amigos que comparten piso desde hace seis años... Tienen una relación con afectividad, compromiso y convivencia, igual que puedan tener dos homosexuales. Sin embargo, se ven privadas de las ventajas legales del matrimonio gay porque no practican sexo entre ellos. El matrimonio gay en realidad premia a los practicantes de cierto tipo de sexo, privilegiándoles sobre otras convivencias afectivas y estables. Es evidente la diferencia con el matrimonio verdadero, que premia la complementariedad hombre-mujer estable y abierta a la generación y crianza de los hijos.


-Legalizar el matrimonio homosexual establece un agravio comparativo con los polígamos... y con cualquier otra combinación numérica


-Al contrario que el matrimonio homosexual, que nunca ha sido aceptado por ninguna civilización, la poligamia tiene una larga tradición en numerosos países y sociedades, incluso en nuestros días. Si casamos a dos hombres, ¿con qué argumentos impediremos a nuestros ciudadanos islámicos o de origen subsahariano que no se casen con dos o más mujeres? ¿Puede un emigrante pedir por reagrupación familiar que vengan sus tres esposas? Al menos, las uniones polígamas tradicionales tienen hijos y suelen ser estables, lo cual es un bien social. ¿Con qué argumento los defensores del matrimonio gay lo impedirían? Después de todo, “si se quieren...”

Pero lo cierto es que en los ambientes homosexuales lo que ya se pide es la aprobación de la poligamia bisexual. Un famoso escritor lo ejemplificaba en un número de la revista homosexualista Zero: un amigo suyo está casado con una mujer, madre de sus hijos, y la quiere; pero es homosexual, y tiene una relación con un hombre. ¿Por qué esconderlo? ¿Por qué no casarse todos entre ellos? Así, los niños tendrían dos papás, que siempre es mejor que uno. Cuando el matrimonio deja de ser lo que naturalmente se ve (un hombre y una mujer unidos en un acto de amor que puede generar nuevas vidas–el coito natural está diseñado para uno con una, nadie más- ), entonces puede re-definirse para ser cualquier cosa. Una palabra que sirve para todo ya no sirve para nada.


-Legalizar el matrimonio gay debilita la fortaleza del matrimonio natural, igual que la moneda falsa debilita la moneda verdadera


-Muchas personas piensan que no les afecta en nada que los homosexuales se casen. Es lo mismo que pensar: “no me afecta en nada que haya gente que haga circular falsos billetes de 100 euros, yo soy honrado y no los usaría, de hecho casi nunca veo billetes de 100 euros”. Sin embargo, es evidente que la circulación de moneda falsa nos afecta a todos, porque se pierde confianza en esa moneda, la gente la usa con reticencias, prefiere usar otras monedas (dólares, por ejemplo) o no comerciar o no aceptar ciertos billetes y al final la economía de todos se resiente porque todo es más costoso. Lo mismo pasa cuando se hace circular un matrimonio falso como si fuese matrimonio real.

En los países nórdicos, donde el matrimonio entre homosexuales hace años que existe, la mitad de los niños nacen fuera del matrimonio. Al aprobar el matrimonio homosexual se da el mensaje a la sociedad de que en realidad casarse no significa nada (mensaje reforzado en cualquier país donde exista el divorcio). Como consecuencia la gente no se casa y su compromiso (de pareja y a menudo social) es débil. Igual que la moneda falsa crea desconfianza en el sistema económico, el matrimonio falso crea desconfianza en el compromiso inter-personal y social. Una sociedad basada en la desconfianza, la desvinculación y la falta de compromiso nunca funcionará tan bien como una basada en familias fuertes, comprometidas de por vida por el bienestar de los cónyuges, hijos y parientes.


-En realidad, pocos homosexuales se casan; el objetivo del movimiento gay es destruir el matrimonio heterosexual


-Lo han reconocido muchas veces los líderes homosexuales en España y en el resto del mundo. En realidad muy pocos de ellos quieren “casarse”. Pero el movimiento del homosexualismo político se vuelca en la exigencia del matrimonio para cambiar la sociedad y eliminar una institución (el matrimonio monógamo y de por vida) en la que no creen.


“Luchar por el matrimonio del mismo sexo y sus beneficios y entonces, una vez garantizado, redefinir la institución del matrimonio completamente, pedir el derecho de casarse no como una forma de adherirse a los códigos morales de la sociedad sino de desbancar un mito y alterar radicalmente una institución arcaica. [...] La acción más subversiva que pueden emprender los gays y lesbianas [...] es transformar por completo la noción de familia [Michael Signorile, activista homosexual y escritor, citado en Crisis Magazine, 8 de enero de 2004]


El activismo homosexual no quiere formar “familias como las demás”. Más bien, quiere llegar a que todas las familias sean como las suyas, para lo cual la clave es desmontar concepto arcaicos y caducos como fidelidad, monogamia, compromiso, fecundidad, paternidad/maternidad, etc...


