sábado, 20 de fevereiro de 2010

A beleza, a determinação, a cobardia e a anestesia


1. Perante aqueles milhares de pessoas rodeadas de alegria, aquela que se exprime e brota dos vínculos esponsais, paterno/maternais e filiais, isto é, dos laços de amor de uma família verdadeira, apetecia exclamar com a simplicidade que o faz o nosso povo: coisa linda! Que beleza! Não havia ódio nem crispação naqueles rostos bondosos e joviais que se preparavam, na praça do Marquês de Pombal, para o desfile pela avenida da Liberdade até à praça dos Restauradores. Estavam ali avós de cabeças nevadas, muitos filhos casados e ranchadas de netos. Sentia-se, apesar do frio e do vento cortante, um ambiente de família alargada à lareira em noite de consoada. Era uma intimidade cúmplice e confiante de quem, apesar de estar alerta por saber que há um assédio de alcateia que quer arrombar, dilacerar e devorar, se ampara mutuamente. Pouco mais de meia dúzia de pastores Presbíteros irradiavam o Mistério maior que os ultrapassa e que deles transborda, sem mérito algum de sua parte, fortalecendo os presentes.

2. Dada a ordem de marcha, encabeça a manifestação uma larga faixa por detrás da qual se divisa uma Imagem de Nossa Senhora de Fátima, alçada por sobre as cabeças. O tom está dado, a Sagrada Família, representada pela Virgem Maria, abençoa e participa na procissão. Se Ela veio, pensei de mim para mim, ainda bem que não faltei.

Começaram então as palavras de ordem, aquelas frases concisas e acutilantes, fáceis de memorizar, que são utilizadas para comunicar uma mensagem, para exprimir uma ideia, para congregar uma multidão, para congraçar as vontades. Mas o modo como se vozearam foi impressionante. Era como um urro tremendo de ursa que defende as suas crias, um bramir de leão que vê o seu ambiente ameaçado, um rugido uníssono, profundo, das entranhas, como um vulcão prestes a lançar espantosas labaredas de fogo purificador. Não se tratava de uma raiva, detestação ou desprezo por qualquer pessoa ou grupo, mas era uma convicção sólida, uma determinação telúrica, uma firmeza inabalável que afirmava uma verdade primordial, universal, sobre a qual assenta a humanidade do homem, a vida social, as relações justas, o amor genuíno.

Ouvi numa estação emissora que seriam cerca de 5 mil pessoas, para mais que não para menos. Mas eram comandos, tropas de elite, do mesmo Amor que iluminou e possuiu São Paulo. Não foram arrebatados, tanto quanto sei, ao terceiro Céu, como o Apóstolo, mas sabem, como ele, o que têm de sofrer pelo Evangelho e perseveram com Cristo nas suas provações.

3. No meio da multidão reconheci um oficial, Tenente-Coronel, homem de oração e de coragem. Cumprimentou-me com a cortesia marcial própria dos militares. De olhar firme e rosto grave perguntou-me onde estavam os Bispos. Adiantou que compreendia muito bem que os “Generais” tivessem que se resguardar com alguma diplomacia, salvaguardar algumas distâncias, mas que em ocasiões como esta os “Generais” têm que sair â frente das tropas, têm que estar na linha da frente, na primeira fila.

4. Será que é a ausência de “Generais” que explica os diminutos milhares de pessoas que se mobilizaram em prol do casamento e da família? Como é possível que em assunto de tanto melindre e de consequências tão devastadoras para a sociedade esteja a maioria dos portugueses tão anestesiada que é incapaz de dar uma tarde de Sábado para defender-se e aos seus. Que significa esta estupidificação geral? Esta indiferença letal?

Estará esta gente, e em particular os católicos, tão cega que não entenda que a desgraça que se abate sobre o país com estas “leis” iníquas e injustas provocará muitíssimas mais vítimas do que a catástrofe que hoje se abateu sobre a Madeira?!

