sábado, 28 de setembro de 2013

Respostas eminentemente pastorais e prontas - por Nuno Serras Pereira



28. 09. 2013

Nós, sacerdotes, somos assaltados com miríades de perguntas surpreendentes sobre assuntos que cuidávamos serem consabidos de todos. Eu tenho gasto muito tempo quer por conversas quer por escrito em procurar responder longamente explicando com minúcia o que Nosso Senhor ensina através da Sua Igreja. Mas descobri agora que tenho andado enganado e que há um método expedito e altamente esclarecedor – responder a uma pergunta com outra que deixa o conteúdo da interrogação em aberto e remata para o olhar afectuoso de Jesus.

Daqui em diante quando me perguntarem se a Igreja aprova:

a) o adultério deverei responder: Deus, quando olha para uma pessoa adúltera, aprova a sua existência com afecto ou rejeita-a, condenando-a?

b) o salário injusto deverei retorquir: Deus, quando olha para uma pessoa injusta, aprova a sua existência com afecto ou rejeita-a, condenando-a?

c) os sacerdotes predadores sexuais que das crianças deverei replicar: Deus, quando olha para a pessoa do sacerdote que comete esses abusos, aprova a sua existência com afecto ou rejeita-a, condenando-a?

d) a matança de judeus por parte de nazis deverei retrucar: Deus, quando olha para uma pessoa nazi, aprova a sua existência com afecto ou rejeita-a, condenando-a?

e) o abortamento de milhões de pessoas nascituras por parte dos controladores demográfico e patrões e empregados da indústria do aborto deverei volver: Deus, quando olha para essas pessoas matadoras, aprova a sua existência com afecto ou rejeita-as, condenando-as?

f) a imensidade de idosos eutanasiados socialmente ou “medicamente” deverei ripostar: Deus, quando olha para essas pessoas eutanazis, aprova a sua existência com afecto ou rejeita-as, condenando-as?

g) o terrorismo que dizima multidões de inocentes deverei tornar: Deus, quando olha para essas pessoas terroristas, aprova a sua existência com afecto ou rejeita-as, condenando-as?
Ora aí está uma pastoral esclarecida e fecunda.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Misericórdia - por Nuno Serras Pereira



27. 09. 2013

Algum tempo depois de, como filho pródigo, ter regressado à Igreja, isto é a Jesus Cristo total, Cabeça e corpo, para usar uma expressão de Santo Agostinho, comecei a ler o jornal L’ Osservatore Romano na sua totalidade – Pontificava então o Papa Paulo VI. Este hábito de ler tudo o que promanava dos Santos Padres tem-se mantido até os dias de hoje. Provavelmente aqueles que não estão a par das coisas eclesiais não saberão que isto significa que li e meditei muitos milhares, mas mesmo muitos, de páginas. Já não tenho grande memória de Paulo VI, mas no que diz respeito a João Paulo II e a Bento XVI posso testemunhar que os seus pontificados foram marcados essencialmente pelo Amor/Misericórdia. Não me refiro somente à Encíclica de João Paulo II sobre Deus rico em Misericórdia (tema que está presente em todos os seus documentos e talvez de um modo mais marcante na Veritatis Splendor, na Evangelium Vitae e na Redemptoris Missio) ou às de Bento XVI sobre a Caridade /Amor/Misericórdia. Mas esses luminosos Pontificados foram marcados por uma proximidade, um abeiramento samaratiano de cada pessoa humana, desde o seu início até ao seu termo. Se há verdade que o mundo e a Igreja têm escutado até à saturação, que ninguém desconheça dentro e fora da Igreja, a não ser os recém-nascidos, é que Deus é Misericórdia. Não há homilia que o omita, nem catequese que só disso fale, nem artigo de opinião ou entrevista radiofónica ou televisiva a católicos, Cardeais, Bispos, sacerdotes ou leigos que nisso não insista. Isso é muito claro, por exemplo, quando conversando com pessoas que se dirigem a uma “clínica” ou “maternidade” ou hospital para abortarem dizem que não faz mal nenhum matarem a seus filhos, porque Deus é misericordioso e perdoa: “não faz mal”, asseguram com um sorriso. É mesmo em nome da Misericórdia que catequistas ensinam as suas crianças sobre a bondade do aborto, da contracepção, da homossexualidade e do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo; e também sacerdotes, até no confessionário, aconselham essas coisas, tudo em nome da Misericórdia. Um ministro da Comunhão, só para dar um exemplo, obrigou a sua filha abortar e, apesar de isto ser público e notório, tanto o pároco como o Bispo acharam, em nome da misericórdia, por bem que ele continuasse a distribuir a Sagrada Comunhão. A mesma misericórdia serve ainda de justificação aos políticos que se intitulam católicos, votarem favoravelmente a eutanásia, o aborto, o casamento “gay”; e de pretexto a Bispos e Cardeais de lhes darem entusiasticamente a Sagrada Comunhão e de os convidarem, como exemplos, para palestrarem ao povo de Deus. Essa pastoral, da “misericórdia” e do “amor” vazios de conteúdo, conhecemo-la aqui na Europa há muitos anos e os seus resultados estão à vista – não podiam ser mais devastadores. 


