sábado, 10 de abril de 2010

O Ataque à Igreja


“A hipocrisia é o juro que o vício paga à virtude” (não me lembro do autor)


João José Brandão Ferreira


TCor/Pilav(Ref)

6/4/2010


O grande alarido que por aí vai por causa dos hipotéticos e dos provados, casos de pedofilia em que estão envolvidos padres católicos poderia parecer mais um ataque daqueles recorrentes que se fazem à Igreja de Roma, sobretudo desde que uns revolucionários em Paris deram em cortar cabeças a esmo.


A extensão, organização e o alvo dos ataques leva, contudo, a que se deva prestar mais atenção ao fenómeno e em formas de actuação. A pedofilia é a desculpa, o objectivo a atingir é enlamear o Papa e com isso vibrar um golpe, eventualmente, mortal na Igreja de Cristo. A estratégia parece visar mais alto ainda: a vitória do laicismo sobre a religião. E não é contra o islamismo, o judaísmo, o cristianismo ou o budismo, que os laicistas empedernidos se viram, não, é contra o cristianismo. Porque será?


Os laicistas não estão satisfeitos com a separação do Estado e das confissões religiosas; não pretendem o respeito e a harmonia entre as pessoas, modos de vida e crenças, não, o que eles querem é domínio absoluto e para isso não hesitam em abrir as guerras que julgarem necessárias. Ainda não é uma guerra no sentido literal do termo – com mortos e feridos – mas lá poderemos chegar.


Como estão organizados os laicistas (que não os laicos…) e como se manifestam? Que organizações os representam? Eis perguntas que carecem de respostas explícitas. Os instigadores têm que passar a ter nomes, caras, identidade. Um dia um qualquer tribunal terá que apurar responsabilidades.


Casos, reais ou fictícios, de pedofilia envolvendo membros da Igreja Católica (os ocorridos com outros ramos do cristianismo, são curiosamente mais poupados…), viraram a brecha por onde entraram os Hunos!


Diga-se em abono da verdade que algum encobrimento e lentidão em reagir adequadamente aos casos conhecidos e provados, não abonam à hierarquia da Igreja. Mas esta, na sua prudência milenar e culto dos preceitos de indulgência, caridade e perdão, que a enformam, tentou talvez resolver as questões no seu seio sem causar escândalo público. Entende-se, mas uma coisa é o conceito de pecado e outra o de crime, abrangido pelas leis penais.


Por isso a Igreja só tem que fazer uma coisa nestes casos: é aplicar ela própria o direito canónico e deixar as autoridades aplicarem o direito público. E isto, tem que ser rápido porque afecta terceiros que ainda por cima são menores. O arrependimento, a reconciliação e o perdão, farão o seu caminho, mais tarde.


Quis a Igreja garantir todos os meios de defesa aos acusados, não se lhes pode levar a mal, já que a sociedade está cheia de leis onde os direitos prevalecem sobre os deveres e onde até os delinquentes estão mais defendidos do que os cidadãos honestos. Achar o contrário é hipocrisia política e social.


Ora a sociedade tem que olhar para estes casos como pontuais e circunscritos. Não deve aproveitá-los para se fazer um libelo contra a Igreja como Instituição e um julgamento público contra os sacerdotes e o seu múnus, no seu todo. E não podemos desligar do facto da Igreja, como Instituição, ser servida por homens. Homens que devem pautar o seu comportamento por preceitos elevados de conduta – o magistério de Cristo é exigente – nos homens. Só raros vão a Santos…


Ora não é isto que se tem tentado fazer. E o despautério chega ao ponto de querer responsabilizar Sua Santidade o Papa como se ele tivesse decretado alguma lei iníqua no sentido dos abusos sexuais, ou a Igreja fosse uma associação de malfeitores. Os advogados americanos e ingleses que querem julgar o Papa, porque não exigem também julgar o Presidente Obama e a Rainha Elisabete, pelos pedófilos de todas as profissões existentes nos respectivos países? Se um dia destes houver um caso de pedofilia numa unidade militar, vai-se pedir a cabeça do Chefe de Estado-Maior ou acabar com a tropa?


Tudo isto já foi longe demais.


Curioso também é verificar a tentativa de considerar como de causa/efeito, os abusos pedófilos com o celibato exigido aos sacerdotes. Outra demagogia, que pretende atacar indirectamente um preceito que parece preocupar tanto, os não católicos, sem lhes dizer minimamente respeito. Fica sem explicar, os casos de membros de outras confissões, que são casados ou podem casar e também foram acusados de pedofilia.

E é curioso verificar que nenhuma preocupação existe em ponderar os casos de pedofilia, com o desregramento das relações, o relativismo moral, a pornografia, a propaganda explícita e descarada que passa nos “media”, cinema, etc. Nem sequer afloram o facto de cerca de 80% dos casos de pedofilia registados, em geral, serem ocasionados por homossexuais…


Ora perante toda esta avalanche de ataques – que não vão parar – há que cerrar fileiras e passar ao contra ataque.


E para isto resultar bem, é imperioso que a hierarquia da Igreja passe a funcionar e dê as suas ordens. A Igreja já fez o número de genuflexões suficientes e já pediu perdão que baste. Ser humilde, reconhecer erros e pedir perdão por pecados, fica bem, até ao momento em que passe o limiar da dignidade, do decoro e da justiça.


Já é, até, discutível se é razoável pedir desculpas colectivas. Eu não me sinto responsável, pela escravatura, pelos pecados da Inquisição, a expulsão dos Judeus, a revolta dos Albigenses ou o saque de Constantinopla. Já basta ter que herdar as consequências. Não há purismos históricos. Mais a mais, quando mais ninguém no mundo segue o exemplo do Papa e dos Católicos! Sim, ainda estou para ver um rabino ou um pregador muçulmano, pedir desculpa seja pelo que for e já agora algum membro da Maçonaria, por terem mandado o Luís XVI e a Maria Antonieta para a guilhotina!


Por isso caríssimos Bispos, V. Exªs Reverendíssimas não usam o anel e o báculo apenas como símbolos de autoridade, é vosso dever merecê-los.


Por isso eu vos incito ao bom combate. Basta de ser saco de levar pancada, e já devem ter percebido que contemporizar não leva a lado nenhum.


Entende-se a prudência mas não se pode aceitar a paralisia do medo. E por mais que isso vos possa custar, enquanto “passamos” pela terra, estamos no Reino dos Homens. Não no reino de Deus.

La respuesta a los casos de abusos sexuales

Análisis del padre Federico Lombardi S.I.

El debate sobre los abusos sexuales, y no solo por parte del clero, prosigue entre noticias y comentarios de diverso tipo. ¿Cómo navegar en estas aguas agitadas manteniendo un rumbo seguro que responda al evangélico "Duc in altum" (Remad mar adentro)?

En primer lugar hay que seguir buscando la verdad y la paz para los ofendidos. Entre las cosas que más llaman la atención es que hoy salen a la luz también tantas heridas internas que se remontan a hace muchos años -incluso a diversas décadas-, pero que, evidentemente, siguen abiertas. Muchas víctimas no buscan un resarcimiento económico sino una ayuda interior, un juicio acerca de su dolorosa vivencia personal. Todavía queda algo por entender realmente. Probablemente debemos tener una experiencia más profunda de los hechos que han marcado tan negativamente la vida de las personas, de la Iglesia y de la sociedad. Un ejemplo, en ámbito colectivo, son el odio y la violencia de los conflictos entre los pueblos, que resultan tan difíciles de superar para una reconciliación verdadera. Los abusos hieren a nivel personal profundo. Por eso han hecho muy bien los episcopados que valerosamente han reemprendido el establecimiento de modos y lugares para que las víctimas puedan expresarse libremente y ser escuchadas, sin dar por descontado que el problema estuviera ya afrontado y superado gracias a los centros de escucha instituidos hace tiempo, al igual que aquellos episcopados u obispos que con trato paternal prestan atención espiritual, litúrgica y humana a las víctimas. Parece cierto que el número de las nuevas denuncias de abusos disminuye, como está sucediendo en Estados Unidos, pero para muchos el camino del saneamiento en profundidad empieza solamente ahora y para otros todavía está por empezar. En el contexto de atención a las víctimas, el Papa ha escrito que está dispuesto a nuevos encuentros con ellas, involucrándose en el camino de toda la comunidad eclesial. Pero se trata de un camino que para tener efectos profundos debe llevarse a cabo, todavía más, en el respeto de las personas, y en búsqueda de la paz.

