Uma vez que existe o costume de
matar o mensageiro como se ele fora culpado da autoria dos acontecimentos que noticia
declaro-me, se Deus me conceder essa
Graça, pronto para a fogueira, o linchamento, ou qualquer outra forma de
tortura metódica conducente a uma aniquilação lenta e macabra.
Infelizmente dá-se o caso de a
Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, apesar de
prevenida por pessoas altamente qualificadas no sector da saúde mental, ter
decidido organizar uma pós-graduação
em serviço social na saúde mental leccionada por uma série de pessoas gravissimamente
responsáveis por uma matança imensamente maior de crianças do que a de Herodes;
autores de mentiras públicas escandalosas; advogadores da proibição de terapia
para as pessoas homossexuais que o queiram; e instigadores da eutanásia.
Como se isto fora pouco, o curso
destina-se a profissionais de serviço social, os quais, formatados por esta educação
altamente católica, naturalmente trabalharão afincadamente em multiplicar caridosamente
a carnagem.
Compreendo que alguém como eu que
justamente não goza de nenhuma credibilidade seja objecto de qualquer confiança. Por isso
deixo ao leitor interessado umas notas com notícias e citações que poderá
examinar.
Nunciatura Apostólica:
21. 12. 2012
NOTAS:
Meia centena de
psiquiatras tomam posição pelo "sim"
Por Sofia Branco
Público 09/02/2007 - 00:00
http://www.publico.pt/destaque/jornal/meia-centena-de-psiquiatras-tomam-posicao-pelo-sim-120587
Ana Matos Pires exige esclarecimento da Ordem sobre "síndrome
pós-aborto"
Na sequência de afirmações de psiquiatras ligados aos
movimentos pelo "não", que falavam de uma "síndrome
pós-aborto", mais de 50 psiquiatras subscreveram um abaixo-assinado, no qual
rejeitam a existência de diagnósticos psiquiátricos resultantes do aborto,
realçam que o conceito não existe em nenhum compêndio científico e tomam
posição a favor da despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às
dez semanas.
Subscrito por vários chefes e directores de serviço de
psiquiatria - Daniel Sampaio e Maria Luísa Figueira (Santa Maria); Caldas de Almeida e
Álvaro Carvalho (São Francisco Xavier); Graça Cardoso e Teresa Maia Correia
(Fernando da Fonseca); António
Leuschner
(Magalhães Lemos); Fernando Areal (José Joaquim Fernandes); José Salgado
(Hospital de Santarém); Alice Nobre, António Daskalos, José Manuel Jara, João
Cabral Fernandes e António José Albuquerque (Júlio de Matos) -, o documento
começou a circular, apenas no meio psiquiátrico, em reacção às declarações de
Adriano Vaz Serra, director do serviço de psiquiatria dos Hospitais da
Universidade de Coimbra, que corroborou a ideia de uma "síndrome
pós-aborto", primeiramente referida pela psiquiatra e mandatária da
Plataforma Não Obrigada! Margarida Neto. O que mais indignou os subscritores do
abaixo-assinado foi o facto de Adriano Vaz Serra ter falado como presidente da
Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.
Ao PÚBLICO, a psiquiatra Ana Matos Pires, mandatária dos
Médicos pela Escolha, adiantou ter já enviado um pedido de esclarecimento ao
colégio de psiquiatria da Ordem dos Médicos e acrescentou que também vai
dirigir a mesma solicitação à Sociedade Portuguesa de Psiquiatria.
Os psiquiatras que subscrevem o abaixo-assinado, a que o
PÚBLICO teve acesso, referem que o "consenso científico actual"
aponta que a decisão de abortar "está associada a um conjunto de
sentimentos, como a tristeza e a culpa, que, por si só, não correspondem a um
diagnóstico psiquiátrico". "Para muitas mulheres, a decisão de interromper
uma gravidez indesejada é antes fonte de alívio e de normalização
emocional", contrapõem. Realçando a importância do acompanhamento médico
das mulheres, os psiquiatras alertam que aquele só será possível após "o
fim do flagelo do aborto clandestino, que empurra as mulheres para uma decisão
solitária, desinformada e que coloca graves riscos à sua saúde física e
psíquica".
_______________________________________________________-
Complicações associadas a abortos clandestinos
diminuíram em mais de metade num ano
Por
12/07/2008
- 00:00
a As infecções e a perfuração
de órgãos associadas ao aborto clandestino diminuíram em mais de metade desde
que a lei da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) entrou em vigor, há um
ano, revelou o director-geral da Saúde, Francisco George.
Em entrevista à agência noticiosa Lusa, a propósito do primeiro ano da
aplicação da lei que permite a IVG até às dez semanas, cuja regulamentação
entrou em vigor a 15 de Julho de 2007, Francisco George considerou que estes
dados revelam que "a lei é boa e protege as mulheres".
No primeiro semestre de 2007, registaram-se 23 septicemias (infecções muito
graves) e 11 perfurações de órgãos associadas à prática de aborto clandestino.
Já com a lei em vigor, na segunda metade do ano, ocorreram doze septicemias e
uma perfuração, uma redução que George atribui à lei e que demonstra que o
aborto clandestino é hoje "residual".
Desde 15 de Julho, a Direcção-Geral da Saúde registou apenas dois casos de
prática de aborto clandestino, um dos quais está a ser investigado pelo
Ministério Público.
Nos 38 hospitais públicos, três unidades privadas e três centros de saúde que
fazem a IVG no âmbito da lei. realizaram-se, no último ano, 14.247 abortos.
Destes, só pouco mais de dois mil são realizados nos serviços privados, disse.
A esmagadora maioria das interrupções foi feita por método medicamentoso. A
opção dos serviços públicos pela interrupção medicamentosa contrasta com a
opção dos privados.
