A Imaculada Conceição, Senhora
Nossa, Sempre Virgem Mãe de Deus humanado, é a Padroeira dos USA. Em razão da
conjuntura difícil por que passa essa nação, resolveu a Igreja Católica fazer
uma novena à Imaculada, pela vida e pela liberdade religiosa, com celebração
Eucarística, adoração do Senhor, verdadeira, real e substancialmente presente
no Santíssimo Sacramento e recitação do Rosário.
Todos saberemos que a Imaculada é
não só a Padroeira de Portugal mas também sua Rainha. D. João IV coroou-a em
Vila Viçosa e desde então nenhum rei português foi coroado em sinal de Amor,
Comunhão e Obediência à Mãe do Céu.
Um excelente amigo que vive nos
USA ficou muito entusiasmado, tendo aliás participado na celebração Eucarística
presidida pelo Arcebispo William Lori, com esta
mobilização da Igreja e aventou o projecto de realizarmos algo semelhante aqui
em Portugal. Adiantou ainda que eu poderia escrever um texto sobre o assunto
com o intento de acender os corações nesta obra de Amor e Misericórdia. Logo
lhe respondi, que embora achasse esplêndida a iniciativa, eu não redigiria nada
uma vez que sempre que lanço propostas nos meus artigos elas são ignoradas e
desprezadas; dando, a alguns, a impressão de que elas, ou algumas delas, não são
acolhidas precisamente por virem de mim. Fazê-lo seria pois condená-la à morte
prematura, “abortá-la”. Entretanto, considerei que dado que a concepção não era
minha mas de outrem, limitando-me eu a ser o mensageiro talvez tivesse uma sorte
diversa do que tem saído desta cachimónia. Começou então a consciência a
ladrar, como um pregador vigilante, e eu arreceado de que ela se tornasse mais
feroz e me viesse a morder sentei-me ao computador, e eis-me a escrevinhar
estes desabafos.
Alguns cuidarão,
com alguma razão, que existe uma diferença entre o que Obama quer, a saber,
obrigar os seguros de saúde de católicos e instituições religiosas a pagarem a
contracepção, a esterilização e o aborto químico, e aquilo que sucede em
Portugal, a saber, um pagamento de impostos difuso, indirecto, mais distante
que financia a contracepção, a esterilização, o aborto químico e cirúrgico, e
os subsídios, negados a qualquer mãe grávida que tenha dificuldades económicas e
queira levar a gravidez a seu termo, pagos às mães que condenaram à morte os
seus filhos. Mas é evidente que aquilo a que estamos forçados, no nosso país, por
um estado totalitário, embora de um modo mais subtil, constitui uma tremenda
violência à consciência de todas as pessoas de boa vontade e, em particular,
aos católicos que o são de facto, e não só de nome ou de conveniência ou de astúcia,
e um grave atropelo à liberdade cristã e religiosa.
A Imaculada, como sabemos,
celebra-se a 8 de Dezembro. Se alguns grupos de oração, movimentos eclesiais,
paróquias, etc., quiserem rezar a novena são libérrimos de o fazer. Poderão ou
não entender-se entre si para algo em conjunto a nível nacional e o que mais o
Espírito Santo sugerir. Ninguém precisa de autorização para rezar nem para
salvar vidas ou combater pelos direitos humanos. Tem não só o direito mas o
dever de o fazer.
Em primeiro lugar está Deus e por
isso Lhe deve ser dada primazia absoluta, como nos ensina o Pai-nosso. Daqui
que a oração deva começar pela adoração, o louvor e a acção de graças – a celebração
da Eucaristia e a adoração do Santíssimo Sacramento são pois o primeiro passo a
dar. Considerando Aquele que nos criou e deu a vida por nós na Cruz e
confundidos com tanto Amor tão mal correspondido da nossa parte e dos
portugueses em geral somos levados a, como dizia, o pastorinho Francisco,
consolar Jesus, e Sua Mãe, cujos corações estão muito ofendidos. Essa dor do
Filho, e n’ Ele do Pai e do Espírito Santo, e da Sua e nossa Mãe empuxa-nos num
ímpeto de amor a Consagrarmos-nos inteiramente ao Sagrado Coração (Amor) de Jesus
através da entrega total ao Coração (Amor) Imaculado de Maria para que vivendo
n’ Eles e d’ Eles, como Eles, nos dediquemos pela oração de súplica, de
intercessão, à conversão e salvação dos pecadores.
17. 10. 2012