Sou católico apostólico romano. Activamente. E tenho respeito e consideração por D. José Policarpo. Mas fiquei estupefacto com a afirmação, surpreendente, injusta e perigosa.
Surpreendente, vinda de quem bem sabe sopesar as palavras para exprimir fielmente o seu estruturado pensamento.
Injusta, tratando como igual o que é diferente. Na coisa pública, como no trabalho, na empresa, até na Igreja, há bons e maus exemplos. Reconheço que o maior escrutínio exercido sobre os políticos se justifica, pois actuam em nome e com os recursos do povo. Mas, se há quem tenha enriquecido através da política, há também quem tenha empobrecido. Se há quem seja pouco sério, há também quem se dedique com probidade absoluta. Se há quem trafique poderes, há também quem actue virtuosamente com a integralidade do carácter.
Perigosa, porque estas generalizações abusivas alimentam o imaginário popular de que "os políticos são todos iguais": corruptos, arrivistas, mandriões ou incompetentes.