quarta-feira, 1 de maio de 2013

A mundanidade na Igreja - por Nuno Serras Pereira



01. 05. 2013

No seguimento da legislação que aprovou a adopção de crianças por pseudocasais do mesmo sexo, em 2014 o Presidente da Republica promulgou a liberalização da pedofilia, que de resto tinha deixado de ser considerada uma parafilia. Em finais de Abril desse ano, o mesmo chefe de estado galardoa o responsável do protocolo do Vaticano, Monsenhor José Avelino Bettencourt, com a Comenda da Ordem Militar de Cristo. 

 
 
Dir-me-ão que este futuro aqui imaginado, mesmo no caso de virem a suceder tais barbaridades, é totalmente impossível porque o repúdio veemente da Igreja por essas atrocidades nefandas a impediria de se prestar a esse tipo de manipulações “honrosas”, que só poderiam ser interpretadas como acordo ou compromisso com tais práticas. Pois a isso respondo que quem pactua, ou o aparenta, no mais grave também o fará no menos. De facto, no Código de Direito Canónico não está prevista a pena de excomunhão para quem deporta, ou mata judeus, ou portugueses ou ingleses, já nascidos; nem tão pouco o está para os crimes de pedofilia; mas para o aborto provocado, lá figura. Se a Igreja, para diferentes pecados, todos eles mortais, faz distinção através de penas canónicas extremas, é porque reconhece a sua maior gravidade.

Ainda não há muito tempo estas bajulações mundanas eram prontamente repugnadas pela Igreja. Por exemplo, quando Hitler, a convite de Mussolini, visitou Itália, o Papa Pio XI abandonou propositadamente Roma para não se encontrar com ele. Apesar das ordens expressas de Mussolini para que na cidade de Florença se engalanassem as janelas, portões e sacadas, o Cardeal dessa insigne Diocese mandou que os edifícios pertencentes à Igreja, designadamente o Paço Episcopal, fechassem tudo, com sinais de luto, e recusou-se ao encontro com Hitler. Tudo isto aconteceu em Maio de 1938, antes pois do início da II guerra mundial.