-Legalizar el matrimonio homosexual significa legalizar la entrega de niños a homosexuales


-Hay gente que dice “yo veo bien que los gays se casen pero no que adopten niños”. Es un error pensar que se va a legalizar el matrimonio sin la adopión: si se legaliza el matrimonio incluirá siempre la adopción. Quien apoye una cosa estará apoyando, quiera o no, la otra. Aunque algunas lesbianas tienen hijos de anteriores relaciones o los han buscado (mediante inseminación artificial o con la cooperación de un hombre) la adopción se plantea para que los homosexuales que, obviamente, no tienen niños, accedan a la educación de niños que, obviamente, eran de parejas heterosexuales.

La adopción de homosexuales tiene diversas desventajas para la sociedad que la permita, empezando por que la escasez de niños hace que se traigan de China, Rusia y otros países... que no van a dar niños a países donde los homosexuales adopten. Así, el deseo de una minoría ínfima va a dificultar a miles de matrimonios que quieren adoptar. Pero el punto clave es que un niño tiene derecho a un padre y una madre, derecho conculcado si se le entrega a dos hombres o a dos mujeres.


-Legalizar el matrimonio homosexual significa poner toda la maquinaria educativa y mediática del Estado al servicio del homosexualismo político


-Si el matrimonio gay es legal, se enseñará en las escuelas. Los libros de texto de los niños explicarán la doctrina que las asociaciones homosexualistas hayan indicado: que la homosexualidad es normal, que es bueno tener dos papás y dos mamás, que los niños deben experimentar con su sexualidad para descubrir qué sexo les atrae más y que las personas que se oponen a la homosexualidad (como los papás de los niños cristianos) son intolerantes. Por supuesto, cada serie de televisión tendrá su pareja de homosexuales o lesbianas con niños, conviviendo felices para ejemplo y edificación de tantos matrimonios con problemas. De hecho, hay en España centros de scouts y de ocio infantil que activamente difunden ya esta ideología.


-Legalizar el matrimonio homosexual implicará a medio plazo multas y penas de cárcel para quien critique la actividad homosexual


-En Suecia, donde hay uniones gay desde 1995 con adopción de niños desde 2002, se decretó pena de cárcel para un pastor pentecostal que básicamente se limitaba a predicar las palabras de San Pablo sobre la homosexualidad. Otro país donde criticar la homosexualidad ha significado multas y juicios es Canadá. El grado de respetabilidad de la relación gay (no ya de la persona, que obviamente es merecedora de respeto simplemente por ser persona) será extremo y su crítica punible. La libertad de expresión se verá recortada y probablemente también la libertad religiosa.


-Legalizando el matrimonio homosexual, España ensanchará su abismo con otras civilizaciones y la propia cultura occidental


La mayoría de los musulmanes del mundo conocen poco de Occidente y de su democracia. Lo que conocen es básicamente lo peor: que producimos pornografía, que la exportamos en grandes cantidades, que –a sus ojos- nuestras mujeres visten impúdicamente, y que estas mismas mujeres, cuando se les da un cargo en una prisión (ver Abu Ghraib en Irak), vejan, humillan, desnudan y filman pornografía con los prisioneros y la hacen circular. Algo parecido piensan en la China comunista, incluso en las masas populares de la democrática y anglohablante India. Tiranos y fundamentalistas islámicos o comunistas señalan con razón estos y otros elementos para justificar en sus países que “lo que los occidentales llaman democracia es vicio y degeneración”.

Casar homosexuales y destruir la familia no va a ayudar nada al diálogo Oriente-Occidente ni a mostrar las bondades de la democracia. Llamar “derechos humanos” al matrimonio homosexual va a servir para erosionar los verdaderos derechos humanos, para que el mundo no Occidental vea que Occidente impone una moral (o una inmoralidad, desde su punto de vista) no basada en la naturaleza común del ser humano sino en el individualismo, el materialismo y el hedonismo. Millones de musulmanes y de chinos (y la autoridad moradle Occidente) van a ser perjudicados por esta piedra en el camino de extender una auténtica democracia y unos derechos humanos auténticos.

