sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Infovitæ: uma lição de persistência, de apostolado, de informação e de formação


João Paulo Malta

Há 12 anos atrás, meses antes do referendo de 98, tendo sabido da celebração, a este propósito, de uma missa na Basílica da Estrela, lá me dirigi. A multidão era grande, fiquei quase à porta.

O sacerdote era jovem, alto, de barba. Não o conhecia; nunca fui ligado a movimentos organizados dentro da Igreja e, embora tivesse estado presente na luta, como estudante de Medicina, logo desde 1982, estava afastado da estrutura do movimento próvida.


E fiquei fascinado; ali estava um homem que dizia, de braços abertos, com voz forte, o que eu achava que se devia dizer: que o aborto era um crime hediondo, um atentado à dignidade do Homem, um pecado mortal! A ideia que retive foi a de um padre sem medo, um padre realmente comprometido com Cristo, pondo a voz e a Verdade da Igreja ao lado dos mais desprotegidos, não hesitando em reafirmar a condenação do aborto, como acto imoral.

Era a Igreja a gritar ao Mundo.

Marcou-me; realmente; não o digo agora, digo-o desde então, porque o sinto.

Mais tarde fui com ele travando conhecimento pessoal. Quando conhecemos melhor alguém, deparamos com aspectos que nos agradam e com características menos apelativas e vamos formando uma apreciação, eventualmente diversa da inicial. Não minto se disser que o Pe. Nuno nunca deu azo a que a minha impressão primeira se desvanecesse. Deu-nos, sempre, a todos, um exemplo de dedicação a Jesus e aos irmãos mais pequenos; de coragem frente à provação; de recusa e horror ao Mal.

E são estas características que o obrigam a proclamar alto, apesar da incompreensão, dos epítetos, dos rótulos.


São elas que o impelem a ser uma referência na cultura da vida que me impressiona de cada vez que discutimos um assunto, seja ele qual for. Recordo, com muita saudade, as reuniões da Direcção Nacional da Associação dos Médicos Católicos Portugueses de que era Assistente Nacional. Os seus imensos conhecimentos foram essenciais, verdadeiramente essenciais, na nossa actuação.


São, ainda, elas, as responsáveis por este veículo de informação de que celebramos o 10º aniversário. O Infovitæ tem sido uma lição de persistência, de apostolado, de informação e de formação.


Só o Pe. Nuno seria capaz de o fazer porque, para organizar tanta matéria, ao longo de tantos anos, sem desfalecer; para compilar tanta notícia; para escrever tantos artigos; são necessárias horas infindas, sonos perdidos e, até, uma solidão acrescida. Na prática, é preciso ter morrido um bocadinho, muitas vezes, por Amor.


Quando me decidi a escrever um artigo a propósito dos 10 anos do Infovitæ, pensei que me sairia do teclado uma análise a este nosso indispensável " jornal ". Saiu-me uma homenagem ao seu autor. É justo que assim seja.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Eutanazis


1. Em Itália tem sido manifesta a conspiração encarniçada para matar Eluana Englaro, uma paciente que se encontra em estado vegetativo persistente, em virtude de um acidente padecido há 17 anos.


Contrariamente ao que tem noticiado a nossa comunicação social e opinado os cronistas da nossa praça Eluana não se encontra “ligada à máquina”. Tudo indica que é dotada de consciência embora não consiga comunicar de um modo normal. A sua situação não pode dizer-se definitiva, pois já tem havido casos de reversibilidade. Há muitos anos que não toma sequer um antibiótico, não tem feridas nem escaras. De noite fecha os olhos e dorme, de dia abre-os e permanece desperta, o coração bate como o de qualquer outra pessoa, respira normalmente e tem o ciclo menstrual como qualquer outra mulher. De manhã é-lhe feita higiene, depois é conduzida a um ginásio onde lhe exercitam os membros. Todos os dias vai passear numa cadeirinha ao jardim. À noite é-lhe colocada uma sonda pela qual recebe os alimentos e a hidratação. Assim era a sua vida até ontem numa clínica de freiras católicas. De noite, a hora das trevas, foi arrebatada a uma outra onde se preparam para matá-la à fome e à sede num agonia lenta e cruel. Por detrás desta decisão está a obsessão, um fenómeno que pode ser provocado ou pelo menos aproveitado pelo Maligno, de seu pai que conjurado com sectores necrófilos dos tribunais, da política e da comunicação social conseguiram um “golpe de estado” através de decisões judiciais enviesadas que se substituíram ao legislador, com o objectivo de introduzir por essa via a legalização da eutanásia nesse país.

