1. Ontem celebrámos a solenidade litúrgica da Epifania (manifestação) do Senhor Menino. Os reis sábios e pagãos foram atraídos e guiados por um fenómeno, aparentemente, daqueles céus que estavam habituados a perscrutar. Sabiam que estava anunciado o nascimento de um Rei que seria o Salvador Universal e seguiram não um fenómeno astronómico, mas os Espírito Santo, ou o Senhor que Se torna presente no Seu Anjo sob a forma de estrela como outrora tinha guiado o Povo de Deus no deserto, através da coluna de fogo, da escravidão do pecado para a liberdade da Graça.
Prostrados por terra, sinal evidente de adoração, diante do Menino oferecendo-Lhe ouro, reconhecem-no como Rei, Rei dos reis; dando-lhe incenso, usado para exprimir a oração ao Altíssimo, confessam-No Deus; entregando-Lhe mirra, usada para embalsamentos, admitem a Sua humanidade mortal.
Pelo Baptismo (mergulho – na Paixão/Ressurreição de Cristo) somos incorporados, ou enxertados, em Jesus Ressuscitado – com Ele morremos para o pecado e com Ele renascemos para uma vida nova, e eterna. Por este sacramento somos feitos participantes da Sua Realeza (ouro), do Seu Sacerdócio (incenso) e do Seu profetismo (mirra). A nossa realeza cumpre-se no autodomínio e na autodeterminação, isto é, em não nos deixarmos arrastar pelas paixões, desejos ou tendências desordenadas e em livremente seguirmos o caminho do Bem e da Verdade; acresce que a exemplo de Jesus somos chamados a reinar pelo serviço e não pelo domínio dos outros. O nosso sacerdócio (trata-se aqui do sacerdócio universal de todos os fiéis e não do sacerdócio ministerial (os Padres) que difere qualitativa e essencialmente do primeiro) realiza-se na entrega, pela oração e pelos sacrifícios, a Deus, por amor e para Sua maior Glória, e aos homens também por amor e para sua, deles, salvação. Finalmente o profetismo leva-se a cabo pela experiência e escuta da Palavra de Deus e, morrendo todos os dias para si mesmo, pelo Seu anúncio, declarando a verdade e denunciando a mentira, o erro e a falsidade.
2. Hoje celebramos o Baptismo do Senhor no rio Jordão por João Baptista. O baptismo de João e o nosso baptismo não são de todo a mesma coisa. O de João era uma espécie de rito penitencial que, através da confissão dos pecados e da submersão das águas, manifestava o arrependimento e um propósito de conversão. Mas não tinha o poder de perdoá-los efectivamente nem o de santificar realmente aqueles que o recebiam. Era como que uma propedêutica pu preparação para o que havia de vir. Percebe-se o espanto de João ao ver Cristo aproximar-Se, como se fora um pecador, e a resistência que opôs confessando que ele é que necessitava de ser baptizado pelo seu primo Jesus. E a verdade é que Jesus mergulhando nas águas em vez de ser limpo por elas foi Ele que as purificou para que mais tarde pudessem vir a servir, fecundadas pelo Espírito Santo, para o nosso baptismo. A insistência de Jesus para que João realizasse o rito sobre Ele significa o propósito de Se identificar com os pecadores, iniciando assim o caminho para a Paixão, onde, segundo as palavras de S. Paulo, veio a fazer-Se pecado, sem nunca ter pecado, isto é, carregando com as nossa misérias e passando para nós a Sua Inocência e Santidade.
O baptismo que recebemos não só nos alimpa do pecado original e, se adultos, de todos os pecados actuais, mas também nos faz participantes da Vida Divina e, portanto verdadeiramente filhos de Deus, quer dizer, não só enquanto criaturas por Ele suscitadas, mas filhos no Filho único por natureza, isto é, Jesus Cristo; consequentemente somos feitos Seus irmãos e templos vivos do Espírito Santo.
3. A maioria de nós terá recebido a Fé quando, criança, foi baptizada na Fé da Igreja. Esta Fé é um dom totalmente gratuito de Deus que engendra em nós uma adesão pessoal e livre a Ele e um assentimento irrevogável e absolutamente certo às verdades que Ele nos revelou.
Claro que há uma porção de coisas que podemos saber de Deus por meio da razão: a Sua existência, a Sua eternidade, que é o Criador, que nos dotou de uma alma imortal, que pune os malvados e, pelo contrário, recompensa os justos… Este é aliás o motivo por que S. Paulo, no primeiro capítulo da carta aos Romanos, é tão severo para aqueles pagãos que não O reconheceram entregando-se às mais imundas depravações. No entanto, não deixa de ser verdade que, em virtude do pecado original e do derrancamento dos costumes, sem o auxílio, mesmo que secreto, da Graça é difícil lá chegar e que esse conhecimento estará obnubilado por erros, insuficiências e imperfeições.
Mas a verdade é que há tantas coisas que só podemos saber por Revelação do próprio Deus, como por exemplo, que Deus sendo uno na Sua essência e natureza é trindade de Pessoas distintas e iguais entre si; que Jesus Cristo sendo verdadeiro homem é também verdadeiro Deus; que Ressuscitou de entre os mortos; que Se nos dá em alimento na Sagrada Eucaristia, estando n’ Ela verdadeiramente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade; que a única Igreja de Cristo é a Católica, Apostólica, Romana, etc.
