Rui Corrêa d' Oliveira
20 de Janeiro de 2009
O estranho diálogo entre Deus e o profeta Samuel,
com o Senhor a chamá-lo com insistência
e ele incapaz de perceber Quem o chamava,
é uma impressionante metáfora da minha vida.
Porque será que demoro tanto tempo a perceber quando Ele me chama
quando Ele Se manifesta, quando me pede alguma coisa,
me desafia ou me convida?
Como Samuel, também eu frequento o Templo do Senhor,
como ele, também eu tenho quem me conduza e ensine.
Também como com Samuel,
só a terna (e eterna) paciência de Deus
salva a minha surdez e a minha distracção.
Foi numa obediência filial que Samuel reconheceu
que era o próprio Senhor que o chamava
e por isso responde sem hesitar com as palavras aprendidas:
«Falai, Senhor, que o vosso servo escuta»
É uma obediência assim que me falta,
é esta confiança que eu peço.
Porque tenho na Igreja um lugar que me acolhe e que me ensina
e porque tenho pastores a quem seguir,
basta-me a coragem de, como Samuel, livremente… obedecer.