quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Bento XVI sobre Santo António de Lisboa

Queridos irmãos e irmãs:

Após ter apresentado, há duas semanas, a figura de Francisco de Assis, nesta manhã eu gostaria de falar sobre outro santo pertencente à primeira geração dos Frades menores: Antônio de Pádua ou – como também é conhecido – de Lisboa, referindo-se à sua cidade natal. Trata-se de um dos santos mais populares de toda a Igreja Católica, venerado não somente em Pádua, onde se erigiu uma esplêndida basílica que recolhe seus restos mortais, mas no mundo inteiro. São queridas dos fiéis as imagens e estátuas que o representam com o lírio, símbolo da sua pureza, ou com o Menino Jesus nos braços, lembrando uma aparição milagrosa mencionada por algumas fontes literárias.

Antônio contribuiu de maneira significativa para o desenvolvimento da espiritualidade franciscana, com seus fortes traços de inteligência, equilíbrio, zelo apostólico e, principalmente, fervor místico.

Ele nasceu em Lisboa de uma família nobre, por volta de 1195, e foi batizado com o nome de Fernando. Começou a fazer parte dos cônegos que seguiam a regra monástica de Santo Agostinho, primeiro no mosteiro de São Vicente, em Lisboa, e depois no da Santa Cruz, em Coimbra, renomado centro cultural de Portugal. Dedicou-se com interesse e solicitude ao estudo da Bíblia e dos Padres da Igreja, adquirindo aquela ciência teológica que o fez frutificar nas atividades de ensino e na pregação.

Em Coimbra, aconteceu um fato que marcou uma mudança decisiva em sua vida: em 1220, foram expostas as relíquias dos primeiros cinco missionários franciscanos que haviam se dirigido a Marrocos, onde encontraram o martírio. Este acontecimento fez nascer no jovem Fernando o desejo de imitá-los e de avançar no caminho da perfeição cristã: então ele pediu para deixar os cônegos agostinianos e converter-se em frade menor. Sua petição foi acolhida e, tomando o nome de Antônio, também ele partiu para Marrocos, mas a Providência divina dispôs outra coisa.

Por causa de uma doença, ele se viu obrigado a voltar à Itália e, em 1221, participou do famoso “Capítulo das Esteiras” em Assis, onde também encontrou São Francisco. Depois disso, viveu por algum tempo escondido totalmente em um convento perto de Forlì, no norte da Itália, onde o Senhor o chamou para outra missão. Convidado, por circunstâncias totalmente casuais, a pregar por ocasião da uma ordenação sacerdotal, Antônio mostrou estar dotado de tal ciência e eloquência, que os superiores o destinaram à pregação. Ele começou assim, na Itália e na França, uma atividade apostólica tão intensa e eficaz, que levou muitas pessoas que haviam se separado da Igreja a voltar atrás. Esteve também entre os primeiros professores de teologia dos Frades menores, talvez inclusive o primeiro. Começou a lecionar em Bolonha, com a bênção de Francisco, o qual, reconhecendo as virtudes de Antônio, enviou-lhe uma breve carta com estas palavras: “Eu gostaria que você lecionasse teologia aos frades”. Antônio colocou as bases da teologia franciscana que, cultivada por outras insignes figuras de pensadores, teria conhecido seu zênite com São Boaventura de Bagnoregio e o beato Duns Scotus.

Nomeado como superior provincial dos Frades Menores da Itália Setentrional, continuou com o ministério da pregação, alternando-o com as tarefas de governo. Concluído o mandato de provincial, retirou-se perto de Pádua, onde já havia estado outras vezes. Depois de apenas um ano, morreu nas portas da Cidade, no dia 13 de junho de 1231. Pádua, que o havia acolhido com afeto e veneração em vida, prestou-lhe sempre honra e devoção. O próprio Papa Gregório IX – que, depois de tê-lo escutado pregar, definiu-o como “Arca do Testamento” – canonizou-o em 1232, também a partir dos milagres ocorridos por sua intercessão.

No último período da sua vida, Antônio escreveu dois ciclos de “Sermões”, intitulados, respectivamente, “Sermões dominicais” e “Sermões sobre os santos”, destinados aos pregadores e professores de estudos teológicos da ordem franciscana. Neles, comentou os textos da Sagrada Escritura apresentados pela liturgia, utilizando a interpretação patrístico-medieval dos quatro sentidos: o literal ou histórico, o alegórico ou cristológico, o tropológico ou moral e o anagógico, que orienta à vida eterna. Trata-se de textos teológicos-homiléticos, que recolhem a pregação viva, na qual Antônio propõe um verdadeiro e próprio itinerário de vida cristã. É tanta a riqueza de ensinamentos espirituais contida nos “Sermões”, que o venerável Papa Pio XII, em 1946, proclamou Antônio como Doutor da Igreja, atribuindo-lhe o título de “Doutor Evangélico”, porque destes escritos surge a frescura e beleza do Evangelho; ainda hoje podemos lê-los com grande proveito espiritual.

Nos “Sermões”, ele fala da oração como uma relação de amor, que conduz o homem a conversar docemente com o Senhor, criando uma alegria inefável, que envolve suavemente a alma em oração. Antônio nos recorda que a oração precisa de uma atmosfera de silêncio, que não coincide com o afastamento do barulho externo, mas é experiência interior, que procura evitar as distrações provocadas pelas preocupações da alma. Segundo o ensinamento deste insigne Doutor franciscano, a oração se compõe de quatro atitudes indispensáveis que, no latim de Antônio, definem-se como: obsecratio, oratio, postulatio, gratiarum actio. Poderíamos traduzi-las assim: abrir com confiança o próprio coração a Deus, conversar afetuosamente com Ele, apresentar-lhe as próprias necessidades, louvá-lo e agradecer-lhe.

Neste ensinamento de Santo Antônio sobre a oração, conhecemos um dos traços específicos da teologia franciscana, da qual ele foi o iniciador, isto é, o papel designado ao amor divino, que entra na esfera dos afetos, da vontade, do coração, e que é também a fonte de onde brota um conhecimento espiritual que ultrapassa todo conhecimento. Antônio escreve: “A caridade é a alma da fé, é o que a torna viva; sem o amor, a fé morre” (Sermões Dominicais e Festivos II).

Só uma alma que reza pode realizar progressos na vida espiritual: este foi o objeto privilegiado da pregação de Santo Antônio. Ele conhecia bem os defeitos da natureza humana, a tendência a cair no pecado; por isso, exortava continuamente a combater a inclinação à cobiça, ao orgulho, à impureza e a praticar as virtudes da pobreza e da generosidade, da humildade e da obediência, da castidade e da pureza.

No começo do século XIII, no contexto do renascimento das cidades e do florescimento do comércio, crescia o número de pessoas insensíveis às necessidades dos pobres. Por este motivo, Antônio convidou os fiéis muitas vezes a pensar na verdadeira riqueza, a do coração, que, tornando-os bons e misericordiosos, leva-os a acumular tesouros para o céu. “Ó ricos – exorta – tornai-vos amigos (...); os pobres, acolhei-os em vossas casas: serão depois eles que os acolherão nos eternos tabernáculos, onde está a beleza da paz, a confiança da segurança e a opulenta quietude da saciedade eterna” (Ibid.).

Não seria este, queridos amigos, um ensinamento muito importante também hoje, quando a crise financeira e os graves desequilíbrios econômicos empobrecem muitas pessoas e criam condições de miséria? Em minha encíclica Caritas in veritate, recordo: “A economia tem necessidade da ética para o seu correto funcionamento; não de uma ética qualquer, mas de uma ética amiga da pessoa” (n. 45).

Antônio, na escola de Francisco, sempre coloca Cristo no centro da vida e do pensamento, da ação e da pregação. Este é outro traço típico da teologia franciscana: o cristocentrismo. Alegremente, ela contempla e convida a contemplar os mistérios da humanidade do Senhor, particularmente o do Natal, que suscitam sentimentos de amor e gratidão pela bondade divina.

Também a visão do Crucificado lhe inspira pensamentos de reconhecimento a Deus e de estima pela dignidade da pessoa humana, de forma que todos, crentes e não crentes, possam encontrar um significado que enriquece a vida. Antônio escreve: “Cristo, que é a tua vida, está pregado diante de ti, porque tu vês a cruz como em um espelho. Nela poderás conhecer quão mortais foram tuas feridas, que nenhum remédio teria podido curar, a não ser o sangue do Filho de Deus. Se olhas bem, poderás perceber quão grandes são tua dignidade e teu valor (...). Em nenhum outro lugar o homem pode perceber melhor o quanto vale, a não ser no espelho da cruz” (Sermões Dominicais e Festivos III).

Queridos amigos: que Antônio de Pádua, tão venerado pelos fiéis, interceda pela Igreja inteira, sobretudo por aqueles que se dedicam à pregação. Que estes, inspirando-se em seu exemplo, procurem unir a doutrina sã e sólida, a piedade sincera e fervorosa e a incisividade da comunicação. Neste Ano Sacerdotal, oremos para que os sacerdotes e diáconos levem a cabo com solicitude este ministério de anúncio e atualização da Palavra de Deus aos fiéis, sobretudo através das homilias litúrgicas. Que estas sejam uma apresentação eficaz da eterna beleza de Cristo, precisamente como recomendada Santo Antônio: “Se pregas Jesus, Ele amolece os corações duros; se o invocas, Ele adoça as amargas tentações; se pensas nele, ilumina-te o coração; se o lês, sacia-te a mente” (Sermões Dominicais e Festivos III).