Evidentemente que nem S. João Paulo II nem Bento XVI são responsáveis por estes abusos, pelo contrário. Mas não me venham dizer que somente agora é que a Igreja anunciará a Misericórdia de Deus e o amor de Jesus como Salvador como contexto para tudo o mais. Porque afirmar isso é uma falsidade infame. Se há ícone da Misericórdia que ficará como eminente na história da Igreja esse será sem margem para dúvida o Papa João Paulo II. Já nos esquecemos dos milhões de pessoas que ele converteu ou aproximou da Igreja e de Deus, das multidões inumeráveis que se abeiraram da confissão sacramental, etc., etc.? Mas este mesmo Papa que estendeu a devoção da Divina Misericórdia (Santa Faustina) e proclamou o Domingo depois do da Páscoa como Domingo da Misericórdia (e Deus veio buscá-lo nessa solenidade para o levar para junto de si) percebeu muito bem que não se podia somente insistir nessa tecla mas que era preciso dar-lhe um conteúdo substancial e aí tinha, nos dias de hoje, uma proeminência vital o aborto e eutanásia (Evangelium vitae - defesa da vida nos seus momentos mais vulneráveis), os ataques à família (Familiaris consortio; carta às famílias; direitos da família) e a contracepção (Teologia do corpo – como comentário à Humanae vitae). As vítimas, os feridos, mutilados, desfeitos, estilhaçados por essas violências brutais – nos dias de hoje perante a avalanche imensa de estudos e dados empíricos, é impossível ignorá-los – são infinitamente maiores do que as vítimas das guerras horrorosas, a que todos nos opomos. E, no entanto, ninguém, nem mesmo eu!, na Igreja quer ou pede que se insista somente nesses assuntos - de onde terá surgido ideia tão insólita e abstrusa? O que espanta nos dias de hoje é o silêncio sepulcral sobre eles ou raridade (se tivermos em conta os documentos da Santa Sé e dos Episcopados o aborto, o “casamento” gay e a contracepção muito provavelmente não representarão sequer 0, 1 por cento dos assuntos tratados) com que são abordados e a insistência em outros pontos que também são morais e também “vêm depois”: a guerra e a paz, a pobreza, os refugiados, os imigrantes, os doentes, etc. (assuntos aliás de que todo o mundo fala com consenso universal).


Todos os anos se celebra o dia mundial da Paz acompanhado de oração em todas as Igrejas do mundo, com homilias, palestras, conferências; há sempre uma longa mensagem dos Santos Padres amplamente difundida não só pelos órgãos da Igreja mas também pelos grandes média e pela internet – blogues, redes sociais, etc. O tema costuma reaparecer diversas vezes ao longo do ano quer no Angelus do Santo Padre, quer nas suas Catequeses, quer nas Dioceses, quer nas orações universais das Missas de Domingo, quer no terço diário rezado nos grandes Santuários Marianos. E de vez em quando os Papas convocam vigílias de oração não só em Roma como por todo o mundo, congregando centenas de milhares de pessoas, só na praça de S. Pedro, e ali estão 3 ou 4 horas em oração. Todos os anos há o dia das migrações e a respectiva mensagem e as peregrinações e se for preciso um Papa deitando uma coroa de flores aos mares por causa das centenas de vítimas de traficantes sem escrúpulos. E há ainda o dia dos doentes, também com uma mensagem papal e com preces nas Igrejas por todo o orbe (que aliás acontecem praticamente todos os dias nas Missas e na Liturgia das Horas e nos Terços desfiados nos Santuários Marianos). Nas audiências os enfermos são abençoados, acariciados, abraçados; em todas as viagens apostólicas os Papas sempre se querem encontrar com eles e dirigir-lhes uma palavra, confortá-los. E podíamos continuar dando mais exemplos da solicitude materna da Igreja pela grande maioria dos já nascidos. 


