terça-feira, 13 de abril de 2010

O grande lorpa


O presidente Cavaco Silva que promulgou a liberalização do aborto, a experimentação letal em pessoas na sua etapa embrionária e a sua clonagem, a “lei” do divórcio e, provavelmente, promulgará a do pseudocasamento de pessoas do mesmo sexo, proclamou-se, aquando da sua visita à Santa Sé, católico praticante. Agora prepara-se, como o seu antecessor Mário Soares, para acompanhar o Papa continuamente nesta visita pastoral que sua Santidade fará a Portugal. A proximidade das eleições presidenciais, como é claro para todos, nada tem a ver com isso. O presidente, como se verifica pelo exercício do seu cargo, é um genuíno católico que contribuiu exemplarmente para o extermínio de várias dezenas de milhares de pessoas nascituras.

O médico Miguel Oliveira e Silva, como bom católico praticante, não se limitou a cooperar formalmente como o homicídio/aborto. Sendo ainda mais praticante de que o presidente ele próprio afirmou orgulhosamente na televisão que fazia abortamentos. Esta gloriosa obra de misericórdia valeu-lhe o reconhecimento de um Bispo que se prestou a apresentar um livro em que o cirurgião arremetia ferozmente contra a doutrina anquilosada e decrépita que foi confiada à Igreja.

Maria de Belém, com o seu sorriso mavioso contribuiu com uma determinação verdadeiramente evangélica para todos os bondosos crimes e esplêndidas perversidades que o catolicíssimo presidente promulgou. O mesmo se passa com o católico militante e muito empenhado na nova evangelização Pedro Silva Pereira

Marcelo Rebelo de Sousa, embora ainda não tenha superado a influência magisterial de que Mário Soares goza junto de grande parte do Episcopado, é reconhecidamente, pelos seus méritos em apoiar o pseudocasamento de pessoas do mesmo sexo e advogar a contracepção, inclusive a abortiva, e o homicídio/aborto cirúrgico, nas circunstâncias previstas na “lei” 6/84, o mais indicado pregador para seminaristas, Sacerdotes e talvez mesmo para Bispos.

Estes são alguns dos mais eminentes católicos praticantes venerados e incensados pela clerezia e prelazia em Portugal e, por arrasto, da multidão dos fiéis.

Ontem, porém, ficámos a saber, pela revista do jornal Público, que existem outros grupos igualmente praticantes muito acarinhados por alguns Sacerdotes. Este admirável conjunto de fiéis não vê nenhuma incompatibilidade entre as suas práticas sodomitas “estáveis” (para usar o termo deles; dantes dizia-se obstinadas) e a Comunhão Eucarística. Afinal foi Deus que os fez e quis assim. Somente a intolerância maquiavélica dessa megera milenária que é a Igreja, que, ao longo de dois mil anos, a única coisa que fez foi perverter os desígnios de Jesus Cristo é que lhes exige mudança de vida e arrependimento para poderem Comungar com o Seu Senhor.

Felizmente que há Padres compreensivos que os acolhem incondicionalmente, com o conhecimento, segundo a reportagem, do Senhor Cardeal Patriarca. Esperemos que o acolhimento Eucarístico incondicional seja para todos: ladrões profissionais, chulos convictos, proxenetas fervorosos, pederastas predadores, pedófilos obcecados, adúlteros contumazes, torturadores pertinazes, antropófagos gulosos, terroristas fanáticos, etc. Pois se Deus os fez e os quis assim, quem somos nós para contrariar a Sua vontade. Pecado só é aquilo para que não se é tentado. A tentação, o impulso, o desejo para determinada prática é um indicativo claríssimo de que ela é boa!, óptima!. Excelente!!!

Essas tretas de chamar ao arrependimento e à conversão, está completamente ultrapassado!, não tem pés nem cabeça!

O grande lorpa, está-se a ver, sou eu que, por mais que me esforce, não consigo alcançar a clarividência de muitos Pastores, que assistem a tudo isto com grande complacência.


Nuno Serras Pereira

12. 04. 2010