10 de Fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Eu vou, por amor!



1. A Sagrada Escritura recorrendo às circunstâncias, mentalidade e temas dos tempos em que foi escrita designa a Deus, a Jesus Cristo, como o Verdadeiro e Bom Pastor e ao Seu povo como as ovelhas do Seu rebanho. Naquele tempo, a designação de rebanho com que se qualificava o povo não tinha de modo nenhum o sentido pejorativo dos dias de hoje, nem se poderia comparar à designação de massas, no sentido que lhe dá Ortega y Gasset.

Convirá notar, em primeiro lugar, a distância enorme que vai entre uma pessoa humana e um animal é infinitamente mais pequena do que a entre Deus, qualquer da Pessoa Trindade Divina, e o ser humano. De modo que a comparação a ser desprimorosa não o seria para nós mas sim para o Senhor. Acresce que naqueles tempos entre os pastores e as ovelhas havia como que uma “familiaridade”, elas seguiam-no confiantes, “sabendo” que as conduziam a pastagens abundantes, que as protegeriam de todos os perigos, as abrigariam nas intempéries e que se alguma se perdesse qualquer bom pastor não descansaria enquanto não a encontrasse. Como as ovelhas tinham grande valor aos olhos dos pastores estes não fugiam quando os lobos, a alcateia, a elas se arremessavam, mas com perigo da própria vida os enfrentavam com denodo e bravura. Quem o não fizesse revelava que de facto não era pastor mas sim mercenário que buscava o seu interesse e não o do rebanho. Este não cuidava das feridas, não fortalecia as débeis, não alimentava as famintas, não enfrentava os perigos.

Pelo Sacramento da Ordem, Bispos e Presbíteros (Padres) são configurados com Jesus Cristo, Sumo-sacerdote, Cabeça da Igreja, Bom Pastor. Com os outros católicos são ovelhas, mas, para esses mesmos católicos, são Pastores, membros da Hierarquia. Evidentemente, como trazem esse tesouro nos vasos de barro frágil e estaladiço que são têm de continuamente implorar a Graça de Deus para serem fiéis e não abandonarem as ovelhas que lhes foram confiadas. O Papa Bento XVI, numa das primeiras intervenções que fez aquando da sua eleição a Sumo Pontífice pediu publicamente a Graça de não fugir quando os lobos aparecessem, a fortaleza para os enfrentar.

A 20 de Fevereiro, dia dos Bem-aventurados Francisco e Jacinta, pastorinhos de Fátima, uma multidão de ovelhas vai reunir-se (às 15h, na praça do Marquês de Pombal, descendo depois a Av. da Liberdade e terminando na praça dos Restauradores em Lisboa) com a finalidade de testemunharem publicamente a verdade sobre o casamento e a família. Tenho para mim que onde está o rebanho, acossado aliás pela alcateia, não pode faltar o Pastor e essa é claramente uma razão para não faltar. Por isso, se Deus quiser, lá estarei.

2. Lá estarei, por amor ao único e verdadeiro casamento, a saber, entre um homem e uma mulher, numa união aberta à vida, exclusiva e indissolúvel até que a morte os separe.

Lá estarei por amor ao conceito de vida Boa que possibilite o Bem Comum, isto é, o bem de todos e de cada um.

Lá estarei por amor à Justiça que é negada por leis iníquas que a violam.

Lá estarei por amor à Família tão desdenhada, agredida e maltratada neste últimos anos.

Lá estarei por amor às novas gerações para que não sejam corrompidas, em nome do amor e da felicidade com aquilo que o polui e a desgraça.

Lá estarei por amor a todas as pessoas que experimentam desejos eróticos/sexuais por outras do mesmo sexo para que se vejam livres de uma lei injusta (legalização do “casamento” entre pessoas do mesmo sexo) que só contribuirá para agravar os seus problemas.

3. Há aí alguém que me queira acompanhar? Que queira também assim amar?


Nuno Serras Pereira

09. 02. 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Las Trampas de la Compasión


por Michel Schooyans



Un término ambiguo

Cuando se habla de compasión, se piensa inmediatamente en el sufrimiento del otro, en la situación trágica en la cual él se encuentra. Se trata de comprenderlo, de "simpatizar" con él, de compartir su desgracia y de llevarla con él. Esta situación de desgracia, por cierto, hay que tratar de aliviarla, de solucionarla en la medida de lo posible. La palabra compasión connota además la idea del compartir psicológico y afectivo del sufrimiento, especialmente cuando este escapa a los controles médicos y otros. Cuando vamos a ver un enfermo canceroso en fase terminal, por nuestra presencia, por una palabra, por un gesto de ternura, nosotros expresamos como podemos la parte que tomamos en su sufrimiento y tratamos de reconfortarlo.

Ahora bien, en las noticias concernientes a los casos de aborto, de eutanasia, de suicidio asistido, es frecuente que se invoque la compasión para "justificar" el acto que fue ejecutado o que va a serlo. Si, antes de su nacimiento, un niño es declarado portador de una malformación grave, se hará valer que si se deja continuar el embarazo, el niño tendrá una vida que no vale ser vivida; se recomendará, por tanto, abortar por compasión, por piedad. Se comparte – se dice – la pena que le causa su estado, pero la mejor forma de ayudarlo, la única –se dice – efectivamente posible, es la de poner término a su vida. El niño será matado por compasión.

Se acrecienta que nadie tiene el derecho de imponer a una mujer de esperar un niño que será – se dice – para ella, para el padre, para la familia, un "peso" insoportable. Se invocará aquí la compasión hacia los padres. A seguir, se agrega que no se puede imponer a la sociedad el peso de existencias cuyo mantenimiento es costoso pero inútil; el discapacitado de nacimiento no aporta nada a la sociedad. Se admitirá por tanto el aborto por compasión hacia la sociedad, que, "a pesar suyo", debe resignarse a suprimir uno de sus miembros. Se llegará algunas veces hasta a ver en este acto un gesto de justicia social, de "purificación étnica", de eugenismo.

La compasión podrá también dirigirse a los médicos aborteros. Practicar un aborto es para ellos – se dice – una "decisión difícil de tomar" y un acto que ellos solo ejecutan para obedecer a su conciencia. Por tanto hay que compadecerse de los médicos que, por ejemplo "para el bien" del niño o de su madre, toman "con coraje" la decisión de proceder al aborto. Lejos de culparlos, habrá que sostenerlos sicológicamente y moralmente, protegerlos por un dispositivo legal apropiado.

Estos pocos ejemplos permiten percibir diferentes facetas de lo que se agrupa hoy en día bajo una sola palabra ambigua: la compasión. Está en primer lugar la compasión en el sentido habitual de simpatía, de conmiseración. Sin embargo, en los diversos ejemplos citados, se observa que la compasión es invocada y se ejerce de manera muy diferente según que ella hace una víctima, el niño no nacido, o que se supone que ella alivia a la madre, legitima leyes o cauciona la intervención de los médicos.


La compasión hoy

Nosotros podemos discernir la verdadera y la falsa compasión en hechos o en tomas de posición observables en el mundo hoy. Así aparecerán los estragos que la falsa compasión está haciendo tanto a nivel de las personas como a nivel de las sociedades humanas. Pasemos a ver pues algunos ejemplos.

1) En 1962, la Corte Criminal de Liège (Bélgica) fue llevada a juzgar a una madre que, "por compasión", había matado a su hijo. Durante su embarazo, esta madre había tomado Softenon, conocido hoy en día bajo el nombre de Talidomida. El niño había nacido portador de malformaciones graves. La madre decidió poner fin a la vida de su niño; lo que efectivamente hizo. Al término de un proceso muy "mediatizado", la mujer fue absuelta. Ella salió libre del tribunal, bajo los aplausos nutridos del público.

2) Los animales se benefician cada vez más de la "compasión" de los hombres. En un film "documental" de Al Gore, Una verdad que molesta, consagrado al recalentamiento climático, se ve una animación que muestra un oso polar extenuado buscando desesperadamente un apoyo seguro para salvarse la vida. El mensaje es claro: si el casquete polar se recalienta y se funde, la razón debe ser buscada en el número excesivo de hombres que contaminan la tierra (1). Por tanto hay que controlar el crecimiento demográfico de la humanidad, del cual se asegura que es la causa de la degradación del medio ambiente. Además, la "compasión" hacia los animales, la protección de la fauna, de la flora y de las especies en vía de desaparición, requieren el respeto de cuotas que fijen el número, e incluso la "calidad" de los hombres autorizados a reproducirse. En una de sus variantes, esta posición recomienda a los hombres tener "compasión" por Gaïa, la Madre Tierra, que – adelantan – se degrada en razón de la acción devastadora del hombre. El hombre debe ser sacrificado al medio ambiente (2).

