quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Falta de Caridade e o 11 do 2


1. Não sofre dúvida que a maior acusação que se pode fazer a um discípulo de Cristo é a de que não tem Caridade. Uma vez que Deus é Amor e que Jesus Cristo é o mesmo Incarnado, que nos amou até ao extremo, e nos deixou como novo e definitivo Mandamento o de amarmos como Ele nos amou não pode haver maior ingratidão nem maior dissemelhança com o Criador e Redentor do que arredar-se da caridade, isto é, do amor. Por isso S. Paulo nos adverte que sem amor verdadeiro, sem caridade, nada somos e nada nos aproveita.

São tão numerosas as vezes que, por causa dos meus textos, tenho sido arguido, por amigos e desconhecidos, de falta de caridade, que já lhe perdi a conta. Não competirá pois a um monstro medonho como eu colocar em dúvida a infabilidade destes cristãos amorosos que têm a bondade de assim me distinguir. No entanto, não deixo de atentar, com alguma surpresa, que nunca deles ouvi a mesma invectiva em relação a outras pessoas, cristãs ou não, a propósito dos temas que costumo abordar.

Nunca, mas mesmo nunca, escutei essa acusação dirigida aos grandes responsáveis pela legalização (1984) e depois pela liberalização (2007) do aborto. Nem Zita Seabra, nem Álvaro Cunhal, nem Mário Soares, nem Odete Santos, nem Manuel Alegre, nem António Guterres, nem Ramalho Eanes, Jorge Sampaio, nem Francisco Louçã, nem Fernando Rosas, nem José Sócrates, nem Pedro Silva Pereira, nem Maria Barroso, nem Maria de Belém, nem José Saramago, nem Miguel Oliveira e Silva, nem Luís Graça, nem António Correis de Campos, nem Ferreira do Amaral (o economista), nem Helena Matos, nem José Manuel Fernandes, nem Frei Bento Domingues, nem P. Anselmo Borges, nem Aníbal Cavaco Silva, nem Paulo Portas, nem Marcelo Rebelo de Sousa, nem Fernando Nobre, nem Eurico Reis, nem Maria José Nogueira Pinto (que autorizou o abortamento, quando dirigia a Maternidade Alfredo da Costa, de crianças nascente anencéfalas), nem os membros a APF, nem o pessoal da “clínica” dos Arcos, etc., etc., etc.

Temos pois que escangalhar e retalhar crianças decapitando-as, decepando-as, envenenando-as, queimando-as, triturando-as, com a cumplicidade activa do estado que nos rouba nos impostos para tal, não é falta de caridade. Mas dizê-lo chamando as coisas pelos nomes, evitando eufemismos, isso sim é uma grave falta de amor; e se porventura se mostra por desenho, pintura ou fotografia o que sucedeu às vítimas então é puro terrorismo. O problema não é o matar mas sim o mostrar.

Que o homicida e o serial killer (por si ou por interpostas pessoas), se apresentem como pessoas de bem, enganando e manipulando as mentes dos desprevenidos e incautos servindo-se, para isso, de meios ingentes pagos com o dinheiro dos nossos impostos, não é falta de caridade. Desmascará-los porém é uma grandíssima injúria toda alheia ao amor fraterno e cristão.

Estar num hospital, num centro de saúde, ou numa clínica entretidos a aniquilar pessoas indefesas e totalmente inocentes, não é falta de caridade. Irromper por ali a dentro tentando impedir, mesmo que por meios pacíficos, ou dissuadir as mães grávidas ou o pessoal matador de levarem o seu intento adiante é motivo suficiente para chamar a polícia, ser levado a uma esquadra e apresentado a um juiz.

Se não se prestar o auxílio e socorro devido a uma pessoa nascida, em perigo, é crime; assistir a uma pessoa nascente também o é! Por outras palavras, ajudar uma pessoa nascida, em perigo, é um acto de caridade; fazer o mesmo em relação a uma nascente é uma barbaridade.

2. Assinei uma petição, para ser apresentada, à assembleia da república, por ocasião do quarto aniversário do referendo, inválido (jurídica e politicamente), sobre o aborto que serviu de pretexto para a sua liberalização factual, até às dez semanas de idade da criança, intitulada com o conhecidíssimo verso de Sophia: Vemos, ouvimos e lemos; não podemos ignorar. E se assinei é porque concordo. Não posso, no entanto, deixar de confessar que uns tempos depois, pensando naquele título, considerei como aquilo era falso para a maioria das pessoas.

De facto, raramente o assunto é abordado quer na rádio quer na imprensa – e quando o é, é-o enviesadamente e submergido numa torrente tamanha de notícias que se “afoga” desaparecendo num turbilhão -, para que se possa dizer que verdadeiramente ouvimos e lemos.

