domingo, 18 de julho de 2010

Bélgica, Fátima, arcos e Milagres


Antes de começar o artigo propriamente dito devo advertir solenemente todo e qualquer leitor que desprevenido encontre este ou outros textos da minha autoria vadiando pela Inter-rede de que sou tresloucado. Qualquer pessoa que me conhece não tem qualquer dúvida sobre isso. Por isso que me lêem com aquela espécie de comprazimento de quem se sente superior e se ri gozosamente com os dislates e trapalhadas que vou escrevinhando. Ainda há poucos dias um grande amigo – há gente assim, com um coração de samaritano tamanho capaz de esmolar a sua amizade a trastes como eu -, me enviava uma mensagem de correio-e dando-me o endereço electrónico de sua sogra (ele dá-se optimamente com a sogra!, e ainda dizem que não há milagres…) instando comigo para lhe mandasse os meus artigos. Ora eu já conhecia a Senhora, já tinha tido, inclusive, um jantar estupendo em sua casa, no qual tivemos a oportunidade de conversar longamente e, no entanto, nunca me fez tal pedido. Enquanto me interrogava mentalmente donde viria então este novo interesse deparei com a razão dele nas linhas seguintes. Escreveu o meu amigo que toda a agente com quem ela se encontrava, quando acontecia falar-se de mim, lhe diziam que eu era louco. Esta fama não constitui para mim, nem para os meus leitores habituais, qualquer novidade. E confesso, com a simplicidade própria do idiota, que tenho não só a fama como o proveito. Mas uma vez que disfarço bem, quando estive em sua casa, evitei gatinhar pelo chão, dar urros tremendos, subir pelas paredes e fazer o pino no tecto; contive os esgares, não disse palavras feias, não espumei da boca, nem esperneei freneticamente; não ladrei, não grunhi, não guinchei, nem zurrei. De modo que esta boa amiga enganou-se com o meu sossego e considerou-me, porventura, sensato! Julgo que alguns meses depois leu um livro que a impressionou vivamente sobre os Santos loucos. Sabendo da minha doudice quererá, naturalmente, indagar da minha santidade – se é varrido de todo pode ser que seja um dos tais Santos, terá, imagino eu, reflexionado na sua imensa bondade. Eu não ouso contrariá-la porque bem sei que dos duros penedos obstinados, como eu, pode Deus na Sua Omnipotência fazer filhos de Abraão; e com as orações de pessoas tão boas como ela bem pode vir a suceder esse prodígio.

Feita a introdução queiram fazer o favor de se mandar ler, conscientes de que o texto não passa de um delírio de um alucinado, os temas que hoje abordo.

1. Desde, pelo menos, do ano 2000 tenho vindo a alertar no Infovitae para as tentativas da criação de um Tribunal Internacional que venha a julgar e condenar o Papa como um criminoso e um genocida de mulheres em virtude da oposição da Igreja ao aborto provocado, à homossexualidade[1], à ideologia do género e outras perversidades quejandas. Tudo isso está vastamente documentado, como sabem todos aqueles que se deram ao pacientíssimo trabalho de ler, ao longo destes mais de dez anos, o boletim electrónico Infovitae e os documentos e livros para onde remetia.

Atentemos ao que se passou e ao que se quer levar a cabo:

Durante décadas e décadas a Igreja Católica foi infiltrada por marxistas (leninistas e estalinistas), pela maçonaria, por alguns movimentos feministas e por homossexuais activos, não poucos militantes da ideologia “gay” e da do género. Uma das consequências desse ardil vil e traiçoeiro é-nos hoje patente nos casos de abusos de menores por parte de alguns sacerdotes e a correspondente leviandade, quando não, em raríssimos casos, cumplicidade por parte de alguns bispos e até cardeais.

A ideia, claro está, era mudar a Igreja por dentro, corrompendo-a na sua Fé e nos seus costumes ou moral, de tal maneira que ela deixasse de ser o que é, uma edificação Divina cuja missão é converter o mundo comunicando-lhe Jesus Cristo, para passar a conformar-se com o pecado e a abençoá-lo.

Não contavam porém com a firmeza do Papado que foi e continua a ser uma referência religiosa e moral a nível internacional. O rochedo que é Pedro - constituído tal por Jesus Cristo, fundamento perpétuo e invisível da Igreja - nos seus sucessores resiste às investidas e insídias do Maligno: as portas do inferno não prevalecerão.

Tendo, em grande parte, falhado o seu intento engendraram, nos seus conciliábulos asquerosos, uma estratégia de culpabilização geral da Igreja, perseguindo-a judicialmente e mediaticamente[2]. Este objectivo, ou agenda, tem sido prosseguido implacavelmente, como vimos recentemente no modo de como a “justiça” Belga destratou a Conferência Episcopal e o Núncio Apostólico. Ali se ensaiou o que se pretende continuar e intensificar nos demais países ocidentais.