3) En el curso de los últimos años surgieron varios casos sonados de pedofilia. En EEUU, en Méjico, en Irlanda y en otros países, miembros del alto o del bajo clero estuvieron implicados en varios procedimientos judiciales. En la mayor parte de esos casos, fue reprochado a las autoridades eclesiásticas el haber tratado de apagar estos casos. Tanto tiempo como pudieron, esas autoridades aparentaron que nada, o muy poco, había pasado. El motivo más frecuentemente invocado es el de la "compasión" hacia los autores de los actos pedófilos. Se invoca la compasión para los pobres clérigos, que sufren ya tanto de sus pulsiones, y que sus superiores no pueden aplastar públicamente ni menos aún exponer a la condena infamante por las instancias judiciales competentes. Si hay que proteger a los aborteros, ¿por qué no habría que proteger a los pedófilos?

Esta actitud recuerda el Caso de Recife (Brasil), que alimentó la crónica en marzo-abril de 2009 (3). En los dos casos, los casos de pedofilia y el de Recife, antes que manifestar la compasión por las pequeñas víctimas inocentes, se invoca la "compasión" por los que les han hecho un daño inmenso, médicos en Recife, clérigos en otras partes.

4) El 16 de noviembre de 2009, la prensa anunció una iniciativa de Ségolène Royal. Siempre muy mediatizada, la presidenta de la región Poitou-Charente (Francia) anunció la distribución de "paquetes anticonceptivos" (4). Esos kits anticonceptivos contienen en particular preservativos y "cheques contraception". El objetivo de Ségolène Royal, es de "venir en ayuda del desamparo de los alumnos", de reducir el desamparo malestar social que representan los "embarazos precoces". Luego de haber incitado al consumo sexual al adjuntar preservativos en el kit anticonceptivo, Ségolène Royal recuerda la existencia de una "circular que ya prevé la anticoncepción del día después". Aquí también, los adolescentes y los niños no nacidos corren el riesgo de pagar el costo de la pseudo-compasión.

5) Se asiste hoy en día a un cuestionamiento radical del matrimonio y de la familia. Los cristianos piden a la Iglesia autorizar el divorcio o permitir que los divorciados "se vuelvan a casar". Algunos van más lejos ya que piden que la Iglesia reconozca las uniones homosexuales, con o sin adopción de niños. Estas reivindicaciones se hacen todas en nombre de la "compasión". La Iglesia se equivocaría en mostrarse intransigente sobre estas cuestiones; ella no tendría piedad por los esposos injustamente abandonados por su cónyuge ni por los niños de la pareja divorciada. Ella ignoraría la tendencia homosexual inscrita en la constitución de algunos hombres o de algunas mujeres. Aquí también se hace llamado a la "compasión". Pero ¿cuál compasión?

Interpelado sobre la cuestión del matrimonio y del divorcio, Jesús reafirma con fuerza el designio de Dios desde los orígenes: el matrimonio querido por Dios es monógamo, fiel, indisoluble (5). Jesús restaura el matrimonio tal como era según el corazón de Dios en el momento de la creación (6). Él no hace ninguna concesión concerniente al matrimonio tal como Dios lo quiso. Los apóstoles se sorprenden incluso de este rigor de Jesús (7). Como algunos lo hacen hoy en día, ellos esperaban de Jesús una compasión rebajada, una tolerancia en cierta forma, frente a la Ley, frente a la voluntad claramente enunciada por el creador desde los orígenes. La justificación, la santificación aparecen aquí como una vuelta al principio, una recreación pasando por la conversión del corazón. Lo que Jesús resalta, es la igual dignidad del hombre y de la mujer. El hombre no puede reivindicar un "derecho" cualquiera a repudiar a su mujer. Lo que revela Jesús, es la fuerza de Dios que obra en el matrimonio. Es Dios quien une. La compasión no puede expresarse en el rechazo de la fuerza divina siempre en obra en el matrimonio. En compensación, la compasión de Dios se expresa en el perdón que Jesús propone a los y las que han cometido adulterio, se prostituyeron o que practicaron la homosexualidad (8). La compasión de Jesús no es de ninguna manera una aprobación del pecado; es una invitación a acoger el perdón y a volver al camino recto. La compasión de Jesús, es la misericordia (9).

6) Binding (1841-1920), jurista, y Hoche (1865-1943), médico, publicaron en 1920 una obra muy poco conocida y que sin embargo fue una de las más influyentes en el curso del siglo XX. Los autores explican que hay que "liberalizar la destrucción de una vida que no merece ser vivida" (10). Es el título de esta obra, donde se encuentra formulado y justificado el programa de eutanasia que será aplicado algunos años más tarde por Hitler. Como habitualmente, la argumentación da la impresión de estar impregnada de compasión. Hay, se asegura, categorías de individuos cuya vida no merece la protección penal. Su vida no tiene valor. La eutanasia les ahorrará vivir una vida que no es digna de ser vivida. A estos individuos, hay que hacerles la eutanasia por su propio bien. Pero también hay que aplicarles la eutanasia por el bien de la sociedad: estos seres son no solamente sin valor, sino que son una carga para todos los que son útiles a la sociedad. La "compasión" hacia la sociedad debe ser invocada tanto como la "compasión" hacia estos seres que beben ser liberados de su falta total de valor y de utilidad. Ahora bien, detrás de esas consideraciones aparentemente enternecedoras se esconden consideraciones pseudo-científicas de fuertes connotaciones eugenésicas y racistas. La compasión es aquí manipulada en beneficio de un programa político que es la negación misma de la compasión.

7) En el Affaire de Recife (11), pudimos observar un caso flagrante de compasión mentirosa. En resumen, había que demostrar compasión hacia los médicos que habían practicado un doble aborto directo. Había que ahogar este caso como se ahogan otros (12). Ahora bien, la literatura médica informa situaciones semejantes a la vivida por "Carmen", la niña de Recife, pero donde la verdadera compasión fue expresada hacia las muy jóvenes madres y sus hijos. La prensa médica ya refería, en 1959, sobre la existencia de una treintena de casos conocidos de embarazos muy precoces, con frecuencia antes de la edad de 12 años. El caso más conocido es el de una pequeña peruana, Lina Medina, nacida en 1933, que tuvo su primera menstruación a la edad de 8 meses (sic) y que se quedó embarazada a la edad de 5 años (sic). A la edad de 5 años y 8 meses, ella dio a luz un varón, Geraldo, que, en 1954, tenía 15 años mientras que la mamá tenía 20 años. Les médicos habían diagnosticado, en la mamá, una pubertad precoz constitucional, no patológica.

Lo que es remarcable en la historia de Lina Medina, es precisamente que son los médicos quienes constataron que el embarazo de la niña no tenía nada de patológico. La eventualidad de un aborto no fue nunca considerada. Los médicos dieron al contrario prueba de compasión verdadera hacia la madre y hacia su hijo. Notemos que de las últimas noticias, la madre vive en la periferia de Lima, en Perú. Hasta el presente, la madre nunca reveló el nombre del padre de su hijo. Este murió en 1979 a la edad de 40 años (13).

El artículo publicado por "La Presse Médicale", en su edición del 13 de mayo de 1939, precisa que el parto, por operación cesarea, fue realizado por el Dr. Geraldo Lozada. El breve artículo del 13 de mayo subraya que

"La pequeña Lina está rodeada de cuidados minuciosos. Un Comité de Damas se constituyó para asegurar para ahora y para el futuro los cuidados y las condiciones materiales de la vida de la pequeña mamá y del futuro bebé."

El artículo del 31 de mayo de 1939, debido también al Dr. Escobel, llama este también a la compasión:

"Se espera que el Estado, y el Hogar de la Madre, van a proteger a esta pobre niña, que creo en todos los corazones un movimiento de simpatía y de piedad, tanto aun que su pequeño nació el mismo día en que la nación peruana celebraba la Fiesta de la Madre."

8) En razón de su gravedad, el sida es también una enfermedad que incita a la compasión. Establecimientos públicos o privados se especializaron en la prevención y/o el tratamiento de esta enfermedad. Centros de acogida y de cuidados fueron fundados para acoger, cuidar y acompañar hasta el fin a las personas afectadas por ese mal. Congregaciones religiosas, especializadas en los cuidados de salud, adaptaron sus programas a las situaciones nuevas creadas por la expansión de esta pandemia. El ejemplo de la Beata Madre Teresa de Calcuta hizo escuela. Sin embargo, no todos están inspirados en la compasión ejemplar de Madre Teresa.

En marzo de 2009, en el avión que lo conducía a África, el Papa Benedicto XVI se hizo atacar por periodistas porque había osado declarar que el preservativo no era verdaderamente la solución al problema. Siempre lista a enriquecer la colección de las "historias belgas", la Cámara de los Representantes, incluyendo a diversos mandatarios "cristianos", condenó las palabras "irresponsables" e "inaceptables" del Papa. ¡Por poco los honorables diputados no pidieron una reunión de urgencia del Consejo de Seguridad de la ONU! A Dios gracias, el Senado belga no siguió a la Cámara de los Representantes en su delirio anticristiano.

Pero esta misma Cámara habría podido reivindicar la caución de algunos eminentes eclesiásticos. Entre ellos, cardinales muy mediatizados, cuyos nombres son bien conocidos, recomendaron curiosamente el uso del preservativo presentando a este como un mal menor, para evitar el mal mayor, siendo este el peligro de contagio mortal en caso del no recurso a esta precaución. El motivo invocado es pues la compasión.

