quinta-feira, 28 de março de 2013
Homilia do Papa Francisco na Missa Crismal
Amados irmãos e irmãs,
Com alegria, celebro pela primeira vez a Missa Crismal como
Bispo de Roma. Saúdo com afecto a todos vós,
especialmente aos amados sacerdotes que hoje recordam, como eu, o
dia da Ordenação.
As Leituras e o Salmo falam-nos dos «Ungidos»: o
Servo de Javé referido por Isaías, o rei David e
Jesus nosso Senhor. Nos três, aparece um dado comum: a
unção recebida destina-se ao povo fiel de Deus, de
quem são servidores; a sua unção
«é para» os pobres, os presos, os
oprimidos… Encontramos uma imagem muito bela de que o santo
crisma «é para» no Salmo 133: «É
como óleo perfumado derramado sobre a cabeça, a
escorrer pela barba, a barba de Aarão, a escorrer até
à orla das suas vestes» (v. 2). Este óleo
derramado, que escorre pela barba de Aarão até
à orla das suas vestes, é imagem da
unção sacerdotal, que, por intermédio do
Ungido, chega até aos confins do universo representado nas
vestes.
As vestes sagradas do Sumo Sacerdote são ricas de
simbolismos; um deles é o dos nomes dos filhos de Israel
gravados nas pedras de ónix que adornavam as ombreiras do
efod, do qual provém a nossa casula actual: seis sobre a
pedra do ombro direito e seis na do ombro esquerdo (cf. Ex
28, 6-14). Também no peitoral estavam gravados os nomes das
doze tribos de Israel (cf. Ex 28, 21). Isto significa que o
sacerdote celebra levando sobre os ombros o povo que lhe
está confiado e tendo os seus nomes gravados no
coração. Quando envergamos a nossa casula humilde
pode fazer-nos bem sentir sobre os ombros e no
coração o peso e o rosto do nosso povo fiel, dos
nossos santos e dos nossos mártires, que são tantos
neste tempo.
Depois da beleza de tudo o que é litúrgico –
que não se reduz ao adorno e bom gosto dos paramentos, mas
é presença da glória do nosso Deus que
resplandece no seu povo vivo e consolado –, fixemos agora o
olhar na acção. O óleo precioso, que unge a
cabeça de Aarão, não se limita a
perfumá-lo a ele, mas espalha-se e atinge «as
periferias». O Senhor dirá claramente que a sua
unção é para os pobres, os presos, os doentes
e quantos estão tristes e abandonados. A
unção, amados irmãos, não é para
nos perfumar a nós mesmos, e menos ainda para que a
conservemos num frasco, pois o óleo tornar-se-ia
rançoso... e o coração amargo.
O bom sacerdote reconhece-se pelo modo como é ungido o
seu povo; temos aqui uma prova clara. Nota-se quando o nosso povo
é ungido com óleo da alegria; por exemplo, quando sai
da Missa com o rosto de quem recebeu uma boa notícia. O
nosso povo gosta do Evangelho quando é pregado com
unção, quando o Evangelho que pregamos chega ao seu
dia a dia, quando escorre como o óleo de Aarão
até às bordas da realidade, quando ilumina as
situações extremas, «as periferias» onde
o povo fiel está mais exposto à invasão
daqueles que querem saquear a sua fé. As pessoas
agradecem-nos porque sentem que rezámos a partir das
realidades da sua vida de todos os dias, as suas penas e alegrias,
as suas angústias e esperanças. E, quando sentem que,
através de nós, lhes chega o perfume do Ungido, de
Cristo, animam-se a confiar-nos tudo o que elas querem que chegue
ao Senhor: «Reze por mim, padre, porque tenho este
problema», «abençoe-me, padre»,
«reze para mim»… Estas confidências
são o sinal de que a unção chegou à
orla do manto, porque é transformada em súplica
– súplica do Povo de Deus. Quando estamos nesta
relação com Deus e com o seu Povo e a graça
passa através de nós, então somos sacerdotes,
mediadores entre Deus e os homens. O que pretendo sublinhar
é que devemos reavivar sempre a graça, para
intuirmos, em cada pedido – por vezes inoportuno, puramente
material ou mesmo banal (mas só aparentemente!) –, o
desejo que tem o nosso povo de ser ungido com o óleo
perfumado, porque sabe que nós o possuímos. Intuir e
sentir, como o Senhor sentiu a angústia permeada de
esperança da hemorroíssa quando ela Lhe tocou a
fímbria do manto. Este instante de Jesus, no meio das
pessoas que O rodeavam por todos os lados, encarna toda a beleza de
Aarão revestido sacerdotalmente e com o óleo que
escorre pelas suas vestes. É uma beleza escondida, que
brilha apenas para aqueles olhos cheios de fé da mulher
atormentada com as perdas de sangue. Os próprios
discípulos – futuros sacerdotes – não
conseguem ver, não compreendem: na «periferia
existencial», vêem apenas a superficialidade duma
multidão que aperta Jesus de todos os lados quase O
sufocando (cf. Lc 8, 42). Ao contrário, o Senhor
sente a força da unção divina que chega
às bordas do seu manto.
É preciso chegar a experimentar assim a nossa
unção, com o seu poder e a sua eficácia
redentora: nas «periferias» onde não falta
sofrimento, há sangue derramado, há cegueira que quer
ver, há prisioneiros de tantos patrões maus.
Não é, concretamente, nas auto-experiências ou
nas reiteradas introspecções que encontramos o
Senhor: os cursos de auto-ajuda na vida podem ser úteis, mas
viver a nossa vida sacerdotal passando de um curso ao outro, de
método em método leva a tornar-se pelagianos, faz-nos
minimizar o poder da graça, que se activa e cresce na medida
em que, com fé, saímos para nos dar a nós
mesmos oferecendo o Evangelho aos outros, para dar a pouca
unção que temos àqueles que não
têm nada de nada.
O sacerdote, que sai pouco de si mesmo, que unge pouco –
não digo «nada», porque, graças a Deus, o
povo nos rouba a unção –, perde o melhor do
nosso povo, aquilo que é capaz de activar a parte mais
profunda do seu coração presbiteral. Quem não
sai de si mesmo, em vez de ser mediador, torna-se pouco a pouco um
intermediário, um gestor. A diferença é bem
conhecida de todos: o intermediário e o gestor
«já receberam a sua recompensa». É que,
não colocando em jogo a pele e o próprio
coração, não recebem aquele agradecimento
carinhoso que nasce do coração; e daqui deriva
precisamente a insatisfação de alguns, que acabam por
viver tristes, padres tristes, e transformados numa espécie
de coleccionadores de antiguidades ou então de novidades, em
vez de serem pastores com o «cheiro das ovelhas»
– isto vo-lo peço: sede pastores com o «cheiro
das ovelhas», que se sinta este –, serem pastores no
meio do seu rebanho e pescadores de homens. É verdade que a
chamada crise de identidade sacerdotal nos ameaça a todos e
vem juntar-se a uma crise de civilização; mas, se
soubermos quebrar a sua onda, poderemos fazer-nos ao largo no nome
do Senhor e lançar as redes. É um bem que a
própria realidade nos faça ir para onde, aquilo que
somos por graça, apareça claramente como pura
graça, ou seja, para este mar que é o mundo actual
onde vale só a unção – não a
função – e se revelam fecundas unicamente as
redes lançadas no nome d’Aquele em quem pusemos a
nossa confiança: Jesus.
Amados fiéis, permanecei unidos aos vossos sacerdotes com
o afecto e a oração, para que sejam sempre Pastores
segundo o coração de Deus.
Amados sacerdotes, Deus Pai renove em nós o
Espírito de Santidade com que fomos ungidos, o renove no
nosso coração de tal modo que a unção
chegue a todos, mesmo nas «periferias» onde o nosso
povo fiel mais a aguarda e aprecia. Que o nosso povo sinta que
somos discípulos do Senhor, sinta que estamos revestidos com
os seus nomes e não procuramos outra identidade; e que ele
possa receber, através das nossas palavras e obras, este
óleo da alegria que nos veio trazer Jesus, o Ungido.
Amen.
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terça-feira, 26 de março de 2013
El pesado fardo de Pedro (I) - di Vittorio Messori
In RL
Parece que la institución eclesial esté haciéndose (o pueda hacerse) minoritaria, incluso allí donde ha sido preponderante durante siglos. Pero es una minoría que, como demuestra el interés provocado por su vida interna, no se ha hecho marginal. La cual entra, sin embargo, en una perspectiva evangélica, segun la cual —palabra del mismo Jesucristo—, el «pequeño rebaño» de los creyentes tiene una misión: la de ser no sólo la masa, sino también sal y levadura del mundo. No se necesita mucho de ambos elementos para hacer fermentar y subir toda la masa.