Hay pues muchas razones perfectamente prácticas para que una sociedad responsable diga "no" al matrimonio entre homosexuales desde el respeto a estas personas.


terça-feira, 14 de abril de 2009

Igreja cria emprego para os mais pobres

Rita Carvalho

In Diário de Notícias - 14. 04. 2009

Reforço do apoio alimentar, promoção do emprego e dos cuidados de saúde continuados. Cardeal-patriarca reúne--se na sexta-feira com padres de Lisboa para divulgar estas medidas de apoio às famílias.

A Igreja de Lisboa vai criar postos de trabalho nos centros sociais e paroquiais e quer fazer protocolos com os centros de emprego e formação do Estado. Esta é uma das medidas de combate à crise, que afecta cada vez mais famílias, que serão apresentadas aos padres da diocese lisboeta na sexta-feira, num encontro promovido pelo patriarca, D. José Policarpo.

A curto prazo, a acção urgente do projecto "Igreja Solidária" passa pelo reforço da ajuda alimentar e pelo apoio às famílias no pagamento de créditos à habitação. Para isso, já começaram a ser angariados alguns fundos.

"Há muita gente a precisar de emprego e as instituições precisam de pessoas para trabalhar", afirmou ao DN Francisco Crespo, director da pastoral sociocaritativa do patriarcado de Lisboa. Para além do trabalho nos centros sociais e paroquiais, que cresce à medida que sobem as necessidades das famílias, a Igreja está a estudar o alargamento das valências de algumas instituições, que necessitarão, assim, de mais funcionários.

Outra medida, ainda em estudo e que avançará apenas numa segunda fase do projecto, passa pelo estabelecimento de protocolos com o Instituto de Emprego e Formação Profissional para a criação de empregos "para quem mais necessita", explica o cónego Francisco Crespo.

No futuro, o patriarcado pondera avançar com a construção de equipamentos de prestação de cuidados de saúde continuados a nível paroquial, para libertar camas nos hospitais, actualmente ocupadas por alguns doentes que podem ser acompanhados noutras instituições. Neste momento, estão já a decorrer contactos com o Ministério da Saúde.

A prioridade actual passa, contudo, por dar de comer a quem tem fome, sublinha o responsável do patriarcado de Lisboa, referindo que as paróquias têm sentido muito o aumento da crise e da procura de ajuda. "Temos cada vez mais gente a bater-nos à porta e sabemos que isto não vai acabar," diz Francisco Crespo.

Em articulação com a Cáritas diocesana, pretende-se reforçar o serviço de refeições nos centros sociais e aos idosos que vivem sozinhos, o acesso aos cuidados de higiene e a distribuição de roupas. Outra prioridade é apoiar as pessoas no pagamento dos créditos à habitação e das rendas, para que não percam o direito à sua casa.

"As situações serão estudadas caso a caso. O objectivo é envolver ao máximo as comunidades locais e, quando isso não for possível, encaminhar os pedidos para a Cáritas diocesana que não dará ajuda directamente às pessoas, mas apoiará quem está no terreno", explica Francisco Crespo. Para financiar estas acções, o projecto conta já com mais de dez mil euros - uma verba ainda insuficiente -, mas o grupo coordenador da diocese está já a recolher contributos monetários junto das empresas e da banca. Serão ainda lançadas campanhas de recolha de fundos, nomeadamente através da Rádio Renascença, apelando à generosidade de todos.

O desafio lançado por D. José Policarpo aposta numa maior responsabilização dos padres na missão de ajudar os pobres. Por isso, e em ano de crise, para o encontro que anualmente costuma reunir apenas os responsáveis dos centros sociais foram convocados todos os párocos, mesmo os que não têm a seu cargo instituições de acção social, apurou o DN. Estes deverão ir acompanhados por um leigo da sua paróquia. Actualmente, ainda há paróquias sem centros de apoio social.

O encontro do clero decorrerá na manhã de sexta-feira, no Centro de Espiritualidade do Turcifal, em Torres Vedras, onde haverá também um espaço de partilha de experiências que já estão a correr nas paróquias. O Projecto Igreja Solidária será apresentado pelo departamento da pastoral socio-caritativa aos padres e bispos e entrará imediatamente em vigor, não tendo data para terminar, uma vez que não se antevêem sinais de retoma económica.

Francisco Crespo considera ainda que, na área social, a prioridade tem de passar também pela aposta na formação dos técnicos que trabalham nas instituições, pois a Igreja "não pode ajudar por ajudar, nem apenas abrir os cordões à bolsa". Fazer melhor acção social, acrescenta, passa por fazer um levantamento mais rigoroso das necessidades das pessoas, responsabilizando-as na construção do seu futuro, e dando respostas mais integradas.