La argumentación se desarrolla habitualmente como sigue: siendo la pulsión sexual irresistible e incontrolable, el uso del preservativo es el único medio eficaz de evitar el sida. Hace falta poco para que algunos "moralistas" lleguen hasta invocar el Vº mandamiento de Dios, "¡No matarás!", ¡para presentar el uso del preservativo como una obligación moral! Otros moralistas o pastores desarrollan una variante de esta argumentación: ellos enseñan a pecar sin riesgo.

En el caso del sida, la compasión es pues invocada a dos títulos diferentes. Por supuesto, la compasión se dirige en primer lugar a los enfermos afectados por esta terrible enfermedad. Como para todos los que sufren enfermedades muy graves, hay que velar para que sus sufrimientos sean aliviados, para que reciban los cuidados de higiene de los que ellos tienen necesidad; hay que decirles palabras de ternura: decirles la ternura de los hombres, pero también la ternura de Dios. Pero en el caso que nos ocupa, la compasión es también invocada de manera mentirosa: el preservativo se impone – se insinúa – en razón de que las pasiones de los hombres son incontrolables y que carecen de libertad frente a las pulsiones que los asaltan.

No es nuestra intención retomar aquí las discusiones sobre el sida, sus causas, su tratamiento, etc. Tampoco queremos explicar de nuevo las dos finalidades, procreadora y unitiva, de la unión matrimonial Dos constataciones deberían hacer reflexionar a los celadores de la falsa compasión. Recordemos en primer lugar que es suficiente con consultar las revistas de consumidores para aprender que los preservativos no son fiables un 100%. Si no es seguro un 100% para la anticoncepción, por qué lo sería para impedir la transmisión del sida?

Pero hay otro aspecto del problema, ampliamente desconocido por muchos eminentes pastores-teólogos. Es lo que los economistas llaman el efecto rebote. La imagen de la pelota que rebota es en efecto sugestivo: al término de una primera parábola, ella toca el suelo, pero es para repartir enseguida, hacia lo alto y más lejos. Dos ejemplos familiares harán comprender de lo que se trata. La llegada de las lámparas económicas fue saludada con entusiasmo: una lámpara económica de 11 watts da tanta luz como una lámpara clásica de 60 watts. Podríamos exclamar: "¡Qué economía!". Ahora bien, se observa que en razón misma del bajo consumo y de sus lámparas, las personas tienden a iluminar mejor sus casas multiplicando las lámparas y aumentando el número de horas de iluminación. Las lámparas económicas compensan así las economías que se suponía que ellas iban a provocar; ellas pueden incluso llevar a un aumento del consumo.

Otro ejemplo: algunos automóviles, antes equipados de un motor de mayor consumo de combustible, están hoy día equipadas de motores particularmente sobrios. Aquí también, las personas se dicen: "¡Qué economía!". Pero como el automóvil consume, digamos, 5 litros de gasolina en lugar de los 8 litros del automóvil precedente, las personas encuentran que andar en auto se volvió menos caro y andarán más de lo que lo hacían con el auto anterior. Se anda más con un automóvil que consume menos. De ello resulta que la economía realizada por el motor de la nueva generación es compensada por un aumento del número de kilómetros andados y con frecuencia por el aumento de la velocidad a la cual se tenía la costumbre de conducir.

Un tercer ejemplo del rebote es señalado por Jacques Suaudeau. Cuando llevar el cinturón de seguridad se hizo obligatorio en Inglaterra, se constató con sorpresa que el número de accidentes y de víctimas había aumentado. Un estudio atento reveló que los automovilistas creían encontrar una mayor seguridad al llevar colocado el cinturón de seguridad. Pero ellos tomaban más riesgos, manejaban más rápido que antes. El beneficio que se esperaba por llevar el cinturón de seguridad fue compensado por las tomas de riesgo aumentadas.

El fenómeno de rebote se observa también en la utilización del preservativo y en la incidencia de esta utilización sobre la extensión de la enfermedad. Los eminentes moralistas deberían tener cuenta de este fenómeno. Le matraqueo mediático incitando a recurrir al preservativo para limitar la expansión del sida tiene un efecto perverso: el preservativo da un sentimiento falso de seguridad. Al recurrir a el, los usuarios tienden a compensar el riesgo disminuido por el preservativo multiplicando las relaciones azarosas más de lo que lo hacían habitualmente, variando las parejas, variando las relaciones y teniendo las primeras relaciones sexuales cada vez más temprano.

Remarquemos que es lo que explicó el Dr. Edward C. Green el 19 de marzo de 2009, luego del linchamiento mediático del que el Papa fue objeto en ocasión de su viaje a África:

"Nuestros mejores estudios […] ponen en evidencia una asociación constante entre una mayor disponibilidad y un mayor uso de preservativos y una tasa más elevada (no más baja) de tasa de infección por HIV. Ello puede ser debido en parte a un fenómeno conocido como compensación del riesgo (el resaltado es nuestro, MS), lo que significa que cuando se utiliza una ‘tecnología’ que reduce el riesgo, como los preservativos, se pierde con frecuencia el beneficio (la reducción del riesgo) ‘compensando’ o tomando mayores riesgos que los que se tomarían sin la tecnología que reduce el riesgo." (15)

He aquí también, a propósito del sida, un ejemplo remarcable de "compasión" mentirosa y violenta. Mentirosa porque reposa sobre aseveraciones de las cuales alguien un poco informado puede desenmascarar la falsedad. Violenta, porque en nombre de premisas falsas se empuja objetivamente a tomar el riesgo de morir y de dar la muerte.

9) ¿Se puede dar la comunión a parlamentarios que se declaran públicamente en favor del aborto? A esta cuestión, algunos pastores dieron prácticamente o teóricamente una respuesta afirmativa. Haría falta, se dice, tener compasión por los parlamentarios, desgarrados interiormente. Como cristianos, dicen ellos, ellos se oponen por cierto al aborto; pero en el momento del debate parlamentario, ellos votan por su legalización. Estos representantes, se dice, viven un drama de conciencia y no se debería rechazarlos si ellos se presentan para recibir la Santa Comunión. Situaciones análogas se presentan, por ejemplo, para los médicos aborteros notorios, para los magistrados, los responsables políticos, etc. Todos tendrían necesidad de conforto espiritual y deberían poder aproximarse a la Santa Mesa.

Algunas tomas de posición recientes muestran que la Iglesia no puede aprobar esta pseudocompasión. Pongamos en evidencia dos de ellas.

a. En noviembre de 2009, Juan Antonio Martínez Camino, jesuita, obispo auxiliar de Madrid y Secretario general de la Conferencia episcopal española, recuerda que al aprobar y al votar una ley en favor del aborto, los bautizados se colocan objetivamente en estado de pecado mortal (16). Los que promueven tales leyes pecan públicamente y no pueden ser admitidos a la Santa Mesa. Para estar seguro de haber sido bien escuchado, el obispo auxiliar de Madrid agrega que el que afirma que es legítimo quitar la vida a un ser humano inocente cae en la herejía y incurre en la excomunión "latae sententiae" (17).

El 27 de noviembre de 2009, la Asamblea plenaria de la Conferencia Episcopal Española publicó una declaración según la cual los políticos que votan una proposición de ley liberalizando el aborto en España se colocan ellos mismos en "un estado de pecado objetivo, y si esta situación se prolonga, ellos no pueden ser admitidos a la Santa Comunión." (18)

b. El domingo 22 de noviembre de 2009 (19), Patrick Kennedy, miembro demócrata de la Cámara de los Representantes de los EEUU, anuncia que el obispo de Providence, Thomas J. Tobin, le pidió abstenerse de recibir la Santa Comunión e invitó a los sacerdotes de su diócesis a no dársela. Hay que recordar que algún tiempo antes de esta prohibición, el Congresista Patrick Kennedy declaró públicamente su oposición a la enseñanza de la Iglesia sobre el respeto de la vida.

10) Las trampas de la compasión que examinamos fueron objeto de varias declaraciones de la más alta importancia de la parte de Su Excelencia Mons. Raymond L. Burke, Prefecto del Tribunal Supremo de la Signatura Apostólica y Arzobispo Emérito de Saint Louis MO, en los EEUU. Nos limitaremos a presentar tres de estos documentos.

a. El viernes 3 de mayo de 2009, el Arzobispo Burke pronunció el discurso principal del "Almuerzo y Oración" reuniendo católicos rezando por la nación americana. Este discurso tiene por título Las enseñanzas de la Iglesia católica. El Prefecto allí analiza las prácticas hostiles a la vida, al matrimonio y a la familia.

Denunciando la falsa compasión en la acción de los poderes públicos, el Arzobispo subraya que los ataques contra la vida, el matrimonio y la familia ruinan los fundamentos sobre los cuales está construida la nación americana y las naciones apegadas a esos mismos fundamentos. Él alerta a los católicos – sean ellos médicos, hombres políticos, hombres de negocios, etc. – a respetar la ley natural y la ley divina, que están en el corazón de la enseñanza de la Iglesia. El Arzobispo invita a la oración, al ayuno, a la confesión, a la Santa Comunión para que el Señor ilumine a los líderes. Una atención especial debe ser reservada, en las universidades y las instituciones de educación católica, a la juventud. Esta debe ser preparada a reconocer que allí donde Dios es rechazado, la secularización y el relativismo abren el camino a leyes y a programas políticos inmorales. Al contrario, hay que acuciar a los legisladores y a los electores a corregir las leyes gravemente injustas.

