quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A Enormidade de uma Atoarda Clerical - Nuno Serras Pereira

Corre por aí, nos mentideiros eclesiásticos, que alguns Sacerdotes se queixam de terem ordem expressa do Cardeal Patriarca para não homiliarem em defesa das crianças concebidas ainda não nascidas. A monstruosidade da balela, de tão absurda, patenteia de imediato a sua perversidade.

Como é evidente a autoridade e o poder e de qualquer hierarca, não são arbitrários nem absolutos, vêm de Deus Nosso Senhor, a Quem estão submetidos e ao qual têm de prestar contas. É inimaginável supor que o Senhor Patriarca determinasse alguma coisa em total oposição com os Mandamentos da Lei de Deus, com a Missão confiada por Cristo à Sua Igreja, com o insistente Magistério do Concílio Vaticano II e dos Santos Padres, em particular com a encíclica Evangelium vitae. Não tem sequer poder para tal. Nem qualquer Sacerdote estaria obrigado a qualquer tipo de obediência, uma vez que esta não existe quando aquilo que se pretende impor é alheio ou contrário à Vontade de Deus, à Sua Glória e à salvação da alma, da própria e das alheais (cf Mt 25, 41-26). Se assim não fora, estaria a Palavra de Deus censurada, o anúncio do Evangelho distorcido, a pregação atraiçoada, os Sacerdotes açaimados, a Verdade ocultada, a Vida murchosa, o Amor desprezado, o povo de Deus escandalizado, a corte Celestial perplexa e melancólica; pelo contrário, os demónios estariam jubilosos, a morte triunfante, os matadores prósperos, a matança celebrada, as grávidas abandonadas e logo destroçadas, a injustiça orgulhosa, a nação moribunda, a Igreja desacreditada.

Não saberei dizer como chega alguém a sequer admitir o pensamento sinistro de conjecturar um rumor tão velhaco sobre o Cardeal Patriarca. Mas infelizmente ele vagabundeia por aí. 

10. 10. 2012