domingo, 23 de setembro de 2012

A Visita de sua Santidade o Papa, ao Líbano - João J. Brandão Ferreira



    Sem ter o impacto mediático das visitas de João Paulo II, nem lograr a empatia pessoal que emanava do anterior Pontífice, as viagens de Bento XVI não deixam de ter uma densidade pastoral e teológica profunda e mensagens políticas e sociais diplomaticamente expressas, sem deixarem de ser assertivas.

    A organização e discrição das viagens não podem, também, deixar de merecer elogios.

    Na linha do “não tenhais medo”, Benedito XVI tem feito visitas corajosas e esta última, ao Líbano, há pouco terminada, inclui-se, seguramente, nestas últimas.

    Sua Santidade dá, deste modo, exemplo a políticos, diplomatas, generais e a todos aqueles que têm responsabilidades cívicas e sociais.

    Mais uma vez condenou os fundamentalismos religiosos que, a manterem-se, deitarão por terra qualquer esperança de paz.

    É neste âmbito que queremos lembrar, que a tolerância religiosa (como a política, social ou qualquer outra), para além de necessitar de reciprocidade não deve, outrossim, pôr em perigo a legitima defesa da dignidade e da vida humana.

    Ora é neste particular que têm sido ultrapassadas várias fronteiras do admissível relativamente às comunidades cristãs, dentro e fora da Europa.

    Não se deve continuar a assistir à perseguição, discriminação, quando não ao assassinato e, até, genocídio de cristãos, desde a Nigéria à Indonésia, passando pelos Coptas do Egipto, as diferentes comunidades cristãs do Médio Oriente, etc.

    Estes conflitos estão, felizmente, reduzidos entre todas as religiões à excepção da Religião Islâmica – e dos estados que assim se assumem - que mantêm conflitos com todas as outras.

     A excepção para este estado de coisas é o regime Chinês que, por razões mais de ideologia (e poder), do que de religião, discrimina cristãos e, sobretudo, os tibetanos e o seu líder espiritual, o Dalai Lama, mantendo um conflito latente com a Santa Sé.

    Parece que os governos de países de matriz cristã preocupam-se com os direitos de tudo o que mexe, à excepção dos cristãos enquanto tal. A maioria do próprio clero aparenta estar adormecido relativamente a tudo o que se passa.

    Dentro da Europa as coisas vão de mal a pior e arriscam-se a acabar em convulsões sociais gravíssimas e num banho de sangue.

    De facto a demografia dos europeus de “jus soli” diminui a olhos vistos, enquanto que, a demografia islâmica aumenta exponencialmente com a emigração e as gerações seguintes de “jus sanguini”.

    Ora acontece que estas comunidades, na sua grande maioria, não só não se integram nas sociedades para onde vão viver como, algo surrealistacamente, questionam as leis vigentes e querem impôr os usos e costumes dos seus países de origem.

    Os países europeus, com predomínio dos ocidentais, numa visão claramente distorcida e irrealista dos “Direitos Humanos” e da “Democracia” têm fechado os olhos a esta avalanche de eventos, de tal modo que muitos países já dificilmente controlam o que se passa nas suas sociedades. 

    Esta atitude tem derivado de uma posição ideológica conotada de “esquerda liberal”, adepta do “multiculturalismo” – quando o Islão é arreigadamente “monocultural” – e defendida por uma pluralidade de “istas” e “ismos”, cujo máximo divisor comum tem sido o pôr em causa e a relativização, da Moral, da Ética, dos Princípios e dos Valores cristãos tradicionais!

   Isto tem minado a sociedade.

   Insiste-se, todavia, na ingenuidade, na falta de entendimento da natureza humana e no desconhecimento da História das relações entre povos e estados, o que nos tem causado inúmeros sofrimentos e, no caso vertente, nos pode colocar, novamente, à beira de vagões que nos levem para um outro qualquer “campo de Auschwitz”.

    Ora a matemática é, neste âmbito uma arma de análise infalível e basta a um aluno médio, com a 4ª classe feita antes de 1974, fazer contas para perceber – mesmo com um desvio padrão muito estreito – que dentro de poucos anos (cerca de 2050) existirá uma maioria de população muçulmana e islamizada, em grande parte dos países europeus, o que será, também, acompanhado de uma previsível degradação das condições de vida para todos.

    Não é preciso ser adivinho para se intuir estarmos perante uma “bomba nuclear” política e social que pode explodir a qualquer momento e que, caso não seja despoletada, irá colocar-nos, a breve trecho, numa situação de “ou eles ou nós”.

    Seria bom que estivesse enganado, mas alerto desde já que não parece nada que esteja e, já agora, que nada disto pode ser testado em nenhum laboratório de ciências sociais.

    Por tudo isto, seria avisado impôr medidas restritivas, não só de emigração, como de acesso à nacionalidade – para a qual seria indispensável a obrigatoriedade de dois anos de serviço militar; ponderar direitos sociais (sobretudo face aos deveres); fazer cumprir as leis e expulsar de imediato quem se portasse mal.

    Além disto tem que se exigir reciprocidade de tratamento nos países de origem dos emigrantes e fazer controlo efectivo de fronteiras.

    Estamos a falar de medidas que têm em conta o bom senso e a justiça; isto para prevenir o uso de medidas que passem a ter com a nossa sobrevivência.

    E o Papa ser vítima de um atentado e morrer, não é nenhum cenário de ficção científica.

16/9/12