En fin, "que un doctorado honoris causa haya sido conferido por Notre-Dame University a un Presidente que promueve agresivamente una agenda anti-vida y anti-familia es fuente del mayor escándalo.".

b. El 18 de septiembre de 2009, el Arzobispo Burke tomaba la palabra en la XIVa. Cena anual del Partenariato organizado por "Inside Catholic" (21). Este discurso fue publicado bajo forma de artículo en Crisis Magazine, de fecha de 26 de septiembre de 2009. Tiene como título "Reflexiones sobre la Lucha para Adelantar la Cultura de la Vida."

El Arzobispo nos ofrece aquí un discurso de una fuerza excepcional. He aquí, citados libremente, algunas ideas fuerza de este discurso:

"Es imposible ser católico practicante, alguien que sostiene en su conducta el derecho al aborto o el derecho al matrimonio de personas del mismo sexo. Debemos reconocer el escándalo dado por los cristianos que omiten hacer respetar la ley moral natural en la vida pública. Esta omisión engendra la confusión e induce a error a todos los ciudadanos. Por nuestras acciones y nuestras omisiones, no podemos conducir a los hombres y a las mujeres a hacer el mal y a pecar, así como a dañar gravemente a los hermanos, a las hermanas, a la nación. Nuestro Señor fue inequívoco en su condena de los que, por sus acciones, provocarían un verdadero escándalo, es decir que hundirían a los otros en la confusión o los conducirían a pecar (22). Es por ello que la disciplina de la Iglesia prohíbe dar la Santa Comunión y dar funerales religiosos a los que persisten, luego de haber sido amonestados, en violar gravemente la ley divina (23). Ciertamente, la Iglesia confía cada alma a la misericordia de Dios […], pero ello no la dispensa de proclamar la verdad de la ley divina. Cuando alguien ha públicamente adherido y cooperado en actos culpables, […] su arrepentimiento de tales acciones debe este también ser público."

Llamando las cosas por su nombre, el Arzobispo Burke no duda en ir al fondo del problema:

"Se ve la mano del Padre de la Mentira actuando en la poca atención dada a la situación de escándalo, o en el hecho que son ridiculizados o incluso censurados los que sienten el escándalo."

c. El 29 de septiembre de 2009, el Arzobispo Burke intervenía para tomar la defensa de los militantes pro-life que protestaban contra el escándalo de los funerales grandiosos y muy mediatizados celebrados para el Senador Ted Kennedy (24). Este senador "católico" se había con frecuencia distinguido por sus posiciones inaceptables en materia del respeto de la vida y de la familia. Algunos católicos, compadecidos por el Senador, habían agredido vivamente a los militantes pro-vida y pro-familia, acusándolos entre otras cosas de quebrar la unidad de la Iglesia. La puesta a punto del Arzobispo no tuvo que hacerse esperar:

"Una de las ironías de la situación presente es que alguien que siente el escándalo frente a acciones públicas, gravemente culpables, de otro católico es acusado de faltar de caridad y de causar una división en la unidad la Iglesia.

"En una sociedad donde el pensamiento está gobernado por la ‘tiranía del relativismo’, y en la cual lo políticamente correcto y el respeto humano son los últimos criterios de lo que se debe hacer o de lo que se debe evitar, la idea de inducir a alguien a un error moral tiene poco sentido. […] Lo que causa admiración en una sociedad semejante, es el hecho que en ella hay quienes omiten de observar lo políticamente correcto, y que, por ello mismo, parecen perturbar la así llamada paz de la sociedad. Sin embargo, mentir u omitir de decir la verdad no es jamás un signo de caridad."


Una cuestión inevitable

La pseudo-compasión, con frecuencia invocada en favor de otros actos en sí malos, como el aborto, conduce por tanto al escándalo; ella invita a los otros a pecar gravemente. El escándalo, es la primera cosa a evitar (25). La pseudo-compasión conduce también a la herejía, al desgarro en la Iglesia, ya que ella incita a los fieles a separarse de un punto no negociable de la doctrina de la Iglesia: el deber de respectar la vida inocente. La pseudo-compasión refuerza la deriva hacia la "tiranía del relativismo", que se observa en algunos pastores y/o teólogos. Finalmente, la pseudo-compasión podría conducir a una situación en la cual la doctrina de la Iglesia y la moral natural resultarían de un procedimiento consensual y se formularían en compromisos.

Algunos, abusados por la pseudo-compasión hacia los que pecan públicamente contra la vida, estiman que la Iglesia es, sobre estas cuestiones, muy severa. La Iglesia, en efecto, no se muerde la lengua: "Los excomulgados y los que están en entredicho […] y los que persisten con obstinación en un pecado grave y manifiesto, no serán admitidos a la santa comunión." (26) Ahora bien si se recuerda el carácter mentiroso y violento de la pseudo-compasión, se observará enseguida que esta severidad es solo aparente, que ella es incluso una alta expresión de la caridad. Ella es un llamado urgente al cambio de vida. La negación de dar la comunión por las razones que hemos recordado no es sino que la expresión del amor de la Iglesia por los más débiles, y la invitación al arrepentimiento dirigido a los que corren el riesgo de quedar encadenados en sus pecados, y de encadenar allí a los otros.

Resta una cuestión delicada pero inevitable. Ya que, en las condiciones recordadas, la Santa Comunión debe ser negada a un laico ¿el código de derecho canónico prevé medidas de suspensión, al doble motivo de escándalo y de herejía, para los clérigos que manifiestan públicamente su pseudo-compasión por los aborteros?

Louvain-la-Neuve, Enero 2010

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(1) "Le Monde" del 19 de noviembre de 2009 titulaba en cabecera y en la primera página: "El peso de la natalidad amenazaría el clima". La continuación de este artículo debido a Grégoire Allix, aparece en la p. 4 bajo el título "Limitar los nacimientos, ¿un remedio al peligro climático? Las Naciones Unidas llaman a tomar en cuenta la cuestión demográfica en ocasión de la cumbre de Copenhague."

(2) Cf. a este respecto nuestra obra "La face cachée de l’ONU", pp. 61-70; este capítulo está titulado: "La Carta de la tierra y el imperativo ecológico". Ver lo que escribe San Pablo a este respecto, Rm 8, 18-22.

(3) Así como se lo recuerda, una niña de 9 años, "Carmen", violada por su padrastro, se encontró embarazada de gemelas. A pesar de los llamados a la compasión lanzados por Dom José Cardoso Sobrinho (entonces Arzobispo de Recife) y de sus colaboradores, esta niña fue sometida a un doble aborto, bajo la presión entre otras de movimientos feministas radicales. Curiosamente, Dom Cardoso fue desacreditado por un dignatario eclesiástico romano, que intentó hacer valer que los que querían proteger a las gemelas tuvieron falta de "compasión" hacia los médicos aborteros, "que habían debido tomar una decisión difícil".

(4) Ver a este respecto "La Libre Belgique" del 14 de noviembre de 2009 y "Le Monde" del 16 de noviembre de 2009.

(5) Cf. Mt 19, 1-9; Mc 10, 1-12; Lc 16, 18.

(6) Cf. en particular Gn. 1, 28; 2, 18-24; cf. Jn 1, 1.

(7) Cf. Mt 19, 10.

(8) Cf. Gn 19, 1-29; Rm 1.

(9) Cf. Lc 7, 36-50, donde la escena pasa en lo de un fariseo; 15, 3-32; 19, 1-10; 23, 40-43.

(10) En colaboración con Klaudia Schank, nosotros traducimos y presentamos esta obra: "Euthanasie: Le dossier Binding et Hoche. Traduction de l'allemand, présentation et analyse de 'Libéraliser la destruction d'une vie qui ne vaut pas d'être vécue'. Texto integral de la obra publicada en 1922 en Leipzig", Paris, Éd. Le Sarment-Fayard, 2002, 138 pp. ISBN: 2-866-79329-3.

(11) Cf. más arriba, n° 3.

(12) Ver más arriba, en el n? 3, los casos de pedofilia.

(13) Ver a este respecto "La plus jeune mère du monde", breve artículo en "La Presse Médicale", Paris, 13 de mayo de 1939, p. 744; ver también la carta del Dr. Edmundo Escobel (Lima), "La plus jeune mère du monde", en "La Presse Médicale", Paris, 31 de mayo de 1939, p. 875. Este caso está también relatado en la obra de Rodolfo Pasqualini, "Endocrinología", Buenos Aires, Ediciones El Ateneo, 1959. Ver especialmente las pp. 684-686. Pasqualini cita el artículo de Escobel en la p. 686

(14) Voir Jacques Suaudeau, article "Sexualité sans risques", pp. 905-926 du "Lexique des termes ambigus et controversés", du Conseil Pontifical pour la Famille, publié chez Téqui, Paris, 2005.

(15) Edward C. Green es director del AIDS Prevention Project en el Harvard Center for Population and Development Studies. El texto que citamos se encuentra en http://www.lifesitenews.com/ del 19 de marzo de 2009. Se encuentran en este sitio otras informaciones.

(16) Fuente: http://www.elmundo.es/, despacho del 12 de noviembre de 2009. Ver también http://www.sectorcatolico.com/, despacho del 30 de diciembre de 2009.

(17) Cf. Código de Derecho canónico, 751 ; 1364, § 1 ; 1398.