Un mito más: «El pequeño rebaño»
Para entendernos, en el plano estadístico el «rebaño» no parece aún «pequeño»: los bautizados católicos son hoy cerca de mil doscientos millones, pero proporcionalmente no crecen, más bien tienen a disminuir, visto que en 1910 eran el 17% de los habitantes de la tierra, y cien años después eran el 16%. Como número total (quiero decir los católicos, no los cristianos en su conjunto) han sido superados por los musulmanes, pero si se suman conjuntamente todas las confesiones de estos últimos: sunnitas, chiítas, y muchos otros grupos menores. El granito unido de los islámicos del que hablan con soltura tantos publicistas es sólo uno de muchos mitos: es más, en el mundo musulmán los odios son más implacables y sanguinarios que los que oponían a los cristianos en Europa cinco siglos antes. Lo mismo que sucedió, por desgracia, entre las confesiones cristianas del siglo XVI, la aversión recíproca de los seguidores de las diversas lecturas del Corán supera con creces a aquella que alimentan contra los fieles de la Biblia. Como siempre, las peores guerras son las civiles y, aún más, las de familia.
Existieron, tiempo atrás, los países «catolicísimos»
Como confirma la estabilidad, es más, el regreso de los números, parece agotado el gran esfuerzo misionero del siglo XIX y XX que dobló el número de fieles a Roma, tanto en cifras absolutas como en porcentaje, y le dio auténtica realidad al término «católico». En efecto, la Iglesia, cuyo centro es el antiguo Mons Vaticanus (de vaticinium —oráculo, profecía— segun los insospechados autores precristianos, casi un presagio sobre el destino de aquel lugar donde Pedro sería martirizado y sus sucesores se establecerían), la Iglesia es aún, sin parangón, la fe más global. Mucho más que el islamismo que, señalábamos, la ha superado recientemente en cifras numéricas pero que, a pesar de la inmigración en masa a Occidente, permanece confinada en la zona en torno a los trópicos, desde Marruecos hasta Pakistán. Cada vez que, como conquistador, ha intentado salir de esa parte, antes o después ha sido rechazado: por España, por Sicilia, por Grecia, por los Balcanes.
Por el contrario, los católicos están distribuidos por todo el mundo: el 39% en América Latina y el Caribe, el 24% en Europa, el 16% en África, el 12% en Asia y Australia, el 8% en el Norte de América, el 1% en el Medio Oriento. Respecto a estos mil doscientos millones: se entiende que hablamos de bautizados, los únicos que pueden ser detectables estadísticamente. Como advierten las Escrituras, Dios sólo «lee en los corazones y en los pensamientos»: Él es el único que puede vislumbrar, in interiore hominis, la fe de Sus criaturas. Debidamente precisado esto, queda el hecho de que cada uno puede constatar cada día qué relación existe (o incluso no exista) entre su pertenencia formal a la Iglesia y la coherencia concreta, en la vida cotidiana, con aquel sacramento impartido a los neonatos. Bautizado, es superfluo recordarlo, no significa creyente ni tampoco practicante.
Las antiguas potencias católicas
En todo caso, sonaría burlón el adjetivo «catolicísimo», si se quisiera aún atribuir, por ejemplo, a la Península Ibérica, a Irlanda, a Baviera, a Austria, a Québec, la parte francófona de Canadá, donde las familias competían por tener más hijos y consideraban un deshonor si ninguno de ellos se hacía sacerdote, religiosa o, al menos, laico consagrado. Dentro de poco, parece que el adjetivo superlativo no será ni siquiera adecuado ni siquiera para Polonia, que está recuperando a pasos agigantados el «retraso» hacia el laicismo liberal.
Alemania, después de muchos siglos, ha dado un Pontífice al catolicismo, pero una parte significativa de los alemanes —incluso entre los no protestantes—no se ha mostrado orgullosa en absoluto, a pesar del título del Bild en su portada, sorprendida por la elección, Wir sind Papst, nosotros somos el Papa. Es más, precisamente de su propia patria le han llegado al ya arzobispo de Mónaco los ataques más insidiosos. A quien conozca tanto el pasado como el presente de Alemania, le parecerá increíble que la minoría católica, en tiempos de Pío IX y de León XIII haya tenido la fuerza, el coraje y la tenacidad de doblegar incluso al «Canciller de Hierro» en la que aquel implacable estudioso de la Razón de Estado llamó Kulturkampf, lucha per la civilización. El catolicismo, para Bismarck, era incivil, era la obediencia a un poder extraño al omnipotente Estado de inspiración hegeliana, y por tanto no era tolerable. Pero, al final, fue él quien tuvo que llegar a acuerdos, frente a la fidelidad inflexible a Roma de los obispos y del pueblo, desde los intelictuales y la Universidad hasta los obreros y los campesinos.
Ahora, allí al Norte, de no pocas iglesias en Alemania se han hecho multisalas de cine, estudios de arquitectura, salas de juego o, en algunos casos, sex-shops. La misma suerte —o incluso peor— han tenido buena parte de las iglesais de Holanda, hace años mitad católica y famosa por su fervorosa evoción. ¿Y dónde queda Francia? No hablemos de Vandea, donde un pueblo entero prefirió hacerse exterminar, con el Sagrado Corazón cosido al pecho, por las «columnas infernales» de los Jacobinos enviados por París, antes de renunciar a su religión y a sus sacerdotes; no hablemos de la resistencia a la persecución masónica durante aquella que, a pesar de ser llamada Belle Époque, para los creyentes no lo fue en absoluto; pero ¿dónde queda, un poco más cerca en el tiempo, la Francia de los años treinta a los años cincuenta del pasado siglo, cuando la literatura más prestigiosa era la de los católicos por tradición o por conversión? ¿Y dónde queda Austria, donde ahora el clero proclama la revolución contra Roma, donde muchos párrocos viven abiertamente en concubinato como protesta contra el celibato obligatorio, pero donde el retiro de los ocupantes soviéticos fue obtenido sólo en 1955, después de diez años de una Cruzada del Rosario, proclamada por el presidente mismo de la República, y que vio a las masas arrodilladas, con el rosario en la mano, en las plazas de Viena y de todas las demas ciudades y pueblos?
El caso de España, la «catolicísima»
Fui a España por primera vez al comienzo de los años setenta, y mientras en toda Europa se enloquecía por el espíritu iconoclasta del sesentayocho, descubrí que la radio nacional concluía sus transmisiones por la noche con un solemne Laudetur Jesus Christus, seguido por el canto del Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat, por tanto al mismo tiempo que la Radio Vaticana.
Todavía en los años sesenta del pasado siglo, Bélgica, donde la secularización actual va al mismo ritmo que la de su vecina Holanda, era el país que, en proporción a su población, enviaba más peregrinos a Lourdes, en grandes expediciones guiadas por los obispos, con decenas de «trenes blancos» preparados especialmente para el transporte de personas enfermas.
El caso de «Fluminalis»
Precisamente en los Países Bajos, lugar de las iglesias transformadas en locales eróticos, existe un gigantesco almacén que es una especie de signo concreto (es cruel para un creyente, visitar esta enorme página web) de la débâcle católica, non sólo en la Europa nórdica, sino en todo el continente, o casi. Aquellos cobertizos son un amasijo (malvendido a precios ridículos, vista la exigüidad de la demanda) del contenido de lugares de culto abandonados o transformados para usos del todo profanos.
Es un trágico cúmulo de estatuas, de cuadros edificantes, de Vía Crucis, de tabernáculos, de campanas o campanillas, de fuentes bautismales, de altares enteros, de custodias, de candelabros, de confesionarios, de reclinatorios, de vidrieras, de muebles de sacristía, de vestimentas litúrgicas. A los improbables compradores se les ofrece incluso las veneradas reliquias de santos, encerradas en artísticas cornisas. En resumen, un vertedero para todo aquello que fue «católico», donde los clientes parecen ser escenógrafos cinematográficos o teatrales, o excéntricos interioristas en búsqueda de la pieza perfecta para alguna blasfema decoración de bares, discotecas, garçonnières. Parece que las piezas más buscadas sean los confesionarios, mejor de estilo barroco: ideales, dicen, para adaptarlas al mueble-bar. No es casualidad que quien ha tenido la idea de este depósito —probablemente un sacerdote que ha renunciado, uno más de los tantísimos del éxodo postconciliar, comparable sólo con aquel del siglo XVI, después de la reforma luterana y calvinista— haya elegido un nombre latino para su tienda: Fluminalis. Como un río, es decir, que se lleva los escombros del catolicismo. Aunque cabe preguntarse si se trata realmente del fin del o de un catolicismo; del adiós a una fe de la historia, o sólo del agotamiento de un modo de devoción vinculado a un tiempo que ya ha terminado. Hay muchísima diferencia —intentaremos señalarlas aquí más adelante— entre cristianismo y cristiandad.