Segundo Francisco George, "há uma grande, enorme, diferença entre o que se
verifica nos sectores público e privado da rede".
Perto de 100 por cento dos serviços públicos utilizam o método medicamentoso
(que custa 341 euros), enquanto mais de 90 por cento dos privado optam pelo
cirúrgico (que custa 444 euros).
"Provavelmente, há aqui uma razão cultural, já que as mulheres
portuguesas, no tempo da clandestinidade, entravam e, meia hora depois, saíam
com a intervenção realizada", disse.
Os serviços de saúde públicos vão alargar a distribuição gratuita de pílulas e
preservativos em quantidade para fazer contracepção até um ano, bem como
facilitar a sua entrega, dispensando da consulta médica os utentes que tiverem
ido ao médico no último ano.
Um estudo recente da Direcção-
-Geral da Saúde sobre a IVG revelou que 70 por cento das mulheres que fizeram a
interrupção não tinham ido às consultas de planeamento familiar no último ano.
"Há um trabalho que precisa de ser intensificado", disse.
Foram 700 as mulheres que optaram por prosseguir com a gravidez após
"consulta prévia de aconselhamento sobre os apoios que o estado dá à
gravidez", notou. Lusa
Francisco George considerou que os novos dados revelam que a nova lei é boa e
protege as mulheres
"Sim" e
"não" esgrimem estudos médicos sobre aborto
12/01/2007 - 00:00
http://www.publico.pt/jornal/sim-e-nao-esgrimem-estudos-medicos-sobre-aborto-116283
A psiquiatra Ana Matos Pires exclui uma síndrome pós-aborto,
o psiquiatra Vaz Serra fala de 14 por cento de mulheres afectadas
O movimento Médicos Pela Escolha negou ontem a existência de
uma "síndrome pós-aborto", alertando para as "falsas declarações
sobre as dimensões psicológicas e psiquiátricas da interrupção voluntária da
gravidez" que estão a ser feitas sobre a matéria pelos defensores do
"não" à despenalização.
A psiquiatra Ana Matos Pires criticou que "é grave
fazer manipulação de resultados quando está em causa a saúde pública",
realçando que "a doença psiquiátrica é demasiado dolorosa para ser
banalizada". E vincou: "Não existe nenhuma síndrome pós-aborto, em
nenhuma das classificações da Organização Mundial de Saúde ou da associação
americana de psiquiatria, nomeadamente. Pelo contrário, as perturbações
pós-parto estão nessas classificações."
Membro dos Médicos Pela Escolha, Ana Matos Pires respondeu
assim aos movimentos contra a despenalização, que, nas últimas semanas, vieram
a público dizer que as mulheres que interrompem a gravidez sofrem de
"síndrome pós-aborto".
Isso mesmo foi reiterado ontem pelo presidente da Sociedade
Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, Adriano Vaz Serra, que, no âmbito de
uma conferência organizada pela Plataforma Não Obrigada, simultaneamente à
iniciativa dos Médicos Pela Escolha, afirmou, segundo a Lusa, que pelo menos 14
por cento das mulheres que abortam sofrem de stress pós-traumático.
Citando um estudo norte-americano feito em 2004 e publicado
na revista Medical Science Monitor, o psiquiatra, que pertence ao Movimento
Aborto a Pedido Não, afirmou ainda que "um número muito maior [de
mulheres] apresenta parte dos sintomas da síndrome pós-traumática", entre
os quais se incluem a lembrança constante do acontecimento, pesadelos,
taquicardia e fobias, que, nos casos mais graves, pode conduzir ao suicídio. E
acrescentou ainda que, de acordo com a mesma pesquisa, "64 por cento das
mulheres que fizeram um aborto foram coagidas".
Por oposição, o psiquiatra Álvaro Carvalho, presente na iniciativa dos
Médicos Pela Escolha, invocou documentos da Associação Americana de Psiquiatria
(APA) sobre a gravidez não desejada. "Esses estudos revelam que as crianças não desejadas têm mais
propensão a abusos e a maus tratos. A APA, no interesse do bem-estar público,
defende que a interrupção voluntária da gravidez é um procedimento
médico", sublinhou.
Na mesma conferência, a psicanalista Maria Belo afirmou:
"Nem são precisos estudos, basta sermos realistas. Todos conhecemos alguém
que fez um aborto e sabemos que não é por causa disso que essas pessoas ficam
com uma síndrome." "Que um aborto é um acontecimento que pode
determinar sofrimento psicológico, é verdade. Mas não minto se afirmar que também
é uma fonte de alívio para muitas mulheres", acrescentou a psicóloga Marta
Crawford.
"A referência insistente a
tal fenómeno não é mais do que uma invenção politicamente orientada",
afirmaram os Médicos Pela Escolha, em comunicado. Os estudos apresentados pela Plataforma
Não Obrigado são, afirmam, "enganosos, feitos com base em amostras não
representativas da população, resultando em conclusões abusivas". S.B.,
com Lusa
Meia
centena de psiquiatras tomam posição pelo "sim"
SOFIA
BRANCO
09/02/2007 - 00:00
Ana Matos Pires exige
esclarecimento da Ordem sobre "síndrome pós-aborto"
Na sequência de afirmações de psiquiatras ligados aos
movimentos pelo "não", que falavam de uma "síndrome
pós-aborto", mais de 50 psiquiatras subscreveram um abaixo-assinado, no
qual rejeitam a existência de diagnósticos psiquiátricos resultantes do aborto,
realçam que o conceito não existe em nenhum compêndio científico e tomam posição
a favor da despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às dez
semanas.