Junto a la atención por las víctimas hay que continuar, además, aplicando con decisión y veracidad los procedimientos adecuados del juicio canónico de los culpables y de colaboración con las autoridades civiles en lo que se refiere a sus competencias judiciales y penales, teniendo en cuenta la especificidad de las normativas y de las situaciones en los diversos países. Sólo así se puede pensar en reconstruir efectivamente un clima de justicia y la plena confianza en la institución eclesial. Se ha dado el caso de que diversos responsables de comunidades o instituciones, por falta de experiencia o de preparación, no dispusieran de los criterios de intervención que podían ayudarles a intervenir con determinación aún cuando fuera para ellos muy difícil o doloroso. Pero, mientras la ley civil interviene con normas generales, la canónica debe tener en cuenta la particular gravedad moral de la traición de la confianza depositada en las personas con responsabilidad en la comunidad eclesial y de la flagrante contradicción con la conducta que deberían testimoniar. En este sentido, la transparencia y el rigor se imponen como exigencias urgentes de un testimonio de gobierno sabio y justo de la Iglesia.

En perspectiva, la formación y selección de los candidatos al sacerdocio, y más en general del personal de las instituciones educativas y pastorales son las premisas para la prevención eficaz de posibles abusos. Conquistar una sana madurez de la personalidad, también desde el punto de vista de la sexualidad, ha sido siempre un reto difícil, pero hoy lo es todavía más, aunque los mejores conocimientos psicológicos y médicos representan una gran ayuda en la formación espiritual y moral. Alguno ha observado que la mayor frecuencia de los abusos se ha verificado en el período más álgido de la "revolución sexual" de los decenios pasados. En la formación hay que tener en cuenta este contexto y aquel más general de la secularización. En realidad, se trata de redescubrir y reafirmar el sentido y la importancia del significado de la sexualidad, de la castidad y de las relaciones afectivas en el mundo de hoy, en formas muy concretas y no sólo verbales o abstractas. ¡Qué fuente de desorden y sufrimiento puede suponer su violación o menosprecio! Como observa el Papa al escribir a los irlandeses, una vida cristiana y sacerdotal solo puede responder hoy a las exigencias de su vocación si se alimenta realmente de las fuentes de la fe y de la amistad con Cristo.

Quien ama la verdad y la valoración objetiva de los problemas sabrá buscar y encontrar las informaciones para una comprensión más general del problema de la pederastia y de los abusos sexuales de menores en nuestro tiempo y en los diferentes países, comprendiendo su extensión y su penetración. De este modo, podrá entender mejor en qué medida la Iglesia católica comparte no solo sus problemas, en qué medida suponen para ella una gravedad particular y exigen intervenciones específicas, y finalmente en qué medida la experiencia que la Iglesia va adquiriendo en este campo pueda ser útil también para otras instituciones o para toda la sociedad. Por lo que concierne a este aspecto, creo que los medios de comunicación no han trabajo todavía suficientemente, sobre todo en los países en los que la presencia de la Iglesia tiene una mayor relevancia, y sobre quien se apuntan más fácilmente, por tanto, los dardos de la crítica. Pero, documentos como el informe nacional de EEUU sobre el maltrato de los niños, merecerían ser más conocidos para entender cuáles son los campos que exigen una intervención social urgente y las proporciones de los problemas. Sólo en el año 2008, en Estados Unidos, se identificaron más de 62.000 autores de abusos de menores, mientras el grupo de los sacerdotes católicos es tan pequeño que ni siquiera se tiene en cuenta como tal.

El compromiso por la protección de los menores y de los jóvenes es por tanto un campo de trabajo inmenso e inagotable, que va más allá del problema concerniente a algunos miembros del clero. Quienes dedican sus esfuerzos con sensibilidad, generosidad y atención merecen gratitud, respeto y aliento por parte de todos, y en particular, de las autoridades eclesiales y civiles. Su contribución es esencial para la serenidad y la credibilidad del trabajo educativo y de formación de la juventud en la Iglesia y fuera de ella. Justamente, el Papa les ha dirigido palabras de gran aprecio en la carta a los irlandeses, pero pensando naturalmente en un horizonte más amplio.

Finalmente, Benedicto XVI guía coherente por el camino del rigor y de la veracidad, merece todo el respeto y el apoyo, y prueba de ello son los amplios testimonios de todos los rincones de la Iglesia. El Papa es un pastor que está a la altura de afrontar con gran rectitud y seguridad este tiempo difícil, en el que no faltan críticas e insinuaciones infundadas; hay que afirmar, sin prejuicios, que es un Papa que ha hablado mucho de la verdad de Dios y del respeto de la verdad, siendo un testigo creíble de ella. Le acompañamos y aprendemos de él la constancia necesaria para crecer en la verdad, en la transparencia, manteniendo amplio el horizonte sobre los graves problemas del mundo, respondiendo con paciencia a la aparición --gota a gota-- de "revelaciones" parciales o presuntas que tratan de mermar su credibilidad o la de otras instituciones y personas de la Iglesia.

En la Iglesia, en la sociedad en la que vivimos, cuando comunicamos y escribimos, tenemos necesidad de este paciente y firme amor a la verdad si queremos servir y no confundir a nuestros contemporáneos.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

UN Judge Says Pope Should be Prosecuted at International Criminal Court.

by Susan Yhoshihara, PhD

(NEW YORK – C-FAM) In London last Friday, a high ranking United Nations (UN) jurist called on the British government to detain Pope Benedict XVI during his upcoming visit to Britain, and send him to trial in the International Criminal Court (ICC) for “crimes against humanity.”
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What went wrong - What is essential throughout the world is that the church become more Catholic, not less



Throughout what U.S. Catholics called the "Long Lent" of 2002, when every week seemed to bring revelations of clerical sexual abuse and its mishandling by the church's bishops, some observers suggested that this crisis was the byproduct of some distinctive features of Catholic life: a celibate priesthood, a church governed by male bishops, a demanding sexual ethic. "Modernize" the church by changing all that, they argued, and these horrible problems would abate, even disappear.

Sexual abuse is indeed horrible, but there is no empirical evidence that it is a uniquely, predominantly, or even strikingly Catholic problem. The sexual abuse of the young is a global plague. In the United States, some 40 to 60 percent of such abuse takes place within families – often at the hands of live-in boyfriends or the second (or third, or fourth) husband of a child's mother; those cases have nothing to do with celibacy. The case of a married Wilmington, Dela., pediatrician charged with 471 counts of sexual abuse in February has nothing to do with celibacy. Neither did the 290,000 cases of sexual abuse in American public schools between 1991 and 2000, estimated by Charol Shakeshaft of Virginia Commonwealth University. And given the significant level of abuse problems in Christian denominations with married clergy, it's hard to accept the notion that marriage is somehow a barrier against sexually abusive clergy. (Indeed, the idea of reducing marriage to an abuse-prevention program ought to be repulsive.) Sexual abusers throughout the world are overwhelmingly noncelibates.

Too many of the church's bishops failed to grasp the drastic measures required to address the sexual abuse of the young – that's obvious, and has been admitted by the bishops of the United States and two popes. Yet it is hard to see what these failures had to do with gender. Like others, many bishops had a misplaced faith in the power of psychiatrists and psychologists to "fix" sexual predators, thinking these men could be "cured" and quietly returned to ministry without damaging the church's reputation. In his recent scathing letter to the Catholic Church in Ireland, Pope Benedict XVI denounced bishops who were more concerned with protecting the church's image than with protecting vulnerable young people. It's a critique that was applicable decades ago in the United States – but the same criticism can be made of teachers-union leaders and state legislators today who ignore or try to bury reports of sexual abuse in America's public schools.

So, yes, aspects of clerical culture in the U.S. and elsewhere contributed to the problem, but that same deplorable circle-the-wagons instinct has warped the response to this plague in other sectors of society. The difference is that the Catholic Church in America has taken more rigorous action since 2002 to protect the young people in its care than any other similarly situated institution, to the point where the church is likely America's safest environment for young people.

There may be a grain of truth in the suggestion that women's perspectives on these issues would have helped mitigate the Catholic crisis of clerical sexual abuse and episcopal misgovernance: in the past the male clerical culture of Catholicism seems to have blunted in some Catholic clergy a natural and instinctive revulsion at the sexual abuse of the young – a revulsion, it is suggested, that a woman would immediately feel and act upon. But the sad, further truth is that there are no gender guarantees when it comes to sexual abuse: the physical and sexual abuse of young Irish girls in "Magdalene Asylums" decades ago was committed by religious sisters.