Una barca insumergible pero zarandeada por las grandes olas
Pero, realmente, ¿qué Iglesia es ésta que, durante ocho años Benedicto XVI ha presidido y bajo cuyo peso, unido al de la edad, ha cedido finalmente? ¿Qué es, hoy esta Iglesia católica, apostólica, romana, que tendrá que «guiar» (el verbo parece un poco pretencioso, al menos en lo que respecta a ciertas regiones del mundo) aquel que ha salido del Cónclave en marzo? Veo en un diccionario de italiano la definición de la expresión «estar como un papa»: «llevar una vida cómoda, acaudalada y tranquila». Como ejemplo, se ofrece uno extraído de Vicenzo Monti: «Se estaba como papas». Sobre lo de acaudalada no me pronuncio, expreso sólo dudas bastante fuertes sobre lo de cómoda y, sobre todo, sobre lo de tranquila. Hoy, de manera particular. Pero, conociendo la historia entera del papado, creo que este dicho popular siempre ha sido mentiroso.
La conciencia de ser nada menos que (como dice no un apelativo devoto, sino el propio Derecho Canónico) Vicarius Christi, por tanto representante en la tierra del Hijo de Dios encarnado, es aplastante para un hombre de fe, incluso aunque deba ser mitigada por otra conciencia: la de que el Dueño de la Mies y de la Viña, por usar términos evangélicos, sabrá asistir y guiar a su pobre siervo. En todo caso, es gravosa como ninguna esta soledad radical, el ser consciente de encontrarse en una condición única, sin comparación con ninguna otra, vínculo de unión entre la Historia y el Eterno. Incluso el apacible Juan XXIII se soltó y dijo una confidencia: «Cuando era Patriarca de Venecia, aunque tenía problemas graves para mi diócesis, me dormía tranquilo y me tranquilizaba con un: ´En cuanto pueda lo hablaré con el Papa y el me dirá qué hacer y cómo hacerlo´. Ahora espontáneamente lo pienso también, pero me doy cuenta rápidamente de que el Papa soy yo, que mi diócesis es el mundo entero, que ya no tengo ningún Superior en la tierra. Y, por tanto, no me queda más que la oración para obtener iluminación, sin que ningún hombre pueda decidir por mí».
Muy lejos de «una vida de Papa»
Sobre la Iglesia que el nuevo Pontífice va a encontrar (y que, de todos modos, no le permitirá, podemos asegurarlo, llevar «una vida de papa») nos limitaremos, como es obvio, sólo a realizar algún apunte, algún trazo de la situación objetiva: otra cosa bien distinta sería necesaria para realizar un cuadro completo. Un cuadro que —quede claro—, no cuenta solamente con puntos de crisis que aquí señalaremos, sino que también presenta no pocos aspectos positivos, lugares de resistencia, sólidas renovaciones, fundados motivos de esperanza. La doble naturaleza, al mismo tiempo humana y divina de la Iglesia (a imagen de su Señor: Dios y hombre; crucificado y resucitado) provoca siempre que, a lo largo de los siglos, haya aparecido sufriente, cuando no agonizante; y quizá siempre, al mismo tiempo, llena de vida, aunque a veces sólo visto con ojos de la fe. Una energía vital capaz de manifestarse y de reanimarla incluso en el fondo de las peores crisis. Jamás —es un hecho objetivo, no una pretensión apologética—, ni siquiera en los siglos más oscuros, jamás esta Iglesia ha dejado de ser madre de santos, nunca le han faltado, a pesar de todo, hombres y mujeres que han hecho del Evangelio carne y sangre de su vida. Alejandro VI, el Papa Rodrigo Borgia, es contemporáneo del más penitente y austero de todos los santos, Francesco da Paola, que fue apreciado por aquel Pontífice, símbolo de la mayor decadencia eclesial, y que aprobó su durísima Regla. Mientras la revolución luterana incendiaba Europa y León X no quería distraerse de los placeres, las cacerías y de las guerras, perdiendo tiempo con la que el llamaba con desprecio «la típica disputa entre frailes», Ignacio de Loyola iniciaba su camino y meditaba sobre fundar una Compañía de apóstoles, obedientes como soldados, tropas especiales lanzadas a la conquista del mundo en el nombre de la Iglesia. Tempestades que parecían señalar el final, como aquellas que siguieron a la Reforma o a la Revolución Francesa, la era napoleónica, la ocupación italiana de Roma, fueron superadas con un rápido movimiento, del todo imprevisto, que transformó en expansión y en un nuevo florecimiento la perspectiva de extinción.
El fenómeno de los santuarios
Por cierto, hoy, tal y como hemos visto, todos los indicadores señalan una crisis, al menos numérica, pero al mismo tiempo indican un refuerzo fuerte y constante de la afluencia a los santuarios, sobre todo los dedicados a la Virgen. Pero no sólo marianos: basta pensar solamente a san Giovanni Rotondo, donde el padre Pío convoca a una masa mundial (que no conoce de clases sociales) siempre creciente. A menudo, el vecino de casa o el colega del trabajo que no se ven desde hace años en la misa parroquial se encuentran en estos lugares donde lo Sagrado parece concentrarse. ¿Parece atrincherarse hoy en día, como preparando una posible salida, la extraordinaria red de miles de santuarios en el mundo entero, casi como un campo atrincherado en el que esperar tiempos mejores? Una pregunta que sólo puede responder Aquel que, como le gustaba decir al Papa Ratzinger, es el Dueño de la viña que es la Iglesia.
En cualquier caso, el estudioso serio, incluso el más laico, sabe que tiene que protegerse de la imprudencia de aquel funcionario revolucionario que, el 29 de agosto de 1799, registró la muerte de Pío VI, prisionero de la República Francesa en la fortaleza de Valence, mientras se le arrastraba con cadenas hacia París. El incauto escribió sobre el certificado de defunción: «Ha muerto aquí, hoy, el detenido por el gobierno republicano Gian angelo Braschi, italiano, de 82 años, de profesión papa, nombre artístico Pío». Pero quiso añadir verbalmente, de modo burlón como buen citoyen (ciudadano, en francés en el original, N. de la T.) volterriano: «Pío Sexto, pero también el último». En marzo del año siguiente, no en la Roma ocupada y sometida a la descristianización forzada, sino en la Venecia austríaca, fue elegido Pío VII, que asistió no sólo al fin de la Revolución, sino también al de la meteórica revolución napoleónica, y vio la restauración católica de los Borbones. Y la madre y los hermanos del ex Emperador deportados a una isla remota, rechazados por todas las potencias vencedoras, amenazados con sufrir la suerte reservada al Jefe de la efímera revolución, sólo fueron acogidos en Roma paternalmente, ayudados, protegidos por el mismo que había sido durante años prisionero de Bonaparte. Pío VII envió a su carcelero un sacerdote corso para que lo consolase en su lengua materna y le transmitiese el perdón completo y su bendición apostólica.
Una institución compleja
El historiador no aficionado y no incauto sabe que es necesaria mucha prudencia para juzgar la institución más antigua, vasta y abigarrada de la Historia. Y también la más enigmática porque (según su fe), pertenece a la historia y al mismo tiempo la supera: su insitución humana, su involucración terrena —la Iglesia militante— está en la tierra, pero su Fundador y Guía está en el Cielo, donde brilla esplendorosamente la Iglesia triunfante. Estaba ya entre nosotros cuando el Imperio romano estaba en su apogeo, sus visicitudes han recorrido los océanos tempestuosos de veinte siglos, han visto surgir y morir todos los reinos y desvanecerse a todos los potentes y, a pesar de todo, ha llegado a nosotros; ahora, como muchas otras veces, parece débil, y sin embargo no tiene intención alguna de despedirse del mundo y decepcionará, como siempre, a los que esperan una implosión que la disgregue, al estilo del último imperio que la había desafiado, el soviético. Su pueblo y sus pastores —cardenales y obispos— pertenecen a todas las estirpes y todas las culturas, como no sucede en ninguna otra parte ni lugar.
