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05. 2014
Há
muitos pontos por onde pegar, para a refutar, no que diz respeito à proposta
surrealista do cardeal W. Kasper de admitir à Comunhão Sacramental os casados
validamente pela Igreja que se divorciaram pelo civil e se voltaram a “casar”
civilmente e que vivem, não como irmãos, mas sim mantendo comércio carnal, isto
é, fornicando adulteramente um com o outro.
O
cardeal mostra , em primeiro lugar, uma concepção mágica da realidade. De
facto, afirma que a sua proposta não muda em nada a Doutrina da Igreja e, para
o provar, afirma em entrevista a validade do primeiro casamento mas recusa
terminantemente, contrariando a Palavra expressa de Jesus Cristo, que a
convivência posterior seja adulterina. Na sua parca, ou delirante?, imaginação
basta mudar o nome a uma coisa para ela deixar de ser o que é e transformar-se
em qualquer outra coisa que ele decidir.
Mas
deixemos isso e infinitas outras coisas que se poderiam dizer acerca do que ele
avança e atendamos somente às invocadas responsabilidades morais respeitantes
aos filhos que resultaram da cumplicidade adulterina, as quais obrigariam, sob
pena de impotência Divina, a uma suposta misericórdia de Deus que não poderia
deixar de compactuar e selar o facto consumado.
Recorrendo
a esta mesma lógica teríamos de concluir que um pai ou uma mãe ou ambos, que
fossem ameaçados de morte caso não negassem a Fé em Cristo não só poderiam como
porventura deveriam renunciá-la, para não faltar às responsabilidades para com
os filhos.
(Também
no caso de um pai ou de uma mãe que cometessem crimes, talvez terroristas,
cujas penas incluiriam prisão efetiva, talvez perpétua, a Igreja deveria
proclamar a imoralidade de tal coação por parte do estado, uma vez que inibiam
os pais de cumprir as suas responsabilidades para com os filhos. Pela mesma
lógica, uma mobilização geral em tempos de emergência nacional prolongada e com
risco de vida colocaria de fora qualquer pai. E não seria mesmo de excluir que
os viúvos ou viúvas com filhos fossem moralmente obrigados pela Igreja a
contrair um novo enlace matrimonial de modo a realizar melhor as suas
responsabilidades paternais.)
Recomendar
e admitir à Sagrada Comunhão quem vive em estado de pecado mortal é induzir as
pessoas, como ensina S. Paulo a condenarem-se, convencendo-as que o mal é bem,
que o errado é certo, que a pecaminosidade é santidade, é estorvar-lhes a
conversão a Jesus Cristo. Todas estas coisas, aprendi no Catecismo e ao longo
de toda a minha vida, são manhas do Demónio, que tem como fim a perdição das
almas, a sua condenação eterna. E importa muito não esquecer que S. Pedro, o
fundamento visível do Papado, ensina que a finalidade da nossa Fé é a salvação
das almas.