Enquanto a Igreja e o Papa são enxovalhados em público, assiste-se a uma promoção global idolátrica, sem precedentes no mundo contemporâneo, de um político, Obama, com o objectivo claro de transformá-lo na nova referência “moral” a nível mundial. O Santo Padre denegrido, vilipendiado, escarnecido, injuriado; o representante do anti-Cristo lisonjeado, louvado, aplaudido, exaltado! Os povos são persuadidos a repudiar aquele que fala em nome de Outro, do Deus vivo, cuja missão é a obediência a essa Razão e a esse Amor - que são o próprio Deus - origem e destino da Criação, para acatar cegamente o poder divinizado que inexoravelmente os dizimará sugando-lhes a alma e destroçando-lhes o corpo.

O Cardeal Danneels foi dura e longamente interrogado por suspeita de não ter prestado o auxílio e protecção devidos a pessoas vulneráveis, os menores vítimas de abusos. O que a ser verdade é obviamente muito grave. Mas os ministros da educação e da saúde, por exemplo, da Bélgica não padecem os mesmos interrogatórios e devassas pelos abusos sexuais de menores perpetrados por professores e médicos, que são mais numerosos, mesmo percentualmente, do que os realizados por membros do clero. Por outro lado, se esse Cardeal ou qualquer outro prelado quisessem cumprir com a justiça procurando dissuadir e evitar que crianças nascituras fossem desmembradas e decapitadas, socorrendo desse modo os mais vulneráveis e desprotegidos, seriam impedidos pelas forças policiais de o fazerem e correriam o risco de serem lançados nas masmorras do estado, como acontece frequentemente a sacerdotes e leigos nos EUA.

2. a) Dia 13 de Maio de 2010 em Fátima. Um grupo de Cristãos, que de Lisboa tinha peregrinado a pé até ao Santuário, esperava de rosário (esse meio precioso de contemplar os mistérios da vida de Jesus Cristo) na mão o Santo Padre. Era perto da Igreja nova onde o Papa iria ter um encontro com os Fiéis. Nisto passa um Senhor Bispo conhecido que os fez alegrar-se e saudar com muita reverência e simpatia. Reparando que os terços do rosário eram formados por contas em forma de lágrimas, contendo cada uma a figura de um bebé nascituro, o Senhor Bispo atirou: isso não é para aqui!

Grande parte daquele grupo de peregrinos está diariamente à porta do abortadouro dos Arcos, em Lisboa, salvando a vida a crianças nascituras e, consequentemente, evitando crimes, pecados, e sofrimentos futuros àquelas mães grávidas. Têm, ali, aguentado os frios, os ventos e as chuvas Invernosas bem como os calores abrasadores dos Verões escaldantes. Têm sido escarnecidos, escorraçados e insultados. À raiva e ao ódio respondem com amor, às maldições com bênçãos, às agressões com orações. Estão no calvário a pé firme como Maria e João há dois mil anos, enquanto os sucessores dos apóstolos, como eles naquele tempo, não põem lá os pés, têm medo e arranjam mil desculpas para fugir. Já que os imitam no pecado de deserção rezemos para que os sigamos também no arrependimento e na conversão.

A fortaleza, a perseverança, o amor que sustenta estes peregrinos são a oração, a meditação da Palavra de Deus, a Eucaristia, a Confissão, os Rosários e tudo isto aprenderam nas peregrinações a Fátima. Inscreveram-se na escola de Nossa Senhora, deixando-se educar por Ela, como outrora o Menino Jesus, para receberam o Espírito Santo, Seu dela Esposo, e assim porem em prática o Seu mandato: “Fazei tudo o que o Ele (Meu Filho) vos disser.”

É um milagre, talvez particularmente misterioso, Fátima suscitar uma comunidade assim que faz da sua vida uma entrega total e radical pela Vida. Porque se é verdade que por um lado não há nada mais natural, sobrenaturalmente falando, que num Santuário onde se venera a Mãe d’ Aquele que é a própria Vida, e Se adora, juntamente com Ela, esse Deus feito homem, morto numa Cruz e Ressuscitado, que é o Evangelho da Vida, as pessoas dali saiam vivificadas e prontas a respeitar, servir, amar e promover a vida de cada pessoa humana, em todas as fases da sua existência desde a concepção até à morte natural; também não é menos verdade que, ordinariamente falando, Deus quer servir-Se da Sua Igreja – pregação, doutrina, catecumenato, etc., como preparação para a recepção das Graças que Lhe apraz conceder.

O Papa João Paulo II escreveu a Encíclica O Evangelho da vida precisamente no propósito de cumprir essa sua missão de transmitir a Verdade que liberta e abre as pessoas ainda mais à Graça de Deus (a doutrina, a Verdade e a abertura são já Graças). Nela, onde se manifesta uma muito particular preocupação com os atentados à vida nascente, ou nascitura, e à morrente, através do aborto, mesmo embrionário (nos laboratórios), e da eutanásia, se afirma textualmente que o Evangelho de Jesus Cristo e o Evangelho da Vida são um único e mesmo Evangelho. Pois apesar disso, comparativamente, a doutrina desta Encíclica é sistematicamente omitida, às vezes mesmo censurada, com honrosas excepções, principalmente no que diz respeito à vida humana nascente, no Santuário da Vida que é Fátima! Contam-se pelos dedos as intervenções neste sentido, que são, maioritariamente, dos Papas e de cardeais estrangeiros. A vergonha (lembram-se daquela passagem do Evangelho em que Cristo fala daqueles que se envergonham d’ Ele?) é tão grande que chegou ao ponto de se proibir a distribuição, dentro do Santuário, da oração da pagela de Nossa Senhora do Ó, apesar de saberem que tinha sido informalmente aprovada pelo então Cardeal Ratzinger e formalmente aprovada pelo Senhor D. António dos Reis Rodrigues, Deus lhe fale na alma.