En casos como los del último mes es donde se manifesta una singular paradoja: a la disminución progresiva, que lleva ocurriendo décadas, del número de practicantes católicos (al menos en Occidente) y de la influencia social, moral y política de la Iglesia romana, parece corresponder un aumento del interés por ella, por sus vicisitudes,
por su Pontífice. Al mismo tiempo que los medios de comunicación
internacionales, también los nuevos periódicos nacidos en Internet no
renuncian a tener un «vaticanista» o, al menos, algún experto no de
cuestiones religiosas, sino específicamente católicas. ¿Habrían
tenido el éxito que conocemos las novelillas de Dan Brown o de sus
infinitos imitadores si no tuvieran como fondo la Iglesia, precisamente
la que tiene su centro en El Vaticano? Una Iglesia, por
añadidura, no como residuo arqueológico, como pintoresco set histórico,
del tipo de la abadía de Umberto Ecco, sino viva, presente, intrigante.
Quizá embrollona o incluso asesina: pero, también por ello, peligrosa
porque es todavía potente. La imagen, aunque a menudo deformada, de la Catholica et Apostolica fascina o inquieta al imaginario de la humanidad.
Y su Jefe, con vestidura blanca, es la única autoridad moral escuchada
siempre y en todo lugar: para aceptar o para rechazar, para amar o para
detestar.
Parece que la institución eclesial esté haciéndose (o pueda hacerse) minoritaria, incluso allí donde ha sido preponderante durante siglos. Pero es una minoría que, como demuestra el interés provocado por su vida interna, no se ha hecho marginal. La cual entra, sin embargo, en una perspectiva evangélica, segun la cual —palabra del mismo Jesucristo—, el «pequeño rebaño» de los creyentes tiene una misión: la de ser no sólo la masa, sino también sal y levadura del mundo. No se necesita mucho de ambos elementos para hacer fermentar y subir toda la masa.
Un mito más: «El pequeño rebaño»
Para entendernos, en el plano estadístico el «rebaño» no parece aún «pequeño»: los bautizados católicos son hoy cerca de mil doscientos millones, pero proporcionalmente no crecen, más bien tienen a disminuir, visto que en 1910 eran el 17% de los habitantes de la tierra, y cien años después eran el 16%. Como número total (quiero decir los católicos, no los cristianos en su conjunto) han sido superados por los musulmanes, pero si se suman conjuntamente todas las confesiones de estos últimos: sunnitas, chiítas, y muchos otros grupos menores. El granito unido de los islámicos del que hablan con soltura tantos publicistas es sólo uno de muchos mitos: es más, en el mundo musulmán los odios son más implacables y sanguinarios que los que oponían a los cristianos en Europa cinco siglos antes. Lo mismo que sucedió, por desgracia, entre las confesiones cristianas del siglo XVI, la aversión recíproca de los seguidores de las diversas lecturas del Corán supera con creces a aquella que alimentan contra los fieles de la Biblia. Como siempre, las peores guerras son las civiles y, aún más, las de familia.
Existieron, tiempo atrás, los países «catolicísimos»
Como confirma la estabilidad, es más, el regreso de los números, parece agotado el gran esfuerzo misionero del siglo XIX y XX que dobló el número de fieles a Roma, tanto en cifras absolutas como en porcentaje, y le dio auténtica realidad al término «católico». En efecto, la Iglesia, cuyo centro es el antiguo Mons Vaticanus (de vaticinium —oráculo, profecía— segun los insospechados autores precristianos, casi un presagio sobre el destino de aquel lugar donde Pedro sería martirizado y sus sucesores se establecerían), la Iglesia es aún, sin parangón, la fe más global. Mucho más que el islamismo que, señalábamos, la ha superado recientemente en cifras numéricas pero que, a pesar de la inmigración en masa a Occidente, permanece confinada en la zona en torno a los trópicos, desde Marruecos hasta Pakistán. Cada vez que, como conquistador, ha intentado salir de esa parte, antes o después ha sido rechazado: por España, por Sicilia, por Grecia, por los Balcanes.
Por el contrario, los católicos están distribuidos por todo el mundo: el 39% en América Latina y el Caribe, el 24% en Europa, el 16% en África, el 12% en Asia y Australia, el 8% en el Norte de América, el 1% en el Medio Oriento. Respecto a estos mil doscientos millones: se entiende que hablamos de bautizados, los únicos que pueden ser detectables estadísticamente. Como advierten las Escrituras, Dios sólo «lee en los corazones y en los pensamientos»: Él es el único que puede vislumbrar, in interiore hominis, la fe de Sus criaturas. Debidamente precisado esto, queda el hecho de que cada uno puede constatar cada día qué relación existe (o incluso no exista) entre su pertenencia formal a la Iglesia y la coherencia concreta, en la vida cotidiana, con aquel sacramento impartido a los neonatos. Bautizado, es superfluo recordarlo, no significa creyente ni tampoco practicante.
Las antiguas potencias católicas
En todo caso, sonaría burlón el adjetivo «catolicísimo», si se quisiera aún atribuir, por ejemplo, a la Península Ibérica, a Irlanda, a Baviera, a Austria, a Québec, la parte francófona de Canadá, donde las familias competían por tener más hijos y consideraban un deshonor si ninguno de ellos se hacía sacerdote, religiosa o, al menos, laico consagrado. Dentro de poco, parece que el adjetivo superlativo no será ni siquiera adecuado ni siquiera para Polonia, que está recuperando a pasos agigantados el «retraso» hacia el laicismo liberal.
Alemania, después de muchos siglos, ha dado un Pontífice al catolicismo, pero una parte significativa de los alemanes —incluso entre los no protestantes—no se ha mostrado orgullosa en absoluto, a pesar del título del Bild en su portada, sorprendida por la elección, Wir sind Papst, nosotros somos el Papa. Es más, precisamente de su propia patria le han llegado al ya arzobispo de Mónaco los ataques más insidiosos. A quien conozca tanto el pasado como el presente de Alemania, le parecerá increíble que la minoría católica, en tiempos de Pío IX y de León XIII haya tenido la fuerza, el coraje y la tenacidad de doblegar incluso al «Canciller de Hierro» en la que aquel implacable estudioso de la Razón de Estado llamó Kulturkampf, lucha per la civilización. El catolicismo, para Bismarck, era incivil, era la obediencia a un poder extraño al omnipotente Estado de inspiración hegeliana, y por tanto no era tolerable. Pero, al final, fue él quien tuvo que llegar a acuerdos, frente a la fidelidad inflexible a Roma de los obispos y del pueblo, desde los intelictuales y la Universidad hasta los obreros y los campesinos.
Ahora, allí al Norte, de no pocas iglesias en Alemania se han hecho multisalas de cine, estudios de arquitectura, salas de juego o, en algunos casos, sex-shops. La misma suerte —o incluso peor— han tenido buena parte de las iglesais de Holanda, hace años mitad católica y famosa por su fervorosa evoción. ¿Y dónde queda Francia? No hablemos de Vandea, donde un pueblo entero prefirió hacerse exterminar, con el Sagrado Corazón cosido al pecho, por las «columnas infernales» de los Jacobinos enviados por París, antes de renunciar a su religión y a sus sacerdotes; no hablemos de la resistencia a la persecución masónica durante aquella que, a pesar de ser llamada Belle Époque, para los creyentes no lo fue en absoluto; pero ¿dónde queda, un poco más cerca en el tiempo, la Francia de los años treinta a los años cincuenta del pasado siglo, cuando la literatura más prestigiosa era la de los católicos por tradición o por conversión? ¿Y dónde queda Austria, donde ahora el clero proclama la revolución contra Roma, donde muchos párrocos viven abiertamente en concubinato como protesta contra el celibato obligatorio, pero donde el retiro de los ocupantes soviéticos fue obtenido sólo en 1955, después de diez años de una Cruzada del Rosario, proclamada por el presidente mismo de la República, y que vio a las masas arrodilladas, con el rosario en la mano, en las plazas de Viena y de todas las demas ciudades y pueblos?
El caso de España, la «catolicísima»
Fui a España por primera vez al comienzo de los años setenta, y mientras en toda Europa se enloquecía por el espíritu iconoclasta del sesentayocho, descubrí que la radio nacional concluía sus transmisiones por la noche con un solemne Laudetur Jesus Christus, seguido por el canto del Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat, por tanto al mismo tiempo que la Radio Vaticana.
Todavía en los años sesenta del pasado siglo, Bélgica, donde la secularización actual va al mismo ritmo que la de su vecina Holanda, era el país que, en proporción a su población, enviaba más peregrinos a Lourdes, en grandes expediciones guiadas por los obispos, con decenas de «trenes blancos» preparados especialmente para el transporte de personas enfermas.