Creio que não passará pela cabeça de ninguém (talvez tenha ocorrido a Nietzsche, mas não se trata de uma cabeça propriamente recomendável) dizer que se trata de uma obsessão e que a Igreja não pode estar sempre a insistir no mesmo. Ora a verdade, como é patente a todos, é que as pessoas na sua etapa embrionária e nascitura não têm, repito, não têm um ínfimo da atenção, solicitude e diligência por parte da Igreja que todos estes outros. O Santo Padre num Angelus referiu, e muitíssimo bem, que tinha ficado com o coração ferido ao ver na tv os mil e tal mortos, entre os quais muitas crianças, num ataque na Síria. Mas não lhe sangra, e se sangra não poderá dizê-lo também?, os mais de mil mortos num só dia trucidados em Itália e em França? Porque não depositar uma coroa de flores e celebrar Missa à porta de um Hospital ou de uma clínica onde se dizimam bebés – é impopular, não é? Mas estou em que é de toda a justiça. Porque não convocar um dia de jejum e oração universal pelos 50 milhões de pessoas abortadas anualmente (falo só dos cirúrgicos)? Por que não receber sobreviventes de abortos falhados e falar disso? e mulheres que abortaram e que publicamente dizem do seu arrependimento? e matadores em série de embriões e nascituros que foram convertidos pelos obcecados fanáticos? e os predadores homossexuais que foram curados? e os casais desfeitos por causa da contracepção que em virtude da aprendizagem dos “métodos” naturais reencontraram o amor e o equilíbrio? e os estilhaçados por “tratamentos artificiais” que para conseguirem ter filhos mataram uma data deles e não tiveram sucesso vindo depois a encontra-lo na Napro technology? Os cristãos que se têm empenhado nesta missão evangélica são misericordiosos, tomam a seu cargo as pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano que lava, limpa, unge, levanta o seu próximo com pureza evangélica sabendo que Deus é maior que qualquer pecado. Pela Graça de Deus são capazes aquecer os corações das pessoas, de caminhar na noite com elas, de dialogar de descer às suas noites, nas suas trevas, sem perder-se. Não se limitam a acolher e receber as pessoas mas procuram novos caminhos saindo de si mesmos e indo ao encontro de quem abandonou a Igreja, ou nunca a frequentou ou lhe é indiferente ou mesmo hostil E fazem-no com grande audácia e coragem.


Porque é que se pode falar, como uma insistência desusada em tantos outras questões morais tais como mundanidade, carreirismo, maledicência, cobiça, etc., e não nas outras? Qual o contexto?


Os Papas João Paulo II e Bento XVI que celebraram com grandes festejos, incendiando os corações no amor a Jesus Cristo, os encontros mundiais da juventude sempre consideraram que havia o contexto adequado para falar do aborto, da defesa da vida. Hoje, pelos vistos, nega-se, apesar dos pedidos dos jovens e casais, o que parecia adquirido e vem-se a público lamentar a discordância e acoimá-la de obsessão. Isto sim, é uma novidade. Que se anuncie primeiro Cristo e o Seu Amor não o é, sempre foi assim, e se alguém nos quiser persuadir do contrário teremos de lhe dizer com toda a reverência que anda muito enganado. E lembrar-lhe que muitos, muitíssimos por o fazerem são presos, escorraçados, vilipendiados, agredidos e presos.


Para terminar, convirá atender a que importa muito ter em conta as circunstâncias. Quando Hitler se propunha a invadir a Inglaterra seria totalmente absurdo que os cristãos aliados desembarcassem na Normandia de sorriso rasgado e olhar afectuoso conclamando amigos e irmãos, Cristo ama-vos muito e é o vosso Salvador. Se assim tivesse sido o mundo hoje seria nazi.


