REDAÇÃO CENTRAL, 02 Jul. 11 / 04:31 pm (ACI)
O Patriarca de Lisboa (Portugal) Cardeal Jose Policarpo, não está a favor das ordenações femininas porém "não foi preciso ao falar do sacerdócio em uma recente entrevista" assinalou à agência ACI Prensa uma fonte do Episcopado português.
Falando apenas como referência, posto que o Cardeal Policarpo é a figura mais importante da Igreja em Portugal, uma fonte do Episcopado disse à ACI Prensa que as informações que assinalam o Patriarca de Lisboa como partidário da ordenação sacerdotal feminina "selecionaram deliberadamente passagens de uma entrevista que em si mesma foi pouco clara".
Segundo a fonte, o Cardeal, que em maio de 2011 foi eleito presidente da Conferencia Episcopal de Portugal aos 75 anos, "tentou explicar a doutrina católica sobre o sacerdócio a um meio secular, que não está familiarizado com o catolicismo. O resultado da entrevista foi pouco feliz, mas concluir que ele apoiou a ordenação feminina é um exagero e até mesmo uma distorção do ele que disse".
O Cardeal abordou o tema da ordenação sacerdotal em duas perguntas durante uma extensa entrevista concedida à edição de maio 2011 da revista da Ordem dos Advogados (OA) de Portugal (equivalente à OAB no Brasil ou a American Bar Association nos EUA).
As respostas do Cardeal foram textualmente as seguintes:
Pergunta: As mulheres não podem ocupar cargos de responsabilidade na Igreja Católica. Qual a sua perspectiva?
Cardeal Policarpo: A sua afirmação não é exata, olhe, desde S. Paulo… O problema que foi posto recentemente é o do sacerdócio ministerial. Tirando isso, houve períodos em que as mulheres foram absolutamente decisivas; basta pensar no papel dos mosteiros, onde tinham altíssimas responsabilidades.
O problema que se colocou foi acentuado pelo fato de igrejas não católicas terem ordenado mulheres para o sacerdócio ministerial, o que gerou, digamos assim, uma polêmica. A posição da Igreja Católica está muito baseada no Evangelho, não tem a autonomia que tem, por exemplo, um partido político ou um governo em geral. Tem a sua fidelidade ao Evangelho, à pessoa de Jesus e a uma tradição muito forte que nós recebemos dos Apóstolos.
E já no tempo de Jesus havia uma complementaridade muito bonita entre o papel da mulher e o papel do homem. Não foi por acaso que Jesus escolheu para apóstolos homens e deu às mulheres outro tipo de atenção... Acho que este é um falso problema.
Uma vez, estava numa comunidade de jovens aqui na Diocese e, quando chegamos ao diálogo, houve uma jovem que lançou a pergunta: por que as mulheres não podem ser padres? E eu resolvi arriscar. E disse: tens razão, mas os outros estudarem esse assunto é necessário saber se há candidatas… qual de vocês gostaria de seguir? Ficaram todas de cabeça para baixo.
Conheci e conheço mulheres responsáveis na Igreja que não querem o sacerdócio ministerial. Uma vez, num contexto de um encontro internacional sobre a nova evangelização, em Viena, foi lançada essa pergunta e eu disse que não há neste momento nenhum Papa que tenha poder para isso. Isso traria tensões, e só acontecerá se Deus quiser que aconteça e se estiver nos planos Dele acontecerá.
Uma vez perguntei (sobre o tema) a um sacerdote (evangélico) na Dinamarca, e ele foi muito curioso e disse-me que no setor da caridade estão lá todas, com sua ternura e dedicação; no que toca à presidência da missa dominical, ela esvaziou- se assim que começaram as mulheres a presidir. Não sei por quê.
O Santo Padre João Paulo II, a certa altura, pareceu dirimir a questão. Penso que a questão não se dirime assim; teologicamente não há nenhum obstáculo fundamental; há esta tradição, digamos assim… nunca foi de outra maneira.
Pergunta: Do ponto de vista teológico, não há nenhum obstáculo…
Cardeal Policarpo: Penso que não há nenhum obstáculo fundamental. É uma igualdade fundamental de todos os membros da Igreja. O problema põe-se noutra ótica, numa forte tradição, que vem de Jesus, e na facilidade com que outras igrejas reformadas foram para aí.
Isto não facilitou a solução do problema, se é que o problema tem solução. Com certeza não é para nossa vida, hoje então, no momento que estamos a viver, é um daqueles problemas que é melhor nem levantar… suscita uma série de reações.
