Clara Costa Duarte
Nos últimos 10 anos tenho recebido por e-mail o Infovitae, e guardado quase todos numa pasta. Regularmente abro e leio as “gordas” e partes dos artigos, um ou outro leio o artigo todo.
A maioria das vezes incomoda-me, assusta-me mas não me deixa anestesiar. Lembra-me muitas vezes as palavras de Jesus a caminho da cruz: “Não choreis sobre mim mas chorai sobre vós mesmos e sobre os vossos filhos... porque se eles fazem isto ao lenho verde, que acontecerá ao seco” (Lc, 23, 28-31).
Relembro alguns dos temas que iniciaram a rotura com a Vida, e que hoje já não se discutem. Já estão adquiridos como certos em nome da “bondade”. Uma dessas máximas é que “crianças com deficiência são para abortar”, já só alguns marginais contestam, quem no seu perfeito juízo pode pedir isso a uns pais?
Se me tivessem posto esta questão há 33 anos teria certamente dito que concordava, mas hoje sei que estaria totalmente errada e dou sinceramente graças a Deus por não haver ainda análises genéticas nesse tempo. A criança abortada iria directamente para junto de Deus mas eu certamente seria muito mais pobre em todos os aspectos que realizam um ser humano. Com os anos fui percebendo com evidente clareza como Deus quis ser “Bom” para mim quando me pediu para ser mãe, e como nunca me abandonou neste caminho.
E porque será que o que se passou comigo tem sido inúmeras vezes partilhado por outros pais em situações semelhantes? Porque será que a máxima que os descarta é tão contraria á nossa experiência de vida?
É sempre impressionante ver na história da Humanidade como a manipulação de alguns leva, por vezes, à negação colectiva da realidade e da verdade, avança passo a passo até se tornar tão monstruosa que se auto-destrói, mas pelo caminho deixa um rasto de destruição imenso. Agora como sempre só alguns têm coragem de ir contra a corrente e muitas vezes sem grande sucesso aparente. Esses seguindo a Cristo incomodam e assustam, são atacados e marginalizados, mas passam fazendo bem a muitos. O Infovitae é um deles.