Também quando Portugal esteve preste a ser dominado inteiramente pelo comunismo, depois do 25 de Abril, o que nos valeu foi um Cardeal, chamado Karol Woityla (futuro João Paulo II), que em Roma teve uma conversa longa, com o então Bispo de Aveiro e ciente do perigo terrível em que estávamos convenceu o prelado português de que só nos poderíamos salvar se a Igreja saísse à rua liderando o povo. Essas manifestações encabeçadas em quase todas as dioceses por Bispos não saíram propriamente com um rosto amável proclamando animadamente Jesus ama vos. O verdadeiro amor misericordioso exigiu carrancas e urros que contivessem os portadores da ideologia intrinsecamente perversa. À honra e glória de Cristo. Ámen.


S. João Paulo II, rogai por nós.


Janet Smith on Pope's interview - Are We Obsessed?

In First Things 

A few passages from Pope Francis’ famous interview published in America have unsettled some people for many reasons. My reason for being unsettled is that it would not be a complete distortion to say that I have been “obsessed” with the issues of abortion, contraception, and homosexuality for nearly all of my professional life. I prefer the terms “dedicated” or “committed,” of course, but whatever word is appropriate, I have long thought that helping people understand why abortion, contraception, and homosexual acts are not in accord with God’s plans for human happiness is a very effective way of drawing people closer to the Lord and to the Church, and thus, more or less, most of my adult life, I have been evangelizing in this way. 

Enough about me. Let me talk about the legions of pro-lifers who run pregnancy help centers (which outnumber abortion clinics), of those who host pro-life websites and give pro-life talks, of those who try to get pro-life politicians elected, of those who do the hard work of trying to find jobs, housing, and other kinds of support for single mothers, of those who provide healing ministries to women who have had abortions, such as Rachel Weeping. Let me talk about teachers of Natural Family Planning and the Theology of the Body and abstinence educators. Let me talk about those who work for and promote Courage, a compassionate ministry to those who experience same sex attraction and about those who against strangely strong odds make the case against same sex “marriages.” Let me talk about those who use Facebook, blogs, and comments on blogs to try to dialogue with those who reject and even despise Church teaching and those who defend it.

I know these people and most of them radiate the love for Christ and the Church that the Holy Father desires. They sacrifice their time, talent, and energy because they love Christ and those who hate Christ and those who don’t know Christ. Undoubtedly some pro-lifers and some opponents of contraception and some who crusade against the widespread acceptance of homosexuality are angry people ready to condemn others as unredeemable sinners, but I suspect they are few and far between in the US at least. Although I have seen rare postings on the internet, written by putative Christians that are very unchristian, I have not met any such individuals in “real life.”

In fact, I don’t think the Holy Father was speaking about my friends, when he states:

We cannot insist only on issues related to abortion, gay marriage and the use of contraceptive methods. This is not possible. I have not spoken much about these things, and I was reprimanded for that. But when we speak about these issues, we have to talk about them in a context.

My friends definitely talk about these issues “in context,” in fact in many contexts. Again, their reason for boldly and sacrificially and ardently addressing these issues is precisely because they love Christ and the Church and want others to do so. They are trying to save people, to save them from ignorance about Church teaching, to save them from serious sin, to save them from missing out on the great joys of accepting Christ as their savior and the Church as their home. And—praise God—sometimes they succeed. In fact, my own reversion to the Church was greatly facilitated by an anti-Catholic professor who patiently argued with students that truth exists. It pained him that many of his students converted to Catholicism, once they came to accept that truth exists, and even moral truths that require most students to change their behavior radically.

Pope Francis is right that in some contexts proclaiming the Gospel is a powerful aid to conversion to moral goodness. For instance, many of those who do counseling outside of abortion clinics approach the women entering and say: “I am here to help you realize that God loves you and, if you are pregnant, he loves the child you are carrying. He trusts you to be the loving mother your child needs. I am here to help you find whatever you need to help you be that loving mother. There is nothing you have done that God won’t forgive.” That is a powerful and effective approach. It can often be costly to deliver what is needed but I know pro-lifers who definitely go the extra mile.