Nevertheless, it should also be noted that the U.S. church's handling of abuse and misgovernance since 2002 has been immensely strengthened by the insight and professional expertise of many women – just as we also ought to recognize that laywomen, single and married, are usually the teachers who make today's Catholic schools safe and successful. Moreover, women are the great majority of the volunteers and paid staff who make Catholic parishes both safe and vital. The notion that women don't have anything to do with how the Catholic Church operates confuses the Catholic Church with the higher altitudes of "the Vatican," and ignores how Catholic life is actually lived in America and Europe.

As for doctrine: what ought to be obvious about sexual abuse in the Catholic Church is that these grave sins and crimes were acts of infidelity, denials of the truths the church teaches. A priest who takes seriously the vows of his ordination is not a sexual abuser or predator. And if a bishop takes seriously his ordination oath to shepherd the Lord's flock, he will always put the safety of the Master's little ones ahead of concerns about public scandal. Catholic Lite is not the answer to what has essentially been a crisis of fidelity.

Since 2002, with strong support from then-cardinal Joseph Ratzinger (and from him still as Benedict XVI), the Catholic Church in America has developed and enforced policies and procedures to ensure the safety of the young that offer an important model for the world church. There were only six credible reports of sexual abuse of the young in the U.S. church last year. And while that is six too many in a church that ought to hold itself to the highest standards, it is nonetheless remarkable in a community of 68 million people.

What is essential throughout the world, however, is that the church become more Catholic, not less. John Paul II's "Theology of the Body" proposed an understanding of faithful and fruitful human love as an icon of God's inner life. That vision is far nobler, far more compelling, and far more humane than the sex-as-contact-sport teaching of the sexual revolution, the principal victims of which seem to be vulnerable young people. Those who are genuinely committed to the protection of the young might ponder whether Catholicism really needs to become Catholic Lite – or whether the Augean stables of present-day culture need a radical cleansing.

Changing the priesthood’s culture

Fr. Raymond de Souza

Archbishop Timothy Dolan detailed on his website the many flaws in the now widely-discredited "smear" of Pope Benedict XVI by the New York Times. He then addressed the broader question of reform in the priesthood in the annual "Chrism Mass" for priests at St. Patrick's Cathedral.

"When we keep our eyes fixed on Jesus, we see everything in relation [to] Him – we can even begin to see as He sees," Dolan said. "At this Chrism Mass, we try to see the priesthood as Jesus sees it. Do you recall those more than twenty-five Holy Thursday letters from Pope John Paul to his brother priests? He helped us to see the priesthood as Jesus intended us to see it – a life of holy anointing, of special love, of great adventure, of heroic service, of human flourishing and of permanent commitment." Then he added: "At his side, Cardinal Ratzinger, now Pope Benedict, also taught us to see as Christ sees, including those blemishes and blotches which stain the priesthood and require repentance and true reform. He has worked to clean what needs to be cleansed in the priesthood. It has not been an easy path."

Archbishop Thomas Collins of Toronto echoed that at his own Chrism Mass on Tuesday, saying that Benedict "has acted decisively, fairly, consistently and courageously to purify the priesthood."

In the media frenzy those wider reforms have been ignored. And if anyone should doubt that the frenzied spirit has reached a new low, the Associated Press ran a story yesterday covering a press conference given by Mehmet Ali Agca demanding the Pope's resignation. Mr. Agca was the would-be assassin of Pope John Paul II. Even a homicidal lunatic can get a little ink if he hops aboard the runaway anti-Catholic train.

On this Holy Thursday, the day marked by Catholics as the institution of the priesthood, the current controversy can be situated within the ongoing attempt to change the culture of the priesthood. That's really what Archbishops Dolan and Collins are talking about.

In the aftermath the 1960s, there was a concerted attempt to set aside the worst aspects of clericalism – the clubby, privileged model of the priesthood. That was the idea, but by the end of the 1970s, many priests had set aside the priesthood altogether. The 1970s were period of steep decline in priestly vocations, identity, theology and discipline. We now know that this was also the time of the greatest incidence of sexual abuse of minors.

That culture had to change for the safety of the vulnerable, though it would only become evident later. It was already evident that change in clerical culture was necessary for the health of the priesthood and the good of the Church. John Paul began that process by lifting up the priesthood as a noble ideal, and over the course some 27 years wrote annual Holy Thursday letters to priests, delivering in stages a treatise on the authentic reform of priestly identity, holiness, theology and discipline.

With a different disposition and a different role, Cardinal Ratzinger devoted attention to what needed to be pruned back and cut away. Hence his 1990s policy review and the resulting changes in 2001: obligatory reporting to Rome, extension or suspension of the time limits for such cases, more expeditious dismissals from the priestly office and subsequent embracing of the "zero tolerance" policy put in effect by the American bishops. Strong measures. Too long in coming? Yes, but for much of the 1980s and 1990s even the Pope and his chief lieutenant were fighting a flawed culture of the priesthood that had taken deep root.

It was on March 25 that The New York Times published its hit job on the Holy Father. Exactly five years earlier, Cardinal Ratzinger sent shock waves around the Catholic world when he said this on Good Friday: "How much filth there is in the Church, even among those who, in the priesthood, should belong entirely to Him."

He was calling again for radical reform. Twenty-five days later he was elected pope.

A Pedofilia é um problema da Igreja?


Francisco Faure, Arqueólogo

Abril de 2010


“Traístes a confiança que os jovens inocentes e os seus pais tinham em vós. Por isto deveis responder diante de Deus omnipotente, assim como diante de tribunais devidamente constituídos. Perdestes a estima do povo da Irlanda e lançastes vergonha e desonra sobre os vossos irmãos. Quantos de vós sois sacerdotes violastes a santidade do sacramento da Ordem Sagrada, no qual Cristo se torna presente em nós e nas nossas acções. Juntamente com o enorme dano causado às vítimas, foi perpetrado um grande dano à Igreja e à percepção pública do sacerdócio e da vida religiosa.”


Quando li estas palavras com que o Papa Bento XVI se dirigia Aos sacerdotes e religiosos que abusaram dos jovens (Ponto 7 da Carta Pastoral do Santo Padre Bento XVI aos Católicos na Irlanda, de 19 de Março de 2010) não fui capaz de deixar de reparar na sua dureza extrema. Traição, perda de estima, vergonha, desonra, violação do sacramento, dano. Pelo meu ofício, já muitos documentos emanados do Vaticano me passaram pelos olhos (desde alguns da antiguidade a outros mais recentes) e, sem dúvida, foi a primeira vez que senti tanta dureza nas palavras de um pontífice.


Talvez por vergonha alheia e sobretudo por ter a certeza de que há muitos mais sacerdotes que levam uma vida recta e sã, nunca falei muito sobre este tema. Contudo, a recente onda de notícias que têm vindo a lume obrigaram-me a fazer uma pequena e breve (o tempo pouco mais permite) reflexão sobre a pedofilia e a Igreja.

Antes, contudo, gostaria de deixar duas breves palavras prévias.


Em primeiro lugar, não quero que se pense que, com este texto, estou a procurar ilibar a Igreja Católica dos actos dos seus membros ou os elementos da sua hierarquia que não alertaram as autoridades para os crimes de abuso sexual de crianças e jovens. Pelo contrário. Deveriam tê-lo feito e a Carta do Papa aos Católicos na Irlanda diz tudo o que se pode dizer sobre o tema. Algumas das razões para não se terem alertado as autoridades podem, naturalmente, ser compreensíveis. Contudo, não serão facilmente aceitáveis à luz dos ensinamentos da própria Igreja. Nesse sentido, não quero desculpabilizar nada nem ninguém, mas procuro alertar para um problema que é muito mais grave do que o “problema católico” em que, aparentemente, se tornou.


Em segundo lugar uma palavra de pedido pessoal de perdão às Vítimas. Merecem todo o nosso apoio e as nossas orações para que a cruz que cada uma delas carrega com tanta dor seja cada vez mais leve.


Qual a situação da pedofilia na Igreja Norte-Americana?

Conforme é do conhecimento geral, a United States Conference of Catholic Bishops solicitou ao John Jay College of Criminal Studies da City University of New York um estudo sobre a profundidade dos crimes de abuso sexual de crianças e jovens por membros do clero. Usemos este caso por ser, até ao momento, o melhor caracterizado.


Basicamente, os resultados são os seguintes:

4% do clero norte-americano foi alvo de acusações de abuso sexual de crianças e jovens entre 1950 e 2002. Falamos de um total de 4392 clérigos e 10667 vítimas.

A década de 1970 corresponde ao pico de acusações.


55.57% dos acusados só cometeram abusos uma vez. Destes, a maioria, 44.5%, teve relações com jovens entre os 15 e os 17 anos e não são, tecnicamente, considerados pedófilos. 33% destas vítimas eram do sexo feminino, sendo por isso consideradas, também tecnicamente, como relações heterossexuais (o que não significa que não tenham sido abusos).


