O resultado das eleições de hoje demonstra à saciedade que o povo português escolheu lugubremente a morte. De facto, os partidos necrófilos conseguiram a maioria dos assentos no parlamento. A eutanásia, o suicídio assistido, o “casamento” entre gays e o abuso de menores através da “educação” sexual obrigatória, para dar alguns exemplos, tornar-se-ão realidades “legais” em Portugal. Uma nação que assim vota maioritariamente é constituída por um povo profundamente perverso e de coração duro.
A Hierarquia que tem a estrita obrigação de Evangelizar este povo, pelo contrário, lisonjeia-o e adula-o. Os Pastores que têm como missão, entre outras, confrontar as gentes com os seus pecados e despertá-las para a conversão passam-lhe a mão pelo pêlo calando cobardemente os seus vícios e fazendo pregações que a todos encantam e que não incomodam ninguém. Bem se tem queixado o Papa de que muitos Bispos se procuram a si e aos seus interesses em vez de velarem pelo bem integral daqueles que lhes foram confiados. A adulação que ao longo da história e da Tradição da Igreja sempre foi vista como um pecado grave é agora tida como máxima virtude e mesmo critério de discernimento na escolha de Pastores. Quanto maior a lisonja dos poderosos e do espírito do tempo, da mentalidade reinante, maior a honra e a fama dos Pastores que as procuram acima de tudo. Contente, mesmo muito contente, deve estar a Rádio Renascença com as ajudas contínuas, sistemáticas e preciosas que tem contribuído para dissolver a verdadeira identidade humana e cristã desta nação.
Querem que eu aceite a vontade “soberana do povo” expressa nesta votação? Não a aceito e repudio-a com veemência semelhante à rejeição pela vontade “soberana do povo” que condenou Cristo à morte. Querem que eu cumprimente a José Sócrates pela vitória eleitoral? Não o faço, antes o reconheço como representante daquela tirania sanguinária que já chacinou 40 mil crianças nascituras e que se prepara para aumentar o número de vítimas inocentes.
Este povo precisa de conversão e os Pastores têm que dizê-lo, sem medo e com clareza, em Fátima, nas Dioceses, nas Paróquias, nos meios de comunicação social, oportuna e inoportunamente. À honra de Cristo. Ámen.
Nuno Serras Pereira
27. 09. 2009