Não espanta pois que por vezes se dê com “peregrinos” que vão pedir “à Nossa Senhora” que lhes corra bem a matança do filho que vão abortar. Nem que se tenha escutado com tanta frequência outros “peregrinos” aquando das campanhas do aborto a recusarem-se a assinar petições referentes à defesa da vida por serem a favor da legalização/liberalização do mesmo.

Não cuidem que o Episcopado português ignorava estas coisas pois tudo lhes foi devidamente comunicado. Mas como nos dias que correm encolhe os ombros perante as mais de cinquenta mil crianças atrozmente assassinadas ao abrigo da liberalização, então bocejava perante a inquietação e o desassossego dos “católicos fundamentalistas”. Com tanto pré-aviso ao longo de tantos anos há aí alguém que tenha alguma dúvida que se a Igreja quisesse o aborto nunca tinha sido liberalizado em Portugal? Se há, pode não ser louco como eu, mas é supinamente estúpido, sem ofensa, claro está.

Podem atribuir, como convém a muitos, a um temperamento cruelmente acusador o facto de eu escrever que existe um “encolher de ombros” dos hierarcas em relação à mortandade organizada de mais de cinquenta mil crianças nascituras (creio que nem a Máfia chega a tanto extremo de malignidade). Mas responda-me quem souber ou puder: se no nosso país morressem em três anos, por acidente e não assassinadas, cinquenta mil crianças em desastres de viação, ou em envenenamentos por salmonelas em refeições escolares, ou por afogamento nas praias, qual seria a reacção dos Prelados na Igreja? Eu, por mim, não tenho dúvidas: Notas Pastorais, entrevistas inflamadas, pregações constantes, horas de reportagens e noticiários na Rádio Renascença, etc., etc. A propósito, hoje depois do meio-dia, num programa, desta estação emissora, de que felizmente desconheço o nome, perorava-se sobre a criminalidade de adolescentes e sobre a sua institucionalização e punição. Pois um dos palestradores que dava conselhos e se insurgia contra a criminalidade, a grande maioria da qual era de furtos, era um economista, João Ferreira do Amaral, que faz parte do painel de comentadores habituais. Este senhor aquando da campanha do referendo do aborto era já convidado desta esta rádio “católica” para defender aos seus microfones a liberalização desse crime que a Encíclica O Evangelho da vida considera o mais grave de todos os que se podem cometer contra a vida humana – não resta pois dúvida alguma que é altamente qualificado para moralizar sobre a criminalidade juvenil. Recorde-se, entretanto, que a Rádio Renascença é propriedade do Patriarcado de Lisboa e da Conferência Episcopal, que deste e outros semelhantes modos tem mostrado o seu empenho esforçado pela defesa da vida e a preocupação solícita para com as pessoas nascituras e suas mães grávidas.

b) Jesus Cristo, Redentor universal, que nos tem dado tantas Graças através da Sua e Nossa Mãe em Fátima, terá querido, por estes dias, mostrar a Sua tristeza e descontentamento com a pastoral do Evangelho da vida naquele Seu Santuário onde se venera Sua Mãe.

Esta suspeita bendita decorre do facto de no dia 15 deste mês, terceiro aniversário da regulamentação da “lei” injusta e iníqua que liberalizou o aborto, duas mães grávidas de Fátima virem a Lisboa, à “clínica” abortadora dos arcos, para assassinarem seus filhos. Aquelas peregrinas que no Santuário tinham levado o raspanete episcopal, acima referido, foram quem lhes valeu. O amor, as razões e a Fé com que as abordaram fizeram com que tomassem consciência do horror que estavam para praticar. Movidas ao arrependimento desistiram do seu intento. Regressaram felizes, com seus filhos no seio e continuam a ser acompanhadas e amparadas por aquelas megeras que salvam crianças de uma morte certa e suas mães de uma dor e sofrimento para a vida inteira. À honra de Cristo. Ámen.


Nuno Serras Pereira

18. 07. 2010



[1] Este termo é uma cretinice sem sentido, até do ponto de vista gramatical. É lastimável, mas creio que não durará muito, que o Magistério pastoral da Igreja recorra a ele em alguns documentos. Também o faço aqui para que nos entendamos sem ter que estar a alongar o texto.

[2] Com isto não se pretende desculpabilizar a gravidade dos pecados e crimes cometidos por alguns membros do clero. Mas é claríssimo que não se têm as mesmas atitudes para com classes profissionais ou religiosas onde o problema da pedofilia e do abuso de menores é muito mais extenso do que na Igreja Católica.

sábado, 17 de julho de 2010

Ex-Lesbian Janet Boynes Tells Moving Story of Conversion


By Matthew Cullinan Hoffman

July 16, 2010 (
LifeSiteNews.com) - Former lesbian Janet Boynes says that her homosexuality began as it does for many women: as a response to sexual and psychological abuse she suffered as a child.