Povo obstinado e de coração duro! Povo lisonjeado por quem te engana e por quem te devia defender! Povo verdadeiramente desgraçado que te deixas seduzir pelas manhas de Satanás! Povo imbecil que corres atrás da flauta daquele que te quer afogar e rejeitas e repudias quem te diz a verdade e te quer salvar! Povo infeliz, pagarás caro a tua cegueira e a tua obstinação! Povo miserável, choro porque tu não choras! Choro porque não te arrependes nem queres abrir os olhos e mudar e seguir os caminhos do Senhor! Julgas-te inteligente e és néscio! Toma consciência do estado em que estás tu que te rebolas e chafurdas no teu próprio vómito! Arrepende-te e converte-te que o Senhor te purificará, te aperfeiçoará e te elevará! E serás a sua alegria e o seu contentamento, partilhando da felicidade que só Ele te pode conceder.

Nuno Serras Pereira

20. 02. 2010

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Exercícios esquisitos


1. Depois destas “procissões” profanas a que chamam corsos ou cortejos carnavalescos em que formosas e supostas donzelas se saracoteiam, e damas buliçosas, com trejeitos de sirigaitas, se bamboleiam impudicamente quase desnudas, durante horas a fio, fustigadas pela gélida chuva invernosa, para gáudio dos devotos libidinosos e dos sectários luxuriosos apresentou-se diante de nós, austera e modesta, a Quarta-feira de Cinzas, escancarando as portas à Quaresma como preparação para a Páscoa. Todos aqueles que viram com naturalidade os sacrifícios feitos nos dias anteriores, em nome do dinheiro e da folia desbragada são tomados de grande espanto e indignação com o convite que Deus nos faz, através da Sua Igreja, para nos exercitarmos naqueles três pilares fundamentais da vida cristã denominados oração, jejum e esmola. Coisa rara e esquisita cuja imagem mental, que se nos imprime na imaginação, parece difundir um insuportável cheiro a bafio que provoca uma repulsa imediata e uma arquejante procura de ar puro. Para quê desenterrar dos tenebrosos túmulos da idade das trevas excentricidades mais que ultrapassadas que não se coadunam com estes tempos iluminados e só servem para alienar as pessoas?! Servirão?

2. a) A oração pode considerar-se, num certo sentido, o primeiro mandamento ou, pelo menos, a condição da sua possibilidade. De facto a oração é aquela atitude de receptividade ou de escuta que possibilita a resposta Àquele que nos interpelou. Deus antes de ser uma descoberta nossa é Alguém que Se nos revela, Se nos mostra, Se nos comunica. É porque o escutámos, porque O conhecemos e acolhemos que Lhe podemos responder com o amor que Ele nos pediu, depois de no-lo ter dado. O dom de Deus ou o Dom que Deus é precede sempre a iniciativa e a resposta humanas. A oração consiste num diálogo ou colóquio com Deus. Como Aquele com quem se fala é maior do que nós – a Sabedoria infinita, o Omnisciente, a Omnipotência de Amor -, nessa conversa importa mais ouvir do que falar. À medida que escutamos Deus vamos conhecendo-O melhor e, por isso, amando-O mais. Ora o Senhor fala-nos de um modo eminente na Sagrada Escritura, isto é, através da Sua Palavra, o Seu Verbo, que vem até nós através e por dentro das palavras humanas da Bíblia que testemunham a Revelação/Comunicação do Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor. Esta Palavra purifica-nos, renova-nos, aperfeiçoa-nos, eleva-nos. Esta Palavra, o Logos de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, tomou carne, por obra do Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, fez-Se um de nós, em tudo igual, excepto no pecado, sem deixar de permanecer junto do Pai. A natureza Divina e humana – corpo e alma -, uniram-se, sem confusão nem separação, na única Pessoa do Deus Filho. Assim é Deus verdadeiro e homem verdadeiro. De tal modo que aquilo que se predica do homem predica-se de Deus e aquilo que se predica de Deus predica-se do homem. Por isso podemos dizer que Deus nasceu de uma Virgem, que Se amamentou a seus seios, que andou de fraldas, que comeu, chorou, suou sangue, morreu na Cruz. Em virtude da Sua encarnação, do fazer-Se homem, Ele na Sua humanidade visível e palpável é a presença de Deus invisível, o rosto do Pai, o único Caminho que a Ele conduz, pois ninguém pode ir ao Pai senão por Ele, no Espírito Santo. Santa Teresa de Ávila, depois de conhecer a vida e os escritos de S. Francisco de Assis e de se deixar orientar pelo franciscano S. Pedro de Alcântara, entendeu isto muito bem, como o confessa quer na sua autobiografia quer nas Moradas. Por isso virá a definir a oração como um entreter-se de amizade, estando muitas vezes a sós, com Jesus Cristo que nós sabemos que nos ama. Jesus Cristo, como revela o livro do Apocalipse é o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim, Aquele em quem e por Quem tudo foi criado, como reza o prólogo de São João, e redimido.

