quarta-feira, 11 de março de 2009

Tribunal Constitucional ao serviço da Inviolabilidade da Morte


O tribunal constitucional (tc) que deveria velar pelo cumprimento da nossa constituição, que afirma a inviolabilidade da vida (humana), deu, segundo noticia a agência Lusa, mais uma vez, e de um modo totalmente abominoso, o seu alto contributo para a perpetuação e consolidação da inviolabilidade da morte cometida sobre uma classe de pessoas humanas totalmente inocentes e indefesas. A institucionalização do crime organizado dá cobertura legal ao homicídio em massa, através da indecorosamente chamada procriação médica assistida (pma), torna o estado cúmplice no genocídio, e mesmo carrasco, coage e força os contribuintes a pagarem a matança, e, como se não bastara, faz-se garante da protecção policial e judicial dos verdugos, perseguindo, julgando e condenando todos aqueles que tentarem por algum meio moralmente lícito, como por exemplo recusando-se ao pagamento de parte dos impostos ou fazendo cerco às “clínicas” para estorvar o seu funcionamento, proteger essa multidão de pessoas concretas, únicas e irrepetíveis, que se encontram na fase inicial da sua existência. Garante, pois, que ninguém viole o massacre discricionário e ilimitado que alguns se dispõem a realizar, como já acontece também com a liberalização do aborto.

Já há dias pudemos ver a terrível fotografia de Goebbels, refiro-me àquela que percorreu o mundo inteiro, com um Obama, rodeado de gente respeitável manifestando efusivamente a sua alegria e contentamento aplausível, enquanto assinava a tremenda sentença de morte para muitas centenas de milhares de pessoas, se não mesmo milhões, produzidas com o objectivo crudelíssimo de as retalhar. Cientistas eminentes não vêm sequer utilidade nenhuma para o avanço da medicina curativa, mas afirmam convictamente que a única explicação para essa decisão é a quantidade imane de lucros que se obterão enquanto não for evidente para todos a sua inutilidade.

O meu grande e estimadíssimo amigo João César das Neves é de opinião, se o interpreto bem, que os Bispos portugueses se arreceiam de proclamar algumas verdades em virtude das consequências nefastas que isso poderia acarretar para os pobres de que cuidam, uma vez que o governo poderia cortar economicamente as parcerias, patrocínios, subsídios, etc, às instituições que os auxiliam. Eu confesso humildemente que não abundo no seu parecer. Ou, se quisermos, que se a razão é essa ela me parece uma grande sem-razão. Seja como for, os nossos Bispos têm, então, agora mais uma oportunidade para se pronunciarem em defesa daqueles que o Papa Bento XVI, na sua Mensagem para o dia da Paz, ensinou serem os mais pobres de todos, os concebidos não nascidos.

Nuno Serras Pereira

11. 03. 2009