She was raised by one of her mother's boyfriends, an alcoholic who abused her mother, who in turn showed Boynes little affection. At 12 she was molested by a relative, then an altar boy at her church. She began to suffer an aversion to men, and found that her own sex was more appealing. She also began using drugs.

"I was starting to become more attracted to women," Boynes told CBN in a recent interview. "So many men had hurt me that these women, I thought, were a lot more like me."

Her pain was covered over by a false masculinity that made her into a school bully, she says, and already in school people began to ask her if she was a lesbian - an idea she avoided until her 20s, when her loneliness led her to her first sexual encounter with a woman.

Although she had had a conversion to Christianity, Boynes says her lesbian experience led her to reject her faith and to enter into the homosexual lifestyle, with all of its turbulence and pain. She moved from one relationship to the next, became a cocaine addict, and developed bulimia, she says.

"My life was miserable. It was starting to go literally down the tubes," says Boynes. "But I was refusing to come back to God."

However, her life began to change when she was invited to a local church that she had often seen on her way to work.

"And me, not thinking in my right mind, I said, 'sure, I'll go.' and I came in with these sweat pants on, looking grubby, not knowing what to expect," Boynes told CBN. "I'm in a room with nine other women, just beautiful women, feminine, and I thought, 'what have I gotten myself into?' so, I'm sitting there with my head down, feeling so ashamed, thinking these women are cruel, they're going to chew me up and spit me out."

"Everyone introduced themselves, and when they got to me, they asked me my name, and I said, 'my name is Janet.' and I said, 'I'm living a homosexual life. But if you help me, I will live my life for the Lord.'"

Boynes says she was shown compassion and understanding, and given support by the church's members in her struggle to free herself from her addictive lifestyle. Eventually, a couple offered to take her into their home, where she lived for a year and received the love she had never experienced as a child. She abandoned lesbianism permanently, and recovered her heterosexual identity.

"I want everybody else that's living the homosexual life who didn't have a great mother or who didn't have a great father to experience that God is a father to the fatherless or motherless," says Boynes. "That what he's done for me, he will do for them also."

Eleven years later, Boynes runs a ministry that offers help to those seeking to escape from the homosexual lifestyle. She also recently testified before the Minnesota Senate's Judiciary Committee against the creation of homosexual "marriage."

Noting that she and one of her lesbian partners wanted to "marry" and adopt children, she told the committee: "I'm so thankful that we did not go through with the plan and perpetuate another dysfunctional family. Children need one mother, and one father."

She also noted that "by legalizing homosexual marriage you are supporting and encouraging behavior that scientific evidence shows makes people sick, often incurable and fatal. I saw this borne out in the lives of many of my friends while I was living a lesbian lifestyle."

Related LifeSiteNews coverage:

Former Lesbian: I Craved Emotional Balance of Hetero Relationship

http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/jul/10070804.html


From Lesbian Atheist to Stay-at-Home Mother of Six: Quebec Journalist Tells Her Story

http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/may/10052001.html


sexta-feira, 16 de julho de 2010

"A Sede Apostólica Romana não pode ser julgada por ninguém"

por Roberto de Mattei

"Prima sedes a nemine iudicatur", "A Sede Apostólica Romana não pode ser julgada por ninguém", estabelece o cânone 1404 do Código de Direito Canónico actualmente em vigor.

As origens deste axioma sobre a impossibilidade de julgar o Papa são antigas e gloriosas. Formulado por São Gregório VII, na Dictatus Papae (1075), contra o cesaro-papismo alemão, ele foi proclamado por Bonifácio VIII na bula Unam Sanctam (1302), contra o galicanismo de Filipe o Belo, e definido pelo Concílio Vaticano I (1870), contra o laicismo liberal. É desta afirmação de princípio que tem de partir uma reacção contra as agressões do relativismo contemporâneo que não queira ser tímida nem pretensiosa. Não temos de nos esforçar por demonstrar que o Papa está "inocente" das ignóbeis acusações de cumplicidade com os crimes de pedofilia; temos de salientar, antes de mais, que o Papa não pode ser julgado por ninguém e repelir com indignação toda e qualquer tentativa de levar a Igreja a tribunal. Referimo-nos à Igreja e não a bispos ou a sacerdotes individualmente considerados; a Igreja enquanto tal não pode ser responsabilizada por crimes eventualmente cometidos por homens da Igreja, porque é uma sociedade jurídica perfeita, impassível, por natureza, de ser julgada. E contudo, é precisamente este o ponto do ataque em curso.