O Patriarca de Lisboa (Portugal) Cardeal Jose Policarpo, não está a favor das ordenações femininas porém "não foi preciso ao falar do sacerdócio em uma recente entrevista" assinalou à agência ACI Prensa uma fonte do Episcopado português.
Falando apenas como referência, posto que o Cardeal Policarpo é a figura mais importante da Igreja em Portugal, uma fonte do Episcopado disse à ACI Prensa que as informações que assinalam o Patriarca de Lisboa como partidário da ordenação sacerdotal feminina "selecionaram deliberadamente passagens de uma entrevista que em si mesma foi pouco clara".
Segundo a fonte, o Cardeal, que em maio de 2011 foi eleito presidente da Conferencia Episcopal de Portugal aos 75 anos, "tentou explicar a doutrina católica sobre o sacerdócio a um meio secular, que não está familiarizado com o catolicismo. O resultado da entrevista foi pouco feliz, mas concluir que ele apoiou a ordenação feminina é um exagero e até mesmo uma distorção do ele que disse".
O Cardeal abordou o tema da ordenação sacerdotal em duas perguntas durante uma extensa entrevista concedida à edição de maio 2011 da revista da Ordem dos Advogados (OA) de Portugal (equivalente à OAB no Brasil ou a American Bar Association nos EUA).
As respostas do Cardeal foram textualmente as seguintes:
Pergunta: As mulheres não podem ocupar cargos de responsabilidade na Igreja Católica. Qual a sua perspectiva?
Cardeal Policarpo: A sua afirmação não é exata, olhe, desde S. Paulo… O problema que foi posto recentemente é o do sacerdócio ministerial. Tirando isso, houve períodos em que as mulheres foram absolutamente decisivas; basta pensar no papel dos mosteiros, onde tinham altíssimas responsabilidades.
O problema que se colocou foi acentuado pelo fato de igrejas não católicas terem ordenado mulheres para o sacerdócio ministerial, o que gerou, digamos assim, uma polêmica. A posição da Igreja Católica está muito baseada no Evangelho, não tem a autonomia que tem, por exemplo, um partido político ou um governo em geral. Tem a sua fidelidade ao Evangelho, à pessoa de Jesus e a uma tradição muito forte que nós recebemos dos Apóstolos.
E já no tempo de Jesus havia uma complementaridade muito bonita entre o papel da mulher e o papel do homem. Não foi por acaso que Jesus escolheu para apóstolos homens e deu às mulheres outro tipo de atenção... Acho que este é um falso problema.
Uma vez, estava numa comunidade de jovens aqui na Diocese e, quando chegamos ao diálogo, houve uma jovem que lançou a pergunta: por que as mulheres não podem ser padres? E eu resolvi arriscar. E disse: tens razão, mas os outros estudarem esse assunto é necessário saber se há candidatas… qual de vocês gostaria de seguir? Ficaram todas de cabeça para baixo.
Conheci e conheço mulheres responsáveis na Igreja que não querem o sacerdócio ministerial. Uma vez, num contexto de um encontro internacional sobre a nova evangelização, em Viena, foi lançada essa pergunta e eu disse que não há neste momento nenhum Papa que tenha poder para isso. Isso traria tensões, e só acontecerá se Deus quiser que aconteça e se estiver nos planos Dele acontecerá.
Uma vez perguntei (sobre o tema) a um sacerdote (evangélico) na Dinamarca, e ele foi muito curioso e disse-me que no setor da caridade estão lá todas, com sua ternura e dedicação; no que toca à presidência da missa dominical, ela esvaziou- se assim que começaram as mulheres a presidir. Não sei por quê.
O Santo Padre João Paulo II, a certa altura, pareceu dirimir a questão. Penso que a questão não se dirime assim; teologicamente não há nenhum obstáculo fundamental; há esta tradição, digamos assim… nunca foi de outra maneira.
Pergunta: Do ponto de vista teológico, não há nenhum obstáculo…
Cardeal Policarpo: Penso que não há nenhum obstáculo fundamental. É uma igualdade fundamental de todos os membros da Igreja. O problema põe-se noutra ótica, numa forte tradição, que vem de Jesus, e na facilidade com que outras igrejas reformadas foram para aí.
Isto não facilitou a solução do problema, se é que o problema tem solução. Com certeza não é para nossa vida, hoje então, no momento que estamos a viver, é um daqueles problemas que é melhor nem levantar… suscita uma série de reações.