I 
  
 
1. No dia 5  de Outubro de 1998 o Sr. Presidente da República condecorou, com a “Ordem de  mérito público”, a Associação para o Planeamento da Família (APF).  
  
 
2. A APF é  filiada da IPPF (International Planeed Parenthood Federation). As APF são, nas  várias nações, o instrumento de que a IPPF se serve para espalhar a sua  ideologia e alcançar os seus objectivos.
  
 
Esta  organização tem as suas origens em 1916 com a fundação, por Margaret Sanger, da  American Birth Control League.  Em 1942,  porque o termo birth control suscitava resistências, por reacção à  experiência nazi, muda o nome para Planned Parenthood Federation of America.  Em 1948 Sanger forma o International Committee on Planned Parenthood  (ICPP). “The Brush Foundation  for Race Betterment, USA fez uma concessão inicial de $5.000 para o  estabelecimento da sede geral em Londres e a Sociedade Eugénica  concedeu-lhe alojamento gratuito”.  M. Sanger ¾ que até à  morte foi membro da Sociedade Americana de Eugenia, bem como o seu sucessor Alan Guttmacher  ¾ é membro  fundador da IPPF (1952), a que presidirá, juntamente com Lady Rama Rau.  
  
 
3. Atentemos  nalguns factos relativos a esta organização. Em 1919 M. Sanger afirma: “Mais  filhos dos aptos, menos dos inaptos; esta é a base do controlo de  natalidade”; em 1920 escreve: “o maior acto de misericórdia que uma  família grande [toda a que  tivesse mais de dois filhos] pode  praticar para com um recém-nascido é matá-lo”; defende (1921) a necessidade de “criar uma raça de  sangue puro”, a segregação dos “imbecis e desadaptados” e a  esterilização das “raças geneticamente inferiores”(1922); confessa, nesse mesmo ano, que “o super-homem é a  finalidade do controlo dos nascimentos”. Nos anos 30 elaborou um programa para implementar  licenças de nascimento nos EUA. Quem quisesse dar à luz precisaria de uma  autorização governamental: os deficientes físicos, ou mentais, e os pouco  inteligentes não poderiam ter filhos; a família normal, um; algumas, dois; só as  muitíssimo inteligentes poderiam ter três ¾ o máximo  permitido. Nessa mesma altura, na sua Birth Control Review (BCR),  são publicados numerosos artigos advogando a esterilização obrigatória. Em 1932  redige o seu plano para a paz: “aos geneticamente inferiores da nossa população  dê-se-lhes a opção entre a segregação e a esterilização”. Em 1933 convida  Ernst Rudin, chefe do  programa nazi de eugenia, a escrever um artigo, publicado  em Abril, sobre esterilização  compulsiva.  Em 39 um editorial da BCR elogia  o  programa de controlo populacional nazi.  No mesmo ano confidencia numa carta: “Não queremos que se saiba que nos propomos  exterminar a população negra [...]”. Os primeiros programas de M. Sanger visaram as raças  “geneticamente inferiores”, eslavos, latinos e judeus [ “human weeds  ... a deadweight of human waste ... a menace to the race”] e, em  seguida, negros, índios e católicos.
  
 
Em 1969 o  sucessor de M. Sanger, A. Guttmacher, num comentário sobre os programas de  controlo da população, previa a possibilidade de que, com o tempo, tornar-se-ia  necessária a coacção: “Cada país terá de decidir sobre a sua própria forma de  coacção, e determinar onde e como deverá ser empregue. No presente, os meios são  a esterilização compulsiva e o aborto compulsivo. Talvez um dia seja factível  pôr em prática o controlo compulsivo de nascimentos”. Nesse mesmo ano F. Jaffe, vice-presidente da P.  Parenthood/World Population, num memorando, intitulado Examples of Measures to  Reduce U.S. Fertility, propunha: restruturação da família: a) adiar ou evitar o  casamento, b) alterar a imagem da família ideal; educação sexual obrigatória  para as crianças; incrementar a percentagem de homossexuais; educar para a  limitação da família; agentes de controlo da natalidade no fornecimento público  de água; modificar as políticas de impostos: a) imposto de casamento  substancial, b) imposto sobre os filhos, c) imposto conjugal superior ao  individual, d) acabar com a isenção de impostos por paternidade, e) impostos  adicionais para os pais com mais do que um ou dois filhos na escola.;  reduzir/eliminar as dispensas de trabalho pagas e as regalias à maternidade;  reduzir/eliminar subsídios aos filhos ou às famílias; bonificar casamentos  tardios; eliminar pagamentos da segurança social depois dos dois primeiros  filhos; exigir que as mulheres se empreguem e reduzir as instituições que cuidem  dos filhos; limitar/eliminar financiamento público de cuidados médicos, bolsas  de estudo, habitação, empréstimos e subsídios a famílias com mais de N filhos;  aborto obrigatório para as gravidezes fora do casamento; esterilização  obrigatória para todos os que tenham dois filhos, excepto para alguns que seriam  autorizados a ter três; limitar a possibilidade de ter filhos, a um número  reduzido de adultos; permissão de novas crianças dependente da situação do  lote [de  crianças];  desencorajar a propriedade privada de habitação e terminar com a concessão  pública de habitação baseada no tamanho da família; pagamentos para encorajar a  esterilização, a contracepção e o aborto; aborto e esterilização a pedido;  tornar a contracepção verdadeiramente acessível a todos.
  