El caso de «Fluminalis»
Precisamente en los Países Bajos, lugar de las iglesias transformadas en locales eróticos, existe un gigantesco almacén que es una especie de signo concreto (es cruel para un creyente, visitar esta enorme página web) de la débâcle católica, non sólo en la Europa nórdica, sino en todo el continente, o casi. Aquellos cobertizos son un amasijo (malvendido a precios ridículos, vista la exigüidad de la demanda) del contenido de lugares de culto abandonados o transformados para usos del todo profanos.
Es un trágico cúmulo de estatuas, de cuadros edificantes, de Vía Crucis, de tabernáculos, de campanas o campanillas, de fuentes bautismales, de altares enteros, de custodias, de candelabros, de confesionarios, de reclinatorios, de vidrieras, de muebles de sacristía, de vestimentas litúrgicas. A los improbables compradores se les ofrece incluso las veneradas reliquias de santos, encerradas en artísticas cornisas. En resumen, un vertedero para todo aquello que fue «católico», donde los clientes parecen ser escenógrafos cinematográficos o teatrales, o excéntricos interioristas en búsqueda de la pieza perfecta para alguna blasfema decoración de bares, discotecas, garçonnières. Parece que las piezas más buscadas sean los confesionarios, mejor de estilo barroco: ideales, dicen, para adaptarlas al mueble-bar. No es casualidad que quien ha tenido la idea de este depósito —probablemente un sacerdote que ha renunciado, uno más de los tantísimos del éxodo postconciliar, comparable sólo con aquel del siglo XVI, después de la reforma luterana y calvinista— haya elegido un nombre latino para su tienda: Fluminalis. Como un río, es decir, que se lleva los escombros del catolicismo. Aunque cabe preguntarse si se trata realmente del fin del o de un catolicismo; del adiós a una fe de la historia, o sólo del agotamiento de un modo de devoción vinculado a un tiempo que ya ha terminado. Hay muchísima diferencia —intentaremos señalarlas aquí más adelante— entre cristianismo y cristiandad.
Una barca insumergible pero zarandeada por las grandes olas
Pero, realmente, ¿qué Iglesia es ésta que, durante ocho años Benedicto XVI ha presidido y bajo cuyo peso, unido al de la edad, ha cedido finalmente? ¿Qué es, hoy esta Iglesia católica, apostólica, romana, que tendrá que «guiar» (el verbo parece un poco pretencioso, al menos en lo que respecta a ciertas regiones del mundo) aquel que ha salido del Cónclave en marzo? Veo en un diccionario de italiano la definición de la expresión «estar como un papa»: «llevar una vida cómoda, acaudalada y tranquila». Como ejemplo, se ofrece uno extraído de Vicenzo Monti: «Se estaba como papas». Sobre lo de acaudalada no me pronuncio, expreso sólo dudas bastante fuertes sobre lo de cómoda y, sobre todo, sobre lo de tranquila. Hoy, de manera particular. Pero, conociendo la historia entera del papado, creo que este dicho popular siempre ha sido mentiroso.
La conciencia de ser nada menos que (como dice no un apelativo devoto, sino el propio Derecho Canónico) Vicarius Christi, por tanto representante en la tierra del Hijo de Dios encarnado, es aplastante para un hombre de fe, incluso aunque deba ser mitigada por otra conciencia: la de que el Dueño de la Mies y de la Viña, por usar términos evangélicos, sabrá asistir y guiar a su pobre siervo. En todo caso, es gravosa como ninguna esta soledad radical, el ser consciente de encontrarse en una condición única, sin comparación con ninguna otra, vínculo de unión entre la Historia y el Eterno. Incluso el apacible Juan XXIII se soltó y dijo una confidencia: «Cuando era Patriarca de Venecia, aunque tenía problemas graves para mi diócesis, me dormía tranquilo y me tranquilizaba con un: ´En cuanto pueda lo hablaré con el Papa y el me dirá qué hacer y cómo hacerlo´. Ahora espontáneamente lo pienso también, pero me doy cuenta rápidamente de que el Papa soy yo, que mi diócesis es el mundo entero, que ya no tengo ningún Superior en la tierra. Y, por tanto, no me queda más que la oración para obtener iluminación, sin que ningún hombre pueda decidir por mí».
Muy lejos de «una vida de Papa»
Sobre la Iglesia que el nuevo Pontífice va a encontrar (y que, de todos modos, no le permitirá, podemos asegurarlo, llevar «una vida de papa») nos limitaremos, como es obvio, sólo a realizar algún apunte, algún trazo de la situación objetiva: otra cosa bien distinta sería necesaria para realizar un cuadro completo. Un cuadro que —quede claro—, no cuenta solamente con puntos de crisis que aquí señalaremos, sino que también presenta no pocos aspectos positivos, lugares de resistencia, sólidas renovaciones, fundados motivos de esperanza. La doble naturaleza, al mismo tiempo humana y divina de la Iglesia (a imagen de su Señor: Dios y hombre; crucificado y resucitado) provoca siempre que, a lo largo de los siglos, haya aparecido sufriente, cuando no agonizante; y quizá siempre, al mismo tiempo, llena de vida, aunque a veces sólo visto con ojos de la fe. Una energía vital capaz de manifestarse y de reanimarla incluso en el fondo de las peores crisis. Jamás —es un hecho objetivo, no una pretensión apologética—, ni siquiera en los siglos más oscuros, jamás esta Iglesia ha dejado de ser madre de santos, nunca le han faltado, a pesar de todo, hombres y mujeres que han hecho del Evangelio carne y sangre de su vida. Alejandro VI, el Papa Rodrigo Borgia, es contemporáneo del más penitente y austero de todos los santos, Francesco da Paola, que fue apreciado por aquel Pontífice, símbolo de la mayor decadencia eclesial, y que aprobó su durísima Regla. Mientras la revolución luterana incendiaba Europa y León X no quería distraerse de los placeres, las cacerías y de las guerras, perdiendo tiempo con la que el llamaba con desprecio «la típica disputa entre frailes», Ignacio de Loyola iniciaba su camino y meditaba sobre fundar una Compañía de apóstoles, obedientes como soldados, tropas especiales lanzadas a la conquista del mundo en el nombre de la Iglesia. Tempestades que parecían señalar el final, como aquellas que siguieron a la Reforma o a la Revolución Francesa, la era napoleónica, la ocupación italiana de Roma, fueron superadas con un rápido movimiento, del todo imprevisto, que transformó en expansión y en un nuevo florecimiento la perspectiva de extinción.
El fenómeno de los santuarios
Por cierto, hoy, tal y como hemos visto, todos los indicadores señalan una crisis, al menos numérica, pero al mismo tiempo indican un refuerzo fuerte y constante de la afluencia a los santuarios, sobre todo los dedicados a la Virgen. Pero no sólo marianos: basta pensar solamente a san Giovanni Rotondo, donde el padre Pío convoca a una masa mundial (que no conoce de clases sociales) siempre creciente. A menudo, el vecino de casa o el colega del trabajo que no se ven desde hace años en la misa parroquial se encuentran en estos lugares donde lo Sagrado parece concentrarse. ¿Parece atrincherarse hoy en día, como preparando una posible salida, la extraordinaria red de miles de santuarios en el mundo entero, casi como un campo atrincherado en el que esperar tiempos mejores? Una pregunta que sólo puede responder Aquel que, como le gustaba decir al Papa Ratzinger, es el Dueño de la viña que es la Iglesia.
En cualquier caso, el estudioso serio, incluso el más laico, sabe que tiene que protegerse de la imprudencia de aquel funcionario revolucionario que, el 29 de agosto de 1799, registró la muerte de Pío VI, prisionero de la República Francesa en la fortaleza de Valence, mientras se le arrastraba con cadenas hacia París. El incauto escribió sobre el certificado de defunción: «Ha muerto aquí, hoy, el detenido por el gobierno republicano Gian angelo Braschi, italiano, de 82 años, de profesión papa, nombre artístico Pío». Pero quiso añadir verbalmente, de modo burlón como buen citoyen (ciudadano, en francés en el original, N. de la T.) volterriano: «Pío Sexto, pero también el último». En marzo del año siguiente, no en la Roma ocupada y sometida a la descristianización forzada, sino en la Venecia austríaca, fue elegido Pío VII, que asistió no sólo al fin de la Revolución, sino también al de la meteórica revolución napoleónica, y vio la restauración católica de los Borbones. Y la madre y los hermanos del ex Emperador deportados a una isla remota, rechazados por todas las potencias vencedoras, amenazados con sufrir la suerte reservada al Jefe de la efímera revolución, sólo fueron acogidos en Roma paternalmente, ayudados, protegidos por el mismo que había sido durante años prisionero de Bonaparte. Pío VII envió a su carcelero un sacerdote corso para que lo consolase en su lengua materna y le transmitiese el perdón completo y su bendición apostólica.