(18) Cf. http://www.lifesitenews.com/, 27 de noviembre de 2009. La posición exenta de ambigüedad reafirmada por la Conferencia Episcopal Española (CEE) por su Secretario general S. E. Mons. Martínez Camino, fue también reafirmada por Isidoro Catela Marcos, Director de la Oficina de Información de la CEE. Ver la página web ACI Prensa http://www.aciprensa.com/, despacho del 4 de enero de 2010, que reenvía ella misma a http://www.conferenciaepiscopal.es

(19) Ver el sitio de "The Providence Journal" http://www.projo.com/ del 23 de noviembre de 2009, el artículo de John Mulligam, "Kennedy: Barred from Communion", y los links mencionados.

(20) El texto completo se encuentra sobre http://www.lifesitenews.com/ > del 8 de mayo de 2009.

(21) El texto fue publicado en el sitio internet http://insidecatholic.com y está datado el 26 de septiembre de 2009.

(22) Cf. Lc 17, 1-2.

(23) Código de Derecho Canónico, 915 ; 1184, § 1, 3°.

(24) Cf. el artículo de John-Henry Westen, ‘A Vatican Archbishop: Kennedy Funeral Critics Not Hurting Unity but Helping Church’, en LifeSiteNews.com, 29 de septiembre de 2009. Las citaciones provienen de este artículo.

(25) Lc 17, 1 s.

(26) Cf. Canon 915.

The Pitfalls of Compassion


by Michel Schooyans



An ambiguous term

When one speaks of compassion, one thinks immediately of the suffering of another person, the tragic situation in which he finds himself. It is a matter of understanding, "sympathising" with him, sharing in his distress and bearing it with him. We must of course seek to alleviate and, as far as possible, remedy this painful situation. The word "compassion" also suggests the notion of psychologically and emotionally sharing in suffering, especially suffering beyond medical or other control. If we visit a person suffering from terminal cancer, we are able, by our presence, a word, a gesture of kindness, to express, as far as we are able, the extent to which we share in that person's suffering and seek to comfort him/her.

However, in cases of abortion, euthanasia and assisted suicide which appear in the news, compassion is frequently invoked to "justify" the act which has been or is about to be performed. If, before birth, a child is declared as suffering from a serious malformation, it will be asserted that, if the pregnancy is allowed to continue, the child will have a life which will not be worth living; abortion will then be recommended out of compassion, out of pity. We share, they say, the pain of that child's condition, but the best, in fact the only effectively possible way – they say – to help the child is to terminate its life. The child will be killed out of compassion.

Such persons go further, asserting that no one has the right to compel a woman to bear a child which would – they say – for her, for the father and for the family, be an insupportable "burden". Here, compassion for the parents will be invoked. Undaunted, they go on to say that one cannot impose on society the burden of living beings whose maintenance is costly, yet futile; a child handicapped at birth contributes nothing to society. Abortion will then be allowed out of compassion for society which, "to its regret", has to resign itself to the elimination of one of its members. Such people will even venture to perceive in this act an example of social justice, of "ethnic cleansing", of eugenics.

Compassion can also be extended to the abortionist doctors. To carry out an abortion is for them – it is said –a "decision difficult to take" and an act they perform purely in obedience to their conscience. We must therefore sympathise with doctors who, for example, "for the good" of the child or its mother, take the "courageous" decision to go ahead with an abortion. Far from blaming such people, we should support them psychologically and morally, grant them appropriate legal protection.

These examples illustrate different aspects of situations currently grouped together under a single ambiguous term: compassion. There is, firstly, compassion in the usual sense of sympathy, commiseration. However, in the examples cited above, we observe that compassion is invoked and applied very differently depending on whether it creates a victim, the unborn child, or is intended to relieve the mother, justify laws or endorse medical intervention.


Compassion today

We can discern true and bogus compassion in acts and standpoints observable in the world today. This will reveal the ravages bogus compassion is wreaking on both the individual and human societies. We will consider a number of examples.

1) In 1962 the Assizes Court in Liège (Belgium) was called upon to judge a mother who, "out of compassion", had killed her child. During the pregnancy, the mother ad taken Softenon, today known as Thalidomide. The child was born with serious malformations. The mother decided to terminate the life of her child; which in fact she did. After a trial which attracted extensive media coverage, the woman was acquitted. She left the court a free woman, to hearty applause from the public.

2) Animals are increasingly the target of the "compassion" of mankind. In a "documentary" produced by Al Gore, entitled An inconvenient truth, dedicated to global warming, we see an animation showing an exhausted polar bear desperately seeking a safe foothold in order to save its life. The message is clear: if the polar ice- cap heats up and melts, the reason is to be sought in the excessive number of human beings who pollute the earth (1). It is therefore necessary to control population growth, which, we are assured, is the cause of the deterioration in the environment. In addition, "compassion" for animals and the protection of flora, fauna and vanishing species necessitate the introduction of quotas, determining the number, or even the "quality" of human beings authorised to reproduce. A variant on this argument exhorts "compassion" for Gaia, or Mother Earth, which – it is alleged – is deteriorating as a result of the devastation inflicted by mankind. Mankind must be sacrificed to the environment (2).

3) In recent years, there have been a number of high-profile cases of paedophilia. In the USA, Mexico, Ireland and other countries, members of the lower and higher clergy have been involved in a number of legal actions. In the majority of these cases, the Church authorities have been accused of attempted cover-ups. For as long as they were able, these authorities pretended that nothing, or very little, had happened. The reason most frequently invoked is that of "compassion" for the perpetrators of acts of paedophilia. Compassion for the poor clerics, already suffering so much from their urges and whom their superiors should not condemn publicly or, still less, expose to ignominious condemnation by the proper judicial authorities. If abortionists deserve protection, why not paedophiles?

This attitude brings to mind the Recife case (Brazil), which hit the headlines in March-April 2009 (3). In both examples, referring to paedophilia and the Recife case, instead of expressing compassion for the young and innocent victims, "compassion" is extended to those who have inflicted immense harm on these victims, doctors in Recife, clergy elsewhere.

4) On 16 November 2009, the press announced an initiative from Ségolène Royal. A prominent media figure, the President of the Poitou-Charente Regional Council (France) announced the distribution of “contraceptive packs" (4). These contraceptive packs contained condoms and "contraception vouchers". Ségolène Royal’s aim was to "alleviate the distress of pupils" and reduce the social distress caused by "precocious pregnancies". After encouraging sexual intercourse by including condoms in the contraceptive pack, Ségolène Royal refers to a "circular making provision for the morning-after pill". Once again, adolescents and unborn children risk paying the price of pseudo-compassion.

5) We are today witnessing a radical questioning of marriage and the family. Christians are asking the Church to authorise divorce and allow the "remarriage" of divorced people. Some go even further, calling for the Church to recognize homosexual unions, with or without the adoption of children. These demands are all made in the name of "compassion". The Church would be wrong to show intransigency on these questions; it would be lacking in pity for married people unfairly abandoned by their spouses and for the children of divorced couples. It would be ignoring the homosexual tendency inherent in the constitution of some men and women. Here too, there is an appeal for "compassion". But what compassion?

When questioned on the issues of marriage and divorce, Jesus forcefully reaffirms God's original plan: marriage as desired by God is monogamous, faithful, indissoluble (5). Jesus redefines marriage, as conceived in the mind of God at the moment of creation (6). He makes no concessions concerning marriage, as intended by God. Even the Apostles are amazed at the severity displayed by Jesus (7). Like some today, they expected from Jesus a compassion on the cheap, a tolerance regarding the law and the intention of the creator, clearly laid down from the beginning of time. Here the justification, the sanctification enunciated can be seen as a return to the beginning, a recreation achieved through a conversion of the heart. What Jesus brings to the fore is the equal dignity of a man and a woman. Man cannot claim a "right" to repudiate his wife. What Jesus reveals is the power of God at work in marriage. It is God who unites. Compassion cannot be expressed in a rejection of the divine power always at work in a marriage. However, the compassion of God is expressed in the pardon Jesus offers to those who commit adultery, prostitute themselves or engage in homosexuality (8). The compassion of Jesus is certainly not an endorsement of sin; it is an invitation to receive pardon and return to the right path. The compassion of Jesus is mercy (9).

6) In 1920 Binding (1841-1920), a jurist, and Hoche (1865-1943), a doctor, published a work which, although little-known, proved one of the most influential of the 20th century. The authors explain the need "to liberalise the destruction of a life unworthy of living" (10). This is the title of this book, which formulates and justifies the programme of euthanasia which would be implemented some years later by Hitler. As usual, the arguments advanced convey the impression that they are imbued with compassion. There are, we are assured, categories of individuals whose lives are not deserving of criminal protection. Their lives are valueless. Euthanasia will save them from living a life not worthy of living. Such persons must be euthanized in their own interests. But they should also be euthanized in the interests of society. These beings are not only without value, they are a burden on all who are useful to society. "Compassion" for society must be invoked by the same token as "compassion" for these beings, who must be liberated from their utter lack of value and utility. These speciously compassionate considerations conceal pseudoscientific arguments with strong eugenic and racist connotations. In this instance, compassion is being manipulated to benefit a political programme which is the very negation of compassion.

