Isabel Carmo Pedro
Deveria começar este testemunho, pois é disso que se trata, com um queridíssimo Padre Nuno, obrigada por me ter entre os seus amigos. O Infovitae só existe pela sua dedicação incondicional a esta causa das causas e por isso temos todos uma enorme divida de gratidão para consigo, que jamais poderemos pagar.
Já ando neste combate pela vida há 24 anos e, por isso, já o vivi com a paixão típica da adolescência e juventude, com o seriedade de uma universitária que tem de ir ao fundo da questão e, agora, como mulher casada e mãe que por vontade de Deus também já viu alguns dos seus filhos partirem sem que a família os pudesse ter conhecido. À causa pró-vida devo muito daquilo que tenho e o que sou hoje, a começar pelo meu marido e a maioria dos meus amigos. Apesar de tudo isto, devo confessar que nem sempre é fácil manter o ânimo. São muitas as vezes em que me apetece desistir e deixar que os outros façam por mim, pois parece ser uma luta muito inglória. O Padre Nuno é quem me mantém alerta. Mesmo que não chegue a ler os artigos e que apenas passe os olhos pelos títulos, antes de os guardar, ou mesmo quando nem chego a abrir o Infovitae e o ponha directamente no arquivo, só a sua presença na minha caixa de correio electrónico é uma lembrança permanente que há muito trabalho a fazer e que há muitas vidas para salvar.
Devo também dizer que, se calhar ao contrário de muitos, me identifico com muito com aquilo que é transmitido pois o nosso não é senão um combate feroz pela defesa dos direitos humanos, no seu mais profundo sentido. Aliás, sem a defesa da vida desde a concepção até à morte natural estar profundamente arreigada nos nossos corações, mais nenhuma luta faz sentido. Como tal, não podemos deixar de falar da pena de morte imposta a tantos milhões de inocentes ou de como parar este holocausto, que à semelhança de outros que a História regista, seja o Nazi, o da escravatura, o do genocídio do Ruanda e outros tantos, é uma vergonha colossal. Infelizmente este tem muito poucos sobreviventes e, felizmente para eles, a maioria dos que sobrevivem não chega a saber que foi uma quase vítima. Por isso é preciso manter sempre e sem desvanecer a chama acesa. É isso que o Padre Nuno, através do Infovitae, tem sido para mim. O oxigénio que não deixa que a chama se apague e que me relembra constantemente que quem vê não pode deixar de gritar a quem está cego, pela ignorância (culposa ou não), pelo ódio, pela preguiça, pelo politicamente correcto, pela indiferença ou pela vontade de fazer mal, que estão a cair num precipício muito fundo.
Para si Padre Nuno, queria dizer-lhe que, tenho a certeza, que no céu tem muitos milhares de almas a interceder por si junto do coração do Pai. São todos os seus “filhos”, que têm em si a pessoa que mais os amou neste mundo. Essas crianças estão a cuidar de si continuamente, dando-lhe a força que necessita para persistir neste seu caminho, tantas vezes incompreendido e solitário.
Bem-haja, e como é costume dizer nestas alturas, que conte muitos!