sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Estamos de parabéns. Comemoramos o décimo aniversário do Infovitae

Nelson Pereira

Estamos de parabéns. Comemoramos o décimo aniversário do Infovitae, uma obra que durante todos estes anos deu forças à nossa esperança e à nossa fé e nos desafiou a não ignorar a sorte dos mais fracos e indefesos entre os homens - as crianças não-nascidas. Incansável, inabalável, teimoso contra tudo e contra todos, sem nunca baixar braços mesmo confrontado com críticas e ataques, desprezo ou desamparo, o padre Nuno tem sido para os leitores do Infovitae genuíno arauto da Boa Nova, mensageiro da civilização da vida, eco dos apelos de João Paulo II, Madre Teresa de Calcuta ou Bento XVI, discípulo autêntico do Evangelho da Vida.

Ocupados com o formigueiro de assuntos menores e tarefas pessoais, sufocados pelo lixo pseudo-informativo dos chamados meios de comunicação sociais, dispersos com preocupações secundárias ou artificiais da macro-economia ou da crise ecológica planetária, o Infovitae devolve-nos sempre à justa e verdadeira proporção do "mundo real". Tal papel indicador de pH, nos artigos que nos traz restitui a medida certa das alegrias e esperanças, alerta para as autênticas ameaças, recupera em nós a vigilância e a urgência de combate.

Para aqueles que conhecem o boletim e o empenho corajoso do padre Nuno, esta data evoca principalmente um enorme sentimento de gratidão. Estamos gratos a Deus que tem dado força e teimosia ao padre Nuno e o tem guardado da desesperança e da indiferença. Estamos gratos também porque esta pequena obra é uma das pérolas lindas da pequena e frágil Igreja portuguesa, sacudida e atacada, por fora como do interior, por inimigos e falsos amigos.

Para alguns o padre Nuno não passará de um doido varrido, insuportável e obcecado, figura de um catolicismo intragável e desestabilizador da chamada "paz social". Para muitos outros tem sido encorajador sinal de contradição, figura de pastor-que-caminha-à-cabeça-do-rebanho, homem inteiro e adverso a calar verdades incómodas em troca de um suculento prato de lentilhas.

Louco? Creio que sim. E por isso o seu testemunho permanece uma razão de alegria: vive na inquietude que vem do Espírito, o mesmo que animava os iorodivi da tradição cristã oriental,
o mesmo que empurrava à loucura profetas.

O cristianismo, caros senhores, não é um clube de bridge para a nata burguesa da urbe - veio trazer o fogo à terra, gritar a fome de Deus e justiça, desmascarar o complot contra a verdade. Esta incapacidade de aceitar compromissos inevitavelmente exaspera os ânimos daqueles que anseiam pela paz podre. Provocados a defendê-la, vêem-se obrigados a mover calúnias e intrigas, a isolar no ostracismo e solidão. Um pão negro cujo sabor não é desconhecido ao padre Nuno e a todos aqueles que se empenham nesta batalha.

Mas graças a sacerdotes como ele a Igreja não terá que se envergonhar quando o pano cair e a humanidade for confrontada com a bestialidade dos actos que actualmente consente e pratica. Tal como aconteceu com a escravatura e as câmaras de gás dos campos de concentração, chegará a hora da vergonha e ninguém vai poder dizer que não sabia. Graças a obras como o Infovitae.

Por estas e muitas outras razões, quero aproveitar esta ocasião para expressar aqui o meu agradecimento. E apelar a que o Infovitae continue a inspirar a nossa acção e oração, neste nobre combate por aqueles que Bento XVI, no recente discurso ao Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, chamou "os mais pobres dentre os seres humanos": as crianças não-nascidas.