1. Parte da comunicação social anunciou um evento em Braga: “À escuta da Palavra: Congresso internacional sobre o Presbítero”. O jornal o Correio da Manhã[1] de hoje relata que Marcelo Rebelo de Sousa foi convidado para pregar (a expressão pregar é minha) a 300 (trezentos) Padres. Sempre segundo este periódico Marcelo teria dito, entre outras coisas, que nada tem contra a Ordenação Sacerdotal de mulheres embora não considere esta questão fundamental. O professor Rebelo de Sousa contradiz assim directa e explicitamente o Papa João Paulo II que na Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis (22 de Maio de 1994), declara com a Autoridade que Jesus Cristo lhe conferiu: “Embora a doutrina sobre a ordenação sacerdotal que deve reservar-se somente aos homens, se mantenha na Tradição constante e universal da Igreja e seja firmemente ensinada pelo Magistério nos documentos mais recentes, todavia actualmente em diversos lugares continua-se a retê-la como discutível, ou atribui-se um valor meramente disciplinar à decisão da Igreja de não admitir as mulheres à ordenação sacerdotal.
Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cfr Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja.”[2]
Como, apesar de uma afirmação tão clara, alguns espíritos levantassem ainda dúvidas a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (28 de Outubro de 1995) na “Resposta sobre a doutrina da Carta Apostólica “Ordinatio Sacerdotalis” ”[3], assevera categoricamente: “Esta doutrina exige um assentimento definitivo, posto que, baseada na Palavra de Deus escrita e constantemente conservada e aplicada na Tradição da Igreja desde o princípio, foi proposta infalivelmente pelo Magistério ordinário e universal (cf. LG 25, 2). Por conseguinte, nas circunstâncias presentes, o Sumo Pontífice, ao exercer o seu ministério de confirmar na fé os seus irmãos (cf. Lc 22, 32), propôs a mesma doutrina com uma declaração formal, afirmando explicitamente o que sempre, em todo o lado e por todos os fiéis se deve manter, uma vez que pertence ao depósito da fé”.
2. Marcelo Rebelo de Sousa durante anos repetiu até à exaustão em tudo quanto é comunicação social que a “lei” injusta e iníqua do aborto (6/84) era boa, justa e equilibrada. Recentemente no programa televiso denominado “as escolhas de Marcelo” afirmou, mais do que uma vez, ser favorável à legalização do “casamento” entre homossexuais.
Por que será que o Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, Arcebispo de Braga, convida ou admite um lobo “católico” a pregar aos Sacerdotes portugueses, no ano que lhes é dedicado, na sua Diocese?
Nuno Serras Pereira
15. 01. 2010
[1] http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=B27B1D31-3ED7-4BA5-AC0C-73B3A3920782&channelid=00000010-0000-0000-0000-000000000010
[2] http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_22051994_ordinatio-sacerdotalis_po.html
[3] Responsum ad dubium circa doctrinam in Epist. Ap.“Ordinatio Sacerdotalis” traditam, 28 de outubro de 1995, AAS 87 (1995) 1114, OR 19.11.1995, 2; Notitiae 31 (1995) 610s; Communicationes 27 (1995) 212; EV 14, 1958-1961; LE 5622