A católica, assim ela se definiu a si mesma, Catalina Pestana na coluna que escreve semanalmente no periódico Sol insurgiu-se, no sábado ante-passado, contra a Nota da Conferência Episcopal por esta se opor ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Como é que uma pessoa que contradita explicitamente Verdades Reveladas, e a própria razão, se considera católica é algo que ultrapassa as minhas capacidades de entendimento. Que depois desta posição pública se apresente à Sagrada Comunhão e esta não lhe seja negada só poderá ser “explicável” tendo em conta o mistério da iniquidade.
Catalina Pestana não se limitou, porém, a sovar o Magistério da Igreja senão que fairmou conhecer Bispos que concordam com a sua posição. Não adiantou nomes, limitou-se a levantar a suspeição. É certo que podemos não acreditar na sua asserção, dando-a como sujeita a alucinações. Se assim fora, todo o seu testemunho em relação às vítimas da Casa Pia, ficaria seriamente descredibilizado. Mas podemos também fiar-nos do que ela diz e ser levados a concluir que, como já aconteceu na história da Igreja, existem Bispos em Portugal que hipocritamente recorrem à dissimulação enquanto combatem e minam a Igreja por dentro. Já tivemos não poucos indícios disso, nestes últimos anos, relacionados com vários temas fracturantes, como hoje se costuma dizer, que foram surgindo.
Aliás o problema não é só português. A carta que o Papa Bento XVI escreveu aos Bispos de todo o mundo, e que hoje foi dada a conhecer, é um exemplo eloquente, num linguajar forte mas diplomático, disso mesmo. É muito importante que num momento como este cerremos fileiras em torno do sucessor de S. Pedro, rezando mais assiduamente por ele, manifestando-lhe a nossa comunhão e obediência, combatendo o seu combate.
Nuno Serras Pereira12. 03. 2009