O que está a passar-se deve levar-nos a reflectir. A 24 de Junho, enquanto a conferência episcopal belga se encontrava reunida em Bruxelas, trinta polícias munidos de uma ordem judicial irromperam pela sede do episcopado adentro e mantiveram presos, durante nove horas, os bispos presentes. Nesse mesmo dia, armados de martelos pneumáticos, os polícias desceram à cripta da Catedral de São Romualdo, em Malines, e profanaram os túmulos dos Cardeais Jozef-Ernest Van Roey e Léon-Joseph Suenens, arcebispos de Malines-Bruxelas, em busca de improváveis "documentos". Além disto, sequestraram os 475 dossiers sobre pedofilia que estavam a ser analisados por uma comissão independente nomeada pela Cúria e, alguns dias mais tarde, revistaram a casa do Cardeal Godfried Danneels, primaz da Igreja belga entre 1979 e 2009, que foi sujeito a um interrogatório de dez horas nas instalações da polícia. É absolutamente claro que, a pretexto de uma investigação sobre casos de pedofilia, aquilo que se pretendia era julgar e desacreditar mediaticamente, não este ou aquele prelado, mas toda a Igreja belga.

Desde os tempos da Guerra Civil de Espanha (1936-1939) que não acontecia nada assim na Europa. Mas o que se passou, poucos dias depois, nos Estados Unidos, é ainda mais preocupante: a 29 de Junho, o Supremo Tribunal retirou a imunidade jurídica à Igreja americana, admitindo que as autoridades do Vaticano possam ser imputadas num processo do Oregon, por abusos sexuais cometidos por um religioso. A Igreja foi assim privada da sua dimensão jurídica supranacional e reduzida a uma associação meramente privada, cujos superiores respondem de forma solidária pelos crimes dos seus dependentes. Teoricamente, este tribunal podia, portanto, confirmar que o processo em causa era imputável ao Papa Bento XVI, ao Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, e ao núncio apostólico nos Estados Unidos, o Arcebispo Pietro Sambi. Entretanto, e nas vésperas da viagem de Bento XVI a Inglaterra, alguns militantes ateus apresentaram solicitação idêntica à magistratura daquele país.

Sobre este ponto, impõem-se algumas considerações. Nos anos do Concílio, houve quem dissesse que a Igreja devia abandonar o tom firme com que se expressava, deixar de ter posições intransigentes e procurar o diálogo com o mundo moderno, um mundo que não lhe era nem hostil nem estranho, e do confronto com o qual a Igreja sairia enriquecida. A vanguarda desta nova "pastoral" estava sedeada na Europa Central e tinha como campeão o Cardeal Leo-Joseph Suenens, o primaz da Bélgica, o homem que, em 1968, dirigiu a resistência à Humanae Vitae de Paulo VI; ora, observamos que, nos dias de hoje, a Bélgica – o país mais secularizado da Europa – nem pelo túmulo do cardeal tem respeito.

Os católicos mudaram de atitude relativamente ao mundo, praticando um falso diálogo, mas nem por isso o processo de descristianização foi suspenso. O mundo não se deixou "permear" pela influência da Igreja, antes se organizou contra ela. É impossível negar a existência de uma estratégia anti-cristã coerente e sistemática, que chega ao ponto de pretender retirar os crucifixos de todos os locais públicos!

A 28 de Junho, Bento XVI anunciou a criação de um Conselho Pontifício para a Nova Evangelização dos países europeus que já receberam a fé cristã. As nações "apóstatas" não se pronunciaram, certamente porque a matilha mediática terá visto nesta posição uma declaração de guerra, como sugere Jean Madiran (Présent, 3 de Julho de 2010). Mas já a 24 de Março de 2007 o mesmo Bento XVI tinha usado o termo "apostasia" para referir o recuo que se verifica na Europa dos nossos dias, da fé cristã a um tribalismo dissolvente, em que nada resta dos princípios e das instituições que tornaram grande o nosso continente. Quando os Estados impõem aos seus povos a educação sexual obrigatória, o "casamento" homossexual, o aborto, a eutanásia e a destruição de embriões, mancham-se de apostasia, porque invertem a ordem natural e cristã que lhes foi comunicada pelos primeiros evangelizadores. E tal acontece por respeito a um plano muito específico, promovido pelas centrais anti-cristãs.

Na batalha em curso, a Igreja não dispõe de uma força política, económica ou mediática com que se oponha ao mundo. A única arma de que a Igreja dispõe é a da verdade religiosa e moral de que é a guardiã. Com efeito, e como dizia Pio XII, a Igreja "é uma potência religiosa e moral, cujas competências se estendem a todos os campos religiosos e morais que, por sua vez, abarcam as actividades livres e responsáveis do homem, considerado em si mesmo e na sociedade" (Discurso de 12 de Maio de 1953). A Igreja reivindica, pois, o direito de julgar os homens e a sociedade à luz da lei divina e natural de que é guardiã, mas não pode ser julgada por nenhuma autoridade humana, dado que não há na terra autoridade que lhe seja moral ou juridicamente superior. Definir a verdade e condenar o erro são componentes da sua missão, uma missão que postula a liberdade e a independência do poder civil. No curso da sua história, a Igreja sempre combateu em defesa da própria liberdade, contra as prevaricações dos poderosos. "Ao confiar a sua grei a Pedro, o Senhor não teve a intenção de abrir uma excepção para o rei", observava São Gregório VIII, reivindicando o princípio da suprema e universal jurisdição do Pontífice sobre todos os homens, sem excepção do rei, reafirmado na 19ª proposição da Dictatus Papae.