A oração é então uma relação de Amor com Aquele que não é só a nossa origem, como o nosso continuo construtor, nosso reparador ou redentor e o nosso destino, isto é o fim para que fomos feitos. Deste modo a oração é também a possibilidade de encontro com o nosso verdadeiro eu, aquele que intuímos ser e que queremos ser, mas que só por nós não conseguimos ser, porque somos mais do que nós.

b) O jejum, como diziam graves autores antigos, é a oração do corpo. De facto, a pessoa humana é uma uni-totalidade dual de alma e corpo. Não é um corpo habitado por uma alma, à maneira de um cavaleiro que monta uma besta, nem uma alma prisioneira de um corpo, mas uma unidade substancial de corpo e alma. Pode-se dizer que é um espírito encarnado ou um corpo animado, sendo que a alma espiritual e imortal, imediatamente criada por Deus, é a forma do corpo. O ser humano não tem um corpo mas é um corpo, embora não se reduza a ele. Isto é, o corpo faz parte da sua identidade, é a visibilidade da pessoa, o seu sacramento, o modo como comunica, aprende e se doa. O dualismo platónico, cartesiano, reencarnacionista, gnóstico ou da nova era são alheios à Criação e ao realismo do Cristianismo.

Quem jejua “liberta” a alma das suas funções inferiores fortalecendo-a nas potências superiores para que estas contemplem melhor a presença de Deus e se disponham para conhecer e levar à vida o Seu amor que Se comunica. A alma sentindo o corpo desfalecer à míngua de forças percebe mais agudamente que é Ele a fonte do seu ser e que vive na Sua radical dependência. Assim como o corpo não subsiste sem os alimentos que Deus criou, assim a alma não pode subsistir sem o amparo da Sua Graça. Deste modo o jejum torna-se uma forma de adoração, de consciência da dependência radical de Deus. O jejum lembra-nos que somos mendigos do Ser, tornando-nos por isso humildes.

Esta prática ascética é ainda eminentemente purificadora. O animal é incapaz de jejuar como o é, chegado o tempo do cio, de não copular. O instinto de conservação e de propagação são nele forças invencíveis. Pelo contrário, a pessoa humana pode, por amor, renunciar periodicamente ao alimento e até definitivamente ao exercício genital da sexualidade. No animal não há um intervalo entre o estímulo e a resposta. Pelo contrário, o homem é capaz de introduzir um “entre”, um espaço deliberativo, para decidir se deixa ou não o apetite satisfazer-se com estímulo que lhe é apresentado. O instinto de conservação é superior ao da propagação. Por outro lado um corpo com fome não se sente disposto para os deleites da carne. Acresce que quem exerce domínio sobre o alimento é senhor dos demais apetites humanos. Daí que quem jejua, ou se habituou a jejuar, é mais senhor de si e, por isso, capaz de verdadeira auto-determinação, isto é, de liberdade, uma vez que não é dominado pelas paixões e apetites desordenados. Se é verdade que ninguém pode ser casto sem a Graça de Deus também o é de que, geralmente falando, essa Graça só é concedida aos tiveram a coragem do jejum. Numa sociedade como a nossa de fartura no comer e no beber não é muito que a sexualidade ande desbragada.

