29. 09. 2013
Santa Brígida da Suécia co-padroeira
da europa chamou, por mandato de Nosso Senhor, a um Papa seu contemporâneo, o
seguinte: “Tu és pior que Lúcifer … . Tu és mais injusto que Pilatos … Tu és
mais meu inimigo do que Judas … Tu és mais abominável do que os que
crucificaram o meu corpo”.
Depois de declarar à mesma Santa
que a Fé consiste em “crer que Eu sou um Juiz Justo e Misericordioso
(acrescenta) Mas agora está minado o fundamento, porque todos crêem e pregam
que sou Misericordioso, mas quase ninguém prega nem crê que Eu seja Justo Juiz.
Esses acham-me quase um Juiz iníquo. De facto, seria iníquo o Juiz, que por
misericórdia despedisse sem castigo algum os iníquos, os quais por conseguinte
oprimiriam ainda mais os justos. Mas eu Sou um Juiz Justo e Misericordioso, de
modo que não deixarei sem castigo nem sequer o mínimo pecado, nem sem
recompensa o mínimo bem.” (Esses pregadores malvados) “ … que pecam sem temor,
que negam a Minha Justiça, atormentam os meus amigos … ” (dando-lhes) “opróbrio
e toda a espécie de dor … como se fossem demónios” “experimentarão a Minha
Justiça, serão como ladrões confundidos publicamente diante dos Anjos e dos
homens … . De facto, como os enforcados são devorados pelos corvos, assim estes
serão devorados dos demónios e não consumidos.” (Dirigindo-Se à Sua Igreja,
continua o Senhor:) “Não escondas nenhum pecado, não deixes nenhum por punir,
nem consideres nenhum ligeiro. Tudo aquilo que tiveres descuidado, Eu
recordá-lo-ei e julgar-te-ei.” (E mais adiante) “não há homem algum que seja
tão pecador que o seu pecado não seja perdoado, se o pedir com o propósito de
se emendar e com contrição.” Considerar que esta grande Santa era inimiga desse
Papa, seu contemporâneo, seria totalmente absurdo. Pelo contrário, o que a
movia era a Misericórdia pelo Santo Padre, pela Igreja e pelos pecadores, numa
palavra, era o próprio Deus cuja essência é Amor, Justiça e Misericórdia.
Eu, que como todos têm a certeza absoluta
(e eu mais do que todos) não sou santo, mas sim um pecador obstinado, cujas
obsessões demoníacas têm prejudicado, de modo inquestionável, a defesa da vida
e da família e do Evangelho, a ponto de que se não foram as minhas intervenções
tudo na Igreja, na vida e na família estaria a correr esplendidamente sou agora
inundado de correio electrónico que espuma cóleras indignadas, as quais de
resto agradeço do fundo do coração, pelas minhas agressões sórdidas e soberbas ao
Santo Padre, a propósito de uma sua entrevista recente, nuns textos que podem ser
encontrados aqui
e aqui
também aqui
e mais aqui
(embora não recomende a sua leitura).
Eu que me sinto em comunhão plena
com o sucessor de Pedro e Vigário de Jesus Cristo na terra, e com o seu Magistério,
dando muitas Graças a Deus pelo dom, o Papa Francisco, com que nos presenteou, e
do qual muito tenho aproveitado, ando desconcertado com as reacções veementes a
essas pequenas e insignificantes reflexões (mas há aí alguém que cuide que haja
quem ligue ao que escrevo? Haverá escritos de eclesiásticos mais ignorados,
silenciados, e censurados do que os meus garatujos!?).
Uma entrevista, como ensinou o
Papa Bento XVI, não é um ensinamento Magisterial. Nela o Santo Padre fala como
doutor particular e o que diz pode, e às vezes deve, ser criticado, e dele se
pode discordar. Há, no entanto, nos dias de hoje, uns zelotes que vêm em
qualquer manso e cordial parecer discrepante um ataque feroz ao próprio Espírito
Santo; e que tomados de um pânico esbaforido raivam impropérios esbugalhados,
chovendo perdigotos diluvianos contra o suposto apóstada ou hipotético herege.
