terça-feira, 1 de outubro de 2013

S João Paulo II, o Grande Misericordioso, Bento XVI, o Formidável e Manso Doutor e o Papa Francisco I - por Nuno Serras Pereira



01. 10. 2013

Talvez alguém estranhe que no título deste texto, sua Santidade o Papa Francisco leve já o I, uma vez que não há sucessores que tenham adoptado o mesmo nome. Eu, apesar de ser Profeta, em virtude do Baptismo recebido, não posso garantir que outros Bispos de Roma venham a adoptar o mesmo nome, mas cuido que isso sucederá, daí a razão do I. Adiante.

Tenho reparado que as palavras e gestos do Santo Padre têm tido um enorme impacto quer dentro quer fora da Igreja. As críticas a muitos dos membros desta, a todos os níveis, têm sido implacáveis, umas justas e outras injustas, propiciando e um exame de consciência que em geral a todos aproveita importa, embora, não desanimar os que carregando a Cruz se têm dado, apesar dos seus pecados e limitações, com imensa generosidade ao serviço de Cristo e do próximo (“todo aquele que precisa de nós e aquém podemos ajudar”, nas palavras de Bento XVI). A sua linguagem, no sentido amplo deste termo, é simples, directa, claramente explícita, chamando as coisas pelos seus nomes, e performativa. Mas o que poucos parecem reparar é que até agora, tudo o que de certeiro diz e faz, mais não tem sido do que um trocar por miúdos e dar maior visibilidade mediática ao que os seus dois predecessores tinham realizado. 

Estamos pois perante uma mudança de estilo, que se não houver alguma contenção, corre o risco (o que creio não virá a suceder) de se tornar populista, senão banal. 

Jesus Cristo quando verificava que multidões entusiasmadas o procuravam e aclamavam dirigia-lhes palavras duras discorrendo sobre a Cruz e demais exigências do seguimento. E quando perante esses ditos considerados intoleráveis o queriam abandonar Ele não cedia um milímetro e deixava-os ir. O Papa Pio IX teve, no seu tempo, mutatis mutandi um acolhimento muito semelhante ao do Papa Francisco, mas depois foi que se viu: uma perseguição feroz e implacável.

O Papa Francisco tem estado a colher, principalmente, o que os seus dois antecessores semearam. Está sentado sobre os ombros desses dois gigantes, é preciso não o esquecer, lançando com entusiasmo e determinação a sementeira da Palavra. Continuemos a rezar diariamente por sua Santidade e procuremos ler atentamente os seus textos magisteriais. À honra e glória de Cristo. Ámen.