Nota Bene: O autor deste artigo foi processado e condenado por difamação em 1ª instância. Tendo recorrido para o Tribunal da Relação foi inocentado. A sentença transitou em julgado, pelo que a Justiça reconheceu que a acusação sobre o carácter difamatório do artigo é infundada.
Anda por aí, à solta, um género de gente extremamente perigosa que tem, positivamente, um horror aos bebés nascituros e um fascínio obsessivo pela sua morte. De há uns anos a esta parte tem andado num sobressalto, numa agitação, num desassossego, uivando palavras homicidas, estabelecendo estratégias mortíferas, elaborando leis assassinas, engendrando julgamentos mediáticos para alcançar os seus objectivos tenebrosos, reivindicando estudos manipuladores sobre a realidade do aborto a fim de conseguir a sua liberalização, levando a cabo, nas escolas, uma deseducação sexual estruturalmente pornográfica e, consequentemente, irresponsável, impondo uma mentalidade contraceptiva/abortiva, etc., etc..
Esta gente, que constantemente incita ao crime, goza de grande publicidade na comunicação social e de muita ascendência na política. Nomes sonantes vêm agora, à centena, propor a criação de uma conta bancária “para ajudar mulheres sem meios económicos a interromper a gravidez no estrangeiro de forma legal e segura [?]” (Público, 15. 05. 2002). Repare-se bem que não se trata de ajudar a mãe, com dificuldades económicas, a criar o seu filho; pelo contrário, o dinheiro ser-lhe-á dado sob condição de o matar. Para isso, e só para isso, haverá auxílio. Tal é a veemência da “paixão” desta gente pelo aborto! Porque se há algo que fica claro com esta proposta é que o seu propósito não é de modo nenhum acabar com o homicídio/aborto mas sim acabar com a clandestinidade, facilitando-o. Porém, numa tentativa de esconder, perante si mesmos e os outros, o óbvio adiantam com uma hipocrisia maquiavélica ou com uma cegueira cínica: “ Com esta proposta ... não pretendemos promover o aborto, mas ajudar as pessoas”!! (Idem). De modo que, para esta gente, cumpliciar-se na matança da pessoa do filho, destroçando, desse modo, a vida da pessoa da mãe, é uma grande ajuda, uma obra de solidariedade! Surrealismo semelhante só, mesmo, em Sade (“o radicalismo abortista é filho do sadismo” - cf. V. Possenti, Filosofia e Societá – studi sui progetti ético-politici contemporanei, Massimo-Milano, 1983).
Neste mesmo dia 15 de Maio, demonstrando uma coordenação notável, o Diário de Notícias e o Público entrevistam Angela Gomez, presidente da Federação Internacional de Planeamento Familiar (IPPF, iniciais em inglês), que por “coincidência” se encontrava em Portugal. A IPPF, uma organização serial killer, é a segunda ONG maior do mundo, sendo que a primeira é a Cruz Vermelha, e é a instituição que mais promove o homicídio/aborto a nível mundial. O seu ramo em Portugal é a APF – esta “sucursal”, generosamente subsidiada e patrocinada por sucessivos governos, ao longo de décadas, dá formação aos nossos políticos, esteve implicada, como motor principal, em todas as investidas abortistas em Portugal, foi condecorada, em 1998, pelo Presidente Jorge Sampaio e viola impunemente a lei quando lhe convém.
Nestas elucidativas entrevistas Angela Gomez esclarece: “estamos presentes em 182 países e todas as nossas associações trabalham de forma igual no mundo ... O plano estratégico é o mesmo e os padrões que tentamos alcançar também, mas há obviamente diferenças entre os países e para cada um procuramos, dentro do nosso plano estratégico, um nicho onde o governo local não esteja a actuar e onde possamos promover a nossa causa ... devemos oferecer um aborto seguro porque é um direito da mulher ... A IPPF lida com os grupos parlamentares de vários países - incluindo Portugal, onde o contacto é feito através da APF -, no sentido de promover as mesmas ideias no mundo, sendo esta, afirma Angela Gómez, a «nossa forma de influenciar as leis». (DN, 15. 05. 2002). Segundo ela “do ponto de vista legislativo ... Portugal continua «atrasado» ... uma questão que foi aflorada durante a reunião com os três deputados (do PS, PSD e CDS/PP) que colaboram com a APF na cooperação internacional. Para além de abordar a problemática dos direitos sexuais e reprodutivos [esterilização, contracepção e aborto], ... aproveitou para sensibilizar os parlamentares para o apoio que Portugal pode prestar nesta matéria às populações das antigas colónias ... ” (cf. Público, 15. 05. 2002). Angela Gomez disse ainda da sua surpresa “com a «elevada prevalência» do uso de métodos anticoncepcionais pela população, actualmente da ordem dos 80 por cento ... «É uma das percentagens mais altas que tenho visto», confessou ...” (Idem).