 
A IPPF não só  tem contribuído como se tem empenhado em que EUA continuem a sua contribuição  para o Fundo de População das N.U. (FNUAP), que desde 1980 tem contribuído com  milhões de dólares para o programa de controlo populacional na China, “cada  casal um filho” ¾  esterilização compulsiva e aborto forçado. Nesse programa as mulheres têm que  obter uma licença, dum funcionário do partido comunista, para poderem  engravidar. Estas autorizações são rigorosamente racionadas em cada área. As  mulheres e  respectivos maridos são  sujeitos à propaganda e a interrogatórios constantes, quer no trabalho quer em  casa, por meio de una rede de espias e agentes do governo, para evitar que sejam  pais sem a licença. A mulher que engravide sem autorização, é submetida a  vergastadas e privada da liberdade, sem poder mudar de roupa ou sequer ir à casa  de banho, com os funcionários, revezando-se por turnos, gritando-lhe  continuamente, durante semanas, que tem de “cumprir o seu dever para com o  Estado e o Partido” até que aceite “voluntariamente” fazer o aborto. 
  
  
  
 
II
  
  
 “Quanto ao coito diria que três vezes por dia estaria  bem”  
 (M. Sanger  - carta à neta (16 anos) enaltecendo o valor do sexo antes do  casamento).
  
 1. Qual a posição das  Associações para o Planeamento da Família sobre a educação sexual? Para que  melhor se possa ajuizar, apresenta-se alguma informação, sobre esta questão,  relativa à IPPF/APFs ¾ seus  ideólogos e materiais que  distribuem.
 2. Numa obra dirigida aos  pais, aconselha-se: “... quando virmos as crianças (5-7 anos) acariciando os  órgão genitais, basta dizer: ‘eu sei que isso sabe bem, mas é um modo privado de  se sentir bem. Procuremos um lugar onde encontres a privacidade de que  precisas”. Em relação às dos 8-12 anos, recomendam: “as crianças  nesta idade precisam de muita informação explícita [...]” para serem educadas sobre sexo seguro. “Devemos ensinar os adolescentes como excitarem oralmente  os órgãos genitais e a masturbarem-se mutuamente [...]”; e que “as relações sexuais sem risco para as lésbicas  compreendem: o uso de protecção dentária de borracha para a estimulação  oro-vaginal e oro-anal [...], o uso de  luvas cirúrgicas para meter os dedos na vagina ou no recto da companheira ... e  todas as outras coisas maravilhosas que as lésbicas fazem”, pois “não esperamos que as pessoas se ajustem a um modelo  determinado ¾ que sejam heterossexuais,  homossexuais ou bissexuais [...] seria aborrecido se  as pessoas fossem todas semelhantes”. Aliás, os que se opõem a  tais práticas, assim como ao “incesto entre irmãos e irmãs e ao contacto sexual  com animais [...] são  antiquados e desmancha prazeres”.
  
 
Como, evidentemente, a  grande maioria dos pais não vai na cantiga, o êxito das APFs reside ultimamente  na capacidade de subtraírem os filhos ao seu controlo, de modo a podê-los  manipular à vontade.
 
Por isso,  exigem que “os adolescentes (10-19 anos) devem ter acesso total à regulação da  fertilidade [contracepção,  esterilização e aborto], informação  e serviços, com a garantia de privacidade e confidencialidade”. Isto é, os pais de uma criança, seja de que idade  for, não devem ser contactados sem a sua autorização porque os “pais ¾ são as  pessoas mais perigosas” e os adolescentes têm, entre outros,  “o direito de quererem, ou não, ter uma  vida sexual activa ..., [o  direito] à contracepção, ao aborto  seguro [sic], à confidencialidade e a  poder confiar naqueles que lhes oferecem ajuda” ¾ isto é, as APFs e os seus  educadores nas escolas. 
  