Entretanto, a Igreja e a sociedade civil tem tido uma mobilização verdadeiramente extraordinária em defesa desta pobre rapariga (para os brasileiros moça) contra quem tantos se assanham com um ódio e uma fereza mascarados de amor e compaixão, como sucedeu na Alemanha nazi, e é habitual nestes casos para iludir e seduzir a opinião pública. Declarações episcopais, presença continuada e constante, desde há muito, na comunicação social da Igreja, movimentações a nível político, magotes de fiéis em oração nas Igrejas e na via pública, etc.

Também nós embora longe podemos ajudar com as nossas orações e sacrifícios rezando pela conversão do pai de Eluana, para que se converta, e por ela para que seja salva de um assassínio bárbaro. Ainda vamos a tempo.

2. Em Portugal os eutanazis também estão conjurando nas suas lojas maçónicas e noutros antros pestilentos no modo mais eficaz de legalizar a eutanásia. Falam agora da necessidade de introduzir o “testamento vital” que, a acreditar nos jornais, Rui Nunes, presidente da associação portuguesa de bioética (?), afirma cavilosamente nada ter a ver com aquela. Provavelmente, dentro em pouco, começarão a possibilitar um caso limite qualquer para exigir, como os nazis, em nome da misericórdia a sua matança por suicídio assistido ou por homicídio eutanásico. Recorrerão as todas técnicas, subliminares e sofisticadas, de modo a incutir no povo um medo tamanho do sofrimento, exagerando e intrujando, de modo a que as pessoas dêem por bom, aquilo que é péssimo.

3. A Igreja, quando escrevo a Igreja não falo da Igreja em si que é Santa e Imaculada mas nos seus membros, a Igreja, dizia, em Portugal continua a ser uma enorme desilusão no que diz respeito à defesa da vida. Há muitos anos que ela sabe, por exemplo, que o cerco eutanásico se está a apertar e, no entanto, é incapaz de educar o seu povo, como aconteceu, e continua, com as questões do aborto, da contracepção e da fecundação artificial extra-corpórea. É claro que faz muito no serviço à vida nos variados sectores caritativos e assistenciais e algo fará seguramente nos bastidores. Mas ainda não percebeu que estes temas não são tabus e que tem de formar a consciência dos fiéis nos vários sectores da sua pastoral; também não entendeu que faz parte integrante e, num certo sentido primordial, da evangelização cultural e que é a mais grave questão social. Existe um pudor tal em abordar habitualmente estas questões, o que não sucede com outras, que se procura evitar falar nelas com uma determinação semelhante à que se tem para não dizer palavrões durante as homilias ou nas entrevistas na comunicação social.

Como resultado deste absurdo temos quinhentas mil pessoas venerando, em honra de Seu Filho, a Imagem de Nossa Senhora quando vem a Lisboa ou no Santuário de Fátima sendo que dessas a grande maioria secunda a experimentação letal em seres humanos na sua fase embrionária, votou favoravelmente a liberalização da matança dos inocentes no seio de suas mães e apoiará o iniquamente chamado “casamento” entre homossexuais, e a eutanásia. E esta malta dorme descansada!

Não haverá Cardeal, nem Bispo, nem Padre, nem fiel leigo a quem isto tire o sono!?

Eu espanto-me e tremo diante da minha tibieza. Mas também me admiro com as mariquices medricas e preguiçosas de tantos casais e jovens, que conheço, instalados confortavelmente numa Fé adormecida, para não dizer cadavérica.