Esta agradável surpresa, este contentamento, pela eficácia do trabalho da sua organização em Portugal (a APF), a ser verdade, deveria constituir para a Igreja e para todos os pró-vida um motivo de grande tristeza e de rigoroso exame de consciência. De facto, mal se entende que num país onde a Igreja tem tanto peso, os seus membros, em especial, – embora não só estes, uma vez que esta questão é de lei natural e não meramente confessional -, não estejam devidamente formados e/ou catequizados em matéria de tanta importância quer para a virtude da castidade, quer para a estabilidade familiar, quer para a saúde das mulheres, quer para a defesa da vida, quer para a própria salvação. A censura sistemática da encíclica Humanae Vitae e mesmo o dissentimento obstinado da sua doutrina (que, importa recordar, é definitiva e imutável – cf. Conselho Pontifício da Família, Vademecum para os confessores sobre alguns temas de moral conjugal, 12.II. 1997, n. II.4) feito ensino nalguns sectores da UCP e aconselhamento nas pregações, e em outras circunstâncias, devem contar-se entre os principais responsáveis por esta situação catastrófica.
Recorde-se, a propósito, que Malcolm Potts, ex-director médico da IPPF, afirmou: “A prática do aborto e da contracepção estão intrinsecamente relacionadas entre si” (Malcolm Potts, Peter Diggory y John Peel, Abortion, Cambridge University Press, London, 1970), “à medida que as pessoas se virarem para a contracepção, dar-se-á uma subida, não uma descida, na percentagem de abortos” (Report, Cambrige Evening News, 7 February 1973. Cit. in Valerie Riches - Foreword by Professor Sir Bryan Thwaites, MA, PhD, Sex and Social Engineering, Family and Youth Concern (The Responsible Society), 1986).
Também Judith Bury, médica abortófila e investigadora dos Brook Advisory Centres, confirma-o: “Há uma evidência esmagadora que, contrariamente ao que se podia esperar, a disponibilidade da contracepção leva a um aumento da percentagem de abortos” (Judith Bury, Sex Education for Bureaucrats, The Scotsman, 29 June 1981).
Declarações deste tipo são frequentes entre os membros desta organização e entre os seus cúmplices. Pelo que se torna evidente que quando incitam ao uso da contracepção eles sabem que estão a promover o aborto: Pierre Simon (médico obstreta, co-fundador e vice-presidente do Movimento francês para o planeamento familiar, colaborador de Simon Veil no Ministério da saúde, por duas vezes Grão-Mestre da Grande Loja - maçónica - de França) que esteve na dianteira do combate pela legalização da contracepção e do aborto, recordando a sua luta, escreveu: «Atacar a lei [que proibia a contracepção] na sua totalidade significava liberalizar o aborto. ... [A] opinião [pública], no entanto, não estava preparada para tal. Por isso, tivemos como nosso primeiro objectivo separar esta amálgama. Uma vez conseguido que a contracepção se tornasse normal e aceite pela lei, logo o aborto seria aceite. O futuro provou que tínhamos razão. A luta pela contracepção duraria mais e seria mais difícil do que a luta pelo aborto. Mudando o famoso provérbio: Nós tínhamos ganho a guerra [legalizando e promovendo a contracepção], só faltava travar a última batalha [legalizar o aborto]» (Pierre Simon, De la vie avant toutes choses, Ed. Mazarine 1979). De facto, em Dezembro de 1967, 9 meses antes da encíclica Humanae Vitae, do Papa Paulo VI, foi aprovada a lei que autorizava a venda e a publicidade dos contraceptivos e, logo, em 1975 a lei Veil legalizou o aborto. Em 1983 o aborto passou a ser pago pela Segurança Social, isto é, por todos os cidadãos que pagam impostos. Ninguém escapa, pois, à participação no aborto, uma vez que todos o financiam.