7) In the Recife case (11), we witnessed a flagrant example of bogus compassion. In brief, we were told to show compassion for the doctors who performed a direct double abortion. It was necessary to hush the affair up, as others had been hushed up (12). However, medical literature records situations similar to that experienced by "Carmen", the young girl in Recife, where true compassion is expressed towards very young mothers and their babies. As early as 1959, the medical press recorded the existence of some 30 known cases of precocious pregnancies, frequently in girls under the age of 12. The most famous case is that of a young Peruvian girl, Lina Medina, born in 1933, who had her first period at the age of 8 months (sic) and fell pregnant at the age of 5 (sic). At the age of 5 years and 8 months, she gave birth to a boy, Geraldo. In 1954, Geraldo was aged 15 and his mother 20. The doctors had diagnosed precocious puberty in the mother which was constitutional, rather than pathological.

What is remarkable in the story of Lina Medina is precisely that it was the doctors who established that the young girl's pregnancy was not pathological. The possibility of an abortion was never envisaged. On the contrary, the doctors showed true compassion to the mother and baby. The mother was last heard of living on the outskirts of Lima, Peru. The mother has never revealed the name of the father of her child. The child was born by Caesarean section and died in 1979 at the age of 40 (13).

The article, published in the medical journal "La Presse Medicale" on 13 May 1939, states that the delivery was carried out by caesarean section by Dr Geraldo Lozada. This short article emphasises that:

“Little Lina was surrounded by meticulous care. A committee of married women was formed to assume responsibility for the care and material living conditions of the young mother and baby, now and in the future."

The article of 31 May 1939, also attributed to Dr Escobel, urges compassion:

“We hope the Government and the Foyer de la Mère will protect this unfortunate child, who has triggered a surge of sympathy and pity in all our hearts, especially since her baby was born on the day the Peruvian nation celebrated Mothers Day."

8) Because of its serious nature, AIDS is also a disease which triggers compassion. Public and private bodies have specialised in the prevention and/or treatment of this disease. Reception and treatment centres have been set up to welcome, treat and support sufferers to the end. Religious congregations specialising in medical care have adapted their programmes to the new circumstances created by the expansion of this pandemic. The example of Blessed Mother Teresa of Calcutta attracted a following. However, not everyone was inspired by the exemplary compassion displayed by Mother Teresa.

In March 2009, on board an aeroplane taking him to Africa, Pope Benedict XVI was cornered by journalists because he had dared to say that the condom was not a real solution to the problem. Always ready to enrich their collection of "Belgian tales", the Chamber of Representatives, including a number of "Christian" representatives, condemned the Pope's "irresponsible" and "unacceptable" words. The honourable Belgian Deputies were on the point of calling for an urgent meeting of the UN Security Council! Thank God, the Belgian Senate failed to endorse the anti-Christian hysteria displayed by the Chamber of Representatives.

But the same Chamber could have claimed the backing of a number of eminent clergymen. These included cardinals, accorded wide coverage in the media and therefore well-known, who, curiously, recommended the use of the condom, presenting it as a lesser evil, the greater evil being to avoid the danger of fatal contagion in the absence of this precaution. The reason invoked is therefore compassion.

The reasoning usually runs as follows: given that the sexual urge is irresistible and uncontrollable, use of the condom is the only effective means of avoiding AIDS. Some "moralists" have even come close to invoking the Vth commandment of God, "Thou shalt not kill!", presenting use of a condom as a moral obligation! Other moralists and pastors/ministers have developed a variant on this argument: they preach sin without risk.

With regard to AIDS, compassion is therefore invoked for two different reasons. Certainly, compassion should primarily be addressed to patients suffering from this terrible disease. As for all those suffering from serious illnesses, we must ensure that their suffering is relieved and they receive the medical care they need; we must speak to them tenderly; convey to them the tenderness of men, but also the tenderness of God. However, in the example we are discussing, compassion is being invoked falsely: the condom is necessary – it is implied – due to the uncontrollable nature of man’s passion, his powerlessness in the face of the urges assailing him.

It is not our intention at this point to reproduce the discussions on AIDS, its causes, treatment, etc. However, there are two findings which should give the proponents of false compassion cause for reflection. Firstly, one only needs to flick through consumer magazines to learn that the condom is not 100% reliable. If this is the case for contraception, why should it be 100% reliable in preventing the transmission of AIDS?

But there is a further aspect of the problem, largely unrecognized by many eminent pastors/theologians. This is what economists call the rebound effect. The image of a bouncing ball is suggestive: after an initial parabola, it touches the ground, but immediately leaves the ground again, travelling higher and further. Two familiar examples serve to illustrate this argument. The arrival of low energy light bulbs has been heralded with enthusiasm: an 11-watt bulb provides as much light as a conventional 60-watt bulb. We exclaim: "What a saving!" In fact it has been observed that, precisely because of the low consumption of these bulbs, people tend to illuminate their homes more, by multiplying the number of bulbs and increasing the number of hours of lighting. The low-energy bulbs therefore tend to cancel out the savings they were designed to achieve, and may even lead to an increase in consumption.

A further example: some cars, previously fitted with a greedy engine, are today fitted with a low-consumption engine. Here also, people say: "What a saving!”. But if the car consumes, let's say, 5 litres of petrol, rather than the 8 litres consumed by the previous car, people find driving has become less expensive and they drive more than they did in their old car. They drive more in a car which consumes less. The outcome is that the saving achieved by the new-generation engine is offset by an increase in mileage and frequently an increase in the speed at which the driver habitually travels.

A third example of the rebound effect has been highlighted by Jacques Suaudeau. When the wearing of seat belts became compulsory in England, it was discovered, to everyone’s surprise, that the number of accidents and accident victims rose. An exhaustive study revealed that motorists believed that wearing a seatbelt provided greater safety. But they were taking more risks and driving faster than before. The benefit anticipated from wearing a seatbelt was offset by greater risk-taking.

The rebound phenomenon is also observable with regard to use of the condom and the incidence of this usage on the propagation of the disease. Eminent moralists should take account of this phenomenon. Media hype urging the use of condoms to limit the propagation of AIDS has produced a perverse effect: the condom provides a false sense of security. When using a condom, people tend to compensate for the reduced risk generated by the condom by engaging in more relationships placing them at risk, changing partners, varying their relationships and having their first sexual relations earlier and earlier.

We must point out that this was explained by Dr Edward C. Green on 19 March 2009, after the media lynching to which the Pope was subjected during his trip to Africa:

“Our best studies […] demonstrate a constant association between the greater availability and increased use of condoms and a higher (not lower) rate of HIV infection. This may in part be due to a phenomenon known as risk compensation (our emphasis, MS), which means that, when one uses a "technology" which reduces risk, such as condoms, one frequently forfeits the benefit (risk reduction) by "compensating" or taking greater risks than those one would have taken without the technology which reduces the risk" (15).

Here again, with reference to AIDS, is a remarkable example of "compassion" which is bogus and violent. Bogus because based on assertions whose falsity is perceivable by a person with even a modicum of knowledge. Violent, because, on the basis of false premises, one is objectively urged to risk dying and causing death.

9) Can one give Communion to members of Parliament who publicly declare themselves to be in favour of abortion? Some pastors have, practically or theoretically, responded in the affirmative to this question. We must, they say, have compassion for these members of Parliament, who are torn apart inside. As Christians, they say, they are of course opposed to abortion; but, during Parliamentary debate, they vote for legislation in favour of abortion. These representatives, it is said, are experiencing a crisis of conscience and should not be sent away if they present themselves to receive Holy Communion. Comparable situations arise, for example, in the case of well-known abortionist doctors, magistrates, political leaders, etc. All these people need spiritual comfort and should be allowed to approach the Lord's Table.

A number of standpoints recently adopted show that the Church cannot endorse this pseudo-compassion. Let us examine two examples:

a. In November 2009, Juan Antonio Martínez Camino, a Jesuit, Auxiliary Bishop of Madrid and Secretary General of the Spanish Episcopal Conference, reminds us that, by approving and voting for a law in favour of abortion, baptised Catholics are objectively placing themselves in a state of mortal sin (16). Persons promoting such laws are sinning publicly and cannot be admitted to the Lord's Table. To press his point home, the Auxiliary Bishop of Madrid adds that any person who affirms it is lawful to take away the life of an innocent human being is guilty of heresy and liable for excommunication "latae sententiae" (17).

On 27 November 2009, the Plenary Assembly of the Spanish Episcopal Conference published a declaration to the effect that politicians who vote in favour of a bill liberalising abortion in Spain place themselves in "a state of objective sin and, if this situation persists, cannot be allowed to receive Holy Communion.” (18)

b. On Sunday 22 November 2009 (19) Patrick Kennedy, Democrat member of the US House of Representatives, announced that the Bishop of Providence, Thomas J. Tobin, had requested him to abstain from receiving Holy Communion and asked the priests in his diocese not to give it to him. It must be remembered that, some time before this prohibition, Congressman Patrick Kennedy had publicly declared his opposition to the Church's teaching on respect for human life.

10) The pitfalls of compassion we have discussed have been the subject of a number of declarations of the highest importance from His Excellency, Mgr Raymond L. Burke, Prefect of the Supreme Tribunal of the Apostolic Signatura and Emeritus Archbishop of Saint Louis, MO from the USA. We will restrict our analysis to three of these documents.

a. On Friday 3 May 2009, Archbishop Burke delivered the keynote address at the “National Catholic Prayer Breakfast”, attended by Catholics praying for the American nation. The title of this address was The teachings of the Catholic Church. The Prefect provides an analysis of practices hostile to life, marriage and the family.