Quem ora jejuando aprende que essa abstinência de alimentos é pedida em ordem ao verdadeiro jejum, a saber, o do pecado. Por isso vai percebendo que tem de pôr de parte a maledicência, a calúnia, o impudor, a impureza, a injustiça, a violência, a soberba, a cobiça, o egoísmo, a concupiscência desordenada.

Quem alguma vez experimentou jejuar rigorosamente lembra-se inevitavelmente de quem passa fome. Não só teve que vencer em duro combate as tentações da comida ao alcance da mão, da atracção dos bolos nas montras, mas sentiu o frio, a falta de calor natural do organismo, a fraqueza, as dores de cabeça, os urros do estômago gritando por nutrição, o desfalecimento, a perda de vivacidade no olhar, de ânimo na voz… Todo o seu corpo sentiu o clamor aflito, a injustiça inominável das fome de África, da Ásia e de todos os recantos do mundo onde por indiferença ou malícia letal dos países ricos não chega o alimento que existe e sobra para todos. Quem jejua é solidário com os pobres à maneira de um S. Francisco de Assis, de um S. Pedro Claver, de uma Bem-aventurada Teresa de Calcutá.

Este que agora assim jejua dos alimentos corporais foi aquele que afastado da casa do Pai passou a mais negra fome da ausência de Deus e, por isso, percebe que de todas as misérias a mais miserável é a de não conhecer nem amar Jesus Cristo. Ajunta, pois, o jejum à oração pelos seus irmãos, acorrentados pelas cadeias do pecado, uma vez que o Senhor ensinou que existem determinados demónios que não se expulsam senão assim.

c) A esmola é a consequência natural da oração e do jejum. Os cristãos da Igreja primitiva abstinham-se de alimentos para os repartirem com aqueles que os não tinham. A esmola significa o reconhecimento da par dignidade do outro, criado pelo mesmo Deus, redimido pelo mesmo Jesus Cristo. Esmolar é amar os outros como Jesus nos amou. Não é a sujeição a uma obrigação exterior mas a expressão natural (sobrenatural) da nova vida em Cristo. Jesus é a raiz e a cepa da videira que nós somos, isto é, o Seu amor, ou o Amor que Ele é une-nos, de tal modo a Si que se torna a fonte, a seiva vital, do nosso eu. Como dizia S. Paulo, já não sou eu que vivo mas é Cristo que vive em mim. Fomos enxertados no Seu Eu e nesse Eu encontramos o “nós” composto por toda a multidão, formada por cada eu dos que aceitam agregar-se a Ele, correspondendo ao Seu amor. É um “Eu-nós” aberto universalmente para que cada qual possa encontrar a plenitude para que foi feito. Esmolar é não só partilhar o que se tem mas também o que se é, reconhecendo e tratando o outro como irmão. A esmola luta pela justiça social mas ultrapassa-a criando vínculos de amizade e de amor gratuito. Não só procura o comer para quem tem fome, a roupa para quem necessita de vestuário, a saúde para quem está enfermo, mas também consola os tristes, ensina os ignorantes, corrige os que erram, chama à conversão, dá a vida para que se possam salvar.

3. No título deste texto chamo esquisitos a estes exercícios de amor. De facto, o mundo estranha-os e acha-os exóticos se não mesmo aberrantes. O que o mundo esquece é que esquisito também significa requintado, delicioso, refinado, precioso. Experimente pois o mundo trocar os seus prazeres efémeros por estes gozos espirituais e verá que não se arrepende. À honra de Cristo. Ámen.


Nuno Serras Pereira

18. 02. 2010

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Abuso sexual de menores - Bento XVI


(O abuso sexual de menores) “não é apenas um crime abominável, mas também um grave pecado que ofende a Deus e fere a dignidade da pessoa humana criada à sua imagem”.
Bento XVI, aos Bispos Irlandeses

Actos particularmente execráveis - Cardeal Bertone

Pruebas pueden ser motivo de purificación, dice Cardenal Bertone a Obispos de Irlanda

VATICANO, 15 Feb. 10 / 01:15 pm (ACI)


En la Misa que presidió esta mañana antes del encuentro del Papa Benedicto XVI con los obispos de Irlanda para tratar el tema de las inconductas sexuales de algunos miembros del clero, el Secretario de Estado, Cardenal Tarcisio Bertone, señaló que las actuales pruebas que afronta la Iglesia en este país, "pueden ser motivo de purificación y santificación".