Num discurso proferido a 29 de Junho, o Papa reivindicou, como São Gregório, a libertas ecclesiae, observando que "se pensarmos nos dois milénios da história da Igreja, observamos que – como tinha anunciado o Senhor Jesus (cf. Mt 10, 16-33) – nunca os cristãos deixaram de sofrer provações que, em alguns períodos e locais, assumiram o carácter de verdadeiras perseguições. Mas estas perseguições, mau grado os sofrimentos que provocam, não constituem o perigo mais grave para a Igreja; com efeito, os maiores danos são os que provêm daqueles que corrompem a fé e a vida cristã dos seus membros e das suas comunidades, atacando a integridade do Corpo Místico, debilitando a sua capacidade de profecia e de testemunho, embaciando a beleza do seu rosto". Existe contudo "uma garantia de liberdade dada por Deus à Igreja, uma liberdade dos laços materiais que tentam impedir-lhe ou coarctar-lhe a missão, mas também dos males espirituais e morais passíveis de a prejudicar na sua autenticidade e credibilidade" (Osservatore Romano, 30 de Junho de 2010).

O que significa que é no interior da Igreja que se têm de procurar os recursos para o seu renascimento. Bento XVI parece estar profundamente convencido disto mesmo. Tal como aconteceu no século XI, a Igreja tem hoje necessidade de uma grande reforma espiritual. Mas, à semelhante da reforma que teve lugar no tempo de Ildebrando de Sovana e de Pedro Damião, também a reforma dos nossos dias tem de ter como fulcro a consciência do primado religioso e moral do Romano Pontífice sobre todas as criaturas.

Vaticano lanza web sobre respuesta de la Iglesia Católica a abusos sexuales


VATICANO, 16 Jul. 10 / 11:25 am (ACI)

La Santa Sede lanzó el sitio web http://www.resources.va , sobre la respuesta de la Iglesia a los abusos sexuales que contiene, entre otras cosas, las "intervenciones de los papas Benedicto XVI y Juan Pablo II sobre este tema".

El sitio web cuenta con las modificaciones introducidas en las nuevas "Normas sobre los delitos más graves" (Normae de gravioribus delictis), así como cartas pastorales, una Guía para comprender los procedimientos fundamentales de la Congregación para la Doctrina de la Fe cuando se trata de las acusaciones de abusos sexuales, entre otros materiales.

Asimismo, el sitio web ofrece un "Glosario de términos" (en inglés) sobre este tema y todo el material en diferentes idiomas (español, italiano, francés, portugués, alemán e inglés).

Para consultar el contenido del sitio web ingrese a: http://www.resources.va


Nova Evangelização - à portuguesa


(Há textos que para se perceber o seu sentido têm de ser lidos na sua totalidade. Creio que este será porventura um deles.)

1. Sabereis que quando o Papa João Paulo II, esse Santo, convocou à nova Evangelização foi mal compreendido por muitos. Rosnavam estes que o Evangelho era eterno e que falar de um novo Evangelho era uma heresia. E, nisto, tinham claro toda a razão. A verdade, porém, é que o Santo Padre nunca falou de um novo Evangelho, antes sublinhou que o Evangelho de sempre deve continuamente encontrar quem o anuncie com um novo ardor, com novos métodos, enfim, com aqueles instrumentos acidentais, que não essenciais, que as circunstâncias deste tempo aconselham. A novidade, aliás, não exclui necessariamente o antigo, por vezes até o recupera, embora inserindo-o num novo contexto. A arte, por exemplo, quer nas suas expressões mais sublimes, quer quando exprime a simplicidade de um povo que genuinamente vive a sua Fé e a tem inculturada no dia-a-dia, como que ultrapassa as fronteiras da temporalidade. A sua verdade perdura e continua a comunicar-se-nos nos dias de hoje. Por isso, não obstante, se dever estar sempre aberto à criatividade, que, se autêntica, é dom gratuito do Criador, e às novas expressões da Beleza eterna, que é Deus, não só se pode como é aconselhável repropor o antigo. Aliás, este é fonte perene de novidade, uma vez que não há futuro sem memória.

2. Vai para uns 30 anos que o Rafael Salinas Calado, Deus lhe fale na alma, que conheci num “cursilho de cristandade”, muito meu amigo, com quem tinha grandes conversas pelas ruas e cervejarias do bairro de Alvalade, me levou a ver o museu dos azulejos, de que era director. Com um grande entusiasmo, que eu na altura não compreendi[1], me falou do azulejo, da sua beleza, do seu valor, da sua preciosidade e até da sua portugalidade; outrossim desabafou com muita tristeza sobre as dificuldades, a incompreensão, a destruição de grande parte deste vasto património abandonado, roubado, escaqueirado.

É verdade que da parte de meus pais sempre recebi incentivos a apreciar a beleza de tantos azulejos em Igrejas e santuários. São daquelas coisas que ficam mas depois se vão desvanecendo com o tempo até que a pessoa descobre por si própria, com uma nitidez de gigapixéis[2], o que tantas vezes tinha olhado sem ver realmente. Antes tinha-me entusiasmado, e com muita razão, pelos frescos e pinturas que vi por grande parte da Itália, na minha vida de frade. Era o deslumbramento não só com a beleza genial e inspirada, mas com a lindeza do diferente, do nunca visto.