Denouncing bogus compassion in the actions of public authorities, the Archbishop stresses that attacks against life, marriage and the family are destroying the foundations on which the American nation is built and the nations attached to these foundations. He alerts Catholics – physicians, politicians, businessmen, etc. – to respect the natural law and the moral law at the heart of the Church's teaching. The Archbishop urges us to prayer, fasting, confession and Holy Communion, asking the Lord to enlighten our leaders . Special attention must be reserved for young people attending Catholic universities and educational institutions. They must be prepared to recognize that, where God is rejected, secularisation and relativism are paving the way for immoral laws and political programmes. Conversely, it is necessary to put pressure on electors and legislators to change laws which are gravely unjust.

Finally, “the fact that a doctorate honoris causa has been conferred by Notre- Dame University on a President who aggressively promotes an agenda which is anti-life and anti-family is a source of the utmost scandal".

b. On 18 September 2009, Archbishop Burke took the floor at the XIVth Annual Partnership Dinner organised by "Inside Catholic" (21). On 26th September 2009 this speech was published in the form of an article in Crisis Magazine under the title "Reflections on the Struggle to Advance the Culture of Life".

The Archbishop offers us an address of exceptional force. Here, quoting freely, are some of the key sections of the address:

“It is not possible to be a practising Catholic while supporting the right to abortion or the right to marriage between persons of the same sex. We must recognize the scandal given by Christians in public life who fail to ensure respect for the natural moral law. Such an omission creates confusion and is misleading to the general public. By our actions and omissions, we can lead men and women to evil and sin and cause serious harm to our brothers, sisters and the nation. Our Lord was unequivocal in his condemnation of those who, by their actions, give rise to true scandal, that is, those who plunge others into confusion or lead them to sin (22). This is why the discipline of the Church prohibits the giving of Holy Communion and the granting of a Church funeral to those who persist, after admonition, in grave violation of the moral law (23). Certainly, the Church confides every soul to the mercy of God […], but that does not excuse her from proclaiming the truth of the moral law. When a person has publicly espoused and cooperated in sinful acts, […], his repentance of such actions must also be public.”

Calling things by their name, Archbishop Burke goes straight to the heart of the problem:

“One sees the hand of the Father of Lies at work in the disregard for the situation of scandal or in the ridicule and even censure of those who experience scandal.”

c. On 29 September 2009 Archbishop Burke intervened in defence of pro-life militants protesting against the scandal of the media-hyped grandiose funeral celebrations for Senator Ted Kennedy (24). This "Catholic" Senator had frequently distinguished himself by his unacceptable positions with regard to respect for human life and the family. Some Catholics, out of compassion for the Senator, vigorously attacked the pro-life and pro-family militants, accusing them, among other things, of damaging the unity of the Church. The Archbishop's clarifying statement was not long in coming:

“One of the ironies of the present situation is that the person who experiences scandal at the gravely sinful public actions of a fellow Catholic is accused of a lack of charity and of causing division within the unity of the Church.

“In a society whose thinking is governed by the 'tyranny of relativism' and in which political correctness and human respect are the ultimate criteria of what is to be done and what is to be avoided, the notion of leading someone into moral error makes little sense […]. What causes wonderment in such a society is the fact that someone fails to observe political correctness and, thereby, seems to be disruptive of the so-called peace of society. Lying or failing to tell the truth, however, is never a sign of charity."


An inescapable question

Pseudo-compassion, frequently invoked in favour of the perpetrators of acts which are inherently wrong, such as abortion, hence leads to scandal; it invites others into grave sin. Scandal is the first thing to be avoided (25). Pseudo-compassion also leads to heresy and division within the Church, because it incites the faithful to deviate from a non-negotiable element of the doctrine of the Church: the duty to respect innocent life. Pseudo-compassion reinforces the movement towards the "tyranny of relativism", observable in some pastors and/or theologians. Ultimately, pseudo-compassion could lead to a situation in which the Church's doctrine and natural morality would be the outcome of a procedure of consensus based on compromise.

Some, misled by the pseudo-compassion extended to those who publicly sin against life, regard the Church as over-severe on these issues. The Church does not mince its words: "Those upon whom the penalty of excommunication or interdict has been imposed or declared, and others who obstinately persist in manifest grave sin are not to be admitted to Holy Communion” (26). Now, if one recalls the bogus and violent nature of pseudo-compassion, one will immediately perceive that this severity is apparent only, that it is actually a high expression of charity. It is an urgent call to a change of life. Refusal to give Communion for the reasons we have cited above is nothing more than an expression of the love of the Church for the weakest and an invitation to repentance, addressed to those who run the risk of remaining shackled by their sins, and shackling others.

A delicate, yet inescapable, question remains. Given that, under the conditions described above, Holy Communion is to be refused to a lay person, does the Code of Canon Law impose suspension measures, on the twofold grounds of scandal and heresy, on clergy who publicly express pseudo-compassion for abortionists?

Louvain-la-Neuve, January 2010

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(1) "Le Monde" of 19 November 2009 ran a front-page headline: "The burden of the birth-rate poses a threat to the climate". This article, attributable to Grégoire Allix, continues on page 4 under the heading "Is birth control a remedy for global warming? The United Nations is calling for the demographic question to be discussed at the Copenhagen summit".

(2) Cf. our work "The hidden face of the UNO", pages 61-70; this chapter is entitled "The Earth Charter and the ecological imperative". See also the words of St Paul sin Romans 8, 18-22.

(3)We recall that a young girl of 9 years old, "Carmen" was raped by her stepfather and became pregnant with twins. In spite of appeals for compassion from Dom Jose Cardoso Sobrinho (then Archbishop of Recife) and his closest collaborators, this young girl was subjected to a double abortion, partly as a result of pressure from radical feminist movements. Curiously, Dom Cardoso was vilified by a Church dignitary in Rome, who attempted to assert that those who wished to protect the twins had been lacking in "compassion" for the abortionists, "who had had to take a difficult decision".

(4) See "La Libre Belgique", 14 November 2009 and "Le Monde", 16 November 2009.

(5) Cf. Matthew 19, 1-9; Mark 10, 1-12; Luke 16, 18.

(6) Cf. in particular Genesis 1, 28; 2, 18-24; cf. John 1, 1.

(7) Cf. Matthew, 19, 10.

(8) Cf. Genesis 19, 1-29; Romans 1.

(9) Cf. Luke 7, 36-50 describing the scene at the Pharisee’s house; 15; 3-32; 19, 1-10; 23, 40-43.

(10) In collaboration with Klaudia Schank, we translated and presented this work: "Euthanasie: Le dossier Binding et Hoche. Traduction de l'allemand, présentation et analyse de 'La libéralisation de la destruction d'une vie qui ne vaut pas d'être vécue"'. Texte intégral de l'ouvrage publié en 1922 à Leipzig", Paris, Le Sarment-Fayard Éditions, 2002, 138 pages, ISBN: 2-866-79329-3.

(11) Cf. section 3 above.

(12) See section 3 above, on cases of paedophilia.

(13) See “La plus jeune mère du monde ", a short article in the medical journal "La Presse Médicale", Paris, 13 May 1939, page 744; see also a letter from Dr. Edmundo Escobel (Lima), " La plus jeune mère du monde ", in "La Presse Médicale", Paris, 31 May 1939, page 875. This case is also referred to in a work by Rodolfo Pasqualini, "Endocrinología", Buenos Aires, El Ateneo Editions, 1959. See in particular pages 684-686. Pasqualini cites Escobel’s article on page 686.

(14) See Jacques Suadeau, article entitled “Sexualité sans risques”, pages 905-926 of the "Lexique des termes ambigus et controversés" produced by the Pontifical Council for the Family, published by Téqui, Paris, 2005.

(15) Edward C. Green is director of the AIDS Prevention Project at the Harvard Centre for Population and Development Studies. The text we quote can be found on http://www.lifesitenews.com for 19 March 2009, which contains further information.

(16) Source: http://www.elmundo.es/, 12 November 2009. See also http://www.sectorcatolico.com/, 30 December 2009.

(17) Cf. Code of Canon Law, 751; 1364, §1; 1398.

(18) Cf. http://www.lifesitenews.com, 27 November 2009. The unequivocal position reaffirmed by the Secretary General of the Spanish Episcopal Conference (CEE), His Excellency Mgr Martínez CAMINO, has also been affirmed by Isidoro Catela Marcos, Director of the CEE’s Information Bureau. See website of ACI Prensa http://www.aciprensa.com, 4 January 2010, which in turn refers to http://www.conferenciaepiscopal.es.

(19) See website of "The Providence Journal" http://www.projo.com on 23 November 2009 for an article by John Mulligan entitled "Kennedy: Barred from Communion" and the links provided.

(20) The full text can be found at http://www.lifesitenews.com for 8 May 2009.

(21) The text has been published on the website http://www.insidecatholic.com and is dated 26 September 2009.

(22) Cf. Luke 17, 1-2.

(23) Code of Canon Law, 915;1184,§ 1, 3°

(24) Cf. article by John-Henry Westen, “A Vatican Archbishop: Kennedy Funeral Critics Not Hurting Unity but Helping the Church”, on LifeSiteNews.com, 29 September 2009. The quotations are taken from this article.

(25) Luke 17 1 et seq.

(26) Cf. Canon 915.