En la Eucaristía el Cardenal dijo que "las tempestades producen miedo. Incluso las que mueven la barca de la Iglesia por culpa del pecado de sus miembros. Pero de ellas puede venir la gracia de la conversión y una fe más grande".

Seguidamente indicó a los obispos que han "venido todos juntos, el Episcopado completo de Irlanda, para escuchar al Sucesor de Pedro y presentarle" sus "iniciativas acerca de la dificilísima crisis actual en la Iglesia en el país".

El Purpurado pidió luego "humildad y confianza" a los católicos de Irlanda y destacó que "la prueba por una parte humilla pero por otra produce la paciencia y una profundización de la fe",

En la Iglesia, dijo luego el Secretario de Estado, "las pruebas pueden venir de afuera o de adentro. Ambas son dolorosas, pero las que provienen de adentro son más duras y humillantes" como "la grave prueba que están atravesando en estos momentos las comunidades irlandesas" que "ven a algunos hombres de Iglesia involucrados en actos particularmente execrables".

Estas pruebas, continuó, pueden "convertirse en motivo de purificación y santificación si se acoge con confianza plena la promesa que el Señor renueva también para nosotros hoy".

El Paráclito, dijo el Cardenal, "ha venido a defendernos del acusador, del maligno que Él ya ha vencido". Así como la "lucha contra el mal no ha terminado" y "seguirá hasta el final de los tiempos", así también "el Padre nos ha mandado, en nombre de Jesús, al Espíritu Santo" porque es "la obra de la caridad de Dios, de su infinita misericordia, que puede colmar el abismo más profundo".

Esto tiene una condición, explicó el Purpurado: "que el pecador reconozca la propia culpa en la plena verdad. Caritas in veritate". Citando luego esta encíclica del Papa, el Cardenal Bertone añadió que "esto es el principio fundamental de la vida cristiana".

La historia enseña que "también el cristiano está expuesto a la acción del maligno y puede caer en el pecado". Especialmente cuando esto insinúa otra tentación: "la que tiende a hacer perder la confianza en Dios, llevando al desaliento y la desesperanza".

Refiriéndose luego a la imagen de la tempestad del Evangelio de Marcos que se retoma en la Carta de Santiago, el Secretario de Estado dijo que el Apóstol habla "de las olas del mar turbulentas y agitadas por el viento" para compararlas con "quien duda de su fe".

Para el Cardenal "esta es la tempestad más peligrosa" porque "toca el corazón de los creyentes, golpeando su fe y amenazando su capacidad de confiarse a Dios".

L’Osservatore Romano informa que en esta Eucaristía y en el encuentro participan también los cardenales Giovanni Battista Re, Prefecto de la Congregación para los Obispos; William Levada, Prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe; Claudio Hummes, Prefecto de la Congregación para el Clero, Franc Rodé, Prefecto de la Congregación para los Institutos de Vida Consagrada y Sociedades de Vida Apostólica; y Zenon Grocholewski, Prefecto de la Congregación para la Educación Católica.

También están presentes los arzobispos Franceso Coccopalmerio, Presidente del Pontificio Consejo para los Textos Legislativos; Fernando Filoni, Sustituto de la Secretaría de Estado, Dominique Mamberti, Secretario para las Relaciones con los Estado; y Giuseppe Leanza, Nuncio Apostólico en Irlanda.