Nuno Serras Pereira

05. 02. 2009

A Pedrada



Os quatro irmãos mais velhos, sendo eu o mais novo, quando éramos jovens, passámos grandes temporadas juntos na cidade de Abrantes, em casa da nossa avó paterna, viúva de há muito, desde os 17 anos de meu pai, que vivia em com a tia Mená (único jornalista português presente no Concílio Vaticano II), casada com tio Fernando, que veio a morrer num acidente de automóvel. Os avós maternos eram do Porto onde íamos em alternância a férias. A casa de S. Miguel dos avós do Porto, agora propriedade do Ministério da Cultura, tinha sido concebida e desenhada pelo avô, que tinha cursado engenharia na Bélgica, em estilo clássico com uns longes de Versalhes. Esta mansão tinha um grande jardim com um grande lago onde nadavam patos, um corte de ténis onde o tio Chico, que foi campeão nacional dessa modalidade, ensinava os filhos e sobrinhos a jogar, uns vastos relvados onde o mesmo tio treinava golfe e enormes arvoredos sombrosos. Por haver muito espaço, em três cantos do jardim foram construídas três moradias, com os respectivos jardins, para os filhos, exceptuada minha mãe porque os meus pais preferiram viver em Lisboa. Mesmo assim os três filhos mais velhos nasceram no Porto enquanto os quatro mais novos em Lisboa. Fica, pois, esclarecido que, como disse no início, sou o mais novo dos mais velhos e o mais velho dos mais novos. Na perspectiva optimista essa situação concedeu-me, pelo lado dos mais velhos, a possibilidade de aprender a seguir e obedecer e, pelo dos mais novos, a de liderar e arrastar; na pessimista, criou em mim uma indefinição ou mesmo um problema de identidade que marcando-me indelevelmente me obrigará a vagabundear até à hora da morte à procura do meu eu. Se, porventura, alguém o encontrar tenha a bondade de o capturar e entregar-mo; pode ser que o consiga encaixar em mim. Mas dizia eu (este eu é uma maneira de dizer, uma vez que ele anda por aí) que os meus tios e primos (de facto, a maioria eram primas) viviam naquele oásis em que nos acolhiam e pouco saíamos a não ser para ir ao cinema ou à discoteca (naquele tempo “boite” - buáte) e pouco mais.

A casa de Abrantes, pelo contrário, tinha, comparativamente, um pequeno quintal com jardim. Embora ampla não se comparava em extensão à do Porto e talvez por isso passávamos a maioria do tempo na rua e nos campos à volta da pequena cidade, que naquele tempo ainda era florida.

Acompanhante de sempre era o Armando, filho mais velho do Sr. Vieira (nosso jardineiro) e da Maria Florinda, um casal com uma ranchada de filhos, que nos estimavam muito e nós a eles. O Armando, hoje bombeiro, como o foi o pai, tinha uma capacidade inventiva notável e um bom humor maroto. Ainda me lembra da tia Mená que me preparava juntamente com ele (embora ele fosse mais velho) para a primeira Comunhão, lhe ter perguntado: Armando como é que se lava a alma?; ao que ele respondeu com o ar mais cândido do mundo: com água e sabão minha senhora. O seu forte podia não ser a catequese mas para coisas práticas não havia melhor. Entre outras era ele que nos fazia as fisgas com as quais íamos à caça de pássaros, e mais algumas coisas que será melhor não recordar.

Das muitas tropelias a que nos dávamos lembro uma em que nos dividimos em dois batalhões que declararam guerra um ao outro. Um deles era comandado pelo meu irmão mais velho, o general Miguel, que nomeou Brigadeiro o Toy, um fox terrier de manchas pretas e brancas e muito aguerrido, mais abaixo, incluindo o Gonçalo, estavam mais alguma rapaziada que alinhava connosco. O outro pelotão, liderado pelo Armando tinha-me a mim, ao Luís, e o resto do bando. As armas eram calhaus. O terreno de combate, o olival e os barrancos que iam das traseiras da Igreja de S. Vicente até às traseiras do Colégio das Irmãs Doroteias, onde às vezes íamos espreitar as moças durante os recreios, acenado sempre à Nelita, filha adoptiva do tio-avô Júlio, oficial que tinha combatido com bravura na 1ª Grande Guerra, e da tia Matilde.

A batalha decorreu com normalidade – correrias, escondimentos, armadilhas lançamentos, esquivezas, apedrejamentos.

