sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um Texto Notável sobre Comunicação Social interessante para Pais e Educadores

No Congresso que precede o Encontro Mundial das Famílias N. G. Gaitano, Professor Catedrático e Doutorado em Comunicação Social, proferiu uma Conferência magnífica, cheia de dados interessantíssimos, intitulada "Família e Meios de Comunicação Social". Pode lê-la aqui.

A Igreja não pode mudar doutrina sobre a homossexualidade, diz Patriarca

Em declarações transcritas pelo Correio da manhã o Cardeal Patrirca afirmou: «A Igreja não tem mandato, eu não tenho mandato para mudar a doutrina da sexualidade. ... Não contem comigo para sair dessa tradição.»

Parabéns!


Alexandra Teté


O Infovitae faz dez anos! E eu gostaria de dizer umas palavras de parabéns. Antes do mais, contudo, preciso de deixar claro o seguinte: não sou propriamente imparcial. Tenho uma grande amizade e admiração pelo Pe. Nuno Serras Pereira, que é o cérebro e o coração do Infovitae; concordo, substancialmente, com as suas posições; e comungo, graças a Deus, da mesma Fé.

A paisagem moral do futuro joga-se em torno das questões da vida e da família. Trava-se num combate desigual pela ‘alma do mundo’. E o Infovitae tem estado sempre na trincheira da frente.

Vale a pena continuar a lutar? Referindo-se em particular à questão do aborto, Joseph Ratzinguer (em “A Europa de Bento”) representava assim essa tentação, que nos assalta nas horas más: não seria preferível resignarmo-nos a perder esta batalha, dedicando antes as nossas energias a iniciativas mais consensuais? Afinal, com a aprovação da lei (em Portugal) tudo parece ter ficado na mesma: Cada um pode seguir a sua consciência. Ninguém é obrigado a abortar. Quem o faz no quadro legal, talvez o fizesse de qualquer modo, clandestinamente. Em resposta, Ratzinguer recorda duas coisas, tão simples quão graves: o respeito pela vida humana é inegociável, porque condição fundamental para que seja possível uma vida social digna desse nome; e quando o homem perde o sentido da sacralidade da vida, perde-se também a si próprio. Porque, ”o outro é guardião da minha dignidade” e o “olhar que lhe dirijo decide da minha humanidade”.

Vale a pena continuar a lutar? A propósito do Infovitae (e do Pe. Nuno), e da sua Esperança contra toda a esperança, David contra Golias, ocorreram-me os versos finais do “Cyrano” de Rostand:

Ah! Je vous reconnais, tous mes vieux ennemis! Le Mensonge? (…) les Compromis, Les Préjugés, les Lâchetés!..

Que je pactise?

Jamais, jamais! – Ah! Te voilà, toi la Sottise!

– Je sais bien qu’à la fin vous me mettrez à bas;

N’importe: je me bats!, Je me bats! Je me bats!

Sim, vale a pena continuar a pugnar pelo bem humano, e prosseguir os nossos esforços, ao nível da argumentação racional e do combate cultural, para impedir a banalização do mal com o aval do Estado. Nesse combate, teremos de registar o lamento do Senhor quando nota que os “filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz”. E teremos também que recordar, uma e outra vez, que Ele nos urge a “amarmos os nossos inimigos”. Por fim, como diz ainda Ratzinger, neste papel de anúncio da irredutível dignidade do homem (sobretudo quando se encontra debilitado e desfavorecido) e dos deveres de respeito pela vida, os cristãos “serão provavelmente escarnecidos e odiados; mas o mundo não poderá viver sem eles”.

Bem-haja Infovitae!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre o profetismo do Infovitae, nos seus dez anos


Mário Pinto


No contexto da vida portuguesa, incluída aí a vida (ad intra e ad extra) da Igreja, o Infovitae é uma voz profética que o Espírito Santo inspira e fortalece.


Como sempre, as vozes proféticas encontram «os que têm ouvidos para ouvir», mas também aqueles que «não têm ouvidos para ouvir». Mesmo dentro da Igreja, como no tempo de Cristo sucedeu com os que também estavam dentro e acima, no Povo Escolhido.