Subscrito por vários chefes e directores de serviço de
psiquiatria - Daniel Sampaio e Maria Luísa Figueira (Santa Maria); Caldas de Almeida e Álvaro Carvalho (São
Francisco Xavier); Graça Cardoso e Teresa Maia Correia (Fernando da Fonseca); António Leuschner
(Magalhães Lemos); Fernando Areal (José Joaquim Fernandes); José Salgado
(Hospital de Santarém); Alice Nobre, António Daskalos, José Manuel Jara, João
Cabral Fernandes e António José Albuquerque (Júlio de Matos) -, o documento
começou a circular, apenas no meio psiquiátrico, em reacção às declarações de
Adriano Vaz Serra, director do serviço de psiquiatria dos Hospitais da
Universidade de Coimbra, que corroborou a ideia de uma "síndrome
pós-aborto", primeiramente referida pela psiquitra e mandatária da
Plataforma Não Obrigada! Margarida Neto. O que mais indignou os subscritores do
abaixo-assinado foi o facto de Adriano Vaz Serra ter falado como presidente da
Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.
Ao PÚBLICO, a psiquiatra Ana Matos Pires, mandatária dos
Médicos pela Escolha, adiantou ter já enviado um pedido de esclarecimento ao
colégio de psiquiatria da Ordem dos Médicos e acrescentou que também vai
dirigir a mesma solicitação à Sociedade Portuguesa de Psiquiatria.
Os psiquiatras que subscrevem o
abaixo-assinado, a que o PÚBLICO teve acesso, referem que o "consenso
científico actual" aponta que a decisão de abortar "está associada a
um conjunto de sentimentos, como a tristeza e a culpa, que, por si só, não
correspondem a um diagnóstico psiquiátrico". "Para muitas mulheres, a
decisão de interromper uma gravidez indesejada é antes fonte de alívio e de
normalização emocional", contrapõem. Realçando a importância do acompanhamento
médico das mulheres, os psiquiatras alertam que aquele só será possível após
"o fim do flagelo do aborto clandestino, que empurra as mulheres para uma
decisão solitária, desinformada e que coloca graves riscos à sua saúde física e
psíquica".
Deputado José Paulo
Carvalho acusa Francisco George de "faltar à verdade"
LUSA 10/04/2009 - 19:16
O deputado José Paulo Carvalho acusou hoje o director-geral
da Saúde, Francisco George,
de "faltar à verdade" quando afirmou que as perfurações de órgãos
acabaram desde que foi despenalizado o aborto até às dez semanas.
"Relativamente às perfurações, o sr. director-geral da
Saúde faltou à verdade porque segundo dados da própria direcção-geral não houve
perfurações de útero ou de outro órgão em 2003, 2004 e 2005. Houve uma em 2006
e 12 em 2007, precisamente o ano em que foi liberalizado o aborto",
assinalou José Paulo Carvalho, deputado não inscrito em grupo parlamentar,
ex-militante do CDS-PP.
No passado dia 7, Dia Mundial da Saúde, Francisco George
congratulou-se com os resultados alcançados com a lei da Interrupção Voluntária
da Gravidez (IVG), aprovada a 17 de Abril de 2007 e regulamentada em Julho do
mesmo ano. O responsável anunciou que, em consequência da nova legislação,
foram eliminadas as complicações associadas ao aborto clandestino, nomeadamente
as perfurações de órgão e as infecções. "Deixaram de surgir nas urgências
hospitalares casos de órgãos perfurados e infecções" associados ao aborto
clandestino, disse.
"Como é que se pode dizer que acabaram as perfurações
de órgãos por causa da liberalização do aborto, se houve três anos em que não
houve esse tipo de complicações e o ano em que houve 12 foi precisamente o ano
em que o aborto foi liberalizado?", questionou José Paulo Carvalho.
Dados de 2008
"Ou estes 12 casos de 2007 se verificaram todos entre 1
de Janeiro e o dia 17 de Abril ou manifestamente houve casos espalhados ao
longo do ano e então não venha o director-geral da saúde dizer que foi por
causa da lei que acabaram as perfurações", criticou, exigindo que sejam
divulgados os números relativos a 2008.
Para José Paulo Carvalho, "o director-geral da Saúde,
no intuito fervoroso de propaganda à liberalização do aborto e aos seus
benefícios, faltou manifestamente à verdade nas declarações que proferiu no Dia
Mundial da Saúde", acusou.
Os dados estatísticos citados pelo deputado são da
Direcção-Geral da Saúde e foram-lhe fornecidos pelo ministério da tutela, em
resposta, com data de 26 de Janeiro, a um requerimento que entregou na
Assembleia da República. "Pedi também os dados de 2008 mas não me foram
entregues", assinalou, acusando Francisco George de "faltar ao
respeito pela realidade estatística da própria Direcção-Geral".
No que respeita às infecções, que o director-geral de Saúde
disse terem acabado em consequência da nova lei, o mesmo quadro da DGS mostra
que se registaram 67 em 2002, 76 em 2003, 56 em 2004, 51 em 2005, 56 em 2007 e
35 em 2007.
Contactado pela agência Lusa, Francisco
George não quis pronunciar-se.
Complicações
associadas a abortos clandestinos diminuíram em mais de metade num ano
12/07/2008 - 00:00
0
a As
infecções e a perfuração de órgãos associadas ao aborto clandestino diminuíram
em mais de metade desde que a lei da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG)
entrou em vigor, há um ano, revelou o director-geral da Saúde, Francisco
George.
Em entrevista à agência noticiosa Lusa, a propósito do
primeiro ano da aplicação da lei que permite a IVG até às dez semanas, cuja
regulamentação entrou em vigor a 15 de Julho de 2007, Francisco George considerou que estes dados
revelam que "a lei é boa e protege as mulheres".
No primeiro semestre de 2007, registaram-se 23 septicemias
(infecções muito graves) e 11 perfurações de órgãos associadas à prática de
aborto clandestino.