149 sacerdotes que cometeram crimes mais do que uma vez foram responsáveis por 26% das vítimas. É uma elevada taxa de reincidência dentro de um número muito restrito e num espectro de mais de 50 anos. Contudo, em relação a outros casos de pedofilia, há muito poucos vestígios de crimes em rede, ou seja, os actos são, na sua maioria, individuais, havendo poucos casos de crianças e jovens que sofreram abusos por mais do que um sacerdote.


Antes de 1985, foram reportados 810 casos de abuso sexual dos quais: 85% correspondiam a crimes realizados no próprio ano da denúncia, 10% com 2 anos de atraso, 2,5% dizendo respeito a casos com entre 5 a 3 anos e 2,5% a casos com o máximo de 10 anos. Em 2003, pelo contrário, 10% dos casos denunciados tinham ocorrido no prazo de um ano, 25% entre 2 e 10 anos e os restantes 65% correspondem a crimes com mais de 10 anos. Este dado comprova a diminuição dos comportamentos de abuso após a década de 80.


No final de 2002, a polícia foi informada de 640 casos de abusos (correspondentes a vários anos). Destes, 3% dos acusados foram considerados culpados e 2% foram condenados a prisão. Note-se, aqui, que devido ao facto de alguns casos serem muito antigos, alguns dos perpetradores dos crimes já haviam falecido.


40% dos sacerdotes culpados de abuso sexual de menores foram alvo de tratamento clínico por iniciativa da própria autoridade eclesiástica.


O número de acusações respeitante a 1980 foi de 504, baixando para 28 abusos em 2002. Neste último ano havia um total de 45.713 sacerdotes nos EUA, fazendo com que, estatisticamente, as acusações recaíssem apenas sobre 0.06% do clero. A forte actuação do episcopado Norte Americano levou, como se vê, à redução drástica dos abusos sexuais por membros do clero.


A pedofilia é um problema da Igreja?

Obviamente que não. A Igreja nos EUA teve, pelos diversos dados estatísticos conhecidos, um problema grave relacionado com a pedofilia entre os anos 70 e 80 (principalmente até 1985, altura em que, devido ao conhecimento público de um caso particular, os índices, que já vinham a baixar, se começam a aproximar de valores cada vez mais baixos).


Não há, para outros países, nenhum estudo como o do John Jay College (nomeadamente para a Irlanda, onde o Ryan Report e o Murphy Report são documentos substancialmente diferentes do norte-americano). Mas também não há um estudo semelhante e consistente quer para outras confissões religiosas quer para outros grupos sócio-culturais ou profissionais. Não obstante, Philip Jenkins (cit. in. Introvigne, 2010) aponta para valores de abuso sexual de crianças entre 2 e 10 vezes superiores aos dos sacerdotes católicos dentro do clero de confissões protestantes.


Falamos de 4% dos clérigos norte-americanos. Thomas Plante (2010) diz que 5% dos professores norte-americanos têm acusações de abusos sexuais de menores. John Hughes (2007) informa-nos um dado curioso: 21% dos alunos de uma universidade norte-americana afirmou sentir-se sexualmente atraído por crianças e 7% chegou mesmo a admitir que manteria relações sexuais com crianças se não fossem detectados!


Ainda Thomas Plante (2010) informa que, nos EUA, 17% das mulheres e 12% dos homens norte-americanos foram abusados sexualmente. Ryan Hall et. al.(2007), informam que entre 40 a 53% dos abusos sexuais a crianças com idades até aos 12 anos são realizados por familiares ou conhecidos das vítimas. Curiosamente, os mesmos autores referem que o número de prisões efectuadas pela polícia é inferior a 33% dos casos de abuso sexual de crianças.


Os dados acima indicados demonstram que a pedofilia não é nem um problema da Igeja nem, tão pouco, um problema do celibato dos sacerdotes católicos. A maioria dos casos acontece em ambiente familiar, por pais e padrastos, por exemplo, e o clero das confissões protestantes não é celibatário. Mais do que um problema religioso, a pedofilia é um problema social grave!


Mais grave, ainda, e nesse sentido John Hughes (2007) faz uma análise interessantíssima deste fenómeno, é o facto de haver grupos, inicialmente com origem na Holanda, que procuram a “despenalização” da pedofilia ou a redução da idade limite para se considerar a existência de um “crime de pedofilia” (juridicamente, a pedofilia não é um crime. Utilizo a expressão entre aspas para melhor compreensão). Actualmente é aceite, na generalidade, como “crime de pedofilia” o abuso ou a tentativa de abuso (sob as mais diversas formas) de crianças com menos de 14 anos. Mas há influências quer para que essa idade baixe, quer para que se descriminalize totalmente a pedofilia.


O problema da pedofilia e dos abusos sexuais de menores é, além disso, um “problema recente”. Actos que agora são comummente considerados crime passível de ser denunciado, não o eram há 40 ou 50 anos. Tempos houve em que, não obstante o reconhecimento da ilicitude de determinados actos, não se achava que estes deveriam ser necessariamente levados à justiça, entre outras razões devido à vergonha que recaía sobre a vítima, por exemplo. Infelizmente, a sociedade despertou tarde para este tipo de crimes e, nesse sentido, a análise que eu fiz leva-me a crer que o conhecimento dos abusos sexuais por clérigos norte-americanos terá tido uma forte influência positiva nesse campo. Todavia, as energias contra a pedofilia, mormente as da comunicação social, estão demasiado canalizadas para a crítica à Igreja Católica quando, do meu ponto de vista, deveriam ser conduzidas para o problema social concreto. Um exemplo diferente passa-se com a violência doméstica, onde os grupos de pressão não procuram um alvo concreto num determinado nicho social mas fazem alertas gerais à sociedade. No caso do problema da pedofilia, é óbvio que o ataque está centrado na Igreja Católica e não, por exemplo, em grupos como o North American Man-Boy Love Association, o Childhood Sensuality Circle ou o Dutch Cultural and Recreational Center. Porquê? Cada um tirará as suas conclusões.


Hall, Ryan C. W. e Hall, Richard C. W (2007). A Profile of Pedophilia: definition, characteristics of offenders, recidivism, treatment outcomes, and forensic issues. Mayo Clinic Proceedings, 82(4): 457-471.

Hughes, John R. (2007). Review of Medical Reports on Pedophilia. Clinical Pediatrics, 46(8): 667 – 682.

Introvigne, Massimo (2010). Preti pedofili: un panico morale. Publicado on-line em http://www.cesnur.org/2010/mi_preti_pedofili.html.

Murphy Report = Murphy, Yvone; Mangan, Ita; O’Neil, Hugh (2009). Report Into the Catholic Archdiocese of Dublin. Submitted to the Minister for Justice, Equality and Law Reform pursuant to the provisions of the Commissions of Investigation Act 2004.

Plante, Thomas (2010). Six important points you don't hear about regarding clergy sexual abuse in the Catholic Church. Psychology Today. Publicado on-line em http://www.psychologytoday.com/blog/do-the-right-thing/201003/six-important-points-you-dont-hear-about-regarding-clergy-sexual-abus, consultado em 1 de Abril de 2010.

Ryan Report = Ryan, Sean; Cummiskey, Helen; Gibson, Marion; Greer, Desmond e McHugh, Martin (2002). Towords Redress and Recovery. Report to the Minister for Education and Science by The Compensation Advisory Committee appointed under section 14 of the Residential Institutions Redress Bill, 2001.

Terry, Karen e Smith, Margaret Leland (2006). The Nature and Scope of Sexual Abuse of Minors by Catholic Priests and Deacons in the United States. 2006 Supplementary Report. A Research Study conducted by the John Jay College of Criminal Justice of The City University of New York. Washington D.C., United States Conference of Catholic Bishops.

Terry, Karen J. (2008). Stained Glass: the nature and scope of child abuse in the Catholic Church. Criminal Justice and Behavior, 35(5): 549-569.

The Pope and the New York Times

Cardinal Ratzinger did more than anyone to hold abusers accountable

By William Mcgurn

Unlike the Roman papacy, in certain circles the New York Times still enjoys the presumption of authority. So when the front page carries a story headlined "Vatican Declined to Defrock U.S. Priest Who Abused Deaf Boys," people notice.

Written by Laurie Goodstein and published March 25, the thrust is twofold. First, that the Rev. Lawrence Murphy, a priest who abused children at St. John's School for the Deaf in Milwaukee from the 1950s to the 1970s, went unpunished. Father Murphy, she wrote categorically, "was never tried or disciplined by the church's own justice system."

