quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Bispo espanhol, um exemplo a seguir pelos Bispos portugueses

É sempre bom aprender


1. a) Segundo o ABC - online[1], o Secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola, o Bispo jesuíta Juan Antonio Martínez Camino, Auxiliar do Cardeal Rouco Varela, na Diocese de Madrid, proferiu umas declarações muito claras no que diz respeito ao aborto[2]: os legisladores cristãos “não podem aprovar nem votar a favor” da liberalização do aborto uma vez que se o fizessem se encontrariam “objectivamente em pecado mortal”. O Magistério da Igreja obriga a todos os católicos e tem prioridade sobre “o que diga (decida) o partido”. Adiantou ainda que todos os “que promovam a lei”, uma vez que perseveram num “pecado público” “não podem ser admitidos à Sagrada Comunhão”. Para que não restasse dúvida alguma sobre a doutrina da Igreja e a gravidade do que está em jogo, acrescentou que “que quem diga que tirar a vida a um ser humano inocente é legítimo incorre em heresia” e, transcreve El Mundo, “e na excomunhão latae sententiae (automática) prevista para a (consequente à) heresia”[3] porque contradiz “a Fé Divina e Católica que é a lei máxima da Doutrina da Igreja” ( O mesmo defendi num escrito de 2004 que a comunicação social da Igreja em Portugal ignorou).

Depois de explicar que a legalização do aborto teve origem nos totalitarismos comunista e nazi denunciou o sistema educativo actual por estar viciado por “uma visão abortista e de (ideologia do) género” e declarou expressamente que a Igreja chama os católicos à objecção de consciência, pois “é um direito”, recordando que “o Estado não pode impor nenhuma moral a todos. Nem mesmo a católica. O Estado não pode ser educador da sociedade”.[5]

b) Convido todos os meus amigos e leitores a elevarem uma prece ao Céu pelos nossos Bispos para que o Espírito Santo os ilumine e fortaleça de modo a não desautorizarem os que por cá ensinam o mesmo e a não terem medo de anunciar verdades tão fundamentais e necessárias para a salvação do nosso povo e formação das consciências dos fiéis. Importa muito amar os nossos Pastores oferecendo por eles sacrifícios e preces contínuas para nos conduzirem à maneira do Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas. As orações, já se sabe, não serão só d intercessão, mas também de acção de Graças por muitas coisas boas que têm realizado.

2. Há imensas razões pelas quais os Pastores devem insistir oportuna e inoportunamente sobre as verdades respeitantes à contracepção, à reprodução artificial, ao “casamento” entre sodomitas, ao aborto, etc., enfim, sobre aquilo em que normalmente estão calados, desde o divórcio, passando pela pobreza, pela eutanásia, pela criminalidade e corrupção porque existem conexões de origem, ainda que aparentemente remota, entre aquelas e estas. Há uma outra de extrema gravidade, a questão demográfica. Ainda esta tarde uma estação emissora noticiava que éramos o país da Europa a envelhecer mais rapidamente. Talvez valha a pena recordar algumas das gravíssimas consequências do Inverno demográfico aqui.

3. No noticiário das 17h da Rádio Renascença, de hoje, passaram umas declarações do P. Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal nas quais referia que o testamento vital como manifestação antecipada da pessoa não constituía qualquer problema. Como no decurso das várias declarações usou repetidamente o singular - “eu acho”, ou “eu penso” - fica-se na dúvida se as declarações eram de teor privado ou em nome do Episcopado. De qualquer maneira, não corresponde à verdade a afirmação de que não coloquem qualquer tipo de inconvenientes. Os problemas são tantos que países, como por exemplo os EUA, pioneiros na matéria em questão estão introduzindo uma multidão de cautelas.