He also said: “The church’s pastoral ministry cannot be obsessed with the transmission of a disjointed multitude of doctrines to be imposed insistently.” Again, I don’t think this statement refers to my friends since there is nothing “disjointed” about the way they present doctrines nor do they “impose” them “insistently.” Rather, they study hard to learn the deep anthropological truths that John Paul II labored so tirelessly to teach that justify the Church’s teaching. They make the call to conscience that John Paul II makes: man’s dignity resides in his ability to know the truth and to live consciously and freely in accord with it. They call people to live in accord with the natural greatness that God gave them. They do not make threats of damnation or make calls for blind obedience; they lay out the evidence, scientific, sociological, psychological, theological and philosophical. There is no imposing; there is, rather, intelligent instruction and persuasion.

I also began to realize that the Holy Father was not speaking of the same context in which I live and labor when he said:

I say this also thinking about the preaching and content of our preaching. A beautiful homily, a genuine sermon must begin with the first proclamation, with the proclamation of salvation. There is nothing more solid, deep and sure than this proclamation.

While I understand that preaching the love of Christ is central to Christianity, and while, of course, I am delighted that Pope Francis, as Benedict and John Paul II and a host of popes before him, have preached this relentlessly, I am a bit surprised that Pope Francis thinks an effective way to promote Christianity would be to enthusiastically teach that Christ came to save us. He seems to think that many people are hesitant to embrace Christianity or Catholicism because they believe that they are beyond redemption and that the Church is a judgmental, intolerant institution that won’t accept them. Now, it may be that many people think the Church is judgmental and intolerant, but my impression is that most people do not think they are sinners beyond redemption. In fact, I think most people think they are not sinners and not in need of redemption. They do not think having abortions, using contraception, using pornography, fornicating, masturbating, or engaging in homosexual acts are immoral actions. They think what they are doing is fine and they are fine just as they are.

I am not suggesting that we should be shouting from the rooftops that these are serious sins and that those who commit them knowingly and freely and who don’t repent of them will face an unpleasant eternity, to say the least. That is the truth, of course, but it is not the truth that the crusaders I know, speak. Rather, as I stated, they give reasons for the teachings; rational, persuasive, appealing reasons.

The Holy Father continues his remarks about homilies and says:

Then [after preaching salvation] you have to do catechesis. Then you can draw even a moral consequence. But the proclamation of the saving love of God comes before moral and religious imperatives. Today sometimes it seems that the opposite order is prevailing. The homily is the touchstone to measure the pastor’s proximity and ability to meet his people, because those who preach must recognize the heart of their community and must be able to see where the desire for God is lively and ardent. The message of the Gospel, therefore, is not to be reduced to some aspects that, although relevant, on their own do not show the heart of the message of Jesus Christ.

Pope Francis finds the homily a proper place to teach moral truths but thinks priests have gotten the order wrong. Where is he hearing these homilies that hammer on moral truths at the expense of preaching the gospel? For some time now I have been trying to help seminarians and priests preach on the difficult moral truths. One reason it is we struggle is that virtually none of us have heard it done! We have heard homilies on abortion—perhaps at most once a year—while homilies on contraception and homosexual acts are so rare as to cause astonishment and generally earn the pastor an influx of hate mail.

Some people have proposed that the Holy Father is speaking out of his experience of a Latin American culture. I don’t know if priests in Latin America incessantly give moralistic homilies without reference to the good news of Christ, but clearly that is the scenario that Pope Francis has in mind. More and more priests in the US are realizing that their parishioners need to hear the truth about morality proclaimed boldly and clearly. The seminarians and I are making every effort to tie moral teachings to the Gospel. It is not hard to do since many passages such as “keep my commandments” lend themselves to a wide range of issues. But displaying the requisite sensitivity is a challenge. I require seminarians always to mention that the fact that so many commit serious sexual sins can be explained by the pernicious influence of our culture, particularly the influence of the entertainment world, but increasingly by the policies of our government as well. I require the seminarians to invite people to confession to experience the liberating and healing power of the sacrament.

In fact, Pope Francis’ own daily homilies that focus on greed, gossip, and laziness, for instance, completely won my heart. I saw that he realized that Catholics need to be reminded daily to let their faith influence every action of our lives—and he regularly invites people to confession. He often preaches about the reality of the devil. I wonder if he knows that American Catholics are as likely to use contraception and view pornography as they are to be greedy and to gossip. The devil has us in his grip there. Mention of those sins, too, need to be a regular part of homilies.