Já com a lei em vigor, na segunda
metade do ano, ocorreram doze septicemias e uma perfuração, uma redução que
George atribui à lei e que demonstra que o aborto clandestino é hoje
"residual".
Desde 15 de Julho, a
Direcção-Geral da Saúde registou apenas dois casos de prática de aborto
clandestino, um dos quais está a ser investigado pelo Ministério Público.
Nos 38 hospitais públicos, três
unidades privadas e três centros de saúde que fazem a IVG no âmbito da lei.
realizaram-se, no último ano, 14.247 abortos. Destes, só pouco mais de dois mil
são realizados nos serviços privados, disse.
A esmagadora maioria das
interrupções foi feita por método medicamentoso. A opção dos serviços públicos
pela interrupção medicamentosa contrasta com a opção dos privados.
Segundo Francisco George,
"há uma grande, enorme, diferença entre o que se verifica nos sectores
público e privado da rede".
Perto de 100 por cento dos
serviços públicos utilizam o método medicamentoso (que custa 341 euros),
enquanto mais de 90 por cento dos privado optam pelo cirúrgico (que custa 444
euros).
"Provavelmente, há aqui uma
razão cultural, já que as mulheres portuguesas, no tempo da clandestinidade,
entravam e, meia hora depois, saíam com a intervenção realizada", disse.
Os serviços de saúde públicos vão
alargar a distribuição gratuita de pílulas e preservativos em quantidade para
fazer contracepção até um ano, bem como facilitar a sua entrega, dispensando da
consulta médica os utentes que tiverem ido ao médico no último ano.
Um estudo recente da
Direcção--Geral da Saúde sobre a IVG revelou que 70 por cento das mulheres que
fizeram a interrupção não tinham ido às consultas de planeamento familiar no
último ano. "Há um trabalho que precisa de ser intensificado", disse.
Foram 700 as mulheres que optaram por prosseguir com a
gravidez após "consulta prévia de aconselhamento sobre os apoios que o
estado dá à gravidez", notou. Lusa
Francisco
George considerou que os novos dados revelam que a nova lei é boa e protege as
mulheres
Direcção-Geral de Saúde
espera 20 mil abortos a pedido por ano
LUSA 16/07/2007 - 14:43
S. Francisco Xavier é um dos quatro hospitais públicos que
não praticará a IVG
PEDRO VALDEZ/PÚBLICO
A Direcção-Geral de Saúde calcula que se vão realizar 20 mil
interrupções voluntárias da gravidez (IVG) por ano em Portugal, um número que
as autoridades querem reduzir no prazo de cinco anos.
O director-geral de Saúde disse que, dentro de cinco anos,
pretende reduzir "ao mínimo possível" o número de abortos a pedido da
mulher em Portugal, mas não especificou qual a meta a atingir, uma vez que são
necessárias análises a realizar durante a aplicação de um novo programa de
planeamento familiar.
Em
conferência de imprensa, Francisco George divulgou a lista dos 38 hospitais
públicos e duas clínicas privadas no continente que estão prontos para realizar
abortos a pedido da mulher.
De fora desta lista, ficam o hospital da Guarda, o de
Matosinhos, o de Évora e o São Francisco Xavier, em Lisboa.
No entanto, Francisco George sublinhou que se trata de uma
"rede flexível" que pode ir sofrendo alterações, mediante a
disponibilidade dos hospitais.
Nos Açores, o hospital do Faial é o único das três unidades
que está preparado para realizar a IVG.
Quanto à Região Autónoma da Madeira, a lei não será aplicada
porque o governo regional decidiu esperar que o Tribunal Constitucional se
pronuncie sobre o diploma.
Francisco George contou na
conferência de imprensa que o director regional da Madeira se escusou a
participar nas reuniões preparatórias do processo de aplicação da IVG até às 10
semanas, ao contrário do seu homólogo açoriano.
Especialistas
defendem que está na altura de fazer balanço e rever a lei do aborto
ANDREA CUNHA FREITAS 15/07/2010 - 00:00
http://www.publico.pt/portugal/jornal/especialistas-defendem-que-esta-na-altura-de-fazer-balanco-e-rever-a-lei-do-aborto-19828243
As falhas no planeamento familiar e as repetições de aborto
preocupam os profissionais de saúde. Alguns propõem que a interrupção de
gravidez deixe de ser gratuita
Passados três anos da vigência da lei que despenaliza o
aborto até às dez semanas em Portugal, os especialistas consideram que o
balanço é positivo, mas apontam para a necessidade de adequar o diploma à
realidade. O elevado número de mulheres que, após uma interrupção de gravidez,
falta à consulta de planeamento familiar (prevista na lei) e as repetições de
aborto são as questões que mais preocupam os profissionais de saúde. Apesar de
admitir que "tudo pode ser melhorado", o director-geral da Saúde, Francisco George, responde que
"não é oportuno voltar a debater a IVG".
"Agora está na altura de começar a diminuir o número de
abortos. Este ano será a prova de fogo", avisa Miguel Oliveira da Silva,
presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV). Para
o especialista - que aplaude os ganhos conseguidos na mortalidade e morbilidade
materna associadas a abortos clandestinos -, está na hora de rever a lei.
Preocupado com as mulheres que fazem um aborto e faltam à consulta de
planeamento familiar - "é uma falta de civismo que uma mulher que faz um
aborto de borla, às nossas custas, não se dê ao trabalho de comparecer à
consulta" -, o médico volta a defender que o aborto deveria deixar de ser
gratuito nos casos de reincidência. Os números de repetições de aborto em
Portugal (340 mulheres das 19 mil que abortaram em 2009 fizeram-no duas vezes)
estarão ainda abaixo da média de outros países.