Quem tiver o cuidado de (com o coração disponível!) confrontar o Infovitae com o ensinamento continuado e insistente do Santo Padre e dos documentos do magistério da Igreja Universal, terá de concluir que o Infovitae é fiel à doutrina da Fé. E em matéria tão nevrálgica como é a vida humana, incindível na suas várias dimensões, designadamente biológica, social, familiar e espiritual, e indivisível na sua destinação natural e sobrenatural, não há lugar para invocar «o bom senso» - como já foi feito -, quando o confronto se tem de fazer perante manipulações grosseiras da verdade e da dignidade da pessoa humana, perante práticas de verdadeiro horror, perante o mais desenfreado hedonismo. Por isso, o Infovitae tem vindo a gritar com maior indignação, e até com insulto, correndo o risco de chocar alguns, e talvez muitos, e dar-lhes o argumento bem-pensante do bom senso.


Não serei eu a chamar o profeta ao bom senso, desde que ele não perca a mansidão e a humildade de coração, que são a síntese que Jesus Cristo deu de si próprio, como modelo para nós, quando nos disse: «aprendei de Mim, que sou manso e humilde coração» (Mt 11, 29-30; 21,5). E sendo Ele assim, manso e humilde de coração, disse o que disse, e como disse, dos hipócritas e dúplices de coração.


No contexto da vida portuguesa, incluída a vida (ad intra e ad extra) da Igreja, sucede que a voz da Igreja Portuguesa, pelos seus mais altos responsáveis, tem sido não raro escassa e morna a proclamar, aos católicos e ao mundo, a doutrina da fé, ao encontro das práticas fracturantes que se vão apresentando agressivamente contra não apenas o Evangelho mas até mesmo a própria razão de consciência. Ora, o justo e bem entendido temor de Deus, por onde começa o caminho da sabedoria, e da salvação, leva-nos a cuidar de não cair na situação da Igreja de Laodiceia, a quem (ainda hoje) está dito: «conheço as tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas porque és morno, nem frio nem quente, estou para te vomitar da minha boca» (Ap 3, 15-16).

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Petição entregue na AR quer revogação da lei do aborto sem referendo

País vive "Inverno demográfico"

Um movimento de cidadãos entregou hoje ao Parlamento uma petição com mais de 4500 assinaturas para revogar a lei do aborto sem novo referendo. O grupo contesta que a nova lei está a promover um "Inverno demográfico" no país e que o aborto está a ser utilizado como método contraceptivo.

"Esta lei é uma tragédia. Estamos num país a viver em inverno demográfico", afirmou Luís Botelho Ribeiro, porta-voz dos movimentos que recolheram as assinaturas a favor da suspensão da lei que permite o aborto até às dez semanas e foi aprovada depois de um referendo em 2007.

O porta-voz da delegação de movimentos pró-vida defendeu que a alteração legal não necessita de uma consulta aos portugueses porque "o referendo não foi vinculativo". Durante cerca de uma hora Luís Ribeiro esteve com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, a discutir o assunto.

"Nos primeiros seis meses, foram feitos seis mil abortos. No segundo ano, foram feitos 16 mil abortos", afirmou Luís Botelho, que insistiu nas "falhas" do diploma, a começar pela "inconstitucionalidade", em apreciação pelos juízes do Tribunal Constitucional (TC), a pedido de deputados do PSD e CDS-PP.

O porta-voz dos movimentos insistiu que a lei é causadora de "abusos", já que tem permitido que o aborto seja usado como "primeiro método contraceptivo". O documento alega ainda que a nova lei, em vigor desde 2007 e que possibilita a interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas, "não terminou com os abortos clandestinos".

A petição, que inclui assinaturas de cidadãos ligados a movimentos defensores da vida e de socialistas católicos, foi promovida a partir de Julho através da Internet e, presencialmente, em vários pontos do país. De acordo com a lei, as petições com mais de quatro mil assinaturas obrigam a debate em plenário da Assembleia da República.

Lusa

Dez Anos em Defesa da Vida e da Família


Pedro Vaz Patto


A propósito de uma minha tomada de posição pública contra a redefinição do conceito jurídico de casamento de modo a nele incluir uniões entre pessoas do mesmo sexo, verifiquei, com algum agrado, que um grande número de meus colegas que comigo abordaram a questão, independentemente das suas convicções religiosas, aderiam claramente a essa minha posição. Concordavam com o que lhes parecia ser um imperativo do simples bom senso e uma medida de salvaguarda de um precioso legado civilizacional. Mas – diziam também vários deles - «infelizmente, é apenas uma questão de tempo». Queriam dizer com isto que não vale a pena remar contra a maré, que há dinâmicas irreversíveis ditadas pelo “ar do tempo” e que, mais cedo ou mais tarde, todos teremos de aceitar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A mim, parece-me que só será “una questão de tempo” se nós, que muitas vezes somos a “maioria silenciosa”, quisermos, e se nos demitirmos de actuar, fazendo o que está ao nosso alcance para defender esse legado civilizacional.


