A parvalheira das propostas dos partidos que se reclamam de raiz personalista e cristã, e que se propõem a cativar o voto dos católicos, é absolutamente inacreditável. A não ser que não se trate de idiotia mas sim de malignidade sinistra. Tem sido assim nas questões relativas à vida humana, à família e à sexualidade.
A propósito do insensatamente denominado “casamento” entre pessoas do mesmo sexo a imbecilidade ou perversidade emerge de novo com surpreendente esperteza saloia. Querem eles, segundo os órgãos de comunicação social, contrapor à decisão do governo de “legalizar” o “casamento” entre sodomitas (aqueles que praticam actos sexuais com pessoas do mesmo sexo) a união civil dos ditos, como se não fora dar ao mesmo.
Uma vez que nos dias de hoje quem diz desassombradamente a verdade não tem pinga de credibilidade, ainda para mais se for católico – e com a agravante de ser Padre! (coisa horrorosa!!!!) -, socorrer-me-ei das supostas “vítimas”, os ideólogos sodomitas, que têm adquirido um estatuto e uma cobertura (mediática, entenda-se) incompreensíveis para qualquer mente sã. Como as suas palavras e reivindicações, nos tempos que correm, adquiriram o estatuto de Dogmas indiscutíveis e imperativos recolho-me à minha insignificância e concedo a palavra a John Corvino, membro do Independent Gay Forum, que após as derrotas sucessivas, para uma redefinição imediata do casamento, no ciclo eleitoral de 2004, nos USA, propõe que se aposte primeiro nas uniões civis: “ Uma legislação das uniões civis devidamente gizada poderá garantir TODAS as prerrogativas do casamento (apesar do nome diferente) … A nossa melhor estratégia (na maioria dos estados) para garantir as importantíssimas prerrogativas legais é lutar por elas em nome de “uniões civis”. A nossa melhor estratégia para assegurar a aprovação social (isto é, casamento sob o nome de “casamento”) consiste em garantir primeiro as prerrogativas legais. Então as pessoas olharão para as nossas uniões civis, perceberão que elas são virtualmente indistinguíveis dos casamentos, começarão a chamar-lhes casamentos, e gradualmente esquecerão as suas anteriores objecções. Foi isso que sucedeu na Escandinávia, e que está acontecendo em outros lugares da Europa.”[1]
Nuno Serras Pereira
[1] John Corvino, “Civil Discourse on Civil Unions”, Betwween the Lines, January 19, 2005, http://www.pridesource.com/article.html?article=10939