Luís Graça, director do serviço de Obstetrícia do Hospital
de Santa Maria (Lisboa), insiste na defesa do pagamento da taxa moderadora e
numa "eventual punição a posteriori" nos casos de repetição. "Um
aborto deveria ser pago, tal como é paga uma operação ao apêndice",
afirma. Referindo que apenas uma em cada três mulheres comparece à consulta de
planeamento familiar, lembra que a "lei concedeu um direito, mas também
acarreta deveres". Luís Graça elogia ainda o "inegável progresso nas
mortes e complicações maternas" e critica a "vaga de objecções de
consciência". Francisco
George diz que "não faz sentido" debater uma revisão da lei e admite
apenas que "é preciso reforçar as consultas de planeamento familiar".
George defende ainda que "o problema das repetições de aborto é complexo e
a solução não estará numa forma de repressão".
"Foram 54 mil abortos, ou seja, 54 mil crianças que
daqui a cinco anos estariam nas escolas portuguesas", diz a presidente da
Federação Portuguesa Pela Vida, Isilda Pegado, defendendo uma revogação da lei
e mais investimento no "apoio à maternidade". Duarte Vilar, director
executivo da Associação para o Planeamento Familiar, afirma que é altura de
"começar a debater o que deve ser adequado à realidade". E, além das
falhas no planeamento familiar, lança mais uma acha na fogueira do debate sobre
mudanças na lei e propõe que se avalie um eventual alargamento do prazo de dez
semanas para a interrupção da gravidez (à semelhança de Espanha, onde o aborto
foi recentemente despenalizado até às 14 semanas).
Clínica privada
recebe mulheres dos hospitais públicos
CATARINA GOMES 17/07/2007 - 00:00
Director-geral de Saúde admite que há centros de saúde com
ruptura
de stocks de contraceptivos orais
a A primeira clínica privada licenciada para fazer abortos
em Lisboa já está a receber mulheres enviadas por três hospitais públicos da
região e recebeu contactos de mais sete, informou ontem a directora da clínica
dos Arcos, Yolanda Hernandez. A regulamentação da nova lei do aborto entrou
ontem em vigor.
No primeiro dia de portas abertas na clínica espanhola
fizeram consulta prévia à interrupção voluntária da gravidez (IVG) 30 mulheres,
um número bastante superior às 16 que tem recebido semanalmente o Hospital de
S. João, no Porto, ou as 18 que estavam marcadas para esta semana no Hospital
de Santa Maria, em Lisboa.
O Hospital S. Francisco Xavier, Lisboa - um de oito
hospitais que não avançou com a IVG por falta de capacidade de resposta - é uma
das unidades públicas que vai encaminhar mulheres para a clínica privada
espanhola, pagando os custos, informou o presidente do conselho de
administração do centro hospitalar de Lisboa Ocidental), José Miguel Boquinhas.
Já a outra unidade privada licenciada, a Clínica de Oiã ( Aveiro), não foi
contactada por hospitais e atendeu ontem quatro mulheres, disse o seu director,
Amílcar Pereira.
A rede
de unidades aptas a fazer IVG é constituída por 38 hospitais públicos e duas
clínicas privadas, mas podem ser acrescentadas unidades ao longo do tempo,
esclareceu ontem o director-geral de Saúde, Francisco George, em conferência de
imprensa.
As
previsões oficiais são de 20 mil abortos por ano, número que George espera que
se mantenha próximo deste valor nos primeiros cinco anos, mas que depois vá
descendo. Isto porque é intenção da Direcção-Geral da Saúde (DGS)
"intensificar o programa de planeamento familiar para reduzir o número de
gravidezes indesejadas", disse.
Questionado
pelos jornalistas, o responsável admitiu, contudo, que há centros de saúde onde
"existe ruptura do stock de anticoncepcionais orais nos centros de
saúde". Os grupos de intervenção prioritária no planeamento familiar
deverão ser os mais pobres, imigrantes e os mais jovens.
Contrariando
a reivindicação da Ordem dos Médicos (OM), tanto George como Jorge Branco
disseram ontem que não será criado um registo nacional de médicos objectores de
consciência. São poucos os médicos que trabalham até agora no privado
(cerca de dez) e muitos estão em exclusividade, notou o director-geral da
Saúde.
George tentava assim afastar a hipótese de poder haver
médicos que se apresentam como objectores ao aborto no público e não no
privado. Jorge Branco acrescentou que houve dúvidas se um registo com estes
dados seria aprovado à luz da legislação da protecção de dados.
A OM lamentou ontem que o Ministério da Saúde não tenha
avançado com uma registo nacional de obstetras objectores. "O país não tem
qualquer maneira de impedir" que os obstetras contornem no sector privado
a objecção de consciência declarada no público", admitiu o bastonário à
Lusa. A OM vai agora tentar promover esse registo, acrescentou.
Objectores de consciência
A objecção de consciência foi declarada por 100 por cento
dos médicos no S. Francisco de Xavier, nos hospitais de Évora, da Terceira e
São Miguel. O presidente do governo açoriano garantiu que a região vai
comparticipar as despesas das mulheres que não puderem fazer abortos nos
Açores.
Com níveis de objecções de consciência que impedem a prática
de interrupção voluntária da gravidez estão os hospitais da Guarda, Viana do
Castelo, Leiria e o Hospital Pedro Hispano (Matosinhos). No Hospital Santo
António não foram avançadas explicações para o facto de não começarem a cumprir
a lei.
35 enfermeiros declararam-se
objectores de consciência à nova lei do aborto, disse a respectiva Ordem.
Director-geral da
saúde garante que haverá "rede muito vasta" de unidades para IVG
LUSA 14/07/2007 - 12:59
O director-geral da Saúde, Francisco George, garantiu hoje à
Lusa que vai haver uma "rede muito vasta" de unidades no país para a
realização de interrupções voluntárias da gravidez (IVG), ao abrigo da nova
lei.