This all feeds the kicker: "the effort to dismiss Father Murphy came to a sudden halt after the priest appealed to Cardinal Ratzinger for leniency." In other words, Murphy got off scot-free, and the cardinal looked the other way.

Ms. Goodstein cites internal church documents, which the Times posted online. The documents were provided by Jeff Anderson and Mike Finnegan. They are described as "lawyers for five men who have brought four lawsuits against the Archdiocese of Milwaukee."

What she did not tell readers is that Mr. Anderson isn't just any old lawyer. When it comes to suing the church, he is America's leading plaintiffs attorney. Back in 2002, he told the Associated Press that he'd won more than $60 million in settlements from the church, and he once boasted to a Twin Cities weekly that he's "suing the s--t out of them everywhere." Nor did the Times report another salient fact about Mr. Anderson: He's now trying to sue the Vatican in U.S. federal court.

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The Passion of Pope Benedict. Six Accusations, One Question

Pedophilia is only the latest weapon aimed against Joseph Ratzinger. And each time, he is attacked where he most exercises his leadership role. One by one, the critical points of this pontificate

by Sandro Magister

ROME, April 7, 2010 – The attack striking pope Joseph Ratzinger with the weapon of the scandal posed by priests of his Church is a constant of this pontificate.

It is a constant because every time, on different terrain, striking Benedict XVI means striking the very man who has worked and is working, on that same terrain, with the greatest foresight, resolve, and success.

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The tempest that followed his lecture in Regensburg on September 12, 2006 was the first of the series. Benedict XVI was accused of being an enemy of Islam, and an incendiary proponent of the clash of civilizations. The very man who with singular clarity and courage had revealed where the ultimate root of violence is found, in an idea of God severed from rationality, and had then told how to overcome it.

The violence and even killings that followed his words were the sad proof that he was right. But the fact that he had hit the mark was confirmed above all by the progress in dialogue between the Catholic Church and Islam that was seen afterward – not in spite of, but because of the lecture in Regensburg – and of which the letter to the pope from the 138 Muslim intellectuals and the visit to the Blue Mosque in Istanbul were the most evident and promising signs.

With Benedict XVI, the dialogue between Christianity and Islam, as with the other religions as well, is today proceeding with clearer awareness about what makes distinctions, by virtue of faith, and what can unite, the natural law written by God in the heart of every man.

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A second wave of accusations against Pope Benedict depicts him as an enemy of modern reason, and in particular of its supreme expression, science. The peak of this hostile campaign was reached in January of 2008, when professors forced the pope to cancel a visit to the main university of his diocese, the University of Rome "La Sapienza."

And yet – as previously in Regensburg and then in Paris at the Collège des Bernardins on September 12, 2008 – the speech that the pope intended to give at the University of Rome was a formidable defense of the indissoluble connection between faith and reason, between truth and freedom: "I do not come to impose the faith, but to call for courage for the truth."

The paradox is that Benedict XVI is a great "illuminist" in an age in which the truth has so few admirers and doubt is in command, to the point of wanting to silence the truth.

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A third accusation systematically hurled at Benedict XVI is that he is a traditionalist stuck in the past, an enemy of the new developments brought by Vatican Council II.

His speech to the Roman curia on December 22, 2005 on the interpretation of the Council, and in 2007 on the liberalization of the ancient rite of the Mass, are thought to be the proofs in the hands of his accusers.

In reality, the Tradition to which Benedict XVI is faithful is that of the grand history of the Church, from its origins until today, which has nothing to do with a formulaic attachment to the past. In the speech to the curia just mentioned, to exemplify the "reform in continuity" represented by Vatican II, the pope recalled the question of religious freedom. To affirm this completely – he explained – the Council had to go back to the origins of the Church, to the first martyrs, to that "profound patrimony" of Christian Tradition which in recent centuries had been lost, and was found again thanks in part to the criticism of Enlightenment-style reason.

As for the liturgy, if there is an authentic perpetuator of the great liturgical movement that flourished in the Church between the nineteenth and twentieth centuries, from Prosper Guéranger to Romano Guardini, it is precisely Ratzinger himself.

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A fourth terrain of attack runs along the same lines as the previous one. Benedict XVI is accused of derailing ecumenism, of putting reconciliation with the Lefebvrists ahead of dialogue with the other Christian confessions.

But the facts say the opposite. Since Ratzinger has been pope, the journey of reconciliation with the Eastern Churches has taken extraordinary steps forward. Both with the Byzantine Churches that look to the ecumenical patriarchate of Constantinople, and – most surprisingly – with the patriarchate of Moscow.

And if this has happened, it is precisely because of the revived fidelity to the grand Tradition – beginning with that of the first millennium – that is one characteristic of this pope, in addition to being the soul of the Eastern Churches.

On the side of the West, it is again love of Tradition that is driving persons and groups of the Anglican Communion to ask to enter the Church of Rome.

While with the Lefebvrists, what is blocking their reintegration is precisely their attachment to past forms of Church and of doctrine erroneously identified with perennial Tradition. The revocation of the excommunication of four of their bishops, in January of 2009, did nothing to the state of schism in which they remain, just as in 1964 the revocation of excommunications between Rome and Constantinople did not heal the schism between East and West, but made possible a dialogue aimed at unity.

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The four Lefebvrist bishops whose excommunication Benedict XVI lifted included Englishman Richard Williamson, an antisemite and Holocaust denier. In the liberalized ancient rite, there is even a prayer that the Jews "may recognize Jesus Christ as savior of all men."

These and other facts have helped to feed a persistent protest by the Jewish world against the current pope, with significant points of radicalism. And it is a fifth terrain of accusation.

The latest weapon of this protest was a passage from the sermon given at Saint Peter's Basilica on Holy Friday, in the pope's presence, by the preacher of the pontifical household, Fr. Raniero Cantalamessa. The incriminating passage was a citation from a letter written by a Jew, but in spite of this the uproar was aimed exclusively at the pope.

And yet, nothing is more contradictory than to accuse Benedict XVI of enmity with the Jews.

Because no other pope before him ever went so far in defining a positive vision of the relationship between Christianity and Judaism, while leaving intact the essential division over whether or not Jesus is the Son of God. In the first volume of his "Jesus of Nazareth" published in 2007 – and close to being completed by the second volume – Benedict XVI wrote splendid pages in this regard, in dialogue with a living American rabbi.

And many Jews effectively see Ratzinger as a friend. But in the international media, it's another matter. There it is almost exclusively "friendly fire" that rains down. From Jews attacking the pope who best understands and loves them.

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Finally, a sixth accusation – very current – against Ratzinger is that he "covered up" the scandal of priests who sexually abused children.

Here too, the accusation is against the very man who has done more than anyone, in the Church hierarchy, to heal this scandal.

With positive effects that can already be seen here and there. Particularly in the United States, where the incidence of the phenomenon among the Catholic clergy has diminished significantly in recent years.

But where the wound is still open, as in Ireland, it was again Benedict XVI who required the Church of that country to put itself in a penitential state, on a demanding path that he traced out in an unprecedented pastoral letter last March 19.

The fact is that the international campaign against pedophilia has just one target today, the pope. The cases dug up from the past are always intended to be traced back to him, both when he was archbishop of Munich and when he was prefect of the congregation for the doctrine of the faith, plus the Regensburg appendix for the years during which the pope's brother, Georg, directed the cathedral children's choir.

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The six terrains of accusation against Benedict XVI just referred to bring up a question.

Why is this pope so under attack, from outside of the Church but also from within, in spite of his clear innocence with respect to the accusations?

The beginning of an answer is that he is systematically attacked precisely for what he does, for what he says, for what he is.

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English translation by Matthew Sherry, Ballwin, Missouri, U.S.A.

La pasión del Papa Benedicto. Seis acusaciones, una pregunta

La pedofilia es solamente la última de las armas apuntadas contra Joseph Ratzinger. Y cada vez él es atacado donde más ejercita su rol de guía. Uno por uno, los puntos críticos de este pontificado

por Sandro Magister

ROMA, 7 de abril de 2010 – El ataque que golpea al Papa Joseph Ratzinger con el arma del escándalo, ofrecido por sacerdotes de su Iglesia, es una constante de este pontificado.

Es una constante porque una y otra vez, en un terreno diferente, se golpea en Benedicto XVI justamente al hombre que ha obrado y obra, en ese mismo terreno, con más clarividencia, con más determinación y con más fruto.

