Joaquim Mexia Alves
«Quem dizes tu que Eu sou?»,
perguntas-me Tu Senhor,
com os Teus olhos fixos nos meus
com esse Teu jeito de amor.
Eu olho-Te então também
e receoso da resposta,
pouco forte e convicta,
respondo-Te muito baixinho:
«Tu és o Filho de Deus,
o meu Deus e meu Senhor.»
Mas Tu olhas-me outra vez,
e com redobrado amor,
perguntas-me novamente:
«Mas quem foi que to revelou?
Foi Meu Pai que está no Céu,
ou foi o teu coração,
que procura a Verdade?»
E eu pequenino respondo-Te,
a voz como num fio,
não fosses Tu ouvir-me:
«Ó Senhor,
eu sou tão fraco!
Como querias Tu meu Senhor
que eu sozinho pudesse,
saber assim toda a Verdade?
Que Tu és o Filho de Deus,
o Messias enviado,
o meu Deus e meu Senhor
que na Cruz crucificado,
se entregou por mim,
por todos nós,
só por simples e puro amor.»
Abre-se o Teu sorriso,
aliás nunca fechado,
e é um sol,
uma luz resplandecente,
que me atinge em todo o ser.
Aclara-se-me então a voz,
torna-se mais forte a fé,
perco o medo o temor,
e grito mais alto que o mundo,
por cima da criação,
com esta voz que Tu enches:
«Jesus Cristo é o Senhor,
o Filho de Deus vivo,
nascido e feito Homem,
em tudo igual a nós,
excepto no pecado.
Que se entregou por amor,
numa Cruz crucificado,
trespassado o coração,
pela maldade dos homens.
E que tendo sido morto
por fim foi sepultado,
para ressuscitar glorioso,
vencida que foi a morte,
vencido que foi o pecado.
Mas que ficou entre nós,
na humildade do Pão,
para ser alimento e vida,
dos que buscam salvação.»
E nada nem ninguém,
mesmo culto e inteligente,
pode negar e mudar,
esta verdade tão simples,
que nos fala ao coração,
por Ele em todos criado:
«Jesus Cristo é o Senhor,
o Filho de Deus vivo,
Palavra de eternidade
que nos conduz ao amor
e encerra toda a Verdade.»
Monte Real, 19 de Outubro de 2009