sábado, 15 de janeiro de 2011

RR - uma pervertida insaciável

Hoje, ainda não eram 13h, quando sintonizei a Rádio Renascença – “emissora católica portuguesa” -, fiquei aturdido ao escutar uma veemente defesa do positivismo jurídico, radicalmente relativista, em total contraste quer com o Direito Natural quer com a Doutrina da Igreja. Tratava-se de um programa, transmitido aos Sábados, que tem como comentador residente o juiz desembargador Eurico Reis. Este jurista, cuja posição pública favorável ao aborto era notória, escrevia, em 2007, esta coisa extraordinária: “Todos instintivamente sabemos que responder SIM em 11 de Fevereiro é a solução mais humana, mais fraterna e mais justa.[1] … Nós que votamos SIM somos partidários da dignidade da Vida Humana … E, portanto, voto SIM e peço a todos que em 11 de Fevereiro façam o mesmo.”

Em 2009, assina, como membro da comissão promotora, uma inacreditável e inqualificável petição do “Movimento pela igualdade no acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo”.[2]

Esta estação emissora, e os seus proprietários, tem demonstrado, ao longo de aproximadamente uma década a esta parte, uma tendência maníaca irresistível para convidar abortófilos e outros espécimes moralmente vergonhosos, enfatuados de ideias infestas, perniciosas, sinistras e aberrantes, para pregações habituais aos seus microfones.

Esta sede insatisfazível de esbandalhar, deformar e apeçonhentar os seus ouvintes revela uma perversão insaciável cuja explicação é inexplicável porque tudo parece indicar que estamos diante do mistério da iniquidade, do fortíssimo poder sedutor do Maligno.

Nuno Serras Pereira

15. 01. 2011




[1] O sim refere-se à votação favorável à liberalização do aborto, cujo referendo ocorria nessa data.

[2] Ver o texto da petição e os nomes que constituíram a comissão promotora: http://www.petitiononline.com/mpi/ e http://casamentocivil.org/casamentocivil/igualdade.asp . Ver ainda a sua concepção estapafúrdia do Direito no final do seguinte texto: http://casamentocivil.org/casamentocivil/igualdade.asp