Se não ouvem nem lêem, muito menos vêem, porque não só a comunicação social mas, geralmente falando, os mesmos movimentos pró vida, em Portugal, censuram as imagens que mostram a realidade.

Ora acontece que apesar de ser o mostrengo que todos reconhecem e apontam, uma vez que sou Sacerdote não posso deixar de advertir quem me lê que é uma gravíssima falta de Caridade esconder, ocultar, disfarçar, distorcer a verdade; é uma gravíssima falta de amor estar implicado ou cooperar na matança de inocentes e também ser indiferente ao destino destes nossos irmãos mais pequeninos e vulneráveis que só nos têm a nós para os defender. Deixemo-nos de “coar mosquitos e engolir camelos”. E imploremos, neste 11 do 2, a intercessão de Nossa Senhora de Lurdes para que nos alcance de Seu Filho e nosso Salvador a verdadeira caridade e nos dê o desassombro da verdade.

Se em Portugal, quotidianamente se matassem, propositadamente, 53 pessoas já nascidas, que sururu e alvoroço aí não haveria!?

Nuno Serras Pereira

09. 02. 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Were Nazis a homosexual, pagan cult?


That's the conclusion of updated classic 'The Pink Swastika'

It's a book that has been shunned from libraries.

It's a book that is disturbing, compelling and persuasive on its major point – that homosexuals dominated the German Nazi Party from its birth through its catastrophic demise.

It's a book that is vilified by America's "gay" activist establishment.

But it's also a highly footnoted, meticulously documented book whose primary sources include the best historical work on the rise and fall of the Third Reich. Keep reading

Entre Sexo e Género


por Pedro Vaz Patto


In Público – 05. 02. 2011


Tem sido noticiada a proposta dos partidos de esquerda para que na redacção do artigo 13º da Constituição da República, onde se consagra o princípio da igualdade e não discriminação e se faz referência ao sexo como um dos motivos de discriminação arbitrária, essa palavra seja substituída por género. Tornou-se corrente, na verdade, a expressão igualdade de género para designar algo que anteriormente era designado como igualdade entre sexos ou igualdade entre homem e mulher. Não se trata, no entanto, de uma simples e anódina actualização linguística. É bom alertar para o alcance ideológico da modificação: exigem-no a honestidade e transparência próprias de uma democracia autêntica. Uma questão fracturante está longe de merecer o consenso alargado próprio de um texto constitucional.


Estamos perante uma agenda de afirmação ideológica. Está em causa a afirmação da chamada ideologia do género (gender theory) e a sua tradução no plano legislativo. Parte esta teoria da distinção entre sexo e género. O sexo representa a condição natural e biológica da diferença física entre homem e mulher. O género representa uma construção histórico-cultural. Há apenas dois sexos: o masculino e o feminino. Há cinco géneros (ou até mais, de acordo com outras versões): o heterossexual masculino e feminino, o homossexual masculino e feminino e o bissexual. O sexo é um fato empírico, real e objectivo que se nos impõe desde o nascimento. A identidade de género constrói-se através de escolhas psicológicas individuais, expectativas sociais e hábitos culturais, e independentemente dos dados naturais. Para estas teorias, o género assim concebido deve sobrepor-se ao sexo assim concebido. E como o género é uma construção social, este pode ser desconstruído e reconstruído. As gender theories sustentam a irrelevância da diferença sexual na construção da identidade de género, e, por consequência, também a irrelevância dessa diferença na relações interpessoais, nas uniões conjugais e na constituição da família. Daqui surge a equiparação entre uniões heterossexuais e uniões homossexuais. Ao modelo da família heterossexual sucedem-se vários tipos de “família”, tantos quantas as preferências individuais e para além de qualquer “modelo” de referência.


É um novo paradigma antropológico, uma verdadeira “revolução cultural” que representa a ruptura com a matriz judaico-cristã da nossa cultura («Homem e mulher os criou - afirma o Génesis), mas também com um dado intuitivo da razão universal (A espécie humana não se divide entre heterossexual e homossexual, mas entre homens e mulheres – afirmou a propósito o político socialista francês Lionel Jospin).


Pretende-se impor esta ruptura desde cima, desde as instâncias do poder. Ela não surge espontaneamente da sociedade civil e da mentalidade corrente. Pretende-se transformar através da política e do direito essa mentalidade. E o que está em causa não é um aspecto secundário, mas referências culturais fundamentais relativas à relevância da dualidade sexual. Admitir que a Lei sirva propósitos destes, numa pretensa engenharia social, revela tendências mais próprias de um Estado totalitário do que de um Estado respeitador da autonomia da sociedade civil.