Rui Corrêa de Oliveira
10. 03. 2009
Este tempo de Quaresma é bem o «tempo favorável»
para regressar às fontes, ao primeiro início,
ao instante onde tudo começou.
Não tanto ao dia em que nasci,
mas ao dia em que renasci, nascendo para Cristo,
o dia do meu Baptismo.
Essa graça primeira e definitiva que me tornou filho de Deus Pai,
irmão de Cristo e morada do Espírito Santo
e que colocou no meu coração esse desejo de Deus
de querer fazê-lo meu, sendo todo d' Ele.
Esta graça não anula a minha liberdade, antes a reclama e a provoca,
como uma pergunta a ser respondida em cada dia:
«que fiz eu do meu Baptismo»?
Às vezes parece que o que sobra desse dia
é pouco mais do que uma velha fotografia.
Mas em boa verdade, o que aconteceu
foi o maior milagre de toda a minha história: Deus estava em mim!
vindo para ficar, para me possuir
na totalidade daquilo que era e sou,
desde esse dia e para sempre.
É na morte e ressurreição de Cristo que posso reencontrar
os critérios para aferir os meus gestos e a minha adesão,
as minhas recusas e hesitações:
uma vida entregue, uma vida abraçada, um perdão completo.
É assim que quero viver esta Quaresma, diante de Cristo na Cruz,
car a Cara, olhos nos Olhos, sem fugas nem disfarces,
para que a Páscoa me encontre de novo decidido
a cumprir a vocação de santidade que o Baptismo semeou no meu coração.