Depois, já ordenado Sacerdote, fui descobrindo, em Portugal, uma multidão de Capelas e Igrejas nos Baptizados e Casamentos que celebrava (o casamento é a união indissolúvel, exclusiva e aberta à vida, entre um homem e mulher) muitas delas azulejadas que eram de uma formosura indescritível. Muitos desses painéis que admirei são verdadeiros catecumenatos visuais. São Evangelho que nos entra pelos olhos dentro e penetra até ao âmago da unidade entre o corpo e a alma.

3. Com estas novidades, nem todas elas são boas senão que algumas são péssimas, de querer desenraizar a Europa do cristianismo e da sua cultura que se tem manifestado, entre muitas outras coisas na abolição do Crucificado e de outros símbolos religiosos do espaço público fui deparando com uma diminuição drástica dos registos nas casas portuguesas. Chamo registos àqueles painéis de azulejos figurando Jesus Cristo, Nossa Senhora, os Santos e outras figuras religiosas que era costume colocar no exterior de cada habitação. Uns deslumbravam pelo seu esplendor, outros comoviam pela sua ingenuidade, aqueles pareciam-nos pirosos no seu gosto, mas gritavam a Fé.

Estes registos, benzidos, eram por um lado uma protecção do Céu (por exemplo, em Lisboa encontram-se muitos de S. Marçal, Bispo, para proteger dos incêndios) por outro, uma ocasião de oração para quem passava que a ver a imagem sagrada elevava o pensamento a Deus, pedindo a intercessão da Virgem Maria, ou do santo representado. A câmara de Cascais em grandes painéis representa S. Pedro e S. Paulo, os quatros Evangelistas, Santo António, S. João de Brito, S. Marçal, S. Sebastião e S. Jerónimo. Não sei se a intenção era implorar a protecção da cidade. Mas sei que vale a pena ir a Cascais só para ver esse edifício e para se recolher em oração diante dessas imagens que nos remetem para a Santidade de Deus presente naqueles que ali são representados e que agora gozam da bem-aventurança eterna. Contemplando-os nessas “fotografias” azulejadas, queremos saber quem foram, o que fizeram, o que pregaram, escreveram e ensinaram. E tudo isso nos atira para os Evangelhos, para Jesus Cristo, o único Salvador e Redentor, quer das pessoas, quer dos povos e das nações.

Este deserto do Sobrenatural em que as nossas cidades se estão a tornar pode e deve ser contrariado.

Não quero de modo nenhum fomentar uma cruzada. Mas quero com todas as veras suscitar uma azulejada!, de motivos religiosos, como é claro. A nova Evangelização, à portuguesa, isto é, devidamente inculturada, passa pela azulejada. Querem expulsar Deus do espaço público? Enchamos as nossas moradias e prédios de registos de azulejos, maiores ou menores, consoante a circunstância e as possibilidades. Tornaremos as nossas cidades mais belas e mais cristãs.

Importa agora uma pausa neste assunto para a ele voltar mais adiante.

4. Foi-me concedida a Graça de poder percorrer durante vários anos muitas Igrejas e Santuários em Itália. Vamos ao exemplo de Assis (Mas podiam ser os museus do Vaticano). Nesta cidade onde S. Francisco nasceu e viveu não se pode usar flash nem tripé para tirar fotografias nas Igrejas magnificamente pintadas ou esculpidas (embora muitos não respeitem a proibição). Mas qualquer turista ou peregrino que o queira, encontra, adjacentes aos lugares de culto, lojas com reproduções, notáveis pela sua qualidade e pela sua dimensão, que pode comprar e levar para sua casa, para a Paróquia ou para oferecer aos familiares e amigos.

Pelo contrário, aqui em Portugal é um desastre. Vamos nós, por exemplo, ao museu dos azulejos (neste pelo que me informaram não existe um arquivo fotográfico nacional dos azulejos de Portugal!), ao palácio de Queluz, a o convento de Mafra. Contemplamos encantados as maravilhas que ali estão. Queremos levar uma recordação. Os livros que existem não têm a maioria dos quadros ou imagens esculpidas que queremos; as poucas que têm são minúsculas ou de reprodução fraca. Postais, são raros e manhosos. Posters, não há. O que abundam são funcionários zelosos que quando fotografamos, mesmo sem tripé nem flash, parece que contam as fotografias para nos advertir que precisamos de uma autorização superior. Enfim, um desassossego. Claro que nestas condições só mesmo com uma câmara de topo se consegue alguma coisa de jeito, com resolução suficiente para poder reproduzir e oferecer.

Esta gente da cultura ou do estado é como os cães que não comem nem deixam comer (quando antigamente o cão se deitava na manjedoura cheia de palha, não a comia por não ser alimento próprio de caninos, mas também, rosnando e ladrando, que o jumento ou a vaca se nutrissem).

5. Recordo-me de na minha meninice e adolescência acompanhar os meus irmãos mais velhos, em especial o Gonçalo, na descoberta da fotografia. Foi em Abrantes que pela primeira vez assisti extasiado à revelação de fotografias na loja a que habitualmente recorríamos para comprar material fotográfico e revelar os rolos.