Consciente da gravidade da situação Mons. Philippe Barbarin, Bispo de Moulins, declarou recentemente (31. 10. 2001): “ ... alguns Bispos de França ... interroga[mo-nos] sobre a nossa atitude por volta de 1975, quando foi discutida e aprovada na França a lei que liberalizou o aborto. Pode ser que cheguemos a fazer uma confissão pública, pedindo perdão publicamente pela nossa pusilanimidade, pela nossa cobardia, no momento da discussão desta lei criminosa” (Michel Schooyans, Terrorismo e Globalização, 29. 01. 2002).
Será ainda preciso recordar que grande número dos contraceptivos actuais têm ou podem ter um efeito abortivo precoce (desde a pílula normal ao DIU e à pílula do dia seguinte, eufemisticamente chamada contracepção de emergência) e que a grande maioria dos homicídios/abortos não são cirúrgicos mas são causados química e precocemente?
Verificamos mais uma vez, com amargura, que os católicos em Portugal (e demais pessoas de boa-vontade), geralmente falando, ainda não tomaram consciência da gravidade da situação e das medidas excepcionais de organização e de combate que a circunstância merece. Mesmo dentro da Igreja, entendida como conjunto dos fiéis, há um número significativo de pessoas, em lugares de alguma responsabilidade, seriamente contaminadas pela mentalidade contraceptiva e abortiva.
Esfregar-se ou abusar de crianças, adolescentes e jovens é um crime repugnante, detestável e muito grave, mas ainda mais grave, abominável e tenebroso é esquartejar ou matar crianças no seio materno. Se a sociedade e o Estado se levantam unânimes e justamente indignados para combater o primeiro crime, porque é que se organizam para realizar o segundo? (Para as ligações da IPPF à defesa da pedofilia e do incesto ver Robert G. Marshall and Charles A. Donovan, Blessed Are The Barren –The Social Policy of Planned Parenthood, Ignatius Press, San Francisco 1991 e Brian Clowes, Pro-Life Activist's Encyclopedia, Stafford, Virginia: American Life League, Inc., 1993).
Nuno Serras Pereira
16. 05. 2002
Anda por aí, à solta, um género de gente extremamente perigosa que tem, positivamente, um horror aos bebés nascituros e um fascínio obsessivo pela sua morte. De há uns anos a esta parte tem andado num sobressalto, numa agitação, num desassossego, uivando palavras homicidas, estabelecendo estratégias mortíferas, elaborando leis assassinas, engendrando julgamentos mediáticos para alcançar os seus objectivos tenebrosos, reivindicando estudos manipuladores sobre a realidade do aborto a fim de conseguir a sua liberalização, levando a cabo, nas escolas, uma deseducação sexual estruturalmente pornográfica e, consequentemente, irresponsável, impondo uma mentalidade contraceptiva/abortiva, etc., etc..
Esta gente, que constantemente incita ao crime, goza de grande publicidade na comunicação social e de muita ascendência na política. Nomes sonantes vêm agora, à centena, propor a criação de uma conta bancária “para ajudar mulheres sem meios económicos a interromper a gravidez no estrangeiro de forma legal e segura [?]” (Público, 15. 05. 2002). Repare-se bem que não se trata de ajudar a mãe, com dificuldades económicas, a criar o seu filho; pelo contrário, o dinheiro ser-lhe-á dado sob condição de o matar. Para isso, e só para isso, haverá auxílio. Tal é a veemência da “paixão” desta gente pelo aborto! Porque se há algo que fica claro com esta proposta é que o seu propósito não é de modo nenhum acabar com o homicídio/aborto mas sim acabar com a clandestinidade, facilitando-o. Porém, numa tentativa de esconder, perante si mesmos e os outros, o óbvio adiantam com uma hipocrisia maquiavélica ou com uma cegueira cínica: “ Com esta proposta ... não pretendemos promover o aborto, mas ajudar as pessoas”!! (Idem). De modo que, para esta gente, cumpliciar-se na matança da pessoa do filho, destroçando, desse modo, a vida da pessoa da mãe, é uma grande ajuda, uma obra de solidariedade! Surrealismo semelhante só, mesmo, em Sade (“o radicalismo abortista é filho do sadismo” - cf. V. Possenti, Filosofia e Societá – studi sui progetti ético-politici contemporanei, Massimo-Milano, 1983).