Questionado pela Lusa sobre a incapacidade de pelo menos nove
hospitais públicos de realizar abortos, Francisco George garantiu que
"haverá uma rede muito vasta" de unidades, que será apresentada na
segunda-feira em conferência de imprensa, remetendo quaisquer outras
informações para esse momento. "Estamos a trabalhar na rede para ser
apresentada segunda-feira. É uma rede muito vasta que cobre todo o país, sendo
constituída por dezenas de serviços públicos e, em termos de complementaridade,
apenas por duas unidades privadas", disse Francisco George.
Segundo um levantamento realizado pela Lusa, pelo menos nove
hospitais públicos de todo o país vão ter de reencaminhar para outras unidades
as mulheres que queiram realizar abortos ao abrigo da nova lei, cuja
regulamentação entra amanhã em vigor, devido ao elevado número de objectores de
consciência.
Algarve mais preparado
O Algarve é a única região do País onde não há hospitais sem
capacidade de realizar interrupções voluntárias da gravidez, apesar de apesar
de cerca de metade dos 25 obstetras da unidade da capital algarvia terem
declarado objecção de consciência. No extremo oposto está a região autónoma dos
Açores, onde apenas um dos três hospitais terá médicos suficientes para
realizar a intervenção.
Na região Norte, três dos 14 hospitais não estão preparados
para realizar IVG, enquanto os restantes nove estabelecimentos de saúde
oficialmente reconhecidos já estão a dar resposta aos pedidos desde
segunda-feira. O elevado número de médicos objectores de consciência
inviabiliza a realização de abortos nos hospitais distritais da Guarda e
Leiria, que deverão reencaminhar as mulheres para outros hospitais da região.
Évora sem obstetras, Madeira quer decisão do Tribunal
Constitucional
No Alentejo, o hospital de Évora vê-se impedido de realizar
IVG depois de todos os obstetras terem invocado o estatuto de objector de
consciência, uma situação que irá obrigar a unidade a encaminhar as mulheres do
distrito para Beja e Portalegre. A Madeira é a única região do país onde a lei
não será para já aplicada, não por falta de médicos disponíveis, mas por
decisão do Governo regional, que suspendeu a aplicação do diploma enquanto o
Tribunal Constituicional não se pronunciar sobre ele.
Os hospitais de S.Francisco Xavier e Torres Vedras são as
duas unidades da região de Lisboa e Vale do Tejo impossibilitadas de realizar
abortos devido ao número de objectores de consciência.
A ausência de médicos para realizar a IVG obriga, de acordo
com a lei, a unidade hospitalar a contratualizar o serviço com outro hospital,
mediante pagamento. A Ordem dos Médicos já anunciou que abrirá processos
disciplinares a todos os médicos que apesar de se terem declarado objectores de
consciência no sector público realizem IVG no privado.
A regulamentação da lei da IVG, publicada a 21 de Junho em
Diário da República, prevê que a consulta prévia obrigatória seja marcada no
período máximo de cinco dias. Durante o período de reflexão da mulher (que não
deve ser inferior a três dias a contar da data da primeira consulta), deve ser
disponibilizado o acompanhamento por psicólogo ou assistente social, caso a
grávida o solicite. Obrigatória é a marcação de uma consulta de saúde
reprodutiva ou planeamento familiar no prazo máximo de 15 dias após a IVG.
A partir de domingo, para saberem a que instituição da sua
área de residência se devem dirigir, as mulheres podem ligar para a linha
telefónica Saúde24, através do 808 24 24
24, um número que funciona 24 horas por dia e que tem o custo de uma chamada
local.
A actual lei, cuja
regulamentação entra em vigor domingo e que permite o aborto a pedido da mulher
até às 10 semanas de gravidez, resulta da vitória do "sim" à
despenalização da IVG no referendo do passado dia 11 de Fevereiro, apesar de a
consulta não ter sido vinculativa.
Psiquiatras recusam tratar
homossexualidade
por Ana Bela Ferreira e Elisabete Silva29 dezembro 2009
Médicos defendem que a homossexualidade não se altera por
acção clínica. Parecer da Ordem dos Médicos, que é discutido hoje, fala, porém,
em casos mutáveis.
Os psiquiatras consideram que a homossexualidade não é
mutável por acção médica e recusam tratar quem lhes peça este tipo de ajuda.
Uma posição diferente aquela defendida pelo parecer do Colégio de Especialidade
de Psiquiatria, que hoje deverá ser aprovado (ver texto ao lado), e onde se
refere que em alguns casos a orientação sexual pode ser mutável e, que os
médicos não devem ignorar os pedidos de ajuda dos homossexuais.
"Se tenho à minha frente um homossexual exclusivo que
não aceita esse facto e me pede para ser heterossexual digo que não há
tratamento", defende Júlio Machado Vaz. Também o presidente da Sociedade
Portuguesa de Psiquiatria, António Palha, não têm dúvidas que "a
homossexualidade não se trata".
Uma opinião reforçada por Caldas de Almeida, coordenador nacional para a
Saúde Mental: "As pessoas homossexuais não deixam de o ser por causa de um
tratamento com o psiquiatra".
Apesar de recusar a validade dos tratamentos, Pedro Varandas
admite que ainda"há determinadas
terapias de orientação comportamental que já provaram ser eficazes em algumas
pessoas que sofrem com a sua homossexualidade". Isto no caso dos
indivíduos insistirem num tratamento.
Filipe Nunes Vicente também não acredita em terapias de
reconversão, mas sabe "que há médicos que defendem o tratamento da
homossexualidade". Contudo, este psicólogo confessa que não recusa tratar
"uma pessoa homossexual que se apaixone por alguém do sexo oposto" e
que lhe solicite ajuda.