Como se aproximasse a hora da merenda, nome que a avó dava com toda a propriedade ao que nós chamamos lanche, o Miguel, como primogénito, deu voz de acabar e ordem de marcharmos em paz. Um dos irmãos que combatia do meu lado, distraído como era, apanha um pedregulho, faz pontaria ao Miguel, atinge-o na cabeça, e pula de contente gritando orgulhosamente: acertei-lhe!, acertei-lhe! E todos nós, incluindo o mais velho, à uma: grande estúpido não vês que o jogo já tinha acabado!!! E lá fomos, indignados com aquela falta de respeito pelas regras, levá-lo, escorrendo sangue, ao hospital.

Talvez o hábito de partirmos tanto a cabeça nos levasse a desvalorizar o facto. Mas, não sei porquê, isto faz-me lembrar de algum modo a política em Portugal. O que interessa, como é patente no caso do aborto, não é a pessoa humana, se matamos ou deixamos de matar. O que importa é se cumprimos as regras que fizemos.

Mesmo agora a propósito do Freeport anda a turbamulta da comunicação social, dos políticos, das polícias e do ministério público numa enorme agitação e frenesim, numa convulsão vertiginosa, numa curiosidade angustiada em saber se o primeiro-ministro aceitou ou não subornos, a que chamam “luvas”, quando era ministro do ambiente do governo de António Guterres.

Longe de mim negar a importância do assunto, mas convenhamos que comparativamente à liberalização do homicídio/aborto em que toda a gente sabe e conhece as responsabilidades que ele teve, já como primeiro-ministro já como líder do partido socialista, a questão torna-se quase irrelevante. Por isso toda essa gente me faz lembrar garotos traquinas e irresponsáveis que precisam de amadurecer. E não me parece de todo indicado que o país esteja a ser conduzido por cachopos estroinas e doidivanas.

Nuno Serras Pereira
02. 02. 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sei quem Tu és: o Santo de Deus.

Rui Corrêa d' Oliveira
03. 02. 2009

«Sei quem Tu és: o Santo de Deus.»
Esta afirmação firme e clara não saiu da boca de um santo,
mas, diz-nos o Evangelho, que foi dita pelo maligno.
 
A certeza de que Jesus é o Filho de Deus,
o nosso Senhor e o nosso Salvador,
é uma evidência que até o Seu maior inimigo conhece e afirma.
 
Deus fez Suas todas as criaturas
A quem concedeu inteligência, vontade e liberdade,
para que para Ele caminhassem por sua livre escolha.
 
A mim, foi-me dada a graça singular do Baptismo,
pela qual fui enxertado em Cristo,
tornando-me Sua pertença e recebendo a Deus por Pai
que lançou no meu coração a sede insaciável do seu Amor.
 
Mas não posso nunca esquecer
de que apesar de toda a graça recebida,
Deus respeita a minha liberdade até ao extremo limite
de O poder vir a recusar.
 
Esta consciência, só não é uma vertigem
que me bloqueia e me pode levar à desesperança
se for vivida na confiança
de que a sua misericórdia é maior que o poder do maior mal.
 
É este caminhar assim desperto, atento e consciente,
para a grandeza daquilo que Deus quer que eu seja
que me faz perguntar com o mesmo espanto do salmista:
«que é o homem para te lembrares dele,
o filho do homem para com ele te preocupares?»

Como não sentir compaixão pelos que só medem a força e o poder da Verdade pelo grande número?


St. Atanásio


«De Deus devemos esperar a força e as luzes necessárias para combater a mentira e o erro e a Ele recorreremos para obtê-las. Ele é o Deus da Verdade, Ele nos tirou do seio do erro e da ilusão, Ele nos diz no fundo do coração: “Eu sou a Verdade”, Ele sustenta nossa esperança e anima nosso zelo, quando nos diz: “Tende confiança, Eu venci ao mundo.” Depois disso, como não sentir compaixão pelos que só medem a força e o poder da Verdade pelo grande número? Esqueceram, portanto, que Nosso Senhor Jesus Cristo não elegeu senão doze discípulos, gentes simples, sem letras, pobres e ignorantes, para opô-los, ao mundo inteiro, e que não lhes deu, como única defesa, senão a confiança Nele?…


Quão admirável é à força da Verdade! Sim, a Verdade é sempre vencedora, ainda que esteja sustentada por um número muito pequeno. Não ter outro recurso senão o grande número, recorrer a ele como a uma muralha contra todos os ataques, e como a uma resposta para todas as dificuldades, é reconhecer a debilidade de sua causa, é convir na impossibilidade em que se está de defender-se, é, numa palavra, reconhecer-se vencido…