Provindas de pessoas com autoridade nos planos político, académico ou profissional (não se trata de ficção, nem de excentricidades), já se discutem em vários países propostas como estas: a legalização do infanticídio de crianças deficientes, a quem não poderia ser reconhecida a dignidade de pessoas, por terem capacidades intelectuais inferiores às de outras espécies animais; a legalização da eutanásia de crianças e deficientes (não voluntária, portanto); o abortamento de fetos deficientes já não apenas como direito, mas também como dever fundado no “fardo social” que eles pretensamente poderão representar; a redefinição o próprio sentido do direito da família, que deixaria de apontar para um modelo institucional baseado num compromisso monogâmico e tendencialmente duradouro para se abrir em pleno à liberdade contratual e a todo o tipo de modelos, onde caberiam os “casamentos a prazo” ou sem dever de fidelidade, a poligamia ou o “poliamorismo”; a legalização da prostituição como única forma de satisfazer os direitos de satisfação sexual das pessoas deficientes, etc.



Diante destas propostas, a reacção espontânea da generalidade das pessoas é hoje de repulsa, como há não muito tempo era de repulsa a reacção da generalidade das pessoas diante de propostas que hoje parecem já não escandalizar ninguém e que quase se torna difícil até discutir.


Em relação a estas, como a muitas outras propostas, também se poderá dizer que será “uma questão de tempo”, que elas acabarão, mais tarde ou mais cedo, por não escandalizar ninguém, se, fatalisticamente, nos demitirmos de fazer o que está ao nosso alcance para proteger aqueles bens civilizacionais que nos habituamos a desfrutar sem a consciência de que também podem ser perdidos (como quem só dá valor à saúde quando está doente).


Vem tudo isto a propósito dos dez anos da Infovitae, uma iniciativa que acompanho quase desde o seu início e que muito tem feito para que não nos deixemos arrastar pelo “ar do tempo” e possamos salvar esses bens. Por isso, um voto de louvor é devido. Os seus frutos não se medem pelos sucessos políticos imediatos, mas pelo esclarecimento das consciências, que actua em profundidade e no longo prazo.


Mas será que estamos condenados apenas a salvar aquilo que corre o risco de ser perdido, apenas a denunciar males cada vez mais tenebrosos, a “jogar sempre à defesa”? Não haverá espaço para actuar mais pela positiva, exaltando e promovendo a beleza dos valores da vida e da família? Estes valores são muito mais preciosos do que quaisquer modelos tradicionais (que têm méritos, mas também limites) e ligam-se ao desígnio do amor de Deus pela humanidade.


Penso que tem sido este o esforço admirável do Papa Bento XVI. Talvez possa ser este um desafio para todos nós, a começar por mim, leitores e amigos da Infovitae, e para os próximos dez anos.

França é a campeã europeia da natalidade

A taxa de fecundidade ultrapassou a barra dos dois filhos por mulher em 2008, em França, tornando o país no campeão da natalidade europeia, segundo dados estatísticos oficiais nacionais ontem divulgados (noticía hoje o DN)

As chamadas políticas amigas da família e a imagem positiva das mulheres que conciliam o trabalho com a vida familiar poderão estar na origem deste mini baby-boom. Ler mais

Arzobispo cismático Lefebvre sí firmó todos los documentos del Concilio Vaticano II


.- El arzobispo Marcel Lefebvre, quien falleciera en 1991 excomulgado por ordenar en 1988 a 4 obispos sin permiso de la Santa Sede, sí firmó todos y cada uno de los documentos del Concilio Vaticano II, que más tarde "criticaría ásperamente", según informa el diario español La Razón a partir de un artículo publicado en la revista italiana Panorama.

El artículo "En el corazón secreto del Vaticano" escrito por Ignazio Ingrao y publicado en la mencionada revista italiana, precisa que entre los documentos que se encuentran en el Archivo Secreto del Vaticano "están los del Concilio Vaticano II que desenmascaran una falsedad histórica difundida por los tradicionalistas" presididos actualmente por el obispo cismático Bernard Fellay que hace unos meses rechazó aceptar las condiciones de la Santa Sede para volver a la plena comunión con la Iglesia Católica, comunicadas a través de la Pontificia Comisión Ecclesia Dei.