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La tempestad que siguió a su exposición en Ratisbona, el 12 de diciembre de 2006, ha sido la primera de la serie. Se acusó a Benedicto XVI de ser enemigo del Islam y un partidario incendiario del desencuentro entre las civilizaciones. Justamente a él que con una lucidez y un coraje único había desvelado donde se fundamenta la raíz última de la violencia, en una idea de Dios mutilada por la racionalidad, y luego había dicho también cómo vencerla.

Las agresiones e inclusive los asesinatos que siguieron a sus palabras confirmaron dolorosamente la probidad de sus palabras. Pero que él había dado en el blanco ha sido confirmado sobre todo por los pasos de diálogo entre la Iglesia Católica y el Islam que se registraron a continuación – no contra, sino gracias a la exposición de Ratisbona –, de los cuales la carta al Papa de 138 sabios musulmanes y la visita a la Mezquita Azul de Estambul han sido los signos más evidentes y prometedores.

Con Benedicto XVI, el diálogo entre el cristianismo y el Islam, al igual que con las otras religiones, avanza hoy con una conciencia más nítida sobre lo que distingue - la fuerza de la fe - y sobre lo que puede unir - la ley natural escrita por Dios en el corazón de cada hombre.

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Una segunda oleada de acusaciones contra el Papa Benedicto lo presenta como un enemigo de la razón moderna, y en particular de su suprema expresión: la ciencia. La cima de esta campaña hostil fue alcanzada en enero de 2008, cuando los profesores obligaron al Papa a cancelar una visita a la principal universidad de su diócesis: la Universidad de Roma "La Sapienza".

Sin embargo – como antes en Ratisbona y luego en París, en el Collège des Bernardins el 12 de setiembre de 2008 – el discurso que el Papa intentó dirigir a la Universidad de Roma era una formidable defensa del nexo indisoluble entre fe y razón, entre verdad y libertad: "No vengo a imponer la fe, sino a alentar la valentía por la verdad".

La paradoja es que Benedicto XV es un gran "iluminista" en una época en la que la verdad tiene pocos defensores y la duda hace de patrón de ella, hasta pretender quitarle la palabra.

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Una tercera acusación arrojada sistemáticamente contra Benedicto XVI es la de ser un tradicionalista replegado en el pasado, enemigo de las novedades aportadas por el Concilio Vaticano II.

Su discurso a la curia romana, el 22 de diciembre de 2005, sobre la interpretación del Concilio y luego, en el 2007, la liberalización del rito antiguo de la Misa serían las pruebas con las que cuentan sus acusadores.

En realidad, la Tradición a la que Benedicto XVI es fiel es la de la gran historia de la Iglesia, desde los orígenes hasta hoy, lo cual no tiene nada que ver con una formalista adhesión al pasado. En el citado discurso a la curia, para ejemplificar la "reforma en la continuidad" representada por el Vaticano II, el Papa ha planteado la cuestión de la libertad religiosa. Para afirmarla en modo pleno – ha explicado – el Concilio ha debido retornar a los orígenes de la Iglesia, a los primeros mártires, a ese "patrimonio profundo" de la Tradición cristiana que se había extraviado en los siglos más recientes y que ha sido reencontrada también gracias a la crítica de la razón iluminista.

En cuanto a la liturgia, si hay un auténtico continuador del gran movimiento litúrgico que floreció en la Iglesia entre el siglo XIX y el siglo XX, desde Prosper Guéranger a Romano Guardini, éste es precisamente Ratzinger.

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Un cuarto terreno de ataque es contiguo al anterior. Se acusa a Benedicto XVI de haber ahondado el ecumenismo, de anteponer el abrazo con los lefebvrianos al diálogo con las otras confesiones cristianas.

Pero los hechos dicen lo contrario. Desde el momento que Ratzinger es Papa, el camino de reconciliación con las Iglesias de Oriente ha dado pasos extraordinarios hacia adelante, tanto con las Iglesias bizantinas que tienen como cabeza al patriarcado ecuménico de Constantinopla, como – es la novedad más sorprendente – con el patriarcado de Moscú.

Y si ha acontecido esto, es precisamente por la reavivada fidelidad a la gran Tradición – comenzando por la del primer milenio – que distingue a este Papa, más del alma de las Iglesias de Oriente.

Sobre la vertiente de Occidente, es también el amor de la Tradición lo que impulsa a personas y grupos de la Comunión Anglicana a solicitar el ingreso a la Iglesia de Roma.

Respecto a los lefebvrianos, lo que obstaculiza su reingreso a la Iglesia es justamente su estar atados a formas pasadas de Iglesia y de doctrina erróneamente identificadas con la Tradición perenne. La revocación de la excomunión a sus cuatro obispos, en enero de 2009, no ha modificado en nada el estado de cisma en el cual ellos permanecen, de la misma manera que la revocación en 1964 de las excomuniones entre Roma y Constantinopla no ha sanado el cisma entre Oriente y Occidente, pero ha posibilitado un diálogo que culmina en la unidad.

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Entre los cuatro obispos lefebvristas a los que Benedicto XVI ha revocado la excomunión estaba el inglés Richard Williamson, antisemita y negador del Shoah [Holocausto]. En el rito antiguo permitido, hay una oración para que los judíos "reconozcan a Jesucristo salvador de todos los hombres".

Estos y otros hechos han contribuido a alimentar una persistente protesta del mundo judío contra el actual Papa, con notables aristas de radicalidad. Y un quinto terreno de acusación.

La última arma de esta protesta ha sido un pasaje del sermón pronunciado en la basílica de San Pedro, el Viernes Santo en presencia del Papa, por el predicador de la casa pontificia, el padre Raniero Cantalamessa. El pasaje cuestionado era una cita de una carta escrita por un judío, pero no obstante esto la polémica se ha orientado exclusivamente contra el Papa.

Ahora bien, nada es más contradictorio que acusar a Benedicto XVI de enemistad con los judíos.

Porque ningún otro Papa, antes que él, se ha esforzado tanto en avanzar para definir una visión positiva del vínculo entre cristianismo y judaísmo, quedando en pie la división capital sobre el reconocimiento o no de Jesús como Hijo de Dios. En el primer tomo de su "Jesús de Nazaret", publicado en el 2007 – y próximo a ser completado por el segundo tomo –, Benedicto XVI ha redactado a propósito de ello páginas luminosas, en diálogo con un rabino americano que todavía vive.

Y numerosos judíos ven efectivamente en Ratzinger a un amigo. Pero en los medios de comunicación internacionales hay otra cosa. Allí está casi solitario el "fuego amigo" que resuena estruendosamente, por parte de judíos que golpean al Papa que más los comprende y los ama.

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Por último, una sexta pieza acusatoria – actualísima – contra Ratzinger es de haber "encubierto" el escándalo de los sacerdotes que han abusado sexualmente de niños.

También aquí la acusación atropella justamente al hombre que ha hecho más que nadie, en la jerarquía de la Iglesia, para sanar este escándalo.

Con efectos positivos que aquí y allá ya se pueden mensurar. En particular en Estados Unidos, donde la incidencia del fenómeno entre el clero católico ha disminuido netamente en los últimos años.

Pero allí donde, como en Irlanda, la llaga está todavía abierta, siempre ha sido Benedicto XVI quien impuso a la Iglesia de ese país ponerse en estado penitencial, a lo largo de un severo camino trazado por él en una carta pastoral del 19 de marzo pasado que no tiene precedentes.

De hecho, la campaña internacional contra la pedofilia tiene hoy un único y verdadero blanco: el Papa. Los casos descubiertos del pasado son en cada momento los que se calcula pueden ser utilizados en contra de él, tanto cuando era arzobispo de Munich, como cuando era prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe, más el apéndice de Ratisbona, durante los años en que el hermano del Papa, Georg, dirigía el coro de niños de la catedral.

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Los seis campos de acusación contra Benedicto XVI, hasta aquí mencionados, plantean una pregunta.

¿Por qué este Papa es atacado de este modo, desde afuera de la Iglesia pero también desde adentro, a pesar de su evidente inocencia respecto a las acusaciones?

Un principio de respuesta es que él es atacado sistemáticamente precisamente por lo que hace, por lo que dice, por lo que es.

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Traducción en español de José Arturo Quarracino, Buenos Aires, Argentina.

Columnista del Wall Street Journal: Benedicto XVI no es culpable de escándalo por abusos

WASHINGTON D.C., 08 Abr. 10 / 12:19 am (ACI)

Peggy Noonan escribe un artículo en el Wall Street Journal (WSJ) en el que explica que el Papa Benedicto XVI no es culpable del escándalo por los abusos sexuales de algunos miembros del clero; y en el que afirma que los católicos fieles a la Iglesia "no son estúpidos" sino que le permiten avanzar y hacer frente a esta crisis con sus oraciones.