This is not to say that neither my friends nor I have anything to learn from what the Holy Father has said. While I said above that the people I am speaking of “radiate the love of Christ,” I must admit, and not slowly, that such is not always true. We get angry, impatient, dismissive, and self-righteous at times. We are not saints yet, just saints in the making. It is undoubtedly true that some of us love truth more than we love those we serve. That is not a Christian attitude. We need to truly approach each of those we attempt to serve with love for them, with a humble understanding that our approach is not always the best and most compassionate, and with the knowledge that God works patiently with each of us and that we must be patient too.

As Dave Sloan—a friend who is one of the best workers in the vineyard—stated in a post on Facebook: “People do not need to be convinced that they are lost, and they do not need to be convinced that they are wounded. All that is needed is for them to believe that they are known at a deep level and they are loved at a deep level. When they are convinced of these things they are ready enough to reveal their wounds and their sense of being lost. This is messy, and painfully difficult, and it is no surprise that those in the church who have grown comfortable hiding behind a didactic wall are howling that Pope Francis is tearing down that wall.” While I have my quibbles with what the Holy Father said, I think Dave captures the most important element of what he said. Those of us who love didactic certainty need to examine ourselves to strive constantly to ensure that our actions are motivated by love.



Opiniões - por Nuno Serras Pereira



27. 09. 2013

O Concílio ecuménico Vaticano II ensina que a Igreja é Mestra da verdade (DH 14), que esta lhe foi confiada na sua plenitude (UR 3), que é sua coluna e fundamento (LG 8) e instrumento de Cristo para a comunicar (LG 8).


Agora diz-se que verdades, universais e imutáveis, são afinal opiniões. Eu, como filho da Igreja, tratando-se de meros pareceres posso partilhar, ou não, delas. De facto quem me garante que a Igreja não mudará de opinião?

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Hospital em plena guerra total - por Nuno Serras Pereira



26. 09. 2013

Se a memória não me atraiçoa, é no livro de Esdras, da Sagrada Escritura, que se narra uma coisa extraordinária, sobre a qual o jesuíta P. António Vieira disserta admiravelmente, aquando da reconstrução do Templo de Jerusalém, a saber, que os construtores trabalhavam tendo numa das mãos uma ferramenta e na outra uma espada, por mor dos inimigos assanhados. 


A reconstrução do Santuário, como já mostrei em outro texto, significa o abraço “terapêutico”, a reparação interior, a cura das feridas graves, as altas glicémias provocadoras de comas diabéticos, os elados colesteróis responsáveis por uma multidão de mortes cardíacas e avc’s. A espada desembainhada significa a Palavra de Deus, o próprio Jesus Cristo, sob cuja bandeira (os Exercícios Espirituais de Santo Inácio têm uma semana inteira dedicada à meditação das duas bandeiras, sendo que uma é de Cristo e a outra de satanás. A Igreja peregrinante é uma milícia, isto é, um povo em guerra, um exército de combatentes), incutidos de Seu Espírito, ‘combatemos o bom combate da Fé’.


Como desde há mais de 3 décadas tenho estudado e andado envolvido nestas andanças da defesa da vida, do matrimónio e da família posso testemunhar que em plena guerra há hospitais de campanha que curam os feridos com uma das mãos enquanto com a outra pelejam bravamente, com uma desproporção desmesurada de forças, pela conversão dos inimigos que implacavelmente os acometem. Estes cristãos heróicos e santos são ameaçados de morte, perseguidos, espancados, injuriados, escarrados, ridicularizados, repreendidos, traídos, assediados sexualmente, abusados, enxovalhados, presos aos milhares - não invento nada, tudo isto está amplamente documentado. Esta gente abatida, como ovelhas sem Pastor, raramente encontram quem as respeite, as console, as anime, encoraje; pelo contrário, daqueles de quem seria de esperar conforto e confirmação… Jesus Cristo, esse, consolava e animava os Seus.


Quando um dia se fizer a história imparcial destes acontecimentos actualmente minimizados, ignorados e mesmo censurados, a Igreja e o mundo serão tomados de um enorme espanto. Então se saberá a quantidade de pessoas feridas e moribundas que foram atendidas e tratadas, o impressionante número de conversões de pecadores da pior espécie, a copiosa quantidade daqueles que assim se santificaram e o verdadeiramente admirável progresso ecuménico operado por esta singular e missão e apostolado. À honra glória de Cristo. Ámen.