Não há cobardia maior do que
advogar, legalizar, organizar, subsidiar e manutenir a matança de pessoas
humanas na sua fase embrionária quer através daquela pseudocontracepção, que de
facto funciona como abortiva precoce, quer por meio do aborto cirúrgico, quer
pelo químico, quer pela selecção de embriões humanos, quer pela investigação
letal nos mesmos, quer pela fecundação extra-corpórea, quer pela congelação
concentracionária das nessas fases iniciais da sua existência, quer pela
clonagem humana, “terapêutica” ou reprodutiva.
Afirmo categoricamente e sem
hesitação alguma que a suprema cobardia consiste nesta dizimação, sem
precedentes na história da humanidade, dessa multidão incontável de pessoas
inocentíssimas, totalmente indefesas, e eminentemente frágeis e vulneráveis. Adianto
com a mesma firmeza e segurança que esse acovardamento é maximamente odioso e
deve ser detestado como extraordinariamente execrável e extremamente detestável.
O vício do ódio, pecado gravíssimo,
consiste na rejeição do amor a Deus e ao próximo, o qual é claríssimo e manifesto
no caso em apreço, pelo menos no que diz respeito ao segundo Mandamento. O ódio
é o oposto do amor, sendo que este tem por objecto o bem e aquele, o mal.
S. Tomás ensina que o próximo se
deve amar em Deus e consequentemente segundo a natureza e a Graça, e nunca na
malícia do pecado. Adiantando que se deve odiar o pecado na pessoa mas não a própria
pessoa. As suas palavras são luminosas: “ … o facto de odiarmos a culpa e a
falta de bem nos irmãos deve-se ao amor que lhes temos. De facto, querer o bem
de uma pessoa e odiar o seu mal é tudo o mesmo.” (I-II, q. 29, a. 3).
Mário Soares teve em 1984 a gravíssima
e funestíssima responsabilidade de introduzir a legalização do aborto provocado,
em Portugal, e de acentuar a sua pesadíssima culpa com o apoio à liberalização
do mesmo em 2007. Passos Coelho militou igualmente em favor da liberalização e,
agora, como primeiro-ministro, com um acovardamento singular, mantem,
consolidando-as, todas as políticas que provocam a matança generalizada dos
nossos preciosos e queridíssimos irmãos mínimos.
Realmente não sei se será fácil
encontrar alguém mais caguinchas, para usar uma expressão que ouvia na minha
meninice, do que estes personagens nem atitudes mais odientas.
14. 01. 2013