terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cinquenta e Três


Em Portugal, jardim à beira-mar plantado, num universo de 10 milhões de habitantes, todos os dias se matam, com o patrocino do estado e ao abrigo da “lei”, 53 crianças nascentes(1) – 371 por semana, 1. 500 por mês, 19. 345 por ano.

Em Portugal, país de brandos costumes, todos os dias se chacinam 53 crianças nascentes, 371 por semana, 1. 500 por mês, 19. 345 por ano.

Em Portugal, os políticos que continuamente apelam à moderação e ao bom senso instituíram, com a complacência e cumplicidade dos eleitores, o crime legalizado que todos os dias extermina 53 crianças nascentes, 371 por semana, 1. 500 por mês, 19. 345 por ano.

Em Portugal, país com níveis de contracepção na ordem dos 80% e com o aumento exponencial de esterilizações, todos os dias se homicidiam 53 crianças nascentes, 371 por semana, 1. 500 por mês, 19. 345 por ano.

Em Portugal, país maioritariamente católico, trucidam-se todos os dias 53 crianças nascentes, 371 por semana, 1. 500 por mês, 19. 345 por ano.

Em Portugal, país de Fátima, esquartejam-se todos os dias 53 crianças nascentes, 371 por semana, 1. 500 por mês, 19. 345 por ano.

Em Portugal, considera-se que um político que promulgou a “lei” assassina ao abrigo da qual se torturam e destroem diariamente 53 crianças nascentes, 371 semanalmente, 1. 500 mensalmente, 19. 345 anualmente é fiável, a escolha natural para a presidência da república, a única esperança para o país, o messias que o salvará.

E se ele morrer antes das eleições?


Nuno Serras Pereira

28. 12. 2010



(1) Neste número não estão incluídos todas aquelas, e são imensas, que são eliminadas nos laboratórios, através da procriação artificial, e as que são assoladas por alguma impropriamente chamada “contracepção”.