"Marcel Lefebvre, el Arzobispo que contestó a las reformas conciliares y fue excomulgado por haber ordenado cuatro obispos sin el permiso del Papa, en realidad firmó con su puño y letra los documentos del Concilio Vaticano II, comenzando por la constitución Gaudium et spes, que luego criticaría ásperamente", señala Ingrao en el artículo de Panorama.

"La firma de Lefebvre aparece al pie de todos los documentos del Concilio", confirma a Panorama el historiador Piero Doria, oficial del Archivo Secreto Vaticano que sirvió de guía a Ingrao para su reportaje.

En declaraciones exclusivas a ACI Prensa, Ignazio Ingrao comentó que en su reportaje, por "primera vez se ha permitido a un fotógrafo y a un periodista fotografiar y describir" el gran espacio "en donde se conservan las cartas relativas a los dos mil años de historia de la Iglesia".
Asimismo, Ingrao precisó a nuestra agencia que "en realidad los historiadores y los especialistas ya sabían que Lefebvre había firmado los documento del Concilio. Pero es grande el público que siempre lo ha ignorado, así como difundida está una cierta propaganda tradicionalista que sostiene que Lefebvre siempre se opuso a estos textos. Los originales de los documentos del Concilio (Vaticano II) demuestran lo contrario y para muchos esto ha sido una sorpresa".

Más datos

El artículo de Panorama también comenta alguno otros datos poco conocidos como "el apunte autógrafo inédito de Pablo VI, fechado el 24 de octubre de 1963, con el cual el Pontífice, electo hacía pocos meses, invita a la comisión de trabajo sobre la 'Doctrina de la Fe' a reunirse más seguido para que la segunda sesión conciliar pueda cerrarse con algunas deliberaciones concretas sobre el esquema del documento dedicado a la Iglesia, que luego se convertiría en la constitución Lumen gentium".

"Es interesante –prosigue el reportaje– también el texto de la comunicación confidencial de Juan XXIII (el Papa que convocó el Concilio Vaticano II) a los cardenales, del 30 de mayo de 1960, con la que el Papa Roncalli traza ya las líneas principales y los objetivos del evento conciliar".

Ingrao se refiere luego a la continuidad del Concilio Vaticano II y cita a Doria al respecto: "es indudable que desde el punto de vista teológico hay continuidad del Concilio Vaticano II con la tradición, mientras que desde el punto de vista de la relación de la Iglesia con el mundo hay una evidente innovación".

Asimismo, añade Ingrao, "el Archivo Secreto del Vaticano permite corregir otra falsedad de la historia, según la cual Pablo VI habría buscado sofocar el aliento revolucionario de Juan XXIII. 'Todo lo contrario', precisa Doria. 'En particular se debe al Papa Montini (Pablo VI) sobre todo la valorización de la colegialidad. Con él los obispos se convirtieron en los verdaderos protagonistas del Concilio'".

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Infovitae, uma gente pouco recomendável


Nuno Magalhães Guedes
11 de Janeiro de 2009

Nos útimos dez anos, a equipa responsável pela publicação do Infovitae tem-me complicado a vida.

Não poucas vezes tenho rogado pragas ao seu Director e respectivos Adjuntos, aos Editores-chefe das várias secções, aos Teólogos residentes, aos Consultores externos, à bateria de Tradutores especializados, aos Técnicos de informática e aos indispensáveis Assistentes administrativos.

Apesar de todas as indicações em contrário, não será só defeitos, concedo. Possivelmente será tudo gente até com o seu quê de estimável. Mas a coberto de eventuais boas intenções, têm perturbado muitos dos meus dias. Isso acontece em tantas ocasiões que, ao abrir os mails, a minha primeira reacção é sempre: «Olha lá estão aqueles chatos do Infovitae! O melhor é apagar já, sem ler. E passar a tarefas mais importantes.»

Mas acaba por haver qualquer coisa que me faz espreitar, tipo «deixa lá lá ver se estou a perder alguma novidade de jeito». Cedo à curiosidade em momento de fraqueza, dou por mim a ler aquilo tudo, e depois lá vai a produtividade por água abaixo. A seleccionar os artigos que vale a pena conservar, a imprimir um ou outro que mereça releitura posterior mais atenta, a reenviar um texto para as pessoas a quem julgo que mais possa interessar, outro para outras, a seguir os links recomendados, etc.