La delegación irlandesa está compuesta por 24 obispos, entre los que se encuentran el Cardenal Sean Brady, Arzobispo de Armagh, y el Arzobispo de Dublin, Mons. Diarmuid Martin.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

De pertenecer a una secta satánica a consagrada, tras intentar asesinar a la que hoy es su fundadora

Michela, en la actualidad religiosa de la Comunidad Nuovi Orizzonti, tiene una vida de película. Abandonada por su madre cuando era un bebé, atrapada por una peligrosa secta satánica, convencida de la necesidad de asesinar a una monja por indicación de la sacerdotisa, que a la vez era su psiquiatra... Cuenta su testimonio en ReL con una intensidad y pasión, que a más de uno le dejará pensativo...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Reflections on “MARRIAGE: Love and Life in the Divine Plan A Pastoral Letter...

by William E. May, Ph.D., Senior Fellow

In Culture of Life Foundation

This Pastoral Letter of November, 2009, presents Church teaching on marriage and family life in light of the documents of Vatican Council II, the encyclicals, apostolic exhortations, and other writings of Pope John Paul II, in particular in his celebrated Wednesday “catecheses” on the “theology of the body,” and the writings of Pope Benedict XVI.


The Pastoral has two major parts. Part One, Marriage in the Order of Creation: The Natural Institution of Marriage considers the nature of marriage, male-female complementarity as essential to marriage, the ends or purposes of marriage and their interrelationship, and fundamental challenges to marriage today.

The Nature of Marriage

God is the author of marriage who has endowed it with its essential properties, including the “bond” that the spouses, once they have given themselves to one another in marriage and consummated their marital union, cannot dissolve by their own will. We could say that husband and wife cannot, by their own choice,“unspouse themselves,” just as fathers and mothers cannot, by their own choices, “unfather” or “unmother” themselves. There is no such thing as an“ex-wife,” as Jesus made clear (cf. Mark 10:11ff and parallels).

The Pastoral maintains that “Conjugal love, the love proper to marriage, is present in the commitment to the complete and total gift of self between husband andwife.” This love, as several theologians (e.g., Ramón García de Haro, Francisco Gil Hellin, and others) have shown in their analyses of Gaudium et Spes, no. 49 to which the Bishops refer, is the “life-giving principle of marriage” and abides in the marriage as an obligation and a possibility (that can bemade, with God’s never failing help, a reality), even if such love may not be felt.

Male-Female Complementarity Is Essential to Marriage

This section is rooted in Pope John Paul II’s catecheses on the accounts of creation found in Genesis 1 and 2 in his audiences on the “theology of the body.” Genesis 1 stresses the fundamental dignity and equality of man and woman as created in the image and likeness of God, while Genesis 2 emphasizes that the woman God fashioned from the rib of Adam was indeed the only creature who could truly be his “helpmate.” The Pastoral says:

Adam and Eve were literally made for each other….to come together in the union of marriage….“That is why a man leaves his father and mother and clings to his wife, and the two of them become one body [flesh] (Gn 2:24).” Marriage, this clinging together of husband and wife as one flesh, is…[possible because] man and woman are both different and the same. They are different as male and female, but the same as human persons who are uniquely suited to be partners or helpmates for each other…. The differences between male and female are complementary. Male and female are distinct bodily ways of being human, of being open to God and to one another—two distinct yet harmonizing ways of responding to the vocation to love. While human persons are more than biological organisms, the roots of marriage can be seen in the biological fact that a man and a woman can come together as male and female in a union that has the potential for bringing forth another human person. This kind of union fills the need for the continuation of the human race…this union has further personal and spiritual dimensions. Marriage does not exist solely for the reproduction of another member of the species, but for the creation of a communion of persons (emphasis added).

This passage shows that the “bodies” of male and female persons reveal differences rooted in their being as man and woman, as masculine and feminine, and that these bodily differences enable them to unite in a bodily act, and the only bodily act, apt for the “begetting”of new human life. This is true even if, for causes beyond their control (e.g.,the temporary or permanent sterility of one or the other spouse), generation of new human life will not take place—e.g., when the woman is going through that part of her cycle when she is infertile and cannot therefore conceive. This is far different from the situation when the spouses have made themselves sterile by using pills or having tubal ligations or vasectomies precisely to prevent conception. It shows, finally, that marriage, rooted in the reciprocal “giving” and “receiving” of the man and the woman, is “consummated” by the spousal or marital act.

