Uma vez que me chegaram algumas mensagens de correio-e, em resposta ao texto que escrevi sobre a licitude moral do voto, “acusando-me” de no último parágrafo fazer um apelo ao voto útil no psd cumpre-me esclarecer o seguinte:
O texto em questão foi escrito a nível dos princípios com a intenção de esclarecer critérios de juízo moral.
O leitor reparará que ele procura responder a situações hipotéticas recorrendo a expressões condicionais tais como: “podem dar-se circunstâncias”, “em circunstâncias excepcionais poderá”, “se … e houver razões fundadas”, “será nessa circunstância”, “poderá impedir”, “poderiam limitar”, “deverá canalizar”. O escrito não se pronuncia nem ajuíza sobre a realidade que estamos a viver. Aliás, quem costuma ler o que eu escrevo sabe muito bem que não tenho tido pejo de chamar as coisas e as pessoas pelos nomes.
Importava, quanto a mim, esclarecer que o mal, menor ou não, nunca pode ser objecto de escolha moral e que o objecto da escolha moral de quem decide limitar o mal existente ou iminente é o bem, que consiste na limitação desse mal.
Acresce que o católico deve ter uma consciência apurada de que não basta fazer o bem mas que também é necessário combater o mal. Ou melhor, a prática do bem inclui sempre, também, o combate fogoso, veemente e sem tréguas contra o mal.
Nuno Serras Pereira
02. 06. 2011