Tudo a exigir esforço e tempo. E a minha vida a complicar-se.

Mas o pior não é isso. O pior é a provocação, a linguagem chocante. O pior é o que aquela selecção cuidada de informação causa em mim. Surpresa, preocupação, raiva, indignação. Ou conforto, consolação, alegria. Ou mais curiosidade, discernimento, resolução. Ou vontade de rezar ou de aprofundar o tema e saber mais sobre o assunto.

De uma ou de outra forma, raramente fico na mesma. O labor insensato da numerosa equipa do Infovitae, protegida por um suspeito anonimato, tem o condão de me inquietar, de me confrontar, de me desinstalar.

E isso complica a minha vida, de facto. Chego até a desconfiar que seja mesmo um dos objectivos inconfessados dessa gente pouco recomendável.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Pedro Afonso sobre os 10 anos do Infovitae


Já há muito tempo que a defesa da vida, desde a concepção até à morte natural, não se enquadra nas causas politicamente correctas. O espaço público é cada vez mais dominado pelo pensamento contrário. Assim, quem procura manter-se fiel a estes princípios e valores é isolado, com a acusação de ser fundamentalista, ou silenciado, sendo neste último caso impedido de aceder aos mais relevantes púlpitos. Ao fim e ao cabo trata-se de uma velha estratégia de luta ideológica. De resto, na impossibilidade de se eliminar os adversários (solução preferencial em regimes totalitários e sanguinários) ou de os calar num degredo longínquo, subsiste um estratagema alternativo: o rótulo da alienação. Descartes afirmou: «Penso, logo existo». Portanto, a melhor maneira de atacar o pensamento é tornar desprezível a existência da pessoa, reduzindo-a à condição de louco para que o seu pensamento não seja escutado. Por conseguinte, condenando o indivíduo à loucura, inverte-se o epigrama, apresentando-o ardilosamente na negativa: «Não existo neste mundo, logo o meu pensamento não reflecte esta realidade».

Ao contrário daquilo que é dito, a sociedade tem-se transformado perigosamente no sentido da intolerância. O Estado laico, ao invés de permitir a diversidade ideológica e a liberdade religiosa, não tem sido isento e tem tomado partido. Fê-lo, por exemplo, expurgando do exercício da medicina a ética e os valores milenares de defesa da vida, deixando ao livre arbítrio do indivíduo a decisão de matar ou deixar viver. O ataque feroz ao código deontológico da Ordem dos Médicos, e a enorme pressão que houve para alterá-lo, no âmbito da liberalização do aborto, expressou essa vontade.

Do que fica exposto podemos concluir que os tempos não correm a favor da defesa da vida. Mas a Verdade não anda ao sabor do tempo e tão-pouco é mutável em função daquilo que a maioria da sociedade pensa em determinado momento. Julgo que é justamente alimentado por este sentimento que o Infovitae tem executado ininterruptamente, desde há dez anos a esta parte, a sua nobre missão. Tem-no feito com perseverança, num esforço para sensibilizar, informar e divulgar um conjunto diverso de informação que se tem revelado imprescindível para todos aqueles que partilham estes princípios e valores.

Por detrás deste trabalho de 10 anos do Infovitae está um juramento. Um juramento fervoroso de lealdade à vida e de dedicação inabalável à defesa de todas as vítimas da monstruosidade do Homem, concretizada pela violação da sacralidade da vida humana. Estou convencido que o Infovitae através da sua mensagem continuará a combater tenazmente esta cultura de morte até que chegue o dia do triunfo: o triunfo da vida.

Pedro Afonso

O perigo da ilusão realista

João César das Neves
In Diário de Notícias - 12. 01. 2009

Todos se lembram de no Verão passado os jornais assegurarem com absoluta certeza que por esta altura estaríamos com graves carências alimentares mundiais e fome em largas regiões. Passaram poucos meses e a previsão falhou completamente. Não há faltas e os preços caíram para menos de metade. Ninguém parece estranhar a discrepância.