Una institución compleja
El historiador no aficionado y no incauto sabe que es necesaria mucha prudencia para juzgar la institución más antigua, vasta y abigarrada de la Historia. Y también la más enigmática porque (según su fe), pertenece a la historia y al mismo tiempo la supera: su insitución humana, su involucración terrena —la Iglesia militante— está en la tierra, pero su Fundador y Guía está en el Cielo, donde brilla esplendorosamente la Iglesia triunfante. Estaba ya entre nosotros cuando el Imperio romano estaba en su apogeo, sus visicitudes han recorrido los océanos tempestuosos de veinte siglos, han visto surgir y morir todos los reinos y desvanecerse a todos los potentes y, a pesar de todo, ha llegado a nosotros; ahora, como muchas otras veces, parece débil, y sin embargo no tiene intención alguna de despedirse del mundo y decepcionará, como siempre, a los que esperan una implosión que la disgregue, al estilo del último imperio que la había desafiado, el soviético. Su pueblo y sus pastores —cardenales y obispos— pertenecen a todas las estirpes y todas las culturas, como no sucede en ninguna otra parte ni lugar.
Último Estado teocrático, última Monarquía verdaderamente absoluta: su Pontífice, dice el derecho que le es propio, tiene una potestas suprema, plena, immediata et universalis sobre la Iglesia, y contra sus decisiones non datur appellatio nec recursus. Pero es, al
mismo tiempo, el lugar más democrático: todo seminarista, por pobre y
oscuro que sea, sabe que tendrá en su alforja de sacerdote una
posibilidad de ser papa, o al menos cardenal u obispo. El más
oscuro de los bautizados tiene —en el interior de los muros eclesiales—
los derechos y los deberes del más rico o potente de la tierra entera:
aquí realmente «la ley es igual para todos», porque todos, sin
excepción, están llamados a respetar, como base de la que todo deriva,
el Decálogo dado a Moisés y el Sermón de la Montaña de Jesús.
En la óptica que sólo aquí vale, la desventaja según el mundo tiene aquí
una posición privilegiada. La última entre los últimos, aquella Bernadette ignorante, enferma, miserable sobre
la que estaba escribiendo aquella mañana de la renuncia papal, tendrá
la gloria de los altares, retratos venerados en todo el mundo, una
estatua de mármol en la nave misma de San Pedro, peregrinaciones
ininterrumpidas a su tumba de Nevers.
Por tanto, que quede claro: las sombras que aquí señalamos con honesto realismo, conviven con amplios espacios por los que se filtra la luz. No olvidemos lo que el mismo Benedicto XVI nos ha recordado, también con su renuncia al pontificado: sólo quien no comprenda que la Iglesia no es nuestra, sino de Cristo, puede preocuparse por ella, por su futuro. A los fieles, el Papa incluido, no se les pide más que realizar, cada uno en su lugar, el propio deber: el resto no es asunto de los hombres. A diferencia de lo que sucede en las instituciones sólo humanas, a aquellos que, con el bautismo, han entrado a formar parte de ella, se les pedirá cuenta de su esfuerzo, no de los resultados. La barca, en cualquier caso, llegará al puerto del fin de la Historia, aunque no sea como un galeón con velas desplegadas y grandes banderas ondeantes, sino reducida a una miserable balsa cargada sólo de pobre gente. Jesús predijo a Pedro que «las puertas del infierno no prevalecerán» jamás sobre la comunidad que le confiaba, pero también le dio a entender que la suerte terrena habría sido para Él precisamente la de la cruz.
(Continuará)
Traducción: Sara Martín
Por tanto, que quede claro: las sombras que aquí señalamos con honesto realismo, conviven con amplios espacios por los que se filtra la luz. No olvidemos lo que el mismo Benedicto XVI nos ha recordado, también con su renuncia al pontificado: sólo quien no comprenda que la Iglesia no es nuestra, sino de Cristo, puede preocuparse por ella, por su futuro. A los fieles, el Papa incluido, no se les pide más que realizar, cada uno en su lugar, el propio deber: el resto no es asunto de los hombres. A diferencia de lo que sucede en las instituciones sólo humanas, a aquellos que, con el bautismo, han entrado a formar parte de ella, se les pedirá cuenta de su esfuerzo, no de los resultados. La barca, en cualquier caso, llegará al puerto del fin de la Historia, aunque no sea como un galeón con velas desplegadas y grandes banderas ondeantes, sino reducida a una miserable balsa cargada sólo de pobre gente. Jesús predijo a Pedro que «las puertas del infierno no prevalecerán» jamás sobre la comunidad que le confiaba, pero también le dio a entender que la suerte terrena habría sido para Él precisamente la de la cruz.
(Continuará)
Traducción: Sara Martín
Aquecimentos globais - por João César das Neves
In DN
O Inverno que agora acaba mostrou sintomas que os especialistas
relacionam com a mudança climática. Um tornado na Póvoa, temporais
mortais em S. Miguel, atraso na monção, temperaturas acima da escala no
verão australiano mostram que o planeta sente um acréscimo da
irregularidade meteorológica e alguns fenómenos invulgares.
Certos acontecimentos estranhos na recente dinâmica económica são análogos à evolução atmosférica. Os sintomas são diferentes na China e EUA, Brasil ou Portugal, mas todos sentem mais irregularidade produtiva e alguns fenómenos invulgares. Podemos dizer assim que se experimenta também um "aquecimento socioeconómico" mundial. Este paralelo ajuda a compreender ambos os fenómenos.
O primeiro elemento é que factos aparentemente distantes podem ser gerados por uma causa comum. No clima a explicação é evidente, mas também na economia muitos acontecimentos, que parecem desligados, estão relacionados numa dinâmica global que preanuncia um período de mudança e conflito. O impasse orçamental americano e o impasse eleitoral italiano, a recessão europeia e o arrefecimento das economias asiáticas, o agravamento na disparidade ente ricos e pobres e as múltiplas emergências orçamentais, são resultado de um quadro comum de transformação. Nos últimos 20 anos a globalização e abertura comercial de múltiplas zonas, junto com as profundas transformações da era da informação, mudaram a estrutura produtiva criando perturbações em diversas áreas e transformando o sistema que conhecíamos.
O segundo facto é que esta mutação é inevitável. Aqui foi a economia quem melhor percebeu que pouco havia a opor à globalização. No campo climático os repetidos avisos aflitivos de ambientalistas, recomendando soluções drásticas, mostram como muitos ainda têm a ilusão de se poder voltar atrás. Apesar disso, e de esforços dispendiosos, era evidente há muito que o mundo nunca conseguiria habituar-se a viver com menores níveis de energia e emissões. Assim, em vez de evitar mudanças climáticas, a humanidade terá de aprender a suportá-las.
O terceiro aspecto é que, em ambos ao casos, a mudança não é o fim do mundo. Trata-se de transformações dolorosas, difíceis, exigentes mas, como todas as evoluções, com vantagens e inconvenientes. Se os desertos avançam em certas zonas, outras melhoram a fertilidade. Algumas ilhas e costas ficam submersas enquanto áreas geladas passam a habitáveis. O mesmo processo vê-se no campo económico. A concorrência dos mercados emergentes gera reestruturações produtivas e tensões sociais na Europa e América do Norte. Essas dificuldades vêm a par da maior redução de pobreza da história do mundo, no Extremo Oriente e África, que vivem a sua melhor época nos últimos séculos.
Nunca se deve subestimar o enorme sofrimento causado por ajustamentos desta dimensão na economia e clima. Adaptações sectoriais e empresariais, acompanhadas por falências e despedimentos, movimentos de populações, dívidas e rupturas são dramas bem reais, e por isso tanta gente ainda tenta evitar a evolução. As sociedades terão de alterar estruturas e costumes seculares, defender-se de perigos inesperados, conceber novas formas de trabalho e enfrentar climas diferentes. O facto de os dois "aquecimentos" virem em simultâneo ainda agrava mais os inconvenientes.
Seja nas formas produtivas e tecnológicas, nas culturas agrícolas ou nos hábitos de vida, vêm aí tempos novos que exigem respostas originais. Esta é uma evolução que a humanidade fez já muitas vezes ao longo da sua história, em geral em condições muito mais difíceis. Cabe à nossa geração vencer este novo desafio.