Este conhecimento que nos advém através da Fé é uma prova seguríssima, que não admite duvida alguma, dessas realidades. É a verdadeira e autêntica sabedoria e não, de modo nenhum, uma mera aposta a verificar depois da morte se é certa ou não. À honra de Cristo Ámen.
Prostrados por terra, sinal evidente de adoração, diante do Menino oferecendo-Lhe ouro, reconhecem-no como Rei, Rei dos reis; dando-lhe incenso, usado para exprimir a oração ao Altíssimo, confessam-No Deus; entregando-Lhe mirra, usada para embalsamentos, admitem a Sua humanidade mortal.
Pelo Baptismo (mergulho – na Paixão/Ressurreição de Cristo) somos incorporados, ou enxertados, em Jesus Ressuscitado – com Ele morremos para o pecado e com Ele renascemos para uma vida nova, e eterna. Por este sacramento somos feitos participantes da Sua Realeza (ouro), do Seu Sacerdócio (incenso) e do Seu profetismo (mirra). A nossa realeza cumpre-se no autodomínio e na autodeterminação, isto é, em não nos deixarmos arrastar pelas paixões, desejos ou tendências desordenadas e em livremente seguirmos o caminho do Bem e da Verdade; acresce que a exemplo de Jesus somos chamados a reinar pelo serviço e não pelo domínio dos outros. O nosso sacerdócio (trata-se aqui do sacerdócio universal de todos os fiéis e não do sacerdócio ministerial (os Padres) que difere qualitativa e essencialmente do primeiro) realiza-se na entrega, pela oração e pelos sacrifícios, a Deus, por amor e para Sua maior Glória, e aos homens também por amor e para sua, deles, salvação. Finalmente o profetismo leva-se a cabo pela experiência e escuta da Palavra de Deus e, morrendo todos os dias para si mesmo, pelo Seu anúncio, declarando a verdade e denunciando a mentira, o erro e a falsidade.
2. Hoje celebramos o Baptismo do Senhor no rio Jordão por João Baptista. O baptismo de João e o nosso baptismo não são de todo a mesma coisa. O de João era uma espécie de rito penitencial que, através da confissão dos pecados e da submersão das águas, manifestava o arrependimento e um propósito de conversão. Mas não tinha o poder de perdoá-los efectivamente nem o de santificar realmente aqueles que o recebiam. Era como que uma propedêutica pu preparação para o que havia de vir. Percebe-se o espanto de João ao ver Cristo aproximar-Se, como se fora um pecador, e a resistência que opôs confessando que ele é que necessitava de ser baptizado pelo seu primo Jesus. E a verdade é que Jesus mergulhando nas águas em vez de ser limpo por elas foi Ele que as purificou para que mais tarde pudessem vir a servir, fecundadas pelo Espírito Santo, para o nosso baptismo. A insistência de Jesus para que João realizasse o rito sobre Ele significa o propósito de Se identificar com os pecadores, iniciando assim o caminho para a Paixão, onde, segundo as palavras de S. Paulo, veio a fazer-Se pecado, sem nunca ter pecado, isto é, carregando com as nossa misérias e passando para nós a Sua Inocência e Santidade.
O baptismo que recebemos não só nos alimpa do pecado original e, se adultos, de todos os pecados actuais, mas também nos faz participantes da Vida Divina e, portanto verdadeiramente filhos de Deus, quer dizer, não só enquanto criaturas por Ele suscitadas, mas filhos no Filho único por natureza, isto é, Jesus Cristo; consequentemente somos feitos Seus irmãos e templos vivos do Espírito Santo.
3. A maioria de nós terá recebido a Fé quando, criança, foi baptizada na Fé da Igreja. Esta Fé é um dom totalmente gratuito de Deus que engendra em nós uma adesão pessoal e livre a Ele e um assentimento irrevogável e absolutamente certo às verdades que Ele nos revelou.
Claro que há uma porção de coisas que podemos saber de Deus por meio da razão: a Sua existência, a Sua eternidade, que é o Criador, que nos dotou de uma alma imortal, que pune os malvados e, pelo contrário, recompensa os justos… Este é aliás o motivo por que S. Paulo, no primeiro capítulo da carta aos Romanos, é tão severo para aqueles pagãos que não O reconheceram entregando-se às mais imundas depravações. No entanto, não deixa de ser verdade que, em virtude do pecado original e do derrancamento dos costumes, sem o auxílio, mesmo que secreto, da Graça é difícil lá chegar e que esse conhecimento estará obnubilado por erros, insuficiências e imperfeições.
Mas a verdade é que há tantas coisas que só podemos saber por Revelação do próprio Deus, como por exemplo, que Deus sendo uno na Sua essência e natureza é trindade de Pessoas distintas e iguais entre si; que Jesus Cristo sendo verdadeiro homem é também verdadeiro Deus; que Ressuscitou de entre os mortos; que Se nos dá em alimento na Sagrada Eucaristia, estando n’ Ela verdadeiramente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade; que a única Igreja de Cristo é a Católica, Apostólica, Romana, etc.
Este conhecimento que nos advém através da Fé é uma prova seguríssima, que não admite duvida alguma, dessas realidades. É a verdadeira e autêntica sabedoria e não, de modo nenhum, uma mera aposta a verificar depois da morte se é certa ou não. À honra de Cristo Ámen.
Nuno Serras Pereira
09. 01 2012
09. 01 2012