 
Não só os  adolescentes, mas também as “crianças muito  novas deviam ser autorizadas, e talvez encorajadas, a terem uma vida sexual  plena sem interferência dos seus pais ou da lei”  , pois isso não só é inócuo como pode ser saudável: “Os efeitos maiores de tais  incidentes [contactos sexuais entre uma  criança e um adulto que não tenham sido forçados e sem  violência] são causados não pelo  evento, mas pelas reacções de escândalo, zanga, medo, choque dos adultos que  dele tomam conhecimento [...] . São estas reacções  imoderadas que podem causar qualquer dano psicológico que ocorra”. Acresce que: “A distinção entre o incesto e o  contacto saudável está na motivação. Se o motivo é simplesmente a expressão  de amor e carinho e o dar uma sensação de conforto e de apoio, é saudável e bom;  não o é, se a motivação específica do adulto é a excitação sexual e a  gratificação”.
  “Pode haver razões convincentes para promover  a expressão livre e erótico-sexual  das  crianças [...]” e, por isso, a lei devia  “reconhecer o direito da criança a uma escolha livre dos parceiros sexuais”  embora “um peso extra [deva ser] colocado  no adulto [...] de modo a assegurar que a  participação da criança seja informada e voluntária” .
 De facto, “os seres  humanos, como outros primatas, requerem um período de ensaio sexual precoce.”  Esses “jogos” com adultos “afecta-os beneficamente”. E “as crianças têm o direito de se expressarem  sexualmente mesmo com membros das suas famílias” já que “nem mesmo o incesto  prolongado é necessariamente prejudicial”. Aliás, “às vezes pode ser benéfico para as  crianças”.
 É, pois, necessário  “aumentar a tolerância para com uma série de expressões da sexualidade”. Com essa “finalidade convidam-se adolescentes de 16  anos a discutir as seguintes situações: a) os pais estão na cama a ter relações  sexuais quando o filho de 3 anos entra no quarto. Incluem o filho no seu abraço.  b) Uma mãe está a mudar a fralda do seu filho. Este mostra com risinhos que  gosta que lhe toquem no pénis. Ela continua a tocá-lo. c) Um rapaz senta-se nos  joelhos do avô. Este descobre-lhe os pêlos” .
 3. Entre os consultores da  revista sexual Penthouse houve vários proeminentes membros da IPPF/APFs e  suas ramificações: Alan Bell, R. Chilgren, T. McIlvenna e Malcolm Potts. São  também conhecidas as ligações à Multi-Media, Inc., produtora de filmes que não  se distinguem dos da indústria pornográfica. E os editores de revistas sexuais,  como a Playboy, também patrocinaram os aliados da IPPF/APFs com fundos  significativos, para conduzirem campanhas legislativas e litígios. Um aviso final para os católicos. Segundo esta gente, o  desabrochar da liberdade sexual poderá corroer toda a estrutura da Igreja  .
  
  
  
 
III
  
  
  
  
 “O único caminho que a IPPF e os seus aliados têm para  ganhar a batalha
 a favor do aborto a pedido é através da  educação sexual”  .
  Alan Guttmacher  (sucessor de M. Sanger), 1973 
  
  
  
 
1. Desde a  sua fundação que a IPPF/APFs tem despendido milhares de milhões de dólares para  a promoção, em todo o mundo, da educação sexual, da esterilização, da  contracepção, e do aborto. No Plano Estratégico Visão Ano 2000 (1992), aprovado  unanimemente pelas 140 filiais nacionais (APFs) da IPPF, determina-se a luta e a  estratégia para a abolição de todas as leis que ainda proíbem o aborto.
  
 
2. O termo  ‘responsabilidade’, utilizado pelas APFs, tem um sentido muito diferente daquele  que lhe é atribuído pelo senso comum. A responsabilidade, segundo eles, consiste  em que os adolescentes recorram à contracepção, quando têm relações sexuais, e  ao aborto, quando engravidam. O “esquema” é o seguinte: primeiro distribuem manuais de  educação sexual altamente chocantes, raiando a pornografia; os adolescentes, que  poderiam ser castos, aprendem nesses livros que é perfeitamente normal, na sua  idade, terem relações sexuais; por isso, vão às clínicas das IPPF/APFs comprar  contraceptivos; quando estes falham, como acontece frequentemente, especialmente  entre adolescentes, voltam às clínicas para abortarem. Não é por acaso que o maior fornecedor de contraceptivos  nos USA ¾ a Ortho  Pharmaceutical - da Johnson and Johnson ¾ financia a  educação sexual nas escolas.
  