Neste mesmo dia 15 de Maio, demonstrando uma coordenação notável, o Diário de Notícias e o Público entrevistam Angela Gomez, presidente da Federação Internacional de Planeamento Familiar (IPPF, iniciais em inglês), que por “coincidência” se encontrava em Portugal. A IPPF, uma organização serial killer, é a segunda ONG maior do mundo, sendo que a primeira é a Cruz Vermelha, e é a instituição que mais promove o homicídio/aborto a nível mundial. O seu ramo em Portugal é a APF – esta “sucursal”, generosamente subsidiada e patrocinada por sucessivos governos, ao longo de décadas, dá formação aos nossos políticos, esteve implicada, como motor principal, em todas as investidas abortistas em Portugal, foi condecorada, em 1998, pelo Presidente Jorge Sampaio e viola impunemente a lei quando lhe convém.
Nestas elucidativas entrevistas Angela Gomez esclarece: “estamos presentes em 182 países e todas as nossas associações trabalham de forma igual no mundo ... O plano estratégico é o mesmo e os padrões que tentamos alcançar também, mas há obviamente diferenças entre os países e para cada um procuramos, dentro do nosso plano estratégico, um nicho onde o governo local não esteja a actuar e onde possamos promover a nossa causa ... devemos oferecer um aborto seguro porque é um direito da mulher ... A IPPF lida com os grupos parlamentares de vários países - incluindo Portugal, onde o contacto é feito através da APF -, no sentido de promover as mesmas ideias no mundo, sendo esta, afirma Angela Gómez, a «nossa forma de influenciar as leis». (DN, 15. 05. 2002). Segundo ela “do ponto de vista legislativo ... Portugal continua «atrasado» ... uma questão que foi aflorada durante a reunião com os três deputados (do PS, PSD e CDS/PP) que colaboram com a APF na cooperação internacional. Para além de abordar a problemática dos direitos sexuais e reprodutivos [esterilização, contracepção e aborto], ... aproveitou para sensibilizar os parlamentares para o apoio que Portugal pode prestar nesta matéria às populações das antigas colónias ... ” (cf. Público, 15. 05. 2002). Angela Gomez disse ainda da sua surpresa “com a «elevada prevalência» do uso de métodos anticoncepcionais pela população, actualmente da ordem dos 80 por cento ... «É uma das percentagens mais altas que tenho visto», confessou ...” (Idem).
Esta agradável surpresa, este contentamento, pela eficácia do trabalho da sua organização em Portugal (a APF), a ser verdade, deveria constituir para a Igreja e para todos os pró-vida um motivo de grande tristeza e de rigoroso exame de consciência. De facto, mal se entende que num país onde a Igreja tem tanto peso, os seus membros, em especial, – embora não só estes, uma vez que esta questão é de lei natural e não meramente confessional -, não estejam devidamente formados e/ou catequizados em matéria de tanta importância quer para a virtude da castidade, quer para a estabilidade familiar, quer para a saúde das mulheres, quer para a defesa da vida, quer para a própria salvação. A censura sistemática da encíclica Humanae Vitae e mesmo o dissentimento obstinado da sua doutrina (que, importa recordar, é definitiva e imutável – cf. Conselho Pontifício da Família, Vademecum para os confessores sobre alguns temas de moral conjugal, 12.II. 1997, n. II.4) feito ensino nalguns sectores da UCP e aconselhamento nas pregações, e em outras circunstâncias, devem contar-se entre os principais responsáveis por esta situação catastrófica.
Recorde-se, a propósito, que Malcolm Potts, ex-director médico da IPPF, afirmou: “A prática do aborto e da contracepção estão intrinsecamente relacionadas entre si” (Malcolm Potts, Peter Diggory y John Peel, Abortion, Cambridge University Press, London, 1970), “à medida que as pessoas se virarem para a contracepção, dar-se-á uma subida, não uma descida, na percentagem de abortos” (Report, Cambrige Evening News, 7 February 1973. Cit. in Valerie Riches - Foreword by Professor Sir Bryan Thwaites, MA, PhD, Sex and Social Engineering, Family and Youth Concern (The Responsible Society), 1986).