Que vosso grande número me apresente a Verdade em toda sua pureza e seu brilho, estou disposto a render-me e minha derrota é segura; mas que não me dê como prova e razão nada mais que seu próprio grande número e sua autoridade: é querer causar terror e dar medo, mas de nenhum modo persuadir-me quando dez mil homens se tivessem reunido para fazer-me acreditar em pleno dia que é de noite, para fazer-me aceitar uma moeda de cobre por uma moeda de ouro, para persuadir-me a tomar um veneno descoberto e conhecido por mim, como um alimento útil e conveniente, estaria obrigado por isso a crer-lhes? Portanto, já que não estou obrigado a acreditar no grande número, que está sujeito ao erro nas coisas puramente terrestres, por que quando se trata dos dogmas da religião e das coisas do céu, estaria eu obrigado a abandonar aos que estão afeiçoados à Tradição de seus Pais, aos que crêem com todos os que foram antes que eles… Por que, digo, estaria eu obrigado a abandoná-los para seguir a uma multidão que não dá nenhuma prova do que afirma? … “Não sigais a multidão para fazer mal, nem o juízo te acomode ao que parece do maior número, se com isso te desvias da verdade”».

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O Infovitae tem sido sempre uma voz de verdade

Maria José Vilaça

2 de Fevereiro de 2009


Não posso dizer muito mais sobre o Infovitae do que o que tem sido dito por vários amigos, todos mais dotados para a escrita do que eu e todos com uma visão muito mais baseada na realidade da luta pró-vida do que eu.


A bem dizer, a minha área de trabalho tem sido principalmente o outro lado. Isto é, o lado “depois do pecado”, o lado da misericórdia e do perdão. É o lado onde a miséria humana se encontra com a misericórdia de Deus. Digamos que não trabalho tanto na prevenção, mas mais na remissão. E devo dizer que é com imensa alegria que o faço. Não com a alegria de constatar o pecado, mas com a alegria de constatar a redenção! Posso dizer todos os dias, como Santo Agostinho, “Feliz culpa que nos fez merecer tão grande redentor!” Posso dizer todos os dias “Senhor, na minha fraqueza dou graças pela Tua força; perante o meu pecado mendigo a Tua santidade; na minha debilidade revela a Tua glória”. E estou plenamente convencida de que a redenção é o mistério que torna a nossa humanidade mais perto da divindade, mais verdadeira. A humanidade verdadeira é a humanidade redimida. É a humanidade que contemplamos em

Cristo que nos diz o que nós somos chamados a ser.


O Infovitae, essa voz que clama no deserto, esse dedo que nos aponta o destino, esse coração que não nos deixa adormecer, tem sido uma companhia e uma provocação neste caminho. Porque o Infovitae não é um “profeta da desgraça”, nem um grito desesperado dum perigoso fundamentalista… O Infovitae tem sido sempre uma voz de verdade.


Hoje, 2 de Fevereiro, a Igreja celebra a Apresentação de Jesus no Templo, invoca Maria como Nossa Senhora da Luz ou Nossa Senhora da Candelária e dedica o dia aos consagrados. Recordando as palavras do velho Simeão, recordamos que Jesus foi apresentado justamente como sinal de contradição ao mesmo tempo que se anunciava a cruz como caminho de salvação – “eis que uma espada atravessará o teu coração”. Foi por isso que fiz questão de escrever ao Infovitae, precisamente hoje!


Que Deus abençoe o Pe.Nuno e que ele, como consagrado, unido a Cristo, continue a ter a coragem de ser sempre um sinal de contradição no nosso mundo.


Mas foi também o encontro com Jesus que deu a Simeão a serenidade para dizer “Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação” Porque quem conhece a verdade, está na luz e nada teme. "Eu, a luz, vim ao mundo para que aquele que crê em mim não permaneça nas trevas" Jo 12,46.


Por isso convido quem ler estas palavras a associar-se a uma acção de graças pelo Infovitae, para que seja sempre a voz que aponta a luz, a voz que denuncia a queda mas também a voz que anuncia o ressurgimento!


Obrigada Pe.Nuno, pelo dom que faz da sua vida.