Ideia reforçada por Daniel
Sampaio. O psicólogo considera que "a orientação sexual não é
imutável", mas realça que "o médico não deve tentar mudar, deve
dis-cutir, deve ajudar essa pessoa".
DIRECÇÃO-GERAL
DA SAÚDE
"É impossível voltar à era
anterior da lei "
15 julho 2010
› O director-geral da Saúde, Francisco George, diz que ao
fim de três anos de lei, "já não faz sentido voltar a uma era anterior,
uma era marcada pela clandestinidade". Ao DN referiu que, atingidas as
previsões iniciais, resta agora "perceber os motivos e encontrar formas de
reduzir o número de interrupções". Por isso, refere que se estão a estudar
novas medidas "para intensificar a educação sexual nas escolas e dar novo
impulso a estas questões. É possível evitar uma gravidez indesejada com
planeamento".
______________________-
Movimento pede demissão de
director-geral da Saúde
21 agosto 2009
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1341060
Representantes da Plataforma de
Resistênc ia Nacional, um movimento de pais , que foi contra as aulas de
educação sexual, vão hoje ao inicio da tarde junto ao Ministério da Saúde pedir
a demissão do director-geral da Saúde, Francisco George, por entenderem que
este "está a ameaçar a saúde de milhares de jovens portugueses". Isto
porque o movimento diz estar provada uma relação entre o uso de contraceptivos
hormonais e o cancro de mama. E Francisco George, que respondeu às questões
sobre o assunto enviadas pelo movimento à ministra, diz que "os dados mais
recentes não encontram correlação estatística" entre uma coisa e outra.
Privados dificultam acesso a aborto
com medicamentos
por
DIANA MENDES15 julho 2008http://www.dn.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=995035
Um ano de lei da IVG. As
clínicas privadas fizeram um terço das 15 mil interrupções voluntárias da
gravidez. No entanto, os privados nem sempre têm respeitado a vontade da mulher
em relação aos métodos. A
Direcção-Geral da Saúde detectou o problema e garante que impôs o seu cumprimento
DGS garante que problema está a ser
resolvido
As unidades privadas que realizam interrupções voluntárias
da gravidez (IVG) praticamente só estão a recorrer ao método cirúrgico. Ao que
o DN apurou, há casos em que não é dada hipótese de escolha pelo método
medicamentoso -mais seguro, menos invasivo e com menos complicações -
"quando as mulheres têm esse direito", diz Jorge Branco, presidente
da Comissão de Saúde Materna e Neonatal. O médico acredita que as mulheres não
estão a ser devidamente informadas e que as unidades podem estar a tirar
vantagens económicas dessa escolha. A Direcção-Geral da Saúde (DGS) garante que
já está a resolver este problema.
Os dados do relatório sobre IVG, relativos ao segundo
semestre de 2007, não podiam ser mais claros. Se nas unidades públicas, 93,3%
das interrupções foram efectuadas com comprimidos, nos privados apenas em oito
situações (0,4%) se recorreu a este método. Na Clínica dos Arcos, em Lisboa,
responsável pela maior parte das IVG em privados, a resposta tem sido quase
sempre cirúrgica. Mesmo que as mulheres peçam outro método.
Francisco George, director-geral da
Saúde, esclarece que "o fenómeno já foi detectado. Reunimos com a clínica
e impusemos o uso da abordagem com medicamentos. A unidade tem que o
fazer". No entanto, alerta que "há aspectos culturais que podem ditar
a escolha, no caso das mulheres que vão lá directamente. É um método mais
rápido, porque permite sair da unidade com a gravidez interrompida",
acrescenta.
SOCIEDADE
Pílulas e preservativos passam a ser
distribuídos sem consulta
14 julho 2008http://www.dn.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=995030
Aborto. Lei
entrou em vigor há um ano
Setenta por cento das mulheres que recorreram à interrupção
voluntária da gravidez (IVG) entre Julho e Dezembro de 2007, o primeiro
semestre após a entrada em vigor da nova lei, não tinham ouvido falar de
planeamento familiar nem de métodos contraceptivos. Esta é uma das principais
conclusões de um estudo feito pela Direcção-Geral de Saúde (DGS), divulgado
recentemente.
Feito o diagnóstico, a resposta da tutela foi célere e
Francisco George, em entrevista à Lusa, reconheceu a existência de problemas na
organização dos serviços de planeamento familiar e anunciou novas medidas.
Assim, os serviços de saúde pública vão alargar a
distribuição gratuita de pílulas e preservativos em quantidade para fazer a
contracepção até um ano, bem como facilitar a sua entrega, dispensando de
consulta médica os utentes que tiveram ido ao médico no último ano. O
director-geral da Saúde adiantou ainda que a entrega dos anticoncepcionais
poderá realizar-se através de terceiros. Através desta medida simples,
Francisco George acredita que "vai melhorar muito a situação".
Outra realidade que foi radicalmente alterada com a entrada
em vigor da nova lei da IVG prende-se com a quantidade de infecções e
perfurações de órgãos associadas ao aborto clandestino. No primeiro semestre de
2007, registaram-se 23 infecções muito graves e 11 perfurações de órgãos
associadas à prática do aborto clandestino, revelou Francisco George. Números
que diminuíram para menos de metade no segundo semestre. Desde 15 de Julho, a
Direcção- -Geral da Saúde registou apenas dois casos de prática de aborto
clandestino, um dos quais está a ser investigado pelo Ministério Público.|
Aborto não autorizado nas mãos dos
tribunais
por
RUTE ARAÚJO19 julho 2007http://www.dn.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=661536
DGS diz que é crime, mas não altera a regulamentação da lei
A Direcção-Geral da Saúde esteve ontem reunida de urgência e
decidiu que um aborto fora da rede de estabelecimentos autorizados é crime, mas vai deixar a regulamentação
na mesma. "Debatemos a questão, chegámos a um consenso. É uma
resolução interna que serve como orientação para as diferentes unidades
orgânicas agirem da mesma maneira", explica o director-geral da Saúde,
Francisco George. O que, na prática, deixará nas mãos dos tribunais a pena a
aplicar a uma clínica privada não autorizada e a uma grávida que façam uma
interrupção voluntária da gravidez.