Noonan, quien fuera asistente especial de la Casa Blanca durante la presidencia de Ronald Reagan, señala en el texto de hace unos días que "algunos culpan de los escándalos al Papa Benedicto XVI. Pero Joseph Ratzinger es el hombre que, semanas antes de su ascensión al Papa hace cinco años, habló duramente en Viernes Santo sobre la ‘suciedad’ en la Iglesia".

Días después, explica la escritora, "en las calles de Roma, informaba el diario italiano La Stampa, el Cardenal Ratzinger se encontró con un monseñor de la curia que lo reprendió por sus agudas palabras. El Cardenal replicó: ‘no has nacido ayer, sabes de lo que estaba hablando, sabes lo que significa. ¡Somos sacerdotes! ¡Sacerdotes!"

Para Noonan, existen tres grupos de víctimas ante los casos de abusos que se ventilan actualmente y que, casi en su totalidad, tienen décadas de antigüedad: "el primero y el más obvio, son los niños que fueron abusados", el segundo es el de "los buenos sacerdotes y religiosas, los grandes líderes de la Iglesia en el día a día, que salvan a los pobres, enseñan a los inmigrantes y, literalmente, salvan vidas. Ellos han sido estigmatizados cuando merecen ser alabados".

El tercer grupo, prosigue, está compuesto por "los heroicos católicos de Estados Unidos y Europa en las bancas de sus parroquias, las fuertes almas que pese a lo que se le hace a su Iglesia está todavía allí, haciendo la vida parroquial posible, sosteniendo su bandera, con su fe inquebrantable".

"Nadie le agradece a esos católicos, nadie ve su heroísmo, ni respeta su paciencia y fidelidad. El mundo piensa que son estúpidos. No lo son. Y con sus oraciones mantienen al mundo avanzando, así como a su Antigua Iglesia", concluye.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cardenal Sodano, sobre los abusos: "Cristo não tem culpa de que Judas o tenha traído"



El cardenal decano, Angelo Sodano, asegura en una entrevista publicada hoy en LÓsservatore Romano que «si algún sacerdote ha sido infiel no se puede ni se debe generalizar», en relación a los escándalos de abusos en la Iglesia católica.

... en una entrevista que publica hoy el diario vaticano «L´Osservatore Romano», indica: «Consideré que era una ocasión propicia para reafirmar los profundos vínculos de unidad que obligan a todos los miembros de la Iglesia a estar junto al que el Espíritu Santo ha dispuesto que guíe a la comunidad de creyentes». ... la comunidad cristina «se siente justamente herida cuando se trata de implicarla en bloque en asuntos tan graves como dolorosos de algunos sacerdotes, transformando culpa y responsabilidad individual en culpa colectiva con un acto forzado verdaderamente incomprensible». ...

... «detrás de los injustos ataques al Papa hay visiones de la familia y de la vida contrarias el Evangelio» porque el Pontífice «encarna verdades morales que no son aceptadas».

Ataques al Papa Benedicto siguen agenda sexista y hedonista, dice diario ruso no católico

MOSCÚ, 06 Abr. 10 / 04:12 pm (ACI)

Un reciente editorial del diario Pravda.ru, escrito originalmente en portugués por Artur Rosa Teixeira, explica que la actual campaña mediática difamatoria contra el Papa Benedicto XVI y la Iglesia pretende desacreditar a la Iglesia para poder seguir obteniendo beneficios económicos, a través de la imposición de una ideología que no considera la naturaleza espiritual del ser humano sino que ve todo desde una perspectiva sexista y hedonista.

En el texto Texeira comenta que estas agresiones toman "un caso aislado, preferiblemente complicado, y lo generalizan para inducir al lector a pensar que todo el cuerpo es la misma naturaleza".

"Esta generalización obviamente tiene connotaciones ideológicas y sigue una agenda política que busca deconstruir la sociedad tradicional y sus instituciones seculares así como imponer un nuevo orden mundial con la manera de los siniestros intereses de la oligarquía internacional, los mismos que manejan los mercados financieros y, a través de ellos, controlan ampliamente la economía mundial".

"De hecho –prosigue– los recientes informes de pedofilia que involucran a sacerdotes carecen de la ética periodística requerida, sin importar su gravedad moral. Ese tipo de noticias generan sospecha sobre su ‘bondad’ incluso en no católicos como nosotros".

Seguidamente el editorial reconoce el aporte católico a la civilización occidental y explica que al hacer esta apología no están defendiendo la pedofilia de algunos sacerdotes, que siempre debe ser condenada; y advierte también sobre la "bondad" de muchas noticias que "se concentran exclusivamente en casos de clérigos católicos" cuando estos constituyen "una pequeñísima minoría", y que buscan mostrar como "inacabables como en un panal de abejas" los contados casos.

Tras comentar algunos aspectos del caso Murphy en Estados Unidos y cómo el entonces Cardenal Ratzinger no lo encubrió sino que hizo todo lo que debía hacer, el editorial señala que "no creemos que el New York Times ignorase totalmente estos hechos. Desde aquí, se ve la mala fe y el tinte difamatorio de la campaña que se ha articulado contra la jerarquía del mundo católico".

"Y eso se entiende. El actual Pontífice, consistente con los principios de la Iglesia Católica, ha desarrollado una resistencia tenaz contra los propósitos divisorios, alentados por organizaciones seculares que buscan imponer una visión sexista y hedonista de la sociedad, reduciendo al hombre a su naturaleza humana negándole su dimensión espiritual. Estas organizaciones obviamente no han surgido ‘espontáneamente’ ni viven del aire… han sido creadas y son apoyadas por la cuna de tales fundaciones filantrópicas como la familia Rockefeller".

Los intereses financieros, prosigue el texto, "de estos, están ligados a un amplio rango de sectores económicos que van desde la banca, petróleo, fármacos, industria militar, etc. hasta los medios audiovisuales, que claramente cumplen una agenda dictada por la élite global a la que pertenecen".

Tras advertir que esta misma élite señala que la "humanidad debe ser reducida en un tercio de su población actual", el editorial explica que "existe una clara intención en este tipo de noticias que va mucho más allá del deseo de informar… si el mismo fenómeno no se omitiera en instituciones similares".

terça-feira, 6 de abril de 2010

Bento XVI - Cinco anos debaixo de fogo


di Paolo Rodari
(tradução de É o Carteiro)
Foi a 10 de Março passado. Enquanto os casos dos sacerdotes acusados de terem cometido abusos sobre menores invadiam a Alemanha, na Praça de São Pedro, Bento XVI explicava a sua ideia de governo da Igreja; tomando o exemplo de São Boaventura, afirmava que, para ele, «governar não é simplesmente fazer, é sobretudo pensar e rezar». «Para São Boaventura», prosseguia, «não se governa a Igreja apenas mediante ordens e estruturas, mas conduzindo e iluminando as almas.» Desde esse dia 10 de Março, Bento XVI não voltou a referir-se a este tema; mas, reagiu às acusações referentes à gestão da Igreja, que têm ido num crescendo de intensidade – as mais recentes foram publicadas no New York Times, que refere o caso de dois sacerdotes pedófilos, o americano Lawrence C. Murphy e o alemão Peter Hullermann, para pôr em causa o Cardeal Ratzinger, Prefeito do ex-Santo Ofício desde 1981 –, pondo em prática os ensinamentos do teólogo franciscano; ou seja, dando a conhecer o seu «pensamento iluminado», que é o que pretende ser a carta pastoral à Igreja da Irlanda.

E sempre foi assim, no decurso dos seus cinco anos de pontificado, que completará no próximo dia 19 de Abril. As palavras são o principal modo como o Papa conduz e se dirige à Igreja, ciente que está de que o pensamento cristão autêntico é a verdadeira «espada» lançada contra o mundo. «Note-se que não se trata de uma novidade», salienta o vaticanista Luigi Accattoli. «Já noutros momentos houve reacções furiosas ao pensamento do Papa.» Qual foi então o elemento que desencadeou a tempestade? «A ideia de que o Papa pretende voltar atrás, aos anos que antecederam o Concílio, aos anos obscuros da época tridentina; de que as suas palavras são retrógradas, quando comparadas com a cultura contemporânea, com o progresso dos novos tempos. Paulo VI, que começou por ser a esperança da cultura mediática de tendência “liberal”, tornou-se de repente um demónio ao escrever a Humanae Vitae; não foi por acaso que, em 1973, Vittorio Gorresio escreveu “O Papa e o demónio”, ou que Carlo Falconi, ex-sacerdote e vaticanista, publicou em 1978 “A viragem de Paulo VI”, entendendo por viragem o acento pré-conciliar que Montini pretendia conferir ao seu pontificado com a publicação da Humanae Vitae. João Paulo II foi alvo das mesmas acusações. Até 1989, Wojtyla era uma esperança para toda a gente; após a queda do Muro de Berlim, o seu pensamento deixou de ser útil, e começaram a chover as críticas. Porém, do ponto de vista da imprensa, o mais retrógrado era Ratzinger. “Restauração” foi a palavra que ocorreu nos títulos dos jornais que, em 1985, anteciparam a publicação do seu “Relatório sobre a fé”, escrito de parceria com Vittorio Messori; e “restauração” era quase um sinónimo de infâmia.»

Tudo começa a 22 de Dezembro de 2005, quando Bento XVI faz o seu primeiro discurso à Cúria Romana, lançando um desafio a quantos gostariam de uma Igreja, não tanto «para o mundo», ou «próxima do mundo», mas de uma Igreja «do mundo». Referindo-se ao Concílio, Ratzinger afirma que não foi uma ruptura com o passado, salientando que aqueles que insistem nesta interpretação mais não fazem do que «alinhar com as simpatias dos media e com uma parte da teologia contemporânea». «Foi a 22 de Dezembro de 2005 que toda a gente percebeu definitivamente quem é Ratzinger», observa Benny Lai, o decano dos vaticanistas. «Foi nesta altura que todos intuíram com quem teriam de se haver. Até 2005, ainda havia quem tivesse a esperança de que o primeiro Ratzinger, aquele que fora considerado mais progressista, tinha regressado; mas não foi isso que aconteceu. Já no tempo do Concílio muitos se tinham enganado, tomando Ratzinger por um teólogo progressista; até o Cardeal Giuseppe Siri teve essa opinião: quando o conheceu, não ficou com boa opinião dele. Mas Ratzinger acabou por mostrar que não correspondia a essa designação que lhe tinha sido inicialmente aplicada. E é essa mudança que ainda hoje incomoda, fora e dentro da Igreja.»

Desde o discurso à Cúria Romana até aos nossos dias, o «pensamento de Ratzinger» foi-se manifestando de muitas formas, desencadeando reacções indignadas de muitos. «Naturalmente que Ratzinger está em desvantagem relativamente a Wojtyla», comenta ainda Benny Lai, «porque, para ele, as multidões não têm uma função terapêutica, como tinham para o Papa polaco. Mas o problema está na origem. Com multidões ou sem elas, são os conteúdos dos seus discursos que incomodam e que geram aversões. E isto aplica-se ao caso dos sacerdotes pedófilos, porque incomoda a muita gente, dentro da Igreja, que o Papa continue a insistir no celibato dos sacerdotes. E, no entanto, o Papa não se deixa perturbar. Como aconteceu quando lhe negaram a possibilidade de falar na Universidade della Sapienza: não se apresentou na aula magna da instituição, mas não deixou de lhe fazer chegar o discurso que tinha escrito, e deixou um sinal: “Não pretendo impor a fé”, uma declaração que foi título de todos os jornais. E o mesmo se passou quando foi a África. O Papa afirmou que a SIDA não se resolve com a distribuição de preservativos, e foi uma tempestade; foi atacado pela intelligentsia laica de metade da Europa. Mas estas declarações estavam correctas: combate-se a SIDA através de uma educação do homem que o leve a olhar de outra maneira para o seu corpo; o contrário é uma concepção narcisista e auto-referencial da sexualidade.»

Já em Ratisbona tinha havido uma reacção importante a Bento XVI. O Papa falou das relações entre fé e religião, chamando a atenção para o nexo entre religião e civilização, e salientando que converter por via da violência vai contra a religião e contra Deus. A citação de uma frase de Manuel II Paleólogo, de acordo com o qual Maomé introduziu apenas «coisas más e desumanas tais como a sua norma de propagar, através da espada, a fé que pregava», suscitou a indignação do mundo muçulmano. «Aquela página», explica Piero Gheddo, missionário, jornalista e escritor do Pontifício Instituto das Missões Exteriores, «é sintomática da natureza deste pontificado. Parte do mundo muçulmano reagiu com indignação; e contudo, as palavras do Papa permaneceram. Porque não se pode fugir às suas palavras. Na verdade, este discurso produziu frutos; há um ano, por exemplo, estive no Bangladesh, onde vários muçulmanos estão a trabalhar sobre palavras do Papa, nomeadamente sobre a relação que deve existir entre fé e religião.»

Mas Ratzinger não fere apenas quando fala, fere também quando toma decisões que têm incidência no coração da vida da Igreja. Como por exemplo a assinatura da Summorum Pontificum, que liberalizou o rito antigo, e a revogação da excomunhão aos bispos lefebvrianos. O restabelecimento da Missa antiga suscitou reacções principalmente em França. «O que responde àqueles que, em França, receiam que Summorum Pontificum assinale um recuo relativamente às grandes intuições do Vaticano II?», perguntaram os jornalistas ao Papa em Setembro de 2008, no avião que o levava a Paris. «Que se trata de um receio infundado», respondeu o Papa, «porque este Motu proprio é um simples acto de tolerância, com fins pastorais, dirigido às pessoas que foram formadas naquela liturgia, que a amam, a conhecem, e com ela desejam viver.» A acusação é sempre a mesma: o Papa pretende regressar aos tempos anteriores ao Concílio; ou seja, é contra a modernidade. Foi a mesma acusação que muitos lhe fizeram quando revogou a excomunhão aos quatro bispos lefebvrianos; e também desta vez Ratzinger reagiu, por um lado, explicando que «não se pode congelar a autoridade magisterial da Igreja no ano de 1962», e por outro, recordando àqueles que se afirmam como grande defensores do Concílio que «quem pretende ser obediente ao Vaticano II tem de aceitar a fé professada no decurso dos séculos e não pode cortar as raízes das quais vive a árvore.»

É sempre ao Vaticano II que regressamos. A revogação da excomunhão aos lefebvrianos foi, para o mundo hebraico, um regresso a um passado hostil. Com efeito, um destes quatro bispos é Richard Williamson, negacionista da Shoah, e Bento XVI viu-se forçado a reafirmar uma noção para ele óbvia, a de que não partilha, em nenhum sentido, esta posição do bispo. Mas compreende-se que uma parte do mundo hebraico não tenha ficado satisfeita. De resto, é durante a visita a Auschwitz e no decurso da viagem à Terra Santa que diversos rabinos de cidades importantes, principalmente europeias, criticam Ratzinger, considerando insuficientes as palavras que o Papa dedicou aos judeus; de Ratzinger, o alemão, exigia-se mais, mesmo tratando-se de um dos teólogos que mais trabalharam no sentido da reaproximação do judaísmo. Porém, e não obstante todas as pressões, o Papa prossegue o seu caminho, optando por tornar pública, a poucos dias da sua visita à sinagoga de Roma, a assinatura do decreto sobre as virtudes heróicas de Pio XII, que constitui o último passo antes da beatificação. O mundo hebraico reagiu, mas o Papa tinha tomado esta decisão e, na sinagoga, retoma uma tese já muitas vezes exposta: «A sede apostólica desenvolve as suas acções de assistência aos judeus de forma muitas vezes oculta e discreta.»

Há também um certo mundo protestante que não compreende Ratzinger. É de Novembro passado a Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus, em razão da qual os grupos de anglicanos que o desejem podem regressar a Roma. O Papa explicou o gesto como uma resposta a uma solicitação dos mesmos anglicanos, mas muitos deles – e mesmo uma parte da Igreja Católica – não o compreenderam e acusaram-no de só saber pescar «para a direita», ou seja, entre os sectores da cristandade que estão descontentes com as derivas progressistas e «liberais» das próprias igrejas. A 1 de Fevereiro passado, o Papa respondeu a estas acusações, declarando aos Bispos de Inglaterra e do País de Gales, em visita ad limina: «Peço-vos que sejais generosos na aplicação das directivas da constituição apostólica destinada a auxiliar aqueles grupos de anglicanos que desejem entrar em plena comunhão com a Igreja Católica; estou convencido de que estes grupos serão uma bênção para toda a Igreja.» «Tenho andado pelo mundo e conhecido diversas realidades anglicanas», comenta Piero Gheddo. «Por que motivo desejam regressar à comunhão com Roma? Porque uma Igreja que se abre ao mundo de forma leviana, aceitando a ordenação de mulheres e o casamento homossexual, é uma igreja sem sentido. O Papa combate pela salvaguarda de uma Igreja ancorada na verdade e é por esse motivo que é hostilizado.»