 
3. Que a  prática da contracepção não resolve, antes agrava, o problema do aborto, não é  uma “invenção do Papa”, mas um dado da experiência ¾ os estudos,  realizados desde 1935 até hoje, confirmam-no abundantemente  ¾ reconhecido  pelos próprios propugnadores do aborto. Malcolm Potts “campeão” mundial dos  abortistas, ex-director médico da IPPF, afirmou: “A prática do aborto e da  contracepção estão intrinsecamente relacionadas entre si”. “À medida que as pessoas se virarem para a contracepção,  dar-se-à uma subida, não uma descida, na percentagem de abortos  [...]”. “As provas da subida na percentagem de abortos, devido  ao aumento do uso dos contraceptivos, estão agora disponíveis no respeitante à  Coreia, Índia, Taiwan, Irão, Turquia, Egipto e a algumas partes da América  Latina”. “Nenhuma sociedade controlou a sua fertilidade  [...] sem recorrer  a um número significativo de abortos. De facto, o aborto é frequentemente o  ponto de partida no controlo da fertilidade”. Uma médica e investigadora dos Brook Advisory Centres,  Judith Bury ¾ “An ace abortionist”  ¾ confirma-o:  “Há uma evidência esmagadora que, contrariamente ao que se podia esperar, a  disponibilidade da contracepção leva a um aumento da percentagem de abortos”  (1981). Já em 1955, numa conferência patrocinada pela PPFA, o  Dr. Alfred Kinsey declarou: “Correndo o risco de me tornar repetitivo, quero  recordar [...] que  encontrámos a mais alta frequência de abortos provocados no grupo que, em geral,  mais frequentemente usa contraceptivos”. Dr. Louise Tryer, directora médica da PPFA, escreveu  (1991): “Mais de três milhões de gravidezes não planeadas  ocorrem todos os anos [...]; dois terços  destas são devidas às falhas da contracepção”. 
  
 
4. Atente-se,  a título de exemplo, nos USA: O aborto sempre foi a questão nº1 para a PPFA  (federação norte-americana das APFs). Esta organização possui a maior cadeia de  clínicas de aborto nos USA: tem 900 clínicas, 130 das quais praticam o aborto.  Em 1996 realizou 153.367 abortos nas suas clínicas e encaminhou 54.207 para  outras. Nos últimos 28 anos realizou 2.500.000 abortos cirúrgicos: 46% são  feitos em mulheres de minorias raciais, embora estas só constituam 20% da  população. Defende o aborto para selecção sexual , por qualquer razão e em  qualquer altura. Para além disso recomenda e distribui largamente ‘contracepção  abortiva’ (MTX). Opõe-se a leis que obriguem ao consentimento informado, para  quem quiser abortar, a períodos de espera para menores, ao consentimento ou  notificação do pai ou do esposo, ao enterro ou cremação decente para os bebés  abortados e ao estabelecimento de padrões para o licenciamento dos centros  abortivos, que ajudariam a uma maior salvaguarda da saúde da mulher. Tentou  forçar a Igreja Católica a prover à prática de abortos, em adolescentes, nos  seus centros, levou a tribunal jornais liceais que se recusaram a inserir a sua  publicidade e meteu processos judiciais para acabar com programas de educação  sexual nas escolas baseados na castidade.
  
 
5. O documento Inventing  the Future (1985), da National Organization for Adolescent Pregnancy and  Parenting e da March of Dimes, foi elaborado com a cooperação activa das  IPPF/APFs. O seu objectivo: conseguir que, no ano 2008,  todos os que vão à escola sejam, a partir da  puberdade, obrigatoriamente, “imunizados” contra a concepção (aos 21 anos a  “imunidade” seria anulada por uma vacina). Importa recordar que esses “imuno-contraceptivos”  funcionam, na realidade, como abortivos precoces.
  
 
A  IPPF/APFs colaboram, ainda, estreitamente com a UNFPA, a UNICEF e a OMS. Estas  organizações, juntamente com o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos,  emitiram, em Agosto de 1998, um impresso chamado “Informação da Mesa Redonda  sobre os Tratados dos Direitos Humanos, a partir da perspectiva da Saúde da  Mulher. Acentuando os Direitos Sexuais e Reproductivos”.  Partindo do princípio que “os direitos humanos à saúde da mulher têm uns  conteúdos, aceites internacionalmente, que transcendem a cultura, a tradição e  as normas sociais” de cada povo, o texto afirma que “as legislações que proibam  ou limitem o direito ao aborto [e] a  liberdade reproductiva dos menores [o  que inclui a contracepção, a esterilização e o aborto]”  violam os direitos humanos.  
  