Assim se resolve a dúvida sobre como agir face ao caso de um
aborto até às dez semanas ser praticado por um estabelecimento privado que não
pediu a autorização para realizar estas intervenções - crime ou ilícito
administrativo, por falta de licenciamento? A resposta do organismo encarregue
de regulamentar a lei segue o parecer do gabinete jurídico do ministério: só
deixa de haver crime quando estão reunidas todas as condições que integravam a
pergunta do referendo. O aborto ser feito por um médico ou sob sua orientação,
a pedido da mulher, até às dez semanas, em local oficialmente reconhecido.
O director-geral da Saúde refere que o objectivo da lei é
acabar com o aborto feito em condições ilegais. Mas diz também que "a DGS
não tem competências inspectivas nem fiscalizadoras". A questão da mulher
que faz um aborto numa clínica aberta foi também discutida, já que esta pode
não saber, à partida, que o estabelecimento ao qual recorre não está
reconhecido para fazer interrupções. "A mulher pode ignorar a
situação", admite o director-geral, afirmando no entanto que não é
competência do organismo que dirige definir o quadro legal a aplicar neste caso
à grávida. Na reunião estiveram os membros do conselho directivo da DGS, os
juristas do organismo e ainda o coordenador nacional para a saúde reprodutiva,
Jorge Branco.
Petição contra os 16 mil abortos
feitos em 2008
por
ANA BELA FERREIRA13 janeiro 2009http://www.dn.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=1138956
Polémica. Movimento
pró-vida entrega amanhã um documento no Parlamento a pedir a suspensão ou
revisão da Lei do Aborto. Direcção-Geral da Saúde diz que, no ano passado,
foram feitas 15 960 interrupções voluntárias da gravidez. Movimentos dizem que
os clandestinos aumentaram
Movimento pró- -vida quer ser partido
político
Foram 18 mil os abortos realizados em Portugal, em 2008.
Pelo menos, são estes os dados apontados pelo movimento Portugal Pró-Vida, que
amanhã entrega, na Assembleia da República, uma petição a pedir a suspensão,
revogação ou revisão da Lei do Aborto, em vigor desde Julho de 2007. Já os
números oficiais, ainda não divulgados, mas que o DN teve acesso, apontam para
pouco mais de 15 900 interrupções voluntárias da gravidez (IVG) realizadas
durante o ano passado.
O documento, com 4500 assinaturas (o mínimo exigido
legalmente), alega que os abortos clandestinos não diminuíram e que muitas
mulheres usam esta prática como método contraceptivo, pedindo por isso a
suspensão da legislação.
O recurso sistemático ao aborto como método contraceptivo
preocupa tanto os movimentos pró-vida como médicos. Só no Hospital Santa Maria,
em Lisboa, segundo o director de serviço de obstetrícia e genealogia, Luís
Mendes Graça, 20% das mulheres que abortaram já o fizeram mais do que uma vez.
Francisco George diz que é necessário "debater a eutanásia sem limites”
por Ana Tomás, Publicado em 14 de Junho
de 2011
http://www1.ionline.pt/conteudo/130194-francisco-george-diz-que-e-necessario-debater-eutanasia-sem-limites
Francisco George defende que que “a questão da eutanásia não
pode ser poupada a uma grande discussão”. O director-geral de saúde falou
ao i, à margem do primeiro Fórum de Humanização na
Saúde, que decorre esta segunda-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em
Lisboa.
Para Francisco George “tem de haver a oportunidade de debater
o problema antes de serem tomadas medidas pelo poder legislativo. Debater sem
limites”, sustenta, recusando-se a fazer qualquer comentário sobre o documentário transmitido
ontem pela BBC, por não ter assistido ao mesmo.
No que se refere à vertente humana no tratamento do doente, o director da Direcção-Geral
de Saúde afirma que os serviços “têm de se adaptar aos interesses dos
cidadãos. A humanização começa nos primeiros contactos com os serviços, na
proximidade”, referiu.
Num cenário de crise orçamental e de cortes anunciados
na saúde, Francisco George sublinha que o
principal investimento a ser feito é no factor “energia”, explica,
acrescentando que não é necessário gastar mais dinheiro nesse campo do sistema
de saúde. “O investimento principal é a energia, na
perspectiva de melhoria. É uma componente basilar na qualidade da saúde. Não há
qualidade na saúde se não houver humanização da saúde”,
salienta, ao mesmo tempo que enumera o respeito pela intimidade dos
pacientes, nas enfermarias, a organização das visitas dos familiares e o
acompanhamento destes aos doentes como exemplos do que se pode fazer para
humanizar a prestação de cuidados, sobretudo no fim da vida.
Além de Francisco George, que presidiu à sessão de abertura, o Fórum da
Humanização na Saúde conta no painel com nomes como Carlos
Freire de Oliveira, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro,
ou Gentil Martins, entre outros. A dignidade do doente e o direito a uma
morte digna, o enquadramento jurídico nos casos em que o doente terminal pede
para não ser reanimado, o relacionamento médico-paciente e a questão da crise e
dos custos na saúde foram temas abordados durante o debate da manhã.
O encontro é promovido pela Associação Portuguesa de Humanização na
Saúde, que tem como objectivo contribuir para a reflexão sobre os problemas
éticos relacionados com o fim de vida (cuidados continuados e cuidados
paliativos), não defendendo a eutanásia ou suicídio assistido.