O mais importante é ser capaz de ajustar o essencial, manter o importante e adaptar o acessório. Em particular é urgente apoiar os mais afectados, defendendo e reafirmando a democracia e direitos humanos, que estão já a ser contestados por muitos no meio das pressões que se começam a sentir. As tentações de violência serão fortíssimas. Se cair nelas, o globo fica, não mais quente, mas carbonizado.
Certos acontecimentos estranhos na recente dinâmica económica são análogos à evolução atmosférica. Os sintomas são diferentes na China e EUA, Brasil ou Portugal, mas todos sentem mais irregularidade produtiva e alguns fenómenos invulgares. Podemos dizer assim que se experimenta também um "aquecimento socioeconómico" mundial. Este paralelo ajuda a compreender ambos os fenómenos.
O primeiro elemento é que factos aparentemente distantes podem ser gerados por uma causa comum. No clima a explicação é evidente, mas também na economia muitos acontecimentos, que parecem desligados, estão relacionados numa dinâmica global que preanuncia um período de mudança e conflito. O impasse orçamental americano e o impasse eleitoral italiano, a recessão europeia e o arrefecimento das economias asiáticas, o agravamento na disparidade ente ricos e pobres e as múltiplas emergências orçamentais, são resultado de um quadro comum de transformação. Nos últimos 20 anos a globalização e abertura comercial de múltiplas zonas, junto com as profundas transformações da era da informação, mudaram a estrutura produtiva criando perturbações em diversas áreas e transformando o sistema que conhecíamos.
O segundo facto é que esta mutação é inevitável. Aqui foi a economia quem melhor percebeu que pouco havia a opor à globalização. No campo climático os repetidos avisos aflitivos de ambientalistas, recomendando soluções drásticas, mostram como muitos ainda têm a ilusão de se poder voltar atrás. Apesar disso, e de esforços dispendiosos, era evidente há muito que o mundo nunca conseguiria habituar-se a viver com menores níveis de energia e emissões. Assim, em vez de evitar mudanças climáticas, a humanidade terá de aprender a suportá-las.
O terceiro aspecto é que, em ambos ao casos, a mudança não é o fim do mundo. Trata-se de transformações dolorosas, difíceis, exigentes mas, como todas as evoluções, com vantagens e inconvenientes. Se os desertos avançam em certas zonas, outras melhoram a fertilidade. Algumas ilhas e costas ficam submersas enquanto áreas geladas passam a habitáveis. O mesmo processo vê-se no campo económico. A concorrência dos mercados emergentes gera reestruturações produtivas e tensões sociais na Europa e América do Norte. Essas dificuldades vêm a par da maior redução de pobreza da história do mundo, no Extremo Oriente e África, que vivem a sua melhor época nos últimos séculos.
Nunca se deve subestimar o enorme sofrimento causado por ajustamentos desta dimensão na economia e clima. Adaptações sectoriais e empresariais, acompanhadas por falências e despedimentos, movimentos de populações, dívidas e rupturas são dramas bem reais, e por isso tanta gente ainda tenta evitar a evolução. As sociedades terão de alterar estruturas e costumes seculares, defender-se de perigos inesperados, conceber novas formas de trabalho e enfrentar climas diferentes. O facto de os dois "aquecimentos" virem em simultâneo ainda agrava mais os inconvenientes.
Seja nas formas produtivas e tecnológicas, nas culturas agrícolas ou nos hábitos de vida, vêm aí tempos novos que exigem respostas originais. Esta é uma evolução que a humanidade fez já muitas vezes ao longo da sua história, em geral em condições muito mais difíceis. Cabe à nossa geração vencer este novo desafio.
O mais importante é ser capaz de ajustar o essencial, manter o importante e adaptar o acessório. Em particular é urgente apoiar os mais afectados, defendendo e reafirmando a democracia e direitos humanos, que estão já a ser contestados por muitos no meio das pressões que se começam a sentir. As tentações de violência serão fortíssimas. Se cair nelas, o globo fica, não mais quente, mas carbonizado.
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Economia e Finanças,
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João César das Neves
Pro-life leaders say Pope Francis will inspire the world to 'promote the culture of life' - by Ben Johnson
WASHINGTON, D.C., March 13, 2013 (LifeSiteNews.com)
– Members of the pro-life and pro-family community say they are
overjoyed at the selection of Cardinal Jorge Bergoglio as the new Pope
of the Roman Catholic Chuch.
As LifeSiteNews reported in 2007, the new pope, Francis, has called abortion the “death penalty” for the unborn.
He has also taken a strong stance in favor of the natural family in
Argentina. He called gay marriage “a destructive pretension against the
plan of God" and “a machination of the Father of Lies." At the same
time, in a story that is being much-repeated today, Pope Francis
demonstrated his compassion when he visited a hospice on Holy Thursday
where he kissed and washed the feet of 12 patients suffering from AIDS, a
disease that is often associated with homosexuality.
That legacy heartened pro-life and pro-family activists across the country.
“During him time as Archbishop of Buenos Aires Jorge Mario Bergoglio
was a stalwart defender of the sanctity of all innocent human life,”
Michael New of National Review told LifeSiteNews.com. “On
September 1, 2009 – the feast day of St. Raimondo Nonnato, the patron of
expectant mothers and the unborn – Cardinal Bergoglio celebrated Mass
in Buenos Aires. He encouraged attendees to defend life from conception
to its natural end. He also added that to really promote the culture of
life means also supporting the existence of these unborn children, in
all phases of their childhood.”
“I pray that Pope Francis I inspires, not only Catholics, but people of all faiths to promote and defend the culture of life,” New said.
“I pray that Pope Francis I inspires, not only Catholics, but people of all faiths to promote and defend the culture of life,” New said.
EWTN radio's Al Kresta
told LifeSiteNews.com that Pope Francis' “extraordinary theological
training” will allow him to serve as “a theologian in the best sense of
the word.”
Pope Francis “has had to live through a series of conflicts within the
Jesuit order over the last generation,” Kresta noted. “He will model for
us a way of peace and a way of reconciliation, not through compromise,
but he'll pursue Catholic reconciliation along the lines of sacrifice as
Francis did.”
His choice of the name Francis – after St. Francis of Assissi – rang a hopeful chord in many of the faithful.
“We now welcome Pope Francis I, who we pray to God follows in the
footsteps of St. Francis of Assisi,” Judie Brown, president of American Life League
and three-time appointee to the Pontifical Academy for Life, said.
“Recall that Christ said to St. Francis, 'Rebuild my Church!' This is
the very challenge that our new Pope will have to confront.”
“No more talk of compromise on questions of abortion, contraception,
homosexuality or euthanasia. No more tolerance for those who claim to be
Catholic while supporting vile acts such as abortion,” she said.
“Please join me in thanking God for our new Pope. Let us pray without
ceasing for him.”
Many hope that reform will begin with educational institutions run by his own Society of Jesus.
“The fact that God has provided a Jesuit as our new Holy Father has
great significance for many Catholics, who have been hoping and praying
that the New Evangelization will bring about the renewal of the Society
of Jesus and its many schools and colleges,” Patrick J. Reilly,
president of the Cardinal Newman Society,
said. “For decades, Jesuit universities in the United States have been
hotbeds of dissent, with many professors displaying great disrespect for
the Vatican and the bishop.”
“We trust that he will continue the renewal of fidelity and Catholic
identity in Catholic education, which Pope Benedict said was 'the most
urgent internal challenge' facing the Church in the United States,”
Reilly added. “In your charity, please pray for the renewal of Catholic
education and for our new Holy Father, Pope Francis!”
As an Argentine Cardinal, the new pope sometimes clashed with political
authorities – and sometimes his fellow priests, as one who distanced
himself from those who taught liberation theology, a baptized Marxism
dressed up in Christian terminology. Pope John Paul II strongly
condemned its spread.
“Pope Francis is a man of great spirituality who is known for his
commitment to doctrinal orthodoxy as well as for his simplicity of
life,” Fr. Robert Sirico, president of The Acton Institute,
said. “Like Benedict XVI, he combines concern for the poor with an
insistence that it’s not the Church’s responsibility to be a political
actor or to prescribe precise solutions to economic problems. In that
regard, he’s a model for all Catholic bishops and clergy throughout the
world.”
The years he spent clashing with Argentine authorities will help combat
the Obama administration and, perhaps, reform the sometimes inattentive
U.S. Council of Catholic Bishops, according to Richard Viguerie, a
practicing Catholic and the proprietor of ConservativeHQ.com.