Previsões destas não vêm da realidade. Não resultam de análises científicas, que não existiam, nem sequer dos potenciais esfomeados, pois aos pobres ninguém ouve. Quem gritava eram organizações humanitárias internacionais que, preocupadas com os preços alimentares, usavam os medos da opinião pública para pressionar os governos a subir-lhes o orçamento. Com a descida posterior dos preços o cenário catastrófico pôde ser arquivado. Outros interesses passaram a ocupar os media.

Tantos se assustaram tanto, todos acusaram os responsáveis, para agora tais temores estarem esquecidos. Mas os críticos não se sentem aliviados. Limitaram-se a mudar de susto, baseados nas novas previsões de catástrofe que os mesmos jornais trazem. Aliás, até culpam os mesmos políticos pelos novos terrores antecipados.

O mais curioso é que, apesar de falharem redondamente, os meios informativos não perdem credibilidade. São as mesmas publicações, os mesmos especialistas e comentadores que agora assustam o mundo com novas antevisões de calamidade, granjeando a adesão e convencimento de sempre. O que quer que digam, a gente acredita. Quando a crise se mostrar menos grave que os pânicos apregoados, ninguém desconfiará de quem os divulgou e esperarão com ansiedade os novos oráculos.

Afirmamos viver na "era da informação" e é verdade. Mas seria bom considerar a relevância da comunicação. Pensando bem, sobre as coisas que realmente interessam, sabemos menos que os nossos antepassados. Antigamente vivia-se na aldeia e todos conheciam tudo sobre todos. As casas tinham portas abertas e paróquia, botica ou barbeiro eram excelentes meios noticiosos. Hoje, com o anonimato urbano e privacidade escrupulosa, o nosso conhecimento é mínimo sobre o que nos afecta directamente. Mas sabemos imenso sobre coisas irrelevantes. Guerras e eleições longínquas, intrigas e conspirações mirabolantes e vasto sortido de desastres e calamidades constituem a dieta informativa quotidiana. Pensando bem, essas coisas não valem mesmo nada para a nossa vida.

O presidente americano tem muito menos influência na nossa existência que o presidente da Junta de Freguesia, mas vibrámos meses com a eleição de Obama e ignoramos até o nome do autarca local. Depois inventamos ficções, como a tese da "aldeia global", para justificar a nossa preferência informativa.

O motivo deste enviezamento é óbvio: a campanha do outro lado do Atlântico é muito mais divertida que a rotina prosaica. O nosso interesse pela informação não vem da necessidade de conhecimento, mas de um desejo lúdico. A realidade é profundamente rotineira, exigente, complicada, maçadora. Por isso desde as origens da raça humana foi grande a popularidade de mitos, epopeias, aventuras e romances. Mas esses tinham o defeito de serem fictícios. A era da informação, globalizando o âmbito, resolveu o dilema. Há sempre qualquer coisa interessante a acontecer no mundo. Os noticiários são reais e ao mesmo tempo fascinantes, com emoção, seriedade e violência. Apesar de, em geral, serem totalmente irrelevantes para nós.

A notícia não é ilusão, mas também não constitui conhecimento útil, porque distante. Mas, ao discutir esses magnos problemas planetários, cada um sente-se sábio e importante. No nosso sofá parece-nos, de alguma maneira, participar nesses assuntos grandiosos e decisivos.

Isso leva a mal-entendidos. No Verão passado todos sentimos a discrepância entre o preço pago na bomba de gasolina e o que os jornais diziam sobre o custo do barril de brent. Muitos protestaram e acusaram, mas sem notar que o primeiro era um valor directo, real, influente, enquanto o outro era um índice remoto, abstracto, efectivamente irrelevante.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Os Abortófilos

Num blog intitulado Os Abortófilos encontrámos este artigo

Anda por aí, à solta, um género de gente extremamente perigosa que tem, positivamente, um horror aos bebés nascituros e um fascínio obsessivo pela sua morte. De há uns anos a esta parte tem andado num sobressalto, numa agitação, num desassossego, uivando palavras homicidas, estabelecendo estratégias mortíferas, elaborando leis assassinas, engendrando julgamentos mediáticos para alcançar os seus objectivos tenebrosos, reivindicando estudos manipuladores sobre a realidade do aborto a fim de conseguir a sua liberalização, levando a cabo, nas escolas, uma deseducação sexual estruturalmente pornográfica e, consequentemente, irresponsável, impondo uma mentalidade contraceptiva/abortiva, etc., etc..

Esta gente, que constantemente incita ao crime, goza de grande publicidade na comunicação social e de muita ascendência na política. Ler o resto