sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Um punhado de Arrojados


São poucos. Alguns estudantes, outros avós, a maioria, porém, são pais e mães de famílias numerosas, e empregados; fazem voluntariado em diversas instituições caritativas e sociais. Desconchavados não se conformam com as avalanches de podridão que submergem esta nação. Rebeldes, guiados por um instinto espiritual, respingam com audácia imprevisível as investidas alucinadas do poder dominante. São incompreendidos e desprezados, tidos como fanáticos, caturras e fundamentalistas. A comunicação social censura-os, distorce as suas mensagens e acções; comentadores e políticos desprezam-nos, chacoteiam-nos, levantam falsos testemunhos. Membros da Hierarquia pródigos em lisonjas e elogios à alcateia são de uma contenção tumular para com eles, têm pânico serem vistos na sua companhia ou de que os associem a eles. Não obstante, eles permanecem de uma fidelidade perene e indestrutível aos Bispos que estão em comunhão com o Santo Padre.

Arremetem contra os inimigos do género humano fiados na Providência Divina. Vários endividam-se para pagar as despesas dos combates. Dormem pouco, suam muito, não param, senão para dormir algumas horas e rezar nalguma Igreja. Multiplicam-se, como outrora os pães e os peixes, em mil gestos e actividades. São injustamente prejudicados nas suas carreiras profissionais por causa das posições que tomam.

Sempre movidos pelo amor verdadeiro a cada pessoa concreta e pela aversão a tudo o que agride a humanidade do próprio homem.

Deus os confirme na fidelidade e perseverança até ao fim. E quando chegar aquele dia terrível e rigoroso do Juízo final enquanto muitos poderosos, altos dignitários, abastados, vedetas e opulentos forem arremessados para o “fogo eterno preparado para Satanás e os seus anjos” eles depararão com o rosto aprazível de Jesus Cristo glorioso que lhes dirá: “vinde benditos de Meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo”.


Nuno Serras Pereira

08. 01. 2010