Também Judith Bury, médica abortófila e investigadora dos Brook Advisory Centres, confirma-o: “Há uma evidência esmagadora que, contrariamente ao que se podia esperar, a disponibilidade da contracepção leva a um aumento da percentagem de abortos” (Judith Bury, Sex Education for Bureaucrats, The Scotsman, 29 June 1981).
Declarações deste tipo são frequentes entre os membros desta organização e entre os seus cúmplices. Pelo que se torna evidente que quando incitam ao uso da contracepção eles sabem que estão a promover o aborto: Pierre Simon (médico obstreta, co-fundador e vice-presidente do Movimento francês para o planeamento familiar, colaborador de Simon Veil no Ministério da saúde, por duas vezes Grão-Mestre da Grande Loja - maçónica - de França) que esteve na dianteira do combate pela legalização da contracepção e do aborto, recordando a sua luta, escreveu: «Atacar a lei [que proibia a contracepção] na sua totalidade significava liberalizar o aborto. ... [A] opinião [pública], no entanto, não estava preparada para tal. Por isso, tivemos como nosso primeiro objectivo separar esta amálgama. Uma vez conseguido que a contracepção se tornasse normal e aceite pela lei, logo o aborto seria aceite. O futuro provou que tínhamos razão. A luta pela contracepção duraria mais e seria mais difícil do que a luta pelo aborto. Mudando o famoso provérbio: Nós tínhamos ganho a guerra [legalizando e promovendo a contracepção], só faltava travar a última batalha [legalizar o aborto]» (Pierre Simon, De la vie avant toutes choses, Ed. Mazarine 1979). De facto, em Dezembro de 1967, 9 meses antes da encíclica Humanae Vitae, do Papa Paulo VI, foi aprovada a lei que autorizava a venda e a publicidade dos contraceptivos e, logo, em 1975 a lei Veil legalizou o aborto. Em 1983 o aborto passou a ser pago pela Segurança Social, isto é, por todos os cidadãos que pagam impostos. Ninguém escapa, pois, à participação no aborto, uma vez que todos o financiam.
Consciente da gravidade da situação Mons. Philippe Barbarin, Bispo de Moulins, declarou recentemente (31. 10. 2001): “ ... alguns Bispos de França ... interroga[mo-nos] sobre a nossa atitude por volta de 1975, quando foi discutida e aprovada na França a lei que liberalizou o aborto. Pode ser que cheguemos a fazer uma confissão pública, pedindo perdão publicamente pela nossa pusilanimidade, pela nossa cobardia, no momento da discussão desta lei criminosa” (Michel Schooyans, Terrorismo e Globalização, 29. 01. 2002).
Será ainda preciso recordar que grande número dos contraceptivos actuais têm ou podem ter um efeito abortivo precoce (desde a pílula normal ao DIU e à pílula do dia seguinte, eufemisticamente chamada contracepção de emergência) e que a grande maioria dos homicídios/abortos não são cirúrgicos mas são causados química e precocemente?
Verificamos mais uma vez, com amargura, que os católicos em Portugal (e demais pessoas de boa-vontade), geralmente falando, ainda não tomaram consciência da gravidade da situação e das medidas excepcionais de organização e de combate que a circunstância merece. Mesmo dentro da Igreja, entendida como conjunto dos fiéis, há um número significativo de pessoas, em lugares de alguma responsabilidade, seriamente contaminadas pela mentalidade contraceptiva e abortiva.
Esfregar-se ou abusar de crianças, adolescentes e jovens é um crime repugnante, detestável e muito grave, mas ainda mais grave, abominável e tenebroso é esquartejar ou matar crianças no seio materno. Se a sociedade e o Estado se levantam unânimes e justamente indignados para combater o primeiro crime, porque é que se organizam para realizar o segundo? (Para as ligações da IPPF à defesa da pedofilia e do incesto ver Robert G. Marshall and Charles A. Donovan, Blessed Are The Barren –The Social Policy of Planned Parenthood, Ignatius Press, San Francisco 1991 e Brian Clowes, Pro-Life Activist's Encyclopedia, Stafford, Virginia: American Life League, Inc., 1993).
Nuno Serras Pereira
16. 05. 2002