Hoje, numa entrevista ao semanário SOL, o Senhor D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, diz o seguinte: “Ao olhar para o passado do PR (Cavaco Silva), vejo que desempenhou a sua missão dentro daquilo que a Constituição lhe permite e também numa linha de defesa dos valores e interesses de todos”. Ora esta afirmação é objectivamente falsa. De facto, ao promulgar “leis” injustas como a que admite a procriação artificial, o congelamento e experimentação letal em pessoas humanas na sua etapa embrionária, a clonagem das mesmas; a que liberaliza o aborto até às 10 semanas; a que “legaliza” o pseudo-casamento entre pessoas do mesmo sexo e a que retira aos pais o direito de educarem os seus filhos expondo-os obrigatoriamente a uma deformação sexual perversa nas escolas o presidente atacou os valores, designadamente os não negociáveis, e cooperou formalmente na agressão sanguinária às mais vulneráveis, indefesas e inocentes pessoas nascituras através dos mais de cinquenta mil abortos, feitos ao abrigo dessa “lei” e também da incontável multidão de pessoas embrionárias chacinadas em laboratórios terroristas e, ainda, através da dissolução da família fundada no matrimónio indissolúvel entre um homem e uma mulher e do arrebatamento aos pais do direito a educarem os seus filhos.
Acresce que o presidente podia ter recorrido ao poder de veto, podia dissolver a assembleia da república – uma vez que o regular funcionamento das instituições estava em causa em virtude do ataque prometaico aos mais elementares e fundamentais direitos humanos, podia ter renunciado ao cargo. Importa ainda sublinhar que a constituição não pode, de modo algum, substituir-se à consciência, ao direito natural e aos Direitos de Deus.
Ao expressar-se deste modo, o Senhor Presidente da Conferência Episcopal confirma nos seus gravíssimos pecados o “católico” (ele diz-se católico praticante!), induz os fiéis em erro, bem como as demais pessoas que lerem a entrevista. Por outras palavras, provoca um grave escândalo com consequências nefastíssimas na salvação das consciências.
Claro que pode dar-se o caso de o jornal não ter entendido e portanto não ser fiel ao que o Senhor Arcebispo realmente disse. Mas se assim for é necessário um desmentido rápido e formal.
Nuno Serras Pereira
12. 11. 2010