A conferência de imprensa da “maioria”, ontem na Assembleia da Republica, confirmando as mais negras expectativas tirou todas as dúvidas a quem as ainda tivesse. Não há um único partido com assento parlamentar que não seja favorável ao homicídio/aborto. Desde as exigências de cumprimento da lei 6/84, à universalização obrigatória dos contraceptivos e abortivos precoces, passando pela “educação” sexual nas escolas (Este assunto não está inteiramente claro. Os do PSD disseram que haverá uma disciplina obrigatória; os do CDS adiantaram que não. Depois, não explicaram se esta disciplina se acrescenta ou não ao modelo da transversalidade, legislado em 1999, como propôs a APF, ou se essa lei cai) e desembocando na possibilidade de abortamentos nas “clínicas” privadas tudo, mesmo tudo, está feito para promover o aborto, para apostar no aumento exponencial do seu número. Era difícil fazer pior. Num certo sentido pode-se considerar que os efeitos daqui derivantes são mais nefastos do que se fossem aprovadas as propostas do BE, do PCP e do PS contra um PSD e um CDS/PP, enquanto partidos (uma vez que alguns deputados poderiam “escorregar”), firmes na sua oposição total ao aborto, mais alguns deputados de boa-vontade de qualquer outra bancada. Não é agora aqui o lugar de dar as razões desta hipótese. Importa sim abrirmos os olhos e “não nos deixar-mos comer por parvos”.
Em apenas 20 anos o panorama político e cultural mudou radicalmente em Portugal. Em 1984, Manin Roquete liderou uma campanha de assinaturas contra a “lei” que veio a ser aprovada, que recolheu mais de 830.000 (oitocentas e trinta mil) mil assinaturas, de cidadãos maiores de 18 anos, as quais foram entregues na Assembleia da Republica. Tínhamos então praticamente toda a comunicação social contra nós. Não era possível, por exemplo, escutar um pró vida na TV ou assistir a um debate com ambas as partes. O grande responsável pela introdução da despenalização do homicídio/aborto em Portugal foi Mário Soares, então Primeiro-ministro e líder do PS. Este famoso abortófilo contínua a apoiar a liberalização do homicídio/aborto e votou recentemente no Parlamento Europeu o financiamento da investigação em células estaminais embrionárias, isto é, de investigações que implicam a destruição de inumeráveis seres humanos na sua fase embrionária. Ele é, pois, sem dúvida alguma, o Pai da tirania e do totalitarismo que hoje se vivem em Portugal. Se isto aqui se lembra é também para estranhar que o “magistério” deste notório abortista pareça ter um peso maior, em tantos fiéis leigos e mesmo em pastores, que o Magistério do Papa João Paulo II. À tal “lei” de 1984 se opuseram veementemente aqueles que agora a querem ver rigorosamente cumprida, o PSD e o CDS! Por outro lado, segundo as sondagens, 86% da população portuguesa é, actualmente, favorável a essa violência, então repudiada pela esmagadora maioria do povo.
Eu creio que, entre outros, a Igreja tem graves culpas na situação actual. É verdade que ninguém como ela em Portugal tem lutado contra o aborto, mas isso não invalida que pudesse, de facto, ter feito imensamente mais, tendo assim pecado por omissão, e nunca devesse ter feito algumas coisas que realizou, tendo assim pecado por acção. Afinal, muitos dos seus filhos têm gravíssimas responsabilidades na promoção do abortismo. Julgo, pois, que importa realizar um sério exame de consciência, sem medos, que nos leve a uma conversão maior ao Evangelho da Vida, isto é, a Jesus Cristo, nossa Vida.
Sinto mesmo que seria muito interessante que se convocasse uma jornada nacional de oração e jejum em reparação e como penitência dos nossos pecados relacionados com a defesa da vida. Um pedido público de perdão agradaria, seguramente, ao nosso Papa que nos deixou o exemplo. Também algo de semelhante se fez nalgumas Dioceses dos USA aquando dos escândalos de abusos de menores por alguns sacerdotes.
Será, ainda, necessário, e desde já, caso não se venha a liberalizar o aborto a 3 de Março – há sempre a possibilidade de alguma surpresa -, começar a preparar o próximo referendo que se adivinha. Mas isso é tema para um outro artigo.
Entretanto chorem os nossos olhos dia e noite lágrimas sem fim, porque uma perversão atroz putrefaz a alma do nosso povo.
Em apenas 20 anos o panorama político e cultural mudou radicalmente em Portugal. Em 1984, Manin Roquete liderou uma campanha de assinaturas contra a “lei” que veio a ser aprovada, que recolheu mais de 830.000 (oitocentas e trinta mil) mil assinaturas, de cidadãos maiores de 18 anos, as quais foram entregues na Assembleia da Republica. Tínhamos então praticamente toda a comunicação social contra nós. Não era possível, por exemplo, escutar um pró vida na TV ou assistir a um debate com ambas as partes. O grande responsável pela introdução da despenalização do homicídio/aborto em Portugal foi Mário Soares, então Primeiro-ministro e líder do PS. Este famoso abortófilo contínua a apoiar a liberalização do homicídio/aborto e votou recentemente no Parlamento Europeu o financiamento da investigação em células estaminais embrionárias, isto é, de investigações que implicam a destruição de inumeráveis seres humanos na sua fase embrionária. Ele é, pois, sem dúvida alguma, o Pai da tirania e do totalitarismo que hoje se vivem em Portugal. Se isto aqui se lembra é também para estranhar que o “magistério” deste notório abortista pareça ter um peso maior, em tantos fiéis leigos e mesmo em pastores, que o Magistério do Papa João Paulo II. À tal “lei” de 1984 se opuseram veementemente aqueles que agora a querem ver rigorosamente cumprida, o PSD e o CDS! Por outro lado, segundo as sondagens, 86% da população portuguesa é, actualmente, favorável a essa violência, então repudiada pela esmagadora maioria do povo.
Eu creio que, entre outros, a Igreja tem graves culpas na situação actual. É verdade que ninguém como ela em Portugal tem lutado contra o aborto, mas isso não invalida que pudesse, de facto, ter feito imensamente mais, tendo assim pecado por omissão, e nunca devesse ter feito algumas coisas que realizou, tendo assim pecado por acção. Afinal, muitos dos seus filhos têm gravíssimas responsabilidades na promoção do abortismo. Julgo, pois, que importa realizar um sério exame de consciência, sem medos, que nos leve a uma conversão maior ao Evangelho da Vida, isto é, a Jesus Cristo, nossa Vida.
Sinto mesmo que seria muito interessante que se convocasse uma jornada nacional de oração e jejum em reparação e como penitência dos nossos pecados relacionados com a defesa da vida. Um pedido público de perdão agradaria, seguramente, ao nosso Papa que nos deixou o exemplo. Também algo de semelhante se fez nalgumas Dioceses dos USA aquando dos escândalos de abusos de menores por alguns sacerdotes.
Será, ainda, necessário, e desde já, caso não se venha a liberalizar o aborto a 3 de Março – há sempre a possibilidade de alguma surpresa -, começar a preparar o próximo referendo que se adivinha. Mas isso é tema para um outro artigo.
Entretanto chorem os nossos olhos dia e noite lágrimas sem fim, porque uma perversão atroz putrefaz a alma do nosso povo.
Nuno Serras Pereira