quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tempo de coversações para não se abster

As circunstâncias actuais parecem ser propícias para se alcançarem algumas vitórias em favor dos princípios e valores inegociáveis. No entanto, será impossível, para já, conseguir que qualquer partido político com possibilidade real de vencer nos represente na inteireza daquilo que é justo, concorde com a lei moral natural e com os direitos fundamentais e inalienáveis de cada pessoa humana em todas as fases da sua existência, desde a concepção até à morte natural. Por isso importa fazer tudo para limitar o mal existente no que se refere à vida, à família, à liberdade religiosa, à liberdade de aprender e de ensinar. Daí que os movimentos da sociedade civil, os movimentos e comunidades eclesiais, e os pequenos partidos políticos se unam para exigir a um ou mais partidos existentes, do “arco governativo” (se é que esta “adição” existe), caso ganhe as eleições ou, pelo menos, tenha uma votação suficiente para poder influenciar decisivamente as deliberações legislativas e executivas, o compromisso solene de tomar medidas concretas que limitem substancialmente o mal existente: aborto, pseudo-casamento entre sujeitos do mesmo sexo, divórcio expresso/sem culpa, ensino estatizante, estorvamento da sociedade civil e das iniciativas culturais e sociais públicas da Igreja e demais comunidades eclesiais.

Nas conversações a haver terá de ficar muito claro, preto no branco, que se as propostas forem aceites se comprometerão a uma mobilização em favor do partido que se comprometa solenemente a levá-las à prática e que, no caso contrário, se empenharão, com todas as veras, no apelo ao voto em branco ou à abstenção.

Os pequenos partidos poderão coligar-se com esse partido/s com possibilidades reais de influir ou então, concorrendo embora às eleições para fazer passar a sua mensagem, deverão depois desistir em favor desse partido/s do “arco governativo”.

O óptimo pode ser um inimigo do bom. Por isso, quando não é possível alcançar o bem maior será imperativo procurar o bem possível.


Nuno Serras Pereira

05. 02. 2011