Quando, por exemplo, neste
texto procuro com uma ironia bem-disposta mostrar que é necessário em
primeiro lugar esclarecer o que é bem e o que é mal podendo e devendo depois
avançar para a pessoa do pecador e a Misericórdia de Deus que sendo Omnipotente
pode perdoar qualquer pecado logo sou acusado de hipócrita fariseu porque Jesus
perdoou à mulher adúltera e à samaritana. Seria tão fácil responder, não, de
modo nenhum aprovo a homossexualidade (e podia/devia-se acrescentar, por causa
disto e daquilo) mas temos que considerar a pessoa que Jesus olha com afecto,
etc. Porque há muitos, mesmo muitíssimos católicos que perante a resposta e
ensinamentos evasivos dos seus Pastores acabam por pensar exactamente o contrário
da verdade que a Igreja ensina. Cá em Portugal isso foi evidente, por exemplo,
aquando do último referendo do aborto. Por outro lado recusar-se a falar ou
retorquir às questões com o “policarpiano”
“o ensino da Igreja é conhecido” é de uma ingenuidade, falsidade ou cobardia desmedidas.
Pois se há até Bispos e Cardeais que, por exemplo, sobre o aborto desconhecem
grande e relevante parte da doutrina como é que o povo em geral, educado pelos
média, a saberá? Se esse argumento colhesse ele então serviria para tudo o
mais: falar de Deus e do Seu amor? Isso é conhecido e vem no catecismo; Jesus
Cristo é o Salvador? Ninguém ignora que a Igreja o diz e, de resto, vem no
Catecismo; Deus é Misericordioso e perdoa todo e qualquer pecado? Qual é a
novidade?, toda a gente o sabe e vem no Catecismo – e as pessoas disto estão tão
bem cientes que instruídas por grande parte do clero e por não poucos Bispos até
têm a certeza absoluta que toda a gente vai para o Céu, pois o Inferno não
existe. Sacerdote de Deus, por que recebes estipêndios para celebrar Missas
pelas almas dos que partiram se não acreditas no Purgatório? “É para consolar os
amigos e familiares”, respondem, sem atenderem que as pessoas não se podem
consolar com mentiras.
Tenho mais considerações que
gostaria de escrever sobre parte da entrevista do Santo Padre. Provavelmente,
continuarei a receber mensagens exigindo que retire os endereços da minha lista
de correio-e até ficar a redigir textos somente para mim próprio. Será uma
experiência original; como reagirei? Também me indignarei e reivindicarei
direito a não ser incomodado e bombardeado por mim mesmo? Como escapar de mim?
Sendo exorcizado? Lançado numa masmorra? Decepando-me os dedos? Mutilando-me a
língua? Aspirando, admitindo hipoteticamente que o tenha, o meu cérebro? Alguém
tem mais sugestões? Agradeço.
Antes de terminar parece-me que
poderá ser de proveito declarar que nestes tempos que vivemos o caso da mulher
apanhada em adultério e levada à presença de Jesus, ou do Papa Francisco, para
ser apedrejada seria impossível. Pelo contrário estas sujeitas são glorificadas
em cinemas, óperas, teatros, séries televisivas, telenovelas; não são
apedrejadas mas glorificadas; assim também os ideólogos “gays” e seus sequazes.
Talvez nalgum recanto perdido do mundo possa acontecer essa barbaridade. Mas no
ocidente, no mundo civilizado, a selvajaria que não sei se tardará muito a
suceder é exactamente o contrário – alguém apanhado em flagrante “homofobia” é
arrastado, por ter citado um passo da Escritura condenando a sodomia
(homossexualidade), pela praça de S. Pedro e arrojado aos pés do Sumo Pontífice
reinante conclamando: as leis promulgadas pelo triunvirato imperial
Obama/Cameron/Hollande determinam que quem é apanhado neste crime nefando seja metralhado
até à agonia e que logo seja mergulhado em ácido sulfúrico até nada sobre de
si. Tu o que dizes?
Despeço-me reafirmando
formalmente a minha comunhão total com o Papa Francisco e com o seu Magistério,
confirmando as minhas disposições de obediência e reverência.
Se alguém ler estas linhas
recomendo vivamente que conheça a história da Igreja e do Papado antes de se
assanhar contra mim. Não por danos q1ue me possa provocar mas para sua
tranquilidade e sossego.