Mais tarde, em Lisboa, entusiasmei-me pela arte, embora, nem por sombras, como a de um amigo que é hoje um conceituado fotógrafo. Passei então algumas férias fotografando, experimentando ângulos, aberturas, velocidades e revelando, a preto e branco – uma vez ia ficando debaixo de um comboio rápido na Parede…

6. Depois a vida tornou-se vertiginosa e sucederam tantas coisas, algumas das quais já tenho partilhado convosco, que não obstante conservar o gosto pela fotografia não a praticava. Porém de há una anos a esta parte tenho vindo a fotografar esporadicamente quer confrades, quer familiares, quer motivos religiosos. Há alguns meses, no entanto, caiu-me do Céu, desígnios da Providência Divina, uma câmara boa, de alta resolução. Entendi, pois, que tina obrigação de a aproveitar na azulejada e missões similares. De modo que, antes que desapareçam, disparando sobre os registos que encontro, nos lugares por onde passo. Muitas vezes as condições não são as ideais mas a fotografia cá fica para memória futura. Recordando-me de algumas, ainda poucas, Igrejas e museus conhecidos em Lisboa ou à sua beira, “passo-os a pente fino”. De modo que o meu computador está atafulhado de imagens sagradas, de azulejadas. Entretanto verifiquei duas coisas. Apesar de a máquina ser boa, não é suficiente para grandes painéis que se queiram reproduzir nem tem a definição bastante para fotografar com nitidez quadros ou imagens em locais de ténue iluminação, como Igrejas e museus, sem flash – ficam com imenso ruído. Em Cascais, por exemplo, no parque Marechal Carmona, há dois larguíssimos e lindíssimos painéis de azulejos antigos, ambos referentes à Imaculada Conceição da Virgem Maria. No primeiro, vê-se o Beato Duns Escoto, franciscano, defendendo essa Verdade de Fé numa assembleia de grandes teólogos contraditando a mesma. A um canto painel está S. Francisco de Assis, ajoelhado, rezando a uma Imagem de Nossa Senhora. O outro ilustra “o triunfo da Imaculada”. Vai a Virgem, Senhora Nossa, num coche, com São Boaventura e S. Ivo, guiado por Duns Escoto, acompanhada de Anjos e precedida por muitos outros Santos e sábios franciscanos – Alexandre de Halles, as Santas Isabel de Hungria e de Portugal, S. Luís, rei de França, etc., etc. Estes preciosos painéis terão cada um entre 8 a 10 metros, suponho eu. Com a máquina de que vos falei alcancei tirar fotografias que imprimidas com o tamanho de dois a três metros os conseguem reproduzir com definição. Com uma câmara melhor, que tenho em vista, assim Deus o queira, seria possível reproduzi-los no tamanho original.

Provavelmente muitos dos leitores não saberão mas nos dias de hoje pode-se imprimir fotografia em praticamente todo o material – vinil, pedra, azulejo, etc. O que significa que se alguém quiser colocar numa sua propriedade painéis idênticos àqueles só tem de pagar uns azulejos em branco, muito baratuchos, e a impressão. O que lhe sairá “infinitamente” mais barato do que pedir às cerâmicas (por exemplo, viúva Lamego ou Isabel Garcia) que produzam uma cópia pintada à mão.

6. Se, quem me lê, experimentar ir, por exemplo, à Igreja de Palmela vê-se, do chão até ao tecto rodeado de azul (do Céu!) de Nosso Senhor, dos Santos e das virtudes. Repara particularmente num pormenor que gostaria de ver estampado em azulejo, no interior ou no exterior de sua casa, pede-me a fotografia, envio-lha por correio electrónico, e só tem de mandar imprimir. É fácil, é barato (o azulejo e a impressão, nada mais) e dá devoção.

Claro que pode acontecer que tenha conhecimento de um painel o qual esteja de tal modo degradado que não fique bem tal e qual. Aí será de toda a conveniência tratar com uma cerâmica, mostrar-lhes a fotografia, se é que a não têm na sua base de dados e pedir uma “cópia restaurada”.

7. No que puder servir estou ao dispor, porque isto é também um bom meio de Evangelização. Isto foi percebido pelo governo da nossa Província portuguesa franciscana que para comemorar os 800 anos da fundação da Ordem pediu ao arquitecto João Sousa Araújo um grande e outro enorme painel de azulejos, magníficos, para o Convento da Imaculada Conceição da Luz.

“Recebestes de graça, dai de graça”.

Nuno Serras Pereira

16. 07. 2010



[1] Não que eu fosse insensível à questão. Uns 7 ou 8 anos antes, frequentando o antigo 7 ano no colégio Manuel Bernardes, indignava-me o estado a que tinha deixado chegar muitos a “quinta dos azulejos” onde espairecíamos, no intervalo das aulas. Recordo-me de falar com o então director, o Sr. Louro, sobre a gravidade do assunto.

[2] É verdade, já há máquinas fotográficas cuja resolução não se mede em megapixéis, mas sim em giga! Tanto quanto sei, não se encontram no mercado português.

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