Os princípios e critérios de juízo se são verdadeiros são universais. Se na actual conjuntura política portuguesa se verificam ou não as circunstâncias hipotéticas que supus no texto “Da licitude moral do voto” foi assunto de que me não ocupei, deixando isso ao juízo dos leitores. Que alguma delas ou todas possam existir no actual momento é coisa que não neguei nem afirmei.
Cada um a partir da informação, procurada diligentemente, de que dispõe, do conselho de pessoas avisadas, sábias e prudentes é que deve cuidar de examinar e certificar-se se elas se dão ou não. Consequentemente votará em consciência. Votar em consciência requer um juízo prudente, isto é, um juízo concorde com a verdade sobre os meios mais adequados de realizar o bem, que neste caso implica o bem-comum, ou seja, o bem de todos e de cada um, ou dito de outra maneira, aquele conjunto de condições que permitem a cada pessoa (em todas as etapas da sua existência, desde a concepção à morte natural) a realização integral, quer do ponto de vista material quer espiritual, segundo o desígnio do Criador.
Votar em consciência supõe que esta se deixou formar pela Verdade, confiada por Jesus Cristo à Sua Igreja, e significa que o eleitor terá, e só ele, de responder perante Deus no Juízo particular, depois da morte.
Nuno Serras Pereira
02. 06. 2011