As a bishop and cardinal in his home country, the new pope “provided
the great moral compass that society must have when temporary political
expediency points a nation or a people in the wrong direction,” Viguerie
said. “Such moral leadership and courage will inject much-needed
backbone into the bishops, priests, and lay-leaders here in the United
States, where the Church has too often adopted the trends and habits of a
secular amoral society.”
Bill Donohue of the Catholic League
believes, far from diminishing his influence, “his strong embrace of
core moral principles, especially as they touch on sexual matters, adds
to his appeal.”
Those principles include an unqualified support of life from conception
to natural death, causes for which the Vatican has become the world's
leading advocate.
Click "like" if you want to end abortion!
"The pro-life movement owes a debt of gratitude to the Catholic Church
for its leadership and on-going commitment to building a world in which
everyone is welcomed in life and protected in law," said Dr. Charmaine
Yoest. "Americans United for Life extends our sincere congratulations to our Catholic friends as they prepare to welcome Pope Francis I as their new leader.”
“Priests for Life is delighted at the selection of Pope Francis I and
we are assured that the sanctity of all human life will be a top
priority for this Pope, as it has been for his predecessors,” said Fr.
Frank Pavone, national director of Priests for Life. “We look forward to
working under the leadership of the new pope to advance the culture of
life."
Bryan Kemper, Youth Outreach Director for Priests for Life, said he and
the young Catholics he meets everyday are “excited for his leadership
and committed to continuing to share the message of life that is so
central to our Church."
The media have made much that the pope hails from Latin America.
Bergoglio, who is of Italian descent, has become a potent figure for the
Global South and a reminder that papal leadership extends to every
corner of the world.
“The inspired selection of Pope Francis is most welcome and exciting
news as we face increasing pressure in Latin America from radical forces
intent on destroying the culture of life,” Marie Smith, director of the
Parliamentary Network for Critical Issues, said. “Responses from
contacts in Argentina comment on the new Pope’s simplicity of style,
attention to his role as pastor, and focus on the social issues that
challenge the region and the world today. We look forward to his
leadership of the Church.”
Others were simply impressed with the character of the man who has been chosen to lead the world's one billion Roman Catholics.
“We were struck by his humility in such an august moment, especially
when he asked all of us to ask the Lord to bless him before he imparted
his first papal blessing upon the Church and the world,” Father Shenan
J. Boquet, president of Human Life International,
said. “We will certainly continue praying for him, asking that the Lord
grant him peace and wisdom, strength and courage, and give him every
grace necessary to guide the Church during this time."
Even non-Catholics extended their thanks. Dr. Janice Shaw Crouse, senior fellow at the Beverly LaHaye Institute,
said, “Congratulations to my Catholic friends on the election of Pope
Francis. I like the descriptions that I am hearing: especially, that he
is an 'authentic' Christian who holds to the foundations of the faith
and favors 'simplicity' in the mode of Mother Teresa.”
Obviously, the pope's primary duty is acting as chief shepherd of the Roman Catholic Church. The Remnant
newspaper noted that, while it is not certain of his disposition toward
the Traditional Latin Mass, “the Institute of the Good Shepherd has a
house in his diocese.”
Kresta told LifeSiteNews that he believes the new pope will “make a
supreme effort to present the Catholic Faith in its totality, in its
fullness, to the world.”
“It won't be liberal; it won't be conservative. It won't be left-wing;
it won't be right-wing. It won't be just Social Justice; it won't be
just doctrine. It won't be just East or West,” he said.
While Pope Francis “believes everything the Catechism teaches," Kresta
said he will “adorn the doctrine and make sure that people understand
that the faith is not just believing in a set of propositions, but it's
also the reception of a new light.”
“This man lives what he believes,” he said.
1,4 millones marchan en Francia por defensa del matrimonio y la familia
PARÍS, 24 Mar. 13 / 12:53 pm (ACI).-
Cerca
de millón y medio de franceses participan hoy en La Manif pour Tous (La
Marcha para Todos) por las principales calles de París, exigiendo al
gobierno socialista de François Hollande que retire el nocivo proyecto
de ley que promueve el mal llamado “matrimonio” homosexual y la adopción de parejas gay.
Los portavoces de las organizaciones participantes denunciaron que el proyecto de ley del régimen socialista llamado “matrimonio para todos” atenta contra la realidad histórica de la humanidad, y niega el fundamento antropológico de las relaciones humanas.
“Crear una filiación ficticia es hacer del niño un objeto”, denunciaron, citados por la plataforma española HazteOír, que se sumó a la marcha con una delegación en París.
La Marcha para Todos denuncia toda forma de discriminación hacia las personas homosexuales, pero recuerda con similar firmeza que la relación padre-madre es una ley universal.
“El matrimonio civil, como institución, existe precisamente para garantizar esta realidad. El Derecho no puede reinventar los lazos de filiación, que fundamentan nuestra sociedad y protegen al niño”, aseguraron.
Para los participantes, “el derecho del niño (y no ‘el derecho al niño’) es una puesta superior que sobrepasa los apuntes ideológicos a los que nos quieren acostumbrar”.
“¡Todos nacimos de un hombre y de una mujer!", exclamaron desde la tribuna principal de la manifestación.
La Marcha Para Todos busca defender el matrimonio civil entre un hombre y una mujer, amenazado por la ley “Taubira”, que incluye la “procreación médicamente asistida” (PMA) y la “gestación para otro” (GPA).
Los manifestantes, muchos de ellos jóvenes, lucieron bufandas con los colores de la bandera francesa, así como pancartas y globos que reivindicaban la defensa de la infancia, la familia y del matrimonio entre un hombre y una mujer.
El 13 de enero de este año, en una edición previa de La Manif pour Tous, más de un millón de personas marcharon en París con carteles en los que se leía "Los papás y las mamás a las calles descendemos y el matrimonio defendemos", "Papá mas Mamá: No hay nada mejor para un niño", "Todos nacemos de un hombre y de una mujer", "Ni progenitor A, ni progenitor B: ¡Papá y Mamá!".
En esa marcha participó Nathalie de Williencourt, fundadora de la organización gay Homovox, una de las más grandes de Francia, quien aseguró que "soy francesa, soy homosexual, la mayoría de los homosexuales no queremos ni el matrimonio, ni la adopción de los niños, sobre todo no queremos ser tratados del mismo modo que los heterosexuales porque somos diferentes, no queremos igualdad, pero si justicia".
Los portavoces de las organizaciones participantes denunciaron que el proyecto de ley del régimen socialista llamado “matrimonio para todos” atenta contra la realidad histórica de la humanidad, y niega el fundamento antropológico de las relaciones humanas.
“Crear una filiación ficticia es hacer del niño un objeto”, denunciaron, citados por la plataforma española HazteOír, que se sumó a la marcha con una delegación en París.
La Marcha para Todos denuncia toda forma de discriminación hacia las personas homosexuales, pero recuerda con similar firmeza que la relación padre-madre es una ley universal.
“El matrimonio civil, como institución, existe precisamente para garantizar esta realidad. El Derecho no puede reinventar los lazos de filiación, que fundamentan nuestra sociedad y protegen al niño”, aseguraron.
Para los participantes, “el derecho del niño (y no ‘el derecho al niño’) es una puesta superior que sobrepasa los apuntes ideológicos a los que nos quieren acostumbrar”.
“¡Todos nacimos de un hombre y de una mujer!", exclamaron desde la tribuna principal de la manifestación.
La Marcha Para Todos busca defender el matrimonio civil entre un hombre y una mujer, amenazado por la ley “Taubira”, que incluye la “procreación médicamente asistida” (PMA) y la “gestación para otro” (GPA).
Los manifestantes, muchos de ellos jóvenes, lucieron bufandas con los colores de la bandera francesa, así como pancartas y globos que reivindicaban la defensa de la infancia, la familia y del matrimonio entre un hombre y una mujer.
El 13 de enero de este año, en una edición previa de La Manif pour Tous, más de un millón de personas marcharon en París con carteles en los que se leía "Los papás y las mamás a las calles descendemos y el matrimonio defendemos", "Papá mas Mamá: No hay nada mejor para un niño", "Todos nacemos de un hombre y de una mujer", "Ni progenitor A, ni progenitor B: ¡Papá y Mamá!".
En esa marcha participó Nathalie de Williencourt, fundadora de la organización gay Homovox, una de las más grandes de Francia, quien aseguró que "soy francesa, soy homosexual, la mayoría de los homosexuales no queremos ni el matrimonio, ni la adopción de los niños, sobre todo no queremos ser tratados del mismo modo que los heterosexuales porque somos diferentes, no queremos igualdad, pero si justicia".
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Casamento,
Família,
França,
Homossexualidade
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