Rui Corrêa d' Oliveira
27. 01. 2009
A caminho de Damasco, avançava decidido um judeu observante,
Chamava-se Saulo, nascera em Tarso, na Cilícia.
Era um homem culto, convicto e de palavra fácil.
Subitamente, cai por terra envolvido numa luz intensa vinda do Céu,
enquanto ouve uma voz que o interroga:
«Saulo, Saulo porque Me persegues?»
Ainda atónito, pergunta: «Quem és Tu, Senhor?»
Naquele momento, não fora apenas o judeu Saulo que caíra por terra.
Com ele caíam também as suas certezas e a convicção da sua missão.
Tudo quanto até então era para ele claro e seguro
transformara-se numa cegueira que o deixava frágil e impotente.
A misteriosa resposta do Céu era precisa e inequívoca:
perseguir cada cristão era perseguir o próprio Jesus.
O fim da sua cegueira, das suas dúvidas,
e o retomar da fé e das forças, foi o que Paulo encontrou no baptismo
que recebeu das mãos de Ananias, discípulo da Igreja de Damasco.
Assim nos foi dada uma das maiores testemunhas de Cristo e da sua mensagem,
Que se entregou por completo ao anúncio de que Jesus era o Filho de Deus.
Nunca persegui, nem prendi, nem matei cristãos, judeus ou muçulmanos.
Nasci no seio da Igreja e dela recebi o mesmo Baptismo.
Mas, que fiz eu por Cristo ao longo da minha vida?
Que tempo dou eu ao anúncio do Reino?
Falta-me é a coragem de perguntar com a mesma verdade de Saulo:
«Que hei-de fazer, Senhor?»
Porque, no fundo, no fundo… tenho medo da resposta,
não vá Deus pedir-me
que deixe o conforto de uma vida tranquila,
para arriscar tudo… pelo seu Nome e pela sua Igreja.