 
Por  outras palavras, não só os pais não serão tidos nem achados, ignorando-se assim  os seus direitos, no que se refere aos seus filhos, como se prepara a  criminalização  de toda a oposição ou  resistência ao aborto. Não espanta, pois, que estejam em andamento tentativas  várias de criação de um Tribunal Criminal Internacional com o poder de condenar,  como crime contra a humanidade, toda e qualquer oposição a esse homicídio  “particularmente perverso e abominável” que  é o aborto. De  facto, se a contracepção, a esterilização e o aborto são  direitos humanos, quem atentar contra eles, Estado, pessoa ou grupo, será  submetido a sanções.
  
 
6. Em Portugal  foi público e notório o papel activíssimo que a APF teve na defesa da  liberalização total do aborto, até às 10 semanas, aquando do referendo, no ano  passado (1998). O Presidente da República aproveitou a primeira ocasião, a  seguir ao referendo em que o Não a essa liberalização saiu vencedor, para  condecorar a APF, como já foi referido, com a “Ordem de mérito público”.  
  
  
  
Nuno Serras Pereira
 Novembro de 1998
  
  
  
  
  
  
   
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
    Promotion of Abortion in the Developing  World, IPPF, assembleia de  membros, Manila, Novembro 1995, p. 4.    
   
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
   “Afirma-se frequentemente  que a contracepção, tornada segura e acessível a todos, é o remédio mais eficaz  contra o aborto. E depois acusa-se a Igreja Católica de, na realidade, favorecer  o aborto, porque continua obstinadamente a ensinar a ilicitude moral da  contracepção. Bem vista, porém, a objecção é falaciosa. De facto, pode acontecer  que muitos recorram aos contraceptivos com a intenção também de evitar depois a  tentação do aborto. Mas os pseudo-valores inerentes à « mentalidade  contraceptiva » — muito diversa do exercício responsável da paternidade e  maternidade, actuada no respeito pela verdade plena do acto conjugal — são tais  que tornam ainda mais forte essa tentação, na eventualidade de ser concebida uma  vida não desejada. De facto, a cultura pro-aborto aparece sobretudo desenvolvida  nos mesmos ambientes que recusam o ensinamento da Igreja sobre a contracepção.  [...] Infelizmente, emerge cada  vez mais a estreita conexão que existe, a nível de mentalidade, entre as  práticas da contracepção e do aborto, como o demonstra, de modo alarmante, a  produção de fármacos, dispositivos intra-uterinos e fármacos administrados por  via oral ou injectáveis, os quais, distribuídos com a mesma facilidade dos  contraceptivos, actuam na prática como abortivos nos primeiros dias de  desenvolvimento da vida do novo ser humano.” João Paulo II, Evangelium  Vitae, nº 13.
 Também Paulo VI, na  Humanae Vitae, alertou, profeticamente, para os perigos da contracepção,  não só a nível pessoal mas também social e  político.
 Já Mahatma Gandhi, apesar de pressionado por M. Sanger (a  IPPF foi fundada em Bombaim), alertava: “Artificial methods [of contraception] are like putting a premium on vice They make men and  women reckless [...] Nature is relentless and will have full revenge for any  such violation of her laws. Moral resuts can only be produced by moral  restraints. All other restraints defeat the very purpose for wich they are  intended. If artificial methods become the order of the day, nothing but moral  degradation can be the result. A society that has already become enervated  through a variety of causes will still become further enervated by the adoption  of artificial methods [...] As it is, man has sufficiently degraded women for his  lust, and artificial methods, no matter how well-meaning the advocates may be,  will still further degrade her.” D. G. Tendulkar (editor), The Collected  Works of Mahatma Ghandi, Vols. 2 e 4. Published by the Ministry of  Information and broadcasting, Government of India. Cit in F. A. S. Antonisamy,  Wisdom for All Times: Mahatma Gandhi and Pope Paul VI, On Birth  Regulation, Family Life Service Centre, Archbishop’s House, Pondicherry  605001 India, june 1978.
   
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
    Arizona Right to Life News, dezembro, 1998,  p. 3. 
    Pbro. Dr. Juan Claudio  Sanahuja, Noticias de la ONU, Número 05/99. Informe nº 142
Buenos  Aires, 17 de enero 1999.