segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Assassinar para prolongar a vida


Tem existido ao longo dos anos uma complacência incompreensível do episcopado português com aquele bando de maçónicos mentirosos e sanguinários que tem governado o país, praticamente, nos últimos quinze anos. As explicações para este aparente compadrio, desde as tolas às suspeitosas ou mesmo conspirativas, surgem inesperadas muitas vezes sem uma origem definida. Assim no tempo de Guterres, por exemplo, dizia-se que este tinha o Patriarca “açaimado” por que lhe tinha resolvido a grande embrulhada da TVI. Mais recentemente fala-se de Bispos que se venderiam pela construção de uma Igreja, ou de membros do episcopado que pertenceriam à maçonaria ou que, pelo menos, seriam filo-maçónicos. Há poucos dias, um membro do clero religioso garantia-me que em reuniões onde estivera presente ouvira dos próprios Bispos a resolução de manterem um baixo-perfil nas questões relativas ao aborto, à procriação artificial, à deseducação sexual obrigatória nas escolas, ao pseudo-casamento entre homossexuais e demais valores inegociáveis de modo a evitarem uma nova questão religiosa. A ser verdade isto significaria que o episcopado teria negociado os valores e princípios inegociáveis para alcançar uma paz religiosa que, como está à vista de todos, é de uma podridão contagiosa e pestífera. Talvez nunca nos venha a ser possível confirmar se de facto foi assim, mas a verdade é que o cenário se afigura plausível e concorde com as tremendas omissões, tibiezas, indiferenças e mesmo cumplicidades, que se verificaram ao longo destes anos e que, infelizmente, têm permanecido.

Alguém ouviu alguma palavra, por exemplo, da parte dos Senhores Bispos a propósito da legislação iníqua sobre a “mudança de sexo”?

Hoje o Público[1] anuncia que em Portugal se vai passar a extrair o coração de pessoas vivas (na expressão deles: antes da morte cerebral) com o propósito de os transplantar para doentes cardíacos. A “lógica” tenebrosa desta sanha sanguinária é a seguinte: como vão morrer podem-se matar; ou melhor, como vão morrer devem-se matar. Mengele, o médico experimentador dos campos de concentração nazi, não diria melhor.

Mas que admira isto num país onde já se liberalizou o aborto e se prepara para liberalizar a eutanásia, com um primeiro-ministro que em nome da crise se recusa a cortar os subsídios estatais para matar crianças nascituras mas resolutamente os elimina nos abonos de família, nas pensões, nos medicamentos para doentes crónicos e idosos, etc. A lógica demoníaca é sempre a mesma: mentira e morte. Jesus avisou-nos há dois mil anos: o diabo é mentiroso e homicida (desde o princípio). Quem é escravo dele também o é igualmente. À honra de Cristo. Ámen


Nuno Serras Pereira

04. 10. 2010