O jornal i traz hoje uma entrevista com o Dr. Paulo Rangel[1], cabeça de lista do partido social-democrata (psd) às eleições europeias. Nela depois de se dizer católico praticante logo proclama o seu dissídio da Verdade anunciada pela Igreja no que diz respeito à Ordenação das mulheres, ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, à indissolubilidade do matrimónio, à moral sexual em geral, e em particular no que se refere à contracepção, confessando-se, neste caso, um activista radical contra as posições da Igreja.
Estas tomadas de posição, largamente publicitadas pelos mais diversos meios de comunicação social, constituem um escândalo, na verdadeira acepção deste termo, a saber, constituem uma pedra de tropeço, uma ocasião de queda, de pecado. Importa, por isso, que o Bispo da Diocese a que pertence publique uma Nota ou comunicado que esclareça os fiéis e os confirme na Verdade. Claro que o Senhor Bispo deverá também corresponder-se ou conversar privadamente com o político em causa para o reconduzir à Verdade, fazendo-o compreender que se colocou num posição em que não está em plena comunhão com a Igreja. E uma vez que no dizer do então Cardeal Ratzinger, no seguimento de Santo Agostinho, Cristo já não se pode pensar sozinho, é sempre Ele e a Sua Igreja, o Cristo total, seria uma incoerência profanadora e sacrílega receber a Sagrada Comunhão, enquanto mantiver essas divergências com a Verdade anunciada pela Igreja.
Se não deve receber a Sagrada Comunhão, então nenhum Ministro da Eucaristia lha pode dar, caso ele se aproxime para a receber, sem ter alterado a sua posição, isto é, sem que tenha acolhido plenamente a Doutrina da Igreja. O sacerdote ou o diácono, num caso destes, não responde perante o Bispo, nem sequer o Papa, mas sim perante Deus, Supremo Juiz.
Nuno Serras Pereira