segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Livro do Papa: Carta aberta de Henrique Mota ao P. Serras Pereira


Caro P. Nuno Serras Pereira

Tomei recentemente conhecimento deste seu mail que circula na internet e que, infelizmente, entendeu não me enviar. Sendo eu o editor e o responsável pela publicação do livro «Luz do Mundo», ninguém mais que eu precisava de conhecer as suas observações; e só o contacto comigo permitiria uma solução efectiva e definitiva do problema, se fosse esse o seu propósito. Não julgando intenções, transmito-lhe o meu desapontamento e o meu desagrado por não me ter alertado directa e atempadamente, evitando-se o prolongamento da situação e a impressão e distribuição parcial de uma nova edição da obra.

Em especial e sobre os seus comentários à tradução, evitando apreciar o tom e a forma como foram feitos, esclareço o seguinte:

Alíneas a) e b): estudámos com cuidado os seus comentários e concluímos que não são pertinentes, quer porque a palavra justificar (tal e qual como o verbo begründen) significa também “dar razões ou motivos para” quer porque a versão portuguesa nunca faz o Santo Padre desdizer-se (aliás, entendo que na nossa tradução fica bem clara a posição do Papa e da Igreja, respeitando o texto original e o que Bento XVI quis efectivamente dizer).

Alínea c): tem razão e, por isso, procederemos à inclusão de uma errata nos exemplares onde isso ainda seja possível e trataremos de alterar uma próxima eventual terceira edição. Em particular e sobre este caso, quero ainda acrescentar o seguinte (sem qualquer intenção desculpativa): a palavra alemã "Not" significa necessidade ou carência, bem como dor ou miséria, e o que aconteceu foi que a tradutora deste capítulo, num contexto de muita pressão e urgência marcado pelo calendário muito apertado deste trabalho, verteu espontaneamente para a acepção mais comum, a primeira, sem avaliar o contexto em causa, que pedia a segunda.

Por último, tenho gosto em que saiba que informei quem devia deste nosso erro e que o procedimento de resolução que lhe comuniquei anteriormente foi acertado com quem deveria sê-lo.

No futuro, peço-lhe que não hesite em falar-me sempre que entender que um qualquer livro nosso tem erros que comprometem a verdade. Em geral, estou aberto a todos os comentários e ajudas que possam melhorar os nossos livros, evitar erros e contribuir para a verdade; e em particular, tenho todo o interesse em apreciar os seus pontos de vista e em reconhecer as suas razões.

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Peço-lhe, naturalmente, que envie deste meu esclarecimento às mesmas pessoas que receberam o seu escrito inicial, por apreço à verdade, por consideração ao bom nome da Lucerna (uma chancela da Princípia Editora), por deferência para com a equipa de tradução e revisão e, necessariamente, por respeito por todos aqueles que confiam nos seus textos (e que, por isso, os replicam). Por mim, não seria necessário (nem mesmo para defender a minha honra pessoal e o meu brio profissional).

Cumprimentos do

Henrique Mota

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Henrique Mota
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