The Two Ends or Purposes of Marriage

As noted, the Bishops identify the “good of the spouses” and “procreation of offspring” as the two ends or purposes of marriage but they do not try to describe what the “good of the spouses” consists in but go on to say immediately: “Thus, the Church teaches that marriage is both unitive and procreative, and that it is inseparably both.” It is unfortunate that they did not seek to unpack the meaning of the “good of the spouses” and how it relates to the procreation of offspring.

Unitive

This section is inspired by Pope John Paul’s teaching in his “theology of the body”that the human body has a “spousal meaning,” that is, that the body of the male person shows that he, by reason of his very masculinity, is meant to be a“gift” he gives for others and in a unique and exclusive way for his wife, and that her body, by reason of its very femininity, is meant as a “gift” for others and in a unique and exclusive way for her husband. The Bishops explicitly invoke this teaching: “Pope John Paul II‘s theology of the body speaks of the human body as having a spousal significance. This means that the human body by its very nature signifies that we humans are directed to relationship—that we are to seek union with others. For it is only in relationship that we achieve a true wholeness as a communion of persons.”

Procreative

The Bishops teach that love is expansive and life-giving. Marriage is both love-giving and life-giving, and children, as Gaudium et Spes declared, “are the supreme gift of marriage.” True married love and the family resulting from it mean that spouses are called to cooperate with the love of the Creator and the Savior in enriching his family with children. The Bishops note that many spouses who ardently desire to share life and love with children cannot do so because of infertility even though they can engage in the “natural act by which procreation takes place.” When this happens it can be a source of disappointment and suffering for spouses who are then called to bear this cross and to love one another more deeply. The Bishops teach that spouses, after their child-rearing years have passed, ought to stay involved with their children and especially with their grandchildren for whom they can be “spiritual mentors, teachers, and wisdom figures,” and they can also nurture the needy, the disabled, and the abandoned with works of justice and charity.

How Are the Two Ends Related?

These ends are inseparably related through “conjugal love,” which expresses the unitive dimension of marriage “in such a way as to show how this meaning is ordered toward the equally obvious procreative meaning.”

Fundamental Challenges to Marriage Today


Contraception

Contraception is wrong because it violates the meaning of the marital act as one of unreserved personal gift. As John Paul II, whom the Bishops follow, said, contraception is in truth a lie because it distorts the “language of the body.” The marital act is meant to speak that language, one of self-gift in a personal communion open to the gift of human life; by contracepting they make it speak a different and contrary language, one of a refusal to “give” oneself to one’s spouse in that kind of personal gift.

Same-Sex Unions

While clearly teaching that homosexually inclined individuals are first and foremost human persons whose inviolable rights (e.g., not to be intentionally harmed or killed) that must be fully respected by others and by society, they unequivocally affirm that homosexual acts (sodomy etc.) are intrinsicallyimmoral insofar as they “are contrary to the natural law…and close the sexual act to the gift of life…[nor do they] proceed from a genuine affective and sexual complementarity.” The bishops teach that all persons, no matter what their sexual orientation, are required to practice the virtue of chastity.

Divorce

Since God, as Jesus clearly taught, is the author of marriage and its indissolubility, divorce is simply not possible; any attempt to “remarry” once one has irrevocably consented to be a faithful spouse simply cannot dissolve the union. At times a civil divorce might be necessary for the well-being of an abused spouse and her/his children; at other times there may be good reasons for seeking a declaration of nullity. The Bishops “offer encouragement to those who have divorced and remarried civilly. Although the Church cannot recognize such subsequent unions as valid marriages, she hopes that people in this situation will participate in parish life and attend the Sunday Eucharist, even without receiving the Sacrament.”

Living Together Without Marriage

The Pastoral stresses that doing this (fornicating) is a serious sin. It is not a good preparation for marriage—couples who do are more frequently divorced than those who live chastely prior to marriage, nor is it good for any children who may be born as many studies show. It is rooted in a failure to make a permanent, public commitment.

Conclusion

The Bishops end Part One of the Pastoral with a beautiful citation from the Catechism of the Catholic Church: “The family is the original cell of social life. It is the natural society in which husband and wife are called to give themselves in love and in the gift of life. Authority, stability, and a life of relationships within the family constitute